Mostrar mensagens com a etiqueta portugal antigo e moderno. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta portugal antigo e moderno. Mostrar todas as mensagens

20 fevereiro 2022

Terras de Penacova no "Portugal Antigo e Moderno" [3]: a vila de "Pena-Cóva"

 


Pinho Leal, publicou - entre 1873 e 1890 - a obra em 12 volumes intitulada «Portugal Antigo e Moderno», um dicionário sobre “todas as cidades, vilas e freguesias de Portugal.” Aqui podemos encontrar muitas referências às principais localidades que hoje fazem parte do concelho de Penacova.

Já fizémos referência à vila de Farinha Podre e às localidades de Travanca e de S. Paio, bem como de Carvalho, Figueira de Lorvão, Friúmes, Lorvão, Paradela e Oliveira do Cunhedo. Hoje, é a vez da sede do concelho. 

“PENA-CÓVA” [assim aparece escrito] é vila e freguesia, cabeça do concelho do seu nome e comarca. Na província do Douro [à época], dista 18 quilómetros a N.E. de Coimbra, 20 da Mealhada, 18 da Lousã e de Mortágua, 12 de Farinha Podre, 6 de Santo André de Poiares e 220 de Lisboa. Tem 680 fogos (em 1757 tinha 397).

Refere o “Portugal Antigo e Moderno” que o concelho de Penacova, era formado pelas 9 freguesias, todas no bispado de Coimbra: Carvalho, Farinha Podre, Figueira de Lorvão, Friúmes, Lorvão, Oliveira do Cunhedo, “Pena-Cóva”, Sazes, e Travanca, num total de 2900 fogos. Chama a atenção para o facto de até 1855 ter só cinco freguesias: Carvalho, Figueira de Lorvão, Lorvão, Penacova e Sazes, totalizando 2100 fogos. Pinho Leal salienta que pertence a este concelho a antiquíssima povoação de “Gondolim” (Vila-Verde).

Refere-se que “D. Sancho I lhe deu foral, em Dezembro de 1192 e que  D. Afonso II o confirmou (em Coimbra a 6 de Novembro de 1219) e ainda que  D. Manuel lhe deu foral novo (em Lisboa a 31 de Dezembro de 1513).  “Foram seus donatários os condes de Odemira e, depois, os senhores de Tentúgal, duques do Cadaval”.

Penacova, refere Pinho Leal, “é uma das mais antigas povoações de Portugal, e talvez da península hispânica, o que se colige do seu próprio nome – Pen - que é cantábrico. Está a vila edificada sobre uma montanha (por cuja base passa o rio Mondego) patenteando a sua nobre vetustez nas muitas ruínas que foram outrora esplêndidas habitações, e tendo em tempos felizes, mais de trezentos fogos, está hoje reduzida a noventa e tantos.”

E prossegue: “Consta que, em tempos remotíssimos, teve um castelo, cujos vestígios se divisam em um escarpado monte, ao S. da vila, onde hoje está a Igreja matriz. Este monte é quási talhado a prumo sobre o Mondego mas, apesar disso, está coberto de oliveiras.”

De acordo com o padre Carvalho da Costa na sua “Chorographia” (diz Pinho Leal), “a primeira notícia d'esta vila data das contendas que os seus moradores tiveram com os monges de Lorvão, em 1105, as quais compôs o conde D. Henrique e diz que D. Sancho I a mandou povoar em 1193.”

No cartório de Lorvão, existia uma escritura de 1086 que era uma doação feita por Piniolo, àquele mosteiro, de uma morada de casas na vila de “Pena-Cóva” e uma vinha em “Ribellas”, que ele havia plantado e regado com o suor do seu corpo. Isto, para sustento dos monges que ali morarem (no mosteiro) e de todos os fiéis que ali concorrem. (…)

Aquando da publicação do “Portugal Antigo e Moderno” ainda existiriam os Paços dos Duques do Cadaval. As justiças de Penacova eram dependentes do ouvidor de Tentúgal e, depois, do corregedor de Coimbra.

