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19 janeiro 2023

"Basta que os penacovenses tenham a iniciativa dos suissos”




A longa teoria de estrangeiros que todos os anos percorre sistematicamente a Suissa, sob as tirânicas imposições dos Baedecker (1), dos Kook, e de outros Dracons das vilegiaturas (2), a par de excursões extremamente pitorescas, sofrem a desilusão de muitas ascensões e caminhadas que não valem o tempo que perderam.

Pode-se dizer que não há na Suissa um recanto de vale, uma dobra de terreno, um píncaro de monte que não seja visitado por milhares de forasteiros que, mal chega o verão, invadem por todos os lados este afortunado país e por ele se espalham numa ânsia de subir às suas montanhas, ou de bordejar nos seus lagos pelo simples prazer da vista, pela necessidade de fortalecer os pulmões ou de acalmar os nervos.

Mas em cada cantinho de vale, em cada socalco de terreno, assim como nos vértices das montanhas, esse vai-vem formidável de estrangeiros encontra sempre uma pousada, um albergue, uma hospedaria confortável, quando não depara com um desses grandiosos edifícios, que abundam na Suissa, tanto á beira dos lagos como nas regiões alpinas e que, sob os nomes de Palace Hotel, Grand Hotel, Kurhauss Hotel, proporcionam aos seus hóspedes, além de bom alojamento e boa comida, os atractivos dos seus hall sumptuosos e dos seus salões de festas onde se realizam bailes, concertos e soirées dramáticas que em alguns desses hotéis chegam a dar a ilusão de festas particulares elegantíssimas.

A Suissa, que explora como nenhum outro país a indústria das viagens entendeu que, antes do caminho de ferro, do funiculare até da própria estrada, quando se não podem fazer duas coisas ao mesmo tempo, é mister começar por construir o hotel…

Quantos hotéis teve e tem ainda a Suissa que apenas são acessíveis por estradas e até por simples caminhos, enquanto a tracção mecânica não pode ser estabelecida em condições económicas de provável êxito?…

O hotel, principalmente o bom, é muitas vezes a única razão de ser de algumas vilegiaturas suissas que tanto andam na voga!…

Porque em Portugal as hospedarias são na maioria más, as camas duras e o asseio escasso, e muitas vezes nem boas nem más existem, o estrangeiro, em geral, limita a Lisboa e seus arredores, as poucas viagens que faz ao nosso país, que, mesmo dos próprios portugueses, não é inteiramente conhecido.

Há distritos e até províncias onde, à excepção do viajante do comércio e dos funcionários civis ou militares que viajam por obrigação, raríssimos são os viajantes de recreio que se têm aventurado a ir até lá!

O próprio Minho, que é a província mais percorrida nas viagens de prazer, tem tanta aldeia formosa e mesmo vilas das mais pitorescas, que nós não conhecemos!...

Nestas condições ainda há poucos anos se encontrava uma das regiões mais encantadoras do distrito de Coimbra, a qual nem mesmo com as estradas do reino estava sequer ligada !

Referimo-nos à região de Penacova-Lorvão, nos contrafortes da Serra do Bussaco e na margem direita do Mondego.

O desleixo dos governos e as frequentes alternativas da política não permitiram ainda até hoje que fosse concluída a estrada do Bussaco a Penacova, nem tão pouco a que liga esta vila com Lorvão, que continua acessível apenas por uma íngreme e tortuosa ladeira!

Mas já se pode ir a Penacova por Coimbra e a estrada que lá nos conduz levará ali todos os estrangeiros que visitem Portugal, quando esta região estiver nas condições de os hospedar. Esta estrada por si só vale a viagem, quando o panorama que se goza em Penacova, do Penedo do Castro ou do Mirante Emygdio da Silva não sejam dos mais deslumbrantes que é dado contemplar aos que percorrem o mundo na demanda do pitoresco e do belo surpreendente !

A estrada de Coimbra a Penacova segue a margem direita do Mondego, cingindo- se tanto quanto possível ás ondulações da encosta e à linha caprichosa do talweg desse rio que percorre uma das regiões mais pitorescas e variadas, ora espraiando-se por campos feracissimos através de hortas e laranjais, ora apertado entre aprumados alcantis onde a vegetação nem sempre consegue ocultar os maciços de rocha que se destacam majestosos daquela paisagem luxuriante.

Essa estrada, que nem mesmo uma fita cinematográfica seria capaz de reproduzir, é com efeito um dos mais belos trechos do Portugal pitoresco e não conhecemos muitas que sob este aspecto se lhe avantagem na Europa dos touristes.

