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22 julho 2019

Centro Interpretativo da Primeira República e Casa Museu em Vale da Vinha

João Paulo Avelãs Nunes, do CEIS20, apresentando as linhas embrionárias do projecto

No contexto da celebração do feriado municipal – 17 de Julho – foi apresentado, ainda em fase muito embrionária, na presença do Presidente da República, o projecto de criação de um Centro de Interpretação da I República e Núcleo Museológico em torno da figura de António José de Almeida.

De acordo com as palavras de  João Paulo Avelãs Nunes, do Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc. XX (CEIS20), a quem coube a apresentação do projecto, o mesmo terá um carácter “transversal a diversas áreas” e pretende-se que seja “não instrumento de conflito mas, pelo contrário,  de consensualização de valores.” Terá uma vertente de formação cívica, “sem um discurso, uma mensagem ou moral pré-definida, mas com carácter aberto, facilitador do debate de ideias.”

O futuro Centro de Interpretação e Núcleo Museológico, a instalar em Vale da Vinha,  constará de um piso térreo, reservado para a instalação de valências técnicas e de um 2º piso, correspondendo ao espaço nobre da antiga casa. No entanto, não  teremos propriamente a reconstituição do espaço familiar, já que ele foi desaparecendo com a degradação do edifício. 
Edifício que vai ser recuperado para instalação do Centro Interpretativo / Casa Museu

Um dos primeiros núcleos de caracterização será a origem de António José de Almeida, a história familiar e local, a ligação à comunidade de origem. Contará  a história  de  António José de Almeida e de Portugal, desde o final do séc. XIX até aos anos trinta do século XX.

Um segundo espaço versará sobre  o início da actividade profissional de António José de Almeida que, neste caso, permitirá  uma ligação ao Império Colonial da época, com uma outra parcela da realidade portuguesa (S. Tomé).

Seguir-se-á  o período em que António José de Almeida foi um dos principais dirigentes do partido republicano, quer na fase de propaganda, quer na conquista do poder politico. A implantação da República, a fase de governação e o papel de António José de Almeida,  a desagregação da Primeira República, a sua substituição por outro tipo de serão outros aspectos a contemplar.

O investigador do CEIS 20 referiu que o Centro de Estudos fora também  convidado para, além deste projeto,  colaborar  noutros mais a criar na região: “uma espécie de rota de museologia em torno das questões políticas em Portugal  desde finais os séc. XIX até ao final do Estado Novo.”

Mais concretamente, núcleos museológicos ligados a personalidades marcantes: “em primeiro lugar, obviamente António José de Almeida, em Penacova;  em segundo lugar,  “não propriamente António de Oliveira Salazar,  mas um Centro de Interpretação  sobre o Estado Novo”, em Santa Comba Dão. Também no concelho de  Carregal do Sal, um Centro de Interpretação sobre o holocausto e Casa Museu Aristides de Sousa Mendes. Numa fase mais atrasada de negociação, Afonso Costa em Seia, irmãos Lacerda, no Caramulo e eventualmente um novo projeto em torno de escritores, incluindo Mortágua e outros locais.  

“Isto permite criar uma rede que pode ter várias entradas. Uma delas e a mais óbvia seria Coimbra não só por ser Património Mundial da UNESCO, mas também através do Portugal dos Pequenitos, um ícone da memória do Estado Novo.” – adiantou João Paulo Avelãs Nunes.

Este conjunto de projectos  envolve não  apenas as câmaras municipais mas também as comunidades intermunicipais. Além disso, “procurar-se-á  criar um Conselho Consultivo que representará  várias entidades, entre elas o Museu da Presidência, e será o garante da qualidade científica, e do rigor intelectual e ético.”

Projectos que implicam recuperação de património, atividade museológica, formação cívica, educação e  turismo: “Teremos não apenas a divulgação cultural e científica, mas também a turística. Em territórios de chamada baixa densidade podem ser uma estrutura muito positiva e significativa.” - afirmou Avelãs Nunes.