Orago: Nossa Senhora da “Assumpção”. Era o Mosteiro de Santa Clara, de Coimbra, que apresentava o prior, que tinha 470$000 réis de rendimento. A Igreja matriz “é um templo vasto e muito decente, com nove altares (sete dos quais são dedicados a Nossa Senhora, nos seus diferentes mistérios.” Refere-se de seguida a Capela de N. Sª da Guia: “No âmbito outrora ocupado pelo castelo, existe a antiga capella de Nossa Senhora da Guia. É um “templozinho” pequeno e pobre e só com um altar. É tradição que esta ermida foi a primitiva Igreja paroquial da vila. Porém, como era pequena, e em sitio incómodo, se construiu, no século XVI, a Igreja actual.” [Não parece que esta informação esteja correcta. No entanto vem sendo referida com frequência].

Ainda sobre esta capela: “diz-se aqui que “Plácido Castanheira de Moura, contador-mor do reino, tinha muita devoção com esta Senhora da Guia, e quis mandar-lhe construir um bom templo; porém, como falecesse antes de realizar o seu desejo, deixou por testamento, à Senhora da Guia, umas fazendas que tinha n'esta vila, para que com o seu rendimento, se reconstruísse a capela, dando lhe maior amplitude.” o que não corresponde à versão de Alves Mendes, no Conimbricense de 1857.

A principal indústria do concelho, “é a navegação do Mondego, à qual se entrega a maior parte dos seus naturais, conduzindo do centro da província, para a Figueira da Foz, [ou vice versa] sal, milho, vinho, azeite, lenhas e outros géneros.”

Sobre a morfologia lê-se aqui que “a serra do Bussaco, atravessa este concelho, de Este a Oeste e, do mesmo modo, a serra de Coimbra. O Mondego corta-as ambas e recebe dentro do seu termo, as ribeiras da Vila, de “Gondolim” e de Lorvão, que todas nascem neste concelho, e a de “Poyares” que o atravessa. Também nele desaguam os regatos de Além do Rio, Abarqueira e Vale-Bom (o de Sazes, desagua na ribeira do Botão).”

15 fevereiro 2022

Penacova no “Portugal Antigo e Moderno” [2]: Carvalho, Figueira, Friúmes, Lorvão, Oliveira, Paradela e Sazes

Pinho Leal, militar, ficou conhecido pela publicação (entre 1873 e 1890) da obra em 12 volumes intitulada «Portugal Antigo e Moderno», uma espécie de dicionário sobre “todas as cidades, vilas e freguesias de Portugal.” Nesta obra de finais do século XIX podemos encontrar muitas referências às principais localidades que hoje fazem parte do concelho de Penacova.

Já fizemos referência à vila de Farinha Podre e às localidades de Travanca e de S. Paio. Apresentaremos agora Carvalho, Figueira de Lorvão, Friúmes, Lorvão, Oliveira do Cunhedo, Paradela e Sazes. Terras que se situavam, à época, não na Beira Litoral, mas na província do Douro. Concluiremos oportunamente com a vila e freguesia de Penacova. 



CARVALHO 

Esta vila dista 24 quilómetros de Coimbra e 228 ao Norte de Lisboa e situa-se “nas abas da serra do Carvalho, à qual se chama também serra do Cântaro.”

Tem 320 fogos (em 1757 tinha 224). Orago: Nossa Senhora da Conceição. “O morgado do Carvalho, e depois Condes de Oeiras e Marqueses de Pombal, apresentavam aqui o prior, que tinha 200$000 réis."

Acrescenta o Dicionário que “havia aqui próximo uma albergaria, chamada de Santo António do Cântaro, com três camas permanentes e com a obrigação de ter nos meses de Julho, Agosto e Setembro, um cântaro cheio de água e um púcaro para se beber, na dita serra, à qual por isso se dá também o nome de Cântaro.”