E’ no meio deste cenário deslumbrante e cheio de contrastes flagrantes, que surge a vila de Penacova, debruçada sobre o Mondego, que domina de grande altura, abrangendo por isso um vasto panorama em que os olhos se perdem extasiados num horizonte longínquo que serve de esfumada moldura a uma imensa paisagem, ora retalhada de pinhais ou sobrepujada de penedias que dão ao quadro uma tonalidade grave e austera, ora entrecortada de pomares, de vinhas e de milheirais, numa harmonia quase geométrica que é felizmente quebrada aqui e acolá, perto ou longe, inúmeras vezes, pela casaria branca das vilas, das aldeias e dos lugarejos que põe manchas alegres e dá vida e animação a esta grandiosa tela do maior e mais divino dos mestres - a Natureza! E através de todo esse tranquilo e ridente quadro descobre-se sempre o curso do poético Mondego, que ora veste o coturno trágico ao passar Entre Penedos, ora desliza na amenidade da paisagem coimbrã espraiando-se pelos campos a jusante de Penacova.

Uma vez ligada a Lorvão e ao Bussaco pelas estradas que estão em adiantada construção, Penacova fica ocupando o vértice de um triângulo de vilegiatura que há-de constituir um percurso de turismo obrigatório, dependendo apenas da edificação de um hotel simples e moderno a fixação dessas colónias ambulantes. . .

Não faltam para isso atractivos à linda vila, e não é de certo o menor deles a visita ao histórico mosteiro de Lorvão que fica a meia hora de distância, pelo ramal da estrada que está em construção.

Centro de numerosas excursões, como qualquer dos outros vértices do triângulo que tem por base Coimbra-Bussaco, a região penacovense pode ser um dia tão afamada como algumas estações da Suissa.

Basta para isso que os penacovenses tenham a iniciativa dos Suissos.

L. MANO


 _______________________

(1) Karl Baedeker (Essen, 3 de novembro de 1801 — Koblenz, 4 de outubro de 1859, notação contemporânea: Karl Bædeker) foi um editor alemão e fundador do mundialmente famoso e ainda hoje publicado Guia de Viagem Baedeker.

 (2) Temporada que se passa fora da zona de habitação habitual, a banhos, no campo ou viajando, para descansar dos trabalhos habituais.






20 junho 2020

Os dias dos aristas: oxigenar os pulmões, piquenicar, pescar, conviver na Pérgola, dançar no Club ...




Durante algumas décadas caído em desuso, o termo foi agora recuperado para a promoção turística de Penacova. O "Roteiro do Arista" selecciona oito locais de maior expressão turística, tantos quantos as letras que formam a palavra Penacova. 

A criação da Sociedade de Propaganda de Portugal (1906), onde militavam destacadas personalidades, entre elas Alfredo da Cunha e Manuel Emygdio da Silva e a criação da Repartição de Turismo, no seio do Ministério do Fomento (1911), foram decisivas para o desenvolvimento do turismo no nosso país. 

Acompanhando o movimento europeu de valorização do turismo, e acreditando-se que o turismo podia ajudar o país a sair da profunda crise social e económica que atravessava, realizou-se em Lisboa, em 1911, o IV Congresso Internacional de Turismo, de cujo secretariado fez parte Emídio da Silva. Também Alfredo da Cunha, director do Diário de Notícias, teve um papel importantíssimo neste processo. 

A inauguração do Mirante em 1908 que além de Emídio da Silva, que tinha conhecido Penacova pela mão do Deão Leite, e de Alfredo da Cunha, trouxe a Penacova nomes importantes da elite lisboeta e catapultou as belezas da vila para as páginas dos jornais (Diário de Notícias), das revistas (Serões) e dos roteiros turísticos que começaram a surgir. 

Estamos convencidos que Penacova, com as suas belezas naturais, com os seus “bons ares”, com a vantagem de integrar o triângulo turístico Coimbra- Luso – Penacova, só beneficiou deste movimento nacional e se afirmou como estância turística porque teve a sorte de seduzir “apaixonadamente” pessoas influentes do nosso país que se tornaram embaixadores de Penacova em todos os areópagos que frequentavam. Recordemos alguns dos seus nomes: Emídio da Silva, Alfredo da Cunha, Raul Lino, Simões de Castro e Oliveira Cabral (mais tarde). 

Foi assim que Penacova se tornou terra de “Aristas” e na década de quarenta “regorgitava” já de “ilustres creaturas” que “atraídas pelos bons ares, águas e pitorescas paisagens“ aqui vinham gozar as suas férias para “oxigenarem os seus pulmões e tonificarem os nervos” envolvidos pelo “magnífico ambiente" de "verdadeiro sanatório" e "carinhosa hospitalidade". 

Gazeta de Coimbra[1] noticia em 1932: "Penacova tem sido este ano muito concorrida por famílias que ali foram passar a época calmosa, sendo também numerosas as excursões que têm vindo à Sintra do Mondego". Ficamos também a saber que "a maior parte das famílias que ali têm feito vilegiatura são de Lisboa e, em geral, divertem-se pescando no Mondego, realizando pic-nics, passeando em barcos, reunindo-se na Pérgola e organizando bailes no Club." 

