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23 janeiro 2023

Lugares, monumentos e sítios de Penacova (12): Capela de Santo António


A capela de Santo António situa-se a Sul da vila, implantada em terreno de acentuada inclinação, envolvido por amplo adro, parcialmente cercado por baixo muro, com um coreto octogonal em alvenaria de onde se podem apreciar excelentes panorâmicas sobre o Mondego.

Trata-se de uma construção do séc. XVII (com planta longitudinal, simples, com coberturas diferenciadas) enquadrável no tipo de arquitectura maneirista vernácula, apesar de ter sofrido algumas modificações. Fachada principal com alpendre com seis colunas toscanas (quatro na frente e uma a meio de cada lado) em cantaria e pavimento com seixos. 

 No chão da capela-mor existe uma campa, com evidentes sinais de desgaste, tendo uma faixa envolvente decorada e brasão sumido. Apresenta os seguintes dizeres:

 ESTA SEPVLTURA HE DE / MANOEL.DE PAIVA.NATV / RAL.DE COINBRA.../ FES QVATRO.FILHOS BO(NS) / LETERADOS E (HV(M) DELES. (F)OI / IOÃO.DE PAIVA PRIOR DESTA / IGREIA.LHE.MANDOV.FAZER /ESTA SEPVLTVRA.FALECEO / A 21.DE DEZEMBRO.DE.1621. 

 O retábulo secundário é dos sécs. XVII/XVIII, com esculturas de Santo António e S. Francisco, do mesmo período. O púlpito é cilíndrico e, numa mísula, vê-se um Anjo da Anunciação, de pedra, do séc. XVI, manuelino; numa outra, uma Virgem de madeira, dos XVII/XVIII. 

A capela é detentora de um cálice de prata sem ornatos, onde, no listel de base, se lê: “ESTE CALIX HE DA IRMANDADE DE SANTO ANTONIO FOI FEITO ERA D. 1664 a.” 

 Fontes: "Inventário Artístico de Portugal", vol IV, 1953 e Plano Director Municipal



20 dezembro 2022

Lugares, monumentos e sítios de Penacova (11): Quinta da Ribeira

Todo este local serve de enquadramento a uma quinta barroca, do séc. XVIII, de arquitetura civil, residencial e agrícola. “Possui uma integração na paisagem conseguida de forma harmoniosa. Adapta-se e desenvolve-se em socalcos formando terraços interligados, percorrendo a encosta e desfrutando de uma vista panorâmica sobre o vale" (PDM). Mais se acrescenta que este enquadramento rural, destacado, se encontra próximo de uma ribeira e é envolvido por vegetação arbórea.

Por sua vez, Cecília Matias (2001), do IGESPAR, afirma que se trata de uma “casa unifamiliar barroca representativa da casa nobre portuguesa da época e área geográfica em que se inscreve, pela implantação em terraços e inserção na natureza, assim como, pela conjugação da casa, capela e pátio formando uma unidade própria.”

A casa integra residência, capela, mirante e também uma pérgola; a residência é formada por dois pisos, telhado de duas águas, “fachada principal longitudinal, sóbria, decorada apenas nas janelas do andar nobre com molduras de cantaria de verga curva e avental”. O rés-do-chão inclui cozinhas, celeiros, adegas e arrecadações. No andar nobre há salas e quartos sendo as portas pintadas a marmoreado; por sua vez, a capela é constituída por um “corpo definido por pilastras com empena a romper linha da cobertura, assinalada por dois fogaréus a prolongar as duas pilastras da fachada, que acentuam a verticalidade, e cruz central; portal com cornija forte sobrepujada por pinhas, moldura de recorte curvo; acima óculo quadrilobado.”

De acordo com o já referido acima, esta Quinta é do século XVIII. Investigámos alguns aspectos genealógicos e concluímos que esta casa pertenceu ao casal José Cardoso, nascido em 1718, e Maria Assunção dos Santos, esta natural de Palmazes. Deste casal nasceu, em 1736, precisamente nesta Quinta da Ribeira, o capitão José Cardoso dos Santos, avô materno de David Ubaldo Leitão, bisavô do Conselheiro Alípio Leitão.

23 outubro 2022

Lugares, monumentos e sítios de Penacova (9): Penedo do Castro


O Penedo do Castro ("do" e não "de", como por vezes se diz)  é um dos locais mais emblemáticos de Penacova no que se refere às panorâmicas que a vila e seus arredores nos oferecem.

Aquando do 24º aniversário da inauguração daquele miradouro, Emídio da Silva endereçou ao jornal “Notícias de Penacova” uma carta onde recorda as circunstâncias em que este miradouro natural foi valorizado e dignificado: “A Câmara Municipal de 1908, presidida pelo Dr. José Albino Ferreira (…) aprovou por aclamação a proposta do seu presidente, dando o nome de Penedo do Castro à levantada penha que domina o povo da Cheira e de cujo nível se desfruta um dos mais grandiosos panoramas circulares do nosso país.”

A lápide, em calcário, ali colocada em 1908, foi desenhada pelo arquitecto Raúl Lino. Também conhecido por Penedo da Cheira, consta que também já fora designado por Penedo do Cambo. A nova designação é uma homenagem ao Dr. Augusto Mendes Simões de Castro (1845-1932), amigo e propagandista de Penacova, que tantas vezes terá calcorreado os caminhos de Penacova, de Lorvão e do Buçaco, desvendando muito da história e arqueologia do nosso concelho.