Segue-se a referência à antiquíssima albergaria:

“Na larga doação que D. Bartolomeu Domingues fez à Albergaria do Cântaro, junto à vila, em 1215, se determina que todo o que for contra aquela doação, pague o dobro do dano que causar. Esta obra caritativa foi instituída por uma senhora de apelido Carvalho, que atravessando esta serra (do Carvalho ou do Cântaro) lhe morreu um criado à sede. Já se vê que é muito antiga, pois em 1215 já existia esta albergaria. Esta senhora é ascendente dos atuais srs. condes de Oeiras, marqueses de Pombal, por casar em Sernancelhe Diogo de Carvalho com D. Filipa de Seixas, filha e herdeira de João de Figueiredo e de Maria Seixas.”

Refere-se ainda que morgado de Carvalho “foi instituído em 1178 por Domingos Feyo de Carvalho”, sendo “terra realenga” e “governava-se por um juiz ordinário e câmara, confirmada pelo corregedor de Coimbra.”

A serra do Carvalho (ramo da Alcoba, que é ramo da Estrela) é “abundante de árvores e ervas medicinais, e diz Grisley[1] no seu Herbolario, que nela encontrará todas as ervas que Laguna descreve”, apesar de ser “terra pouco fértil.”

Por fim, regista-se que “D. Manuel lhe deu foral em Lisboa, a 8 de Junho de 1514.”                                          

FIGUEIRA DE LORVÃO

Esta freguesia é referida como estando a 12 quilómetros de Coimbra e a 215 ao Norte de Lisboa. Apresentava 400 fogos (em 1757 registaria 228). Salienta-se que é uma terra muito fértil.

S. João Baptista era o Orago da freguesia. Figueira pertencia ao Bispado e Distrito Administrativo de Coimbra.

Eram as freiras de Lorvão que apresentavam o vigário, que tinha 60$000 réis, e o pé d'altar.

O nome Luiza de Jesus é aqui recordado.  Diz-se que aqui nasceu, em 1750, “uma mulher (um monstro) chamada Luiza de Jesus. Em 1772, tendo apenas 22 anos de idade (!) foi por muitas vezes à Roda de Coimbra buscar grande número de expostos, dos quais envenenou 34, só para adquirir 600 réis e o enxoval que a Roda dava a quem levava cada criança! Foi presa e sentenciada à morte, mas parece que morreu na prisão, pois não consta que morresse no patíbulo.” 

Como sabemos, por outras fontes, foi condenada à morte. Depois de “atazanada” pelas ruas de Lisboa, foram-lhe cortadas as mãos ainda em vida, foi garrotada e queimada em 1 de Julho de 1772.

FRIÚMES

A freguesia de Friúmes pertenceu ao concelho de Poiares até 1855 e, desde então, ao concelho de Penacova. Àquela data pertencia à comarca de Coimbra.  O dicionário diz que se situa a 24 quilómetros de Coimbra e a 215 ao Norte de Lisboa, sendo uma “terra fértil”.

Teria 230 fogos (contra os 133 em 1757).

Pertencendo ao Bispado e Distrito Administrativo de Coimbra tinha como Orago S. Mateus. Era o prior de Penacova que apresentava anualmente o Cura, que tinha 30$000 réis de rendimento.

LORVÃO

Lorvão é situa-se a Este de Coimbra, distando 12 quilómetros desta cidade e 215 de Lisboa. Tinha 600 fogos (em 1757 apresentava 380).  O Orago é Nossa Senhora da Esperança, mas havia sido Nossa Senhora da Expectação. Bispado e Distrito Administrativo de Coimbra.

As religiosas de S. Bernardo, “do real mosteiro de Lorvão”, apresentavam o cura (anualmente) e este tinha 80$000 réis de rendimento – refere o Dicionário.

Acrescenta -se aí que esta freguesia, “posto ser um terreno acidentado” era “muito fértil.

“A aldeia é situada em um vale, dividido por um pequeno ribeiro, em cujas margens está também assente o famoso mosteiro.”

De salientar a referência à produção de palitos:

“Fazem-se n'esta freguesia anualmente três a quatro mil cruzados de palitos, para o reino e exportação. Crianças, adultos e velhos, trabalham nesta indústria, e faz pasmar a ligeireza e perfeição com que a executam.”