Ainda não se tinham "descoberto" as praias, por isso de banhistas não tem Penacova histórias para contar… mas de aristas e excursionistas muitas marcas ficaram nesta " terra de encantamento", nesta terra que inspirou muitos escritores e poetas:

  “Eis ao longe Penacova… / P'ra lá vai o pensamento / É formosa e sempre nova / E terra de encantamento // D'aquele Mirante altivo / E de tamanha grandeza / Fica nosso olhar cativo / De tanta, tanta beleza …”[2]


[1] Setembro de 1932
[2] Grupo Musical Recreativo de Coimbra


10 junho 2017

Cem anos de turismo em Penacova...

Turismo... um tema recorrente em Penacova. Páginas e páginas que ao longo do século vinte (e nestes inícios do segundo milénio) vêm sendo escritas na imprensa local. Muitas ideias, muitas opiniões, e o eterno lamento e atirar de culpas perante as escassas concretizações  no sentido de  aproveitar o grande potencial natural e cultural da vila e do concelho. Ao longo dos tempos fomos vivendo momentos de esperança num futuro mais "progressivo".  No entanto,  logo a seguir,  veio o desalento porque afinal tudo continuava na mesma. 
Este conflito não é exclusivo de Penacova nem do tema do Turismo. É verdade. Mas seria curioso analisar tudo o que nos últimos cem anos, incluindo a semana que termina, se foi dizendo e escrevendo sobre o malfadado desenvolvimento turístico de Penacova.
Apenas a título de exemplo, deixamos um texto do grande arista e amigo de Penacova, Manuel de Oliveira Cabral, publicado no Notícias de Penacova há 70 anos:


12 janeiro 2013

Jovens empreendedores aprendem a fazer negócios no Turismo

 

O Turismo de Portugal vai ajudar jovens empreendedores a criarem o seu negócio no setor do Turismo, apoiando-os na concretização de ideias inovadoras e na construção de planos de negócios.
A Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra será a próxima a receber as Jornadas do Empreendedorismo Turístico, a 16 de janeiro, depois de a iniciativa ter passado por Lisboa e Porto. O ciclo termina no Estoril, a 24 de janeiro.

Com esta iniciativa, o Turismo de Portugal pretende estimular os jovens empreendedores a criar os seus negócios turísticos, dando a conhecer alguns dos mecanismos de apoio às empresas e partilhando casos de sucesso nesta área.
Durante a formação, uma equipa de colaboradores do Turismo de Portugal, do IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação), do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) e da Banca vão também dinamizar um workshop para ajudar a construir um plano de negócios.
As inscrições – gratuitas - são feitas no portal http://escolas.turismodeportugal.pt/, onde constam as datas das sessões e também o programa provisório. As presenças estão limitadas à capacidade das salas.
 
Esta e outras notas à Comunicação Social estão disponíveis para consulta no Portal do Turismo de Portugal – www.turismodeportugal.pt – em “Imprensa”.
 
 

17 setembro 2012

Penacova comemora Dia Mundial do Turismo


Integrado nas Jornadas Europeias do Património vai ralizar-se no dia 27 pf em Lorvão um colóquio subordinado ao tema "MOSTEIRO DE LORVÃO - O FUTURO DA MEMÓRIA".

21 abril 2012

Um apelo de há 75 anos ...

in Notícias de Penacova 1937

Portugueses procurai conhecer Portugal
Visitai Penacova
e
descobrireis as mais belas paisagens

Visitai o Preventório
e ficareis encantados

Visitai o magestoso Convento de Lorvão

02 outubro 2011

PENACOVA DEBATEU TURISMO

 Realizou-se no dia 1 de Outubro de 2011, no Auditório do Centro Cultural de Penacova, o Colóquio “Turismo, Inovação e Empreendorismo”.

Abriu os trabalhos o Presidente da Assembleia Municipal, Engº Pedro Coimbra. Seguiu-se a intervenção do Presidente da Região de Turismo do Centro, Dr. Pedro Machado. Recordou que estamos perante um novo paradigma turístico em que, do modelo em que a oferta dominava a procura se começa assistir a uma realidade diferente onde é a procura que determina a oferta. Reforçou a ideia de que é necessário aumentar a competitividade, transformando os recursos existentes em produtos turísticos, implicando uma dinâmica empresarial colectiva e uma preocupação muito grande com a formação e a qualificação. O Presidente da Câmara Municipal, Dr. Humberto Oliveira, reafirmou a aposta no Turismo, dizendo que em cada discurso, em cada opção política, o turismo tem que estar na ordem do dia. Ainda na sessão de abertura, a Drª Paula Silva apresentou uma síntese histórica sobre o turismo em Penacova no primeiro quartel do século XX. Também a Drª Ana Sousa, Técnica do Município, com base no vídeo promocional do concelho, fez uma caracterização do mesmo e dos seus recursos turísticos.