Segue-se um extenso historial do Mosteiro.

OLIVEIRA DE CUNHEDO

 Freguesia da província do Douro, concelho e comarca de Penacova, distrito administrativo e bispado de Coimbra. Orago: Santa Marinha.

A 30 quilómetros desta cidade e a 240 de Lisboa. Em 1757 tinha 91 fogos.

“Foi antigamente da comarca d'Arganil e do concelho de Farinha Podre. Depois passou para o concelho da Tábua, comarca de Midões, até que passou para o concelho de Penacova, da comarca de Coimbra.

Era o Prior de Penacova que “apresentava anualmente o Cura, que tinha 20$000 réis de côngrua e o pé de altar. É terra fértil.

O Dicionário destaca também o lugar da RAIVA, dizendo que era um aldeia da freguesia de Farinha Podre, no concelho de Penacova, comarca de Coimbra, distando 35 quilómetros desta cidade.

“Situada à beira do Mondego, em lugar bastante agradável, é o termo ordinário da navegação do Mondego, no Estio; mas no Inverno, enquanto há abundância de águas, vão os barcos até à Foz do Dão. Da Raiva, “em carros e em cargas se conduzem os objectos de comércio até ao centro da Beira Baixa.”

PARADELA

À época, Paradela pertencia ao concelho de Arganil, bem como à Comarca desta mesma vila, depois de ter sido do concelho de Farinha Podre, entretanto extinto.

Dista 30 quilómetros de Coimbra e 210 de Lisboa. Tem 150 fogos. Em 1757 tinha apenas 80.

Orago: S. Sebastião, mártir. Bispado e Distrito Administrativo de Coimbra. “O vigário de S. Pedro de Farinha Podre apresentava o cura, que tinha 50$000 réis e o pé de altar.”

É terra fértil.

SAZES

A 18 quilómetros de Coimbra e a 220 de Lisboa. Tinha 220 fogos (em 1768 teria 160). Orago, Santo André, apóstolo. As “freiras bernardas” de Lorvão, e a Sé Apostólica, apresentavam o prior, que tinha 190$000 réis de rendimento.

O dicionário destaca que  “para a diferençar da freguesia seguinte [Sazes da Beira], se diz Sazes de Lorvão."

“É povoação muito antiga, mesmo como paróquia. Em 1152, D. João d'Anaya, bispo de Coimbra, e seu cabido, confirmaram a D. Pedro Gavino e sua mulher, D. Ero Nunes, a doação e liberdade da terça pontifical que a igreja de Sazes lhes tinha feito”, mas “com a proibição de testarem esta terça a qualquer mosteiro ou convento, que não fosse a sua catedral, sob pena de tornar a dita terça para a Sé de Coimbra.”

À semelhança da maioria das terras do concelho, também Sazes  é tido como “ terra fértil”.


[1] Simões de Castro escreveu no seu “Guia histórico do viajante no Bussaco” que “Grisley, insigne herbolário italiano, em um Tratado que da matéria compôs, afirma que, havendo peregrinado a maior parte da Europa, encontrara na serra do Bussaco quási todas as ervas que descreve Laguna sobre Dioscórides, com a excelência de serem vigorosas, sobre as que a herbolária conhece.”

12 janeiro 2022

Penacova no “Portugal Antigo e Moderno” [1]: as terras de Farinha Podre


Pinho Leal (Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal) foi um militar português que ficou conhecido pela publicação (entre 1873 e 1890) de uma extensa obra em 12 volumes intitulada «Portugal Antigo e Moderno». De acordo com o subtítulo, trata-se de um “dicionário geográfico, estatístico, corográfico, heráldico, arqueológico, histórico, biográfico e etimológico de todas as cidades, vilas e freguesias de Portugal.”

É nesta obra de finais do século XIX que podemos encontrar muitas referências às principais localidades que actualmente fazem parte do concelho de Penacova.