O 1º painel do programa teve como tema "A importância da Gastronomia na afirmação de um destino turístico" que contou com as intervenções do Dr. Fernando Lopes, da Confraria da Lampreia, do Prof. Horácio Flórido, da escola Beira-Aguieira, dos Chefes Hélio Loureiro e Albano Lourenço e do Dr. Gonçalo Reis Torgal. O saber receber, o saber-fazer, a competitividade, a exigência profissional, o saber reinventar, a defesa dos pratos tradicionais, foram alguns dos muitos aspectos abordados.

No  2º painel, " Turismo Aventura: uma aposta estratégica",  o Dr. António Martins, da Região de Turismo do Centro fez o enquadramento do Turismo de Natureza, afirmando que o mesmo representa cerca de 70% do turismo nacional, sendo um potencial em crescimento também a nível internacional. Seguiu-se a intervenção do Dr. Luís Antunes, da Câmara da Lousã que apresentou a experiência daquele concelho ao nível do Turismo Activo, com principal destaque para o Downhill. Representando a APECATE - Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, o Dr. Paulo Rocha, deixou quatro tópicos que considera importantes: a integração de produtos locais e regionais, a integração das populações locais, o trabalho em rede/parceria e a criação de oferta de "pacotes" turísticos consistentes.
O último painel " A importância da Inovação em turismo: empresas e experiências" contou com a presença da Drª Cláudia Rebelo que apresentou o projecto Douro 41, em Castelo de Paiva. A Trans-Serrano, empresa sedeada em Góis, foi apresentada pelo Dr. Paulo Silva. Empresa que conjuga, por exemplo, no nosso concelho, actividades como a canoagem com a Rota da Farinha e da Broa. A terminar este painel, o Dr. Alberto Gradim, director- geral do Hotel Vila Galé em Coimbra, falou de empreendedorismo em hotelaria.

A encerrar o Colóquio, a Vereadora do Turismo, D. Fernanda Veiga, salientou a importância deste espaço de debate e prometeu  a realização de mais  espaços de reflexão. A concluir o Dr. Humberto Oliveira,  reafirmou a importância estratégica deste tema e mostrou-se confiante no futuro do turismo em Penacova.


29 setembro 2011

Revisitar o passado em Dia Mundial do Turismo


Conforme estava anunciado, o Dia Mundial do Turismo foi assinalado em Penacova com uma visita guiada aos pontos principais da vila, através de uma recriação do início do século XX que esteve a cargo dos grupos folclóricos de Penacova, Chelo e São Pedro de Alva. O serão foi animado e bastante participado.
A iniciar o percurso foi escutado, junto à Igreja, o discurso de Simões de Castro, proferido em 30 de Maio de 1908 quando o Penedo da Cheira passou a designar-se por Penedo do Castro. Seguiu-se uma visita à Igreja Matriz, onde além de se apreciarem os aspectos históricos e arquitectónicos, se ouviram antigos cânticos ao Santíssimo Sacramento.
Junto ao Chafariz que ostenta a data de 1909 (chafariz que desde o momento em que Joaquim Leitão o ofereceu à Câmara e foi implantado no Largo Alberto Leitão, mudou de lugar diversas vezes),  um casal de namorados  e mulheres que ali vão encher os cântaros recriam um ambiente há muitos anos desaparecido. Ali perto não faltou a figura do barbeiro, homem que geralmente era enfermeiro e dentista.
O grupo de figurantes e público seguiu para a Casa da Freira onde foi encenado um serão sobre a ancestral confecção de palitos em Lorvão. À volta do Cruzeiro assiste-se ao "tirar de um cobranto" e mais acima os romeiros detêm-se junto à Capela de N. Sª da Guia (cuja frontaria se encontra hoje integrada no Hotel. Neste local terá existido a antiga Igreja Matriz que tinha a fachada principal voltada a nascente. Uma vez em ruinas, parte da estrutura deu lugar à capela, voltada a poente, aproveitando restos das antigas paredes. Naquele monte existiu também o cemitério antigo, até finais do século XIX, dando depois lugar ao da Eirinha.
A visita prossegue e eis-nos no Mirante Emídio da Silva. Ao lado do presidente da Câmara em exercício em 1908 (Dr. José Albino Ferreira , padre sem paróquia e notário) ouvimos o discurso  de Manuel Emídio da Silva, proferido naquele local em 31 de Maio de 1908. Memórias bem retratadas no Jornal de Penacova que descreve ao pormenor a inauguração do Mirante.
De regresso ao Terreiro é feita uma referência a Raul Lino e à sua obra – a Pérgola -  e à Sociedade de Propaganda de Portugal.
A terminar, a satisfação pelo êxito da iniciativa.  Usaram da palavra a Vereadora da Cultura, Fernanda Veiga e o Presidente da Câmara, Humberto Oliveira.