Por hoje, vamos fazer referência à vila de Farinha Podre e às localidades de Travanca e de S. Paio que, recorde-se, estavam integradas à época na província do Douro, pertencendo já ao Bispado e Distrito Administrativo de Coimbra.

FARINHA PODRE

Farinha Podre pertencia ao concelho e comarca de Penacova (depois de ter pertencido à Comarca de Arganil). Sobre a sua localização geográfica é referido que se situa a “220 quilómetros ao N. de Lisboa”, que dista “30 quilómetros de Coimbra” e que “está a 6 quilómetros da margem esquerda do Mondego e 5 do rio Alva.”

Pinho Leal diz que a vila tinha 470 fogos e 1900 habitantes (almas) e recorda que em 1757 tinha apenas 318.

Podemos ler igualmente que “a igreja matriz de Farinha Podre é vasta e sumptuosa. Consta ter sido fundada pelos templários”. O orago é S. Pedro, Apóstolo. Era o “real padroado” que “apresentava o vigário” (isto é, que o nomeava), tendo este 180$000 réis de rendimento anual.

Refere-se também que Farinha Podre “é terra fértil em quase todos os frutos do nosso país e os seus habitantes são muito dados ao negócio de aguardente (de que há aqui 4 fábricas), azeite, vinho, trigo, milho, batatas e vinho, que transportam, pelo Mondego, para várias localidades.”

Farinha Podre - que “nunca teve foral” - foi concelho “que se suprimiu em 1855” e tinha à data 1500 fogos. Este “pequeno concelho” era formado por “frações dos (à época) concelhos de Coimbra, Penacova e dos extintos de Ázere, Óvoa, Pombeiro e Sanguinheda.

Curiosamente, encontramos um dado que é pouco conhecido: Pinho Leal salienta que também a “pequena freguesia de Paço Velho, que apenas tinha 27 fogos”, e que fora,” há muitos anos, suprimida” fazia de igual modo parte do concelho de Farinha Podre.

TRAVANCA DE FARINHA PODRE

Outra freguesia, contígua à de Farinha Podre, era a freguesia de Travanca, pertencente ao concelho de “Pena Cova” do qual distava 12 quilómetros. Travanca pertencia à comarca da Tábua (antiga comarca de Midões).

Refere Pinho Leal que Travanca se situa a 235 quilómetros “ao N. de Lisboa” e a 30 quilómetros “a E. de Coimbra” distando 24 da Lousã, 18 de Arganil e de Santa Comba Dão e 12 de Santo André de Poiares, de Tábua e de Mortágua.

Travanca tinha 125 fogos (em 1768 tinha 65). O Orago é “S. Thiago, apóstolo”. Pertencia também ao bispado e distrito administrativo de Coimbra.

Esclarece o dicionário que Travanca “quando pertenceu ao concelho de Farinha Podre, era da comarca d'Arganil, depois (em 1855) ficou pertencendo ao concelho da Tábua. Pela mudança da sede da comarca de Midões, passou para o concelho de Penacova e comarca de Tábua.”

Era a Sé Apostólica e o Bispo que apresentavam, alternadamente, o prior que tinha 220$000 réis de rendimento anual.

Esclarece-se que a localidade se chama “Travanca de Farinha Podre” porque “está próxima à pequena vila de Farinha Podre, que foi cabeça de um concelho, criado por decreto de 6 de novembro de 1836 e suprimido a 24 de outubro de 1855”.

S. PAIO DE FARINHA PODRE

Por último, temos S. Paio de Farinha Podre, à época pertencente à comarca e concelho de Tábua. Situava-se a “30 quilómetros de Coimbra e 230 ao N. de Lisboa”.

Pertencera ao concelho de Farinha Podre “que foi suprimido em 1855 e era então da comarca de Arganil.” Refere-se ainda que “o vigário da vila de Farinha Podre (S. Pedro) apresentava o cura, que tinha de rendimento 10$500 réis e “o pé d'altar”. Em 1757 tinha 90 fogos e 110 à data da publicação do dicionário. O orago era, naturalmente, S. Paio.