David Almeida

26 setembro 2011

Friúmes: entre o Rio e a Montanha - a dinâmica das suas Gentes

Festa da Freguesia - 24 de Setembro


A Freguesia de Friúmes encontra-se entre o rio e a montanha, entre a água e o vento.
Ladeada por 2 rios, Mondego e Alva, na margem esquerda possui um espaço de lazer, Vale da Chã, composta por: areal, caneiro, roda (doida), bar, mesas pic-nic, vegetação impar entre amieiros e freixos, tudo para poder disfrutar das águas calmas e amenas características deste rio.
Na montanha: Serra da Atalhada, existe uma cordilheira de 24 moinhos de vento, agora quase todos reconstruídos, uns transformados para habitação (quarto, casa banho) os quais podem ser alugados para disfrutar de um fim de semana na natureza; outros fidedignamente transformados em museu, para assim poder transmitir aos mais novos o que era um moinho de vento e para que servia. Existem infraestruturas de apoio como: restaurante, bar, posto de turismo e uma eira antiga (em fase de conclusão), espaço para autocaravanas. Vistas impares de perder de vista, tanto para a serra da estrela como para a serra do bussaco.
Outros pontos de interesse a visitar: Igreja matriz, capela N.S.Conceição, Fontanário de Miro, Zagalho e Carregal, ruínas fornos da cal no Zagalho e Vale do Tronco, velha mina abandonada chamada “Toca da Moura”
Artesanato Típico: Tecelagem do linho, latoaria, tamancaria, barcas serranas em madeira, rodas doidas de rio, moinhos vento, azenhas, colchas de trapos, entre outros.
Gastronomia: Lampreia, folar doce, chanfana e peixe do rio.
António Fernandes

Conjunto de imagens sobre o complexo de Moinhos de Vento da Serra da Atalhada e dos recantos fluviais de que dispõe a freguesia. Também fotografias de uma actividade desportiva: o ténis.

22 setembro 2011

A Bela Adormecida: Oliveira Cabral e o Turismo em Penacova

"A BELA ADORMECIDA"
ARTIGO PUBLICADO NO FRONTAL
DE 16 SET 2011
A Bela Adormecida

O tema do turismo em Penacova já é antigo, como antigos são os contos de fadas. Ao longo dos últimos cem anos não faltou quem enumerasse as potencialidades do nosso concelho, quem avançasse propostas para a sua exploração enquanto fonte de riqueza, quem identificasse constrangimentos, quem apontasse culpados para o seu paradoxal atraso turístico.
Este debate passou muitas vezes pelos jornais locais e regionais. Muito se argumentou e contra-argumentou. Recordamo-nos que por volta de 1952, apareceram artigos que já falavam da velha e gasta crítica de que Penacova andava a dormir – talvez baseada numa teoria que circulava por estes lados, no sentido de se pensar que, certo dia, esta vila teria sido invadida por um "enxame" de moscas tzé-tzé, aquele " repulsivo insecto do sono" .

Em resposta a um editorial intitulado "Penacova não pode adormecer" surge uma reacção assinada por um "Zé Nicolau" defendendo que Penacova podia e devia adormecer, a par de uma outra opinião assinada por um " João Ninguém" que acrescenta: "Penacova não pode adormecer? – é conforme!". E a rematar esta troca de opiniões, surge um artigo de Oliveira Cabral garantindo que "Penacova não adormecerá".

Mas não só de críticas se alimentava a opinião pública penacovense. Já em 1932 Alípio Barbosa Coimbra defendia no artigo "Penacova e o Turismo" que para fixar os turistas havia que "cercá-lo" de comodidades, criando por exemplo um Hotel de Intercâmbio, estabelecendo "entendimentos" com os grandes hoteleiros de Coimbra e do Bussaco. Defendia também um Restaurante de Montanha na zona de Entre-Penedos e a exploração da água das Caldas. Certamente para calar outros articulistas que se limitavam a criticar o marasmo de Penacova – baseado também numa outra teoria que apontava a falta de dinamismo local aos miradouros que seriam um convite ao "quietismo do corpo e ao sonho da alma", gerando nas pessoas "o pasmo" e o "sonambulismo" de que parecia enfermarem - avança de imediato com a proposta da criação de uma Comissão de Melhoramentos. Propõe para presidente honorário Manuel Emídio da Silva e sugere depois os nomes do Dr. Sales Guedes, de José Leitão, Armando Leitão, Mário Barbosa e Dr. Alberto de Castro.

De propostas e de reparos se vai mantendo o debate. Em 1956, é ainda António dos Santos Fonseca que, também no periódico local, escreve que "os penacovenses defendem os seus interesses colectivos au ralenti", convencidos que basta ao turista ficar "todo o dia a ver dormitar o Mondego." Também pela mesma altura, será Vasco Viseu a dizer que nesta terra " falta coesão, união", existindo, pelo contrário, uma super-abundância de política anti-progressiva". António Fonseca recorda ainda a criação de uma Comissão de Melhoramentos que, nos tempos da presidência de José Albino Ferreira, sonhou com um "Hotel Regional" no Penedo do Castro e com a construção de um espaço para concertos, récitas e jogos nas proximidades do mesmo. "Lunáticos" foi o que lhes terão chamado – lamenta-se. Projectos que foram sendo alvitrados, como o caso da piscina no final dos anos quarenta. A ideia teve vários apoios, houve mesmo uma subscrição pública que recolheu algum dinheiro. Em 1953 a Comissão presidida pelo Dr. António Amaral decide avançar, anuncia-se que o Engº Rui Castro Pita iria fazer a planta e os cálculos e que as obras iam mesmo começar no dia 15 de Setembro. No entanto, o assunto morreu à nascença, tendo-se concluído que a falta de água era um motivo para desistir da ideia. Mas em 1957, segundo confidencia Oliveira Cabral, na mente de Alípio Barbosa Ribeiro, presidente da Câmara, (neto de Alípio Barbosa Coimbra) ainda estaria a construção da mesma por detrás do Café Turismo. Outra obra que ainda hoje é motivo de debate é o velho "Ténis" ou " Parque Municipal". Em 1940, com pompa e circunstância, estando presentes "distintos tenistas do Porto" foi inaugurado o campo de ténis, construído sobre uns velhos paredões que ali existiam e que eram os vestígios de um outro sonho não concretizado: a construção de um Teatro. A prática do ténis pouco sucesso terá tido e mais tarde com o forte apoio financeiro de Abel Rodrigues da Costa, este espaço passa a ser conhecido também como "Parque Municipal" e ganha outra forma.

Piscina, campo de jogos, ringue de patinagem, cinema ao ar livre, parque infantil "com espelho de água", baloiços, montanha russa, praia fluvial, são propostas feitas no editorial "O Futuro de Penacova" (1952) no sentido de atrair "gente nova". A nível geral, outros melhoramentos vinham sendo sugeridos e alguns concretizados. Em 1953 preconiza-se um Miradouro para o ponto mais alto da Serra da Abarqueira, junto do marco geodésico. Para a zona que vai de Entre-Penedos até ao Reconquinho aponta-se a criação de uma zona de pesca à linha.

Um dos grandes constrangimentos foi, a dado momento, o abastecimento de água. É que, como alguém escreveu, se os turistas ao chegar se deparam "com rajadas de poeira" e com a "desolação das plantas secas" fazem como os cucos: "ao verem os restolhos vão-se embora…".

A "nova era" sonhada com a construção do Preventório nos anos trinta, afinal, não tinha modificado muita coisa. Assim, no Notícias de Penacova (1949) surge a troca de argumentos à volta de títulos como "Penacova, a Linda?", "Penacova, a Triste?" Aí se fala duma "Penacova de Sombras em Pé", de um " marasmo esmagador", de um "piano que ninguém toca", de um "turismo em agonia" e, no meio de outras críticas, procura-se atingir o Grupo dos Amigos de Penacova e a Sociedade de Recreio e Propaganda (de que falaremos futuramente). Muito se foi fazendo mas verificamos que esta tensão ainda hoje perdura. Este sentimento de inconformismo e de procura de bodes expiatórios prevalece em muitos dos debates sobre Turismo. Na polémica que refirimos atrás, entram articulistas anónimos (um "Assinante da Vila", um "Amigo de Penacova") e Oliveira Cabral, que tal como em 1952 dá a cara e expressa a sua opinião. E também, como sempre, com o seu espírito conciliador, propõe: "Penacova, a Linda? Penacova, a triste? Como queiram, mas propomos também uma designação com a qual ninguém poderá susceptibilizar-se, porque não será fácil desmenti-la: Penacova, a Bela Adormecida! "

David Almeida
in Frontal de
 16 de Setembro

18 setembro 2011

Turistas, aristas e excursionistas

O triângulo Coimbra-Penacova-Bussaco foi, nos primórdios do turismo no nosso país, um dos circuitos mais divulgados pela Sociedade de Propaganda de Portugal. A conclusão da estrada que liga Penacova ao Luso, a "estrada dos Emídios", assim designada porque à história da sua construção ficaram ligados quer Emídio Navarro, quer Emídio da Silva, permitiu que a Penacova afluissem muitos mais visitantes, vindos de "trem" ou de automóvel.


De vários pontos do país, de Lisboa, de Coimbra, chegavam excursionistas que aqui faziam uma paragem e seguiam depois para o Luso-Bussaco. Por vezes as excursões eram recebidas ao som de música e tinham direito a uma recepção oficial. A título de exemplo, recorde-se o passeio do Grupo Musical Recreativo de Coimbra que, ao chegar a Penacova em 1932, transportado em  cinco "camionetas", é surpreendido pela Filarmónica dos Bombeiros e recebido nos Paços do Concelho pelo Secretário da Câmara, António Casimiro Guedes Pessoa. É este ambiente que leva os jornais locais a escrever que "são numerosos os que de passagem para o Luso e Bussaco, vêm apreciar este pequeno retalho da Suiça, que os deixa enamorados por mais demorada visita."
Hemetério Arantes (1854-1932), jornalista, escritor e conferencista de renome, um "arista ocasional" como ele próprio se designa, ao escrever no Notícias de Penacova um artigo intitulado "Turismo e Arismo", distingue o turista do arista. O turista seria aquele que passa "na volta consuetudinária Coimbra-Penacova-Luso" e que desce do veículo, defronte da Pérgola, do Mirante, dos "terraços do Preventório", fica deslumbrado por instantes…mas segue viagem. Pelo contrário, o arista é aquele que "procura, na delícia do ambiente, a estância de repouso, propícia à restauração dos corações cansados e nervos gastos". O primeiro é de sua natureza, efémero, "passa como um meteoro". O segundo, vem para ficar e procura alojamento com "uma cama macia num quarto arejado, alimentação sóbria e saudável".
Sobre a questão do passar e do ficar, Emídio da Silva dirá também, pela mesma altura naquele periódico (inícios da década de trinta) que de nada valem as estradas boas se as "hospedarias" forem más, pois o excursionista passa "como o Ahasverus da lenda, sempre a correr.".
Entretanto, a partir daí, Penacova terá melhorado muita coisa e, de facto, o número de aristas começou a crescer. A imprensa local escreve que Penacova "regurgita de aristas" vindos de Lisboa, Porto e de outros pontos do país, "acossados pelo calor das cidades" para "oxigenarem os seus pulmões e tonificarem os nervos com este magnífico ambiente de verdadeiro sanatório e carinhosa hospitalidade". As três pensões (à época) já são insuficientes e começam a ser alugadas muitas casas particulares.
O termo está na moda e até as notícias de S. Pedro de Alva dão conta de muitos aristas que "vêm aproveitar, no seu repouso, as águas puras e as belezas panorâmicas". Nesta localidade permaneciam também, durante os meses de Verão, quer grupos significativos de jovens da JOC, quer "gaiatos" do Padre Américo.
Não é apenas a imprensa local que procura noticiar todo este fervilhar. Também a Gazeta de Coimbra, em Setembro de 1932, escrevia: "Penacova tem sido este ano muito concorrida por famílias que ali foram passar a época calmosa, sendo também numerosas as excursões que têm vindo à Sintra do Mondego". A completar a informação refere que " a maior parte das famílias que ali têm feito vilegiatura são de Lisboa e, em geral, divertem-se pescando no Mondego, realizando pic-nics, passeando em barcos, reunindo-se na Pérgola e organizando bailes no Club."
O Grupo Musical Recreativo de Coimbra, aquando da memorável visita a Penacova escreveu: Eis ao longe Penacova… / P'ra lá vai o pensamento / É formosa e sempre nova / E terra de encantamento // D'aquele Mirante altivo / E de tamanha grandeza / Fica nosso olhar cativo / De tanta, tanta beleza …
Ecos de tempos distantes em que os "excursionistas" tinham recepções especiais na vila e retribuiam através da poesia. Tempos em os "aristas" escolhiam Penacova para fazer "vilegiatura", outro termo caído em desuso mas que significa muito simplesmente a temporada que se passa fora das grandes cidades, no campo ou na praia. De banhistas não tem Penacova histórias para contar…mas de aristas e excursionistas muitas marcas ficaram nesta " terra de encantamento"
David Almeida
in jornal Frontal
2 Set 2011
 

03 setembro 2011

O Centenário do Turismo, Penacova e Emídio da Silva

Interessantíssimo cartaz do Congresso,
autoria de Raul Lino
Apesar de não termos como princípio publicar neste espaço artigos que foram escritos para um determinado jornal, neste caso o FRONTAL, deixamos aos leitores do Penacova Online o seguinte texto:
Decorre este ano o Centenário da Institucionalização do Turismo em Portugal. Como ponto alto da eféméride,  realizou-se  em Lisboa o Congresso do Centenário evocando  o IV Congresso Internacional do Turismo que teve lugar no nosso país em 1911.
Em 1906 havia sido criada a Sociedade de Propaganda de Portugal, também designada por Touring Club. Tinha como fins, entre outros, organizar e divulgar o inventário de todos os monumentos, riquezas artísticas, curiosidades e lugares pitorescos do País; publicar itinerários, guias e roteiros de Portugal; organizar ou auxiliar excursões; promover a concorrência de estrangeiros, e uma maior circulação de nacionais dentro do território.
Aquela associação vinha participando nos Congressos Internacionais de Turismo: em San  Sebastian, 1909, e em Toulouse, em 1910. Daí a decisão de ter lugar no nosso país o IV Congresso. A Sociedade procurou obter junto do Ministério do Fomento os apoios necessários para a organização do evento. O Governo já tencionava criar uma estrutura voltada para este sector e desde há muito a Sociedade de Propaganda o vinha reivindicando. Assim, por ocasião daquele Congresso, foi instituída a primeira organização oficial de turismo – a Repartição de Turismo , integrada na Secretaria Geral do Ministério do Fomento.
Ligado, quer ao Touring Club de Portugal, quer à organização do Congresso, vamos encontrar Manuel Emídio da Silva. Figura bem conhecida da nossa região, em especial de Penacova. A recordar ainda hoje o seu nome, encontramos nesta vila o Mirante (inaugurado em 1908)  e todo um conjunto de intervenções nos periódicos penacovenses.  A imprensa local por várias vezes o apelidou de "Cristóvão Colombo de Penacova". Alguém o considerou como autêntico  "descobridor deste mais surpreendente recanto da beleza de Portugal" e o seu melhor "pregoeiro".
Recordemos que no início do século, a Sociedade de Propaganda de Portugal incluiu Penacova no conjunto das 17 localidades portuguesas que mais mereciam ser visitadas. Emídio da Silva, através do Diário de Notícias, da revista Serões e em muitos outros areópagos onde tinha assento e auditório não se cansou de pugnar pelo desenvolvimento turístico do chamado triângulo Coimbra-Penacova-Bussaco.
Em 1916, aquando da vinda de Raul Lino a Penacova, para o arranque do projecto da Pérgola, a Sociedade tinha uma Delegação local, presidida pelo Conselheiro Luís Duarte Sereno. Mais tarde surgirá a Sociedade de Propaganda e Defesa de Penacova. Pretendia-se a promoção turística da vila, num tempo em que à mesma acorria já um número significativo de "aristas". As famílias "Fonseca" e "Silva" terão sido as primeiras a vir passar o Verão a Penacova. Estaríamos nos anos vinte. António Santos Fonseca, tesoureiro da Administração Geral dos Correios e Combatente na Rotunda em 5 de Outubro de 1910,  e o cunhado Constâncio Silva, pintor paisagista de renome, ficaram de tal modo agradados com a vila  que mandaram construir uma moradia em Santo António. Mais tarde, outro "arista", Manuel de Oliveira Cabral (e esposa Estefânia Cabreira), demandaram Penacova nos tempos de lazer,  legando-nos muito das suas qualidades  artísticas, poéticas e musicais. Oliveira Cabral terá sido, a seguir a Emídio da Silva, um dos maiores arautos deste lugar enquanto estância de repouso.
Por hoje, deixamos aos nossos leitores um excerto de uma carta de Manoel Emygdio da Silva, escrita em Lisboa a 10 de Setembro de 1931, poucos anos antes da sua morte, dirigida ao director do Notícias de Penacova:
"Solicita V. a minha colaboração para o primeiro número do seu jornal, honra que me desvanece e tanto mais por me dizer que igual solicitação fez ao meu erudito e bondoso amigo Dr. Augusto Mendes Simões de Castro, considerando-nos ambos entre os melhores amigos de Penacova, camaradagem e título que me envaidecem também.
Há um quarto de século que venho a Penacova e que desde o primeiro dia tenho sido um entusiástico propagandista das belezas pitorescas desta linda vila. A minha propaganda não tem sido porém tão desinteressada como muita gente crê, pois sou pago de cada vez que volto aqui pelo deslumbramento desta sublime paisagem que me inebria de prazer espiritual! …E sou ainda generosamente gratificado pelo acolhimento carinhoso e pelas distinções que ao mesmo tempo recebo dos Penacovenses entre os quais logrei criar amizades certas e duradouras."
De turismo em Penacova nas primeiras décadas do século XX, de potencialidades naturais e de entraves ao progresso, de propostas concretas apontadas na época para o desenvolvimento deste sector, de "aristas" e também de " excursionistas", falaremos nos próximos números.
 David Almeida,
publicado no jornal Frontal de meados de Agosto de 2011.

30 janeiro 2011

Penacova – Zona de Turismo : um pouco da história deste conhecido cartaz…


Quem não conhece este cartaz de Penacova? Mas quem conhece, hoje, algo sobre o seu percurso? E mais uma vez nos surge o nome de Oliveira Cabral. Este escritor, jornalista e pedagogo ( 1890-1974) foi, como sabemos, um “ Amigo de Penacova” que, não sendo penacovense, nesta vila passou algumas das suas férias. A ele se deve a criação nos anos 40/50 do grupo “ Amigos de Penacova”  que daria origem à Sociedade de Propaganda e Progresso de Penacova. Ora, por essa altura, Oliveira Cabral publicou um pequeno caderno de promoção turística intitulado “ Algumas Palavras sobre Penacova”, onde precisamente aparece este curioso cartaz, reproduzido em miniatura, a par duma gravura feita sobre o quadro de Eugénio Moreira “ A Ferreirinha ou a Gioconda de Penacova”, cujo original se encontra no Museu Soares dos Reis.  Ainda sobre o cartaz, o livro de Varela Pécurto “ Penacova” também o reproduz. Resta-nos saber quem foi realmente o seu autor, dado que a assinatura não é legivel. Alguém, desse lado, sabe algo sobre isso? Por Penacova, e só por Penacova, achamos que seria interessante obter essa informação...