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11 dezembro 2020

Já disponível a 3ª edição de "Patrimónios de Penacova"

Publicado pela Câmara Municipal em 2012, o livro Patrimónios de Penacova: Apontamentos para a sua valorização e divulgação da autoria de Joaquim Leitão Couto e David Gonçalves de Almeida, viu sair a 3ª edição em Outubro de 2020. A capa surge agora com uma panorâmica geral de Penacova (foto de Óscar Trindade, que já integrou o "miolo" da 1ª edição). 


Capa da 3ª edição (2020)

Transcrevemos a nota a esta 3ª edição: 

«A publicação da terceira edição de "Patrimónios de Penacova: Apontamentos para a sua Valorização e Divulgação", decorridos que são oito anos após o seu lançamento em 2012, é motivo de natural satisfação, não apenas para os seus autores, mas também para todos os penacovenses que sentem orgulho na sua terra. O propósito implícito no subtítulo foi atingido: o nome (e a marca) Penacova foi mais divulgado e chegou mais longe e o conjunto das riquezas patrimoniais do nosso concelho saiu certamente mais valorizado. 

Relendo a Nota de Apresentação à 1ª edição, assinada pelo Sr. Presidente da Câmara, verificamos que já aí se perspectivava o bom acolhimento deste trabalho junto dos potenciais leitores. Na opinião do Dr. Humberto Oliveira “esta obra, depois de devidamente publicada e divulgada” poderia “funcionar como um verdadeiro roteiro turístico e promocional de Penacova”. 

Certamente por isso, o Município entendeu fazer uma reimpressão (2ª edição) em 2017 e, uma vez esgotada, decidiu avançar agora para uma 3ª edição, o que muito nos apraz. 

Volvido este tempo, reconheceu-se ser pertinente proceder a uma revisão e actualização de alguns aspectos do livro. A primeira alteração, que salta à vista, situa-se ao nível do grafismo, apenas por motivos de ordem logística. Sentiu-se depois a necessidade de corrigir uma ou outra “gralha” que sempre teima em existir e fazer pequenos ajustes no texto e nas gravuras. Em relação ao conteúdo, completaram-se alguns dados de carácter informativo e acrescentaram-se outros, como foi o caso do Rancho de S. Pedro de Alva e a referência ao jornal digital Penacova Actual. No capítulo da pintura, incluímos agora a alusão à homenagem a Martins da Costa, sublinhámos as raízes penacovenses de Waldemar da Costa e actualizámos as referências às obras de José Fonte. 

O património cultural e a natureza são valores indissociáveis. A cultura não é mais do que o diálogo criador da humanidade face ao mundo natural. O próprio termo “Património” encerra na sua etimologia um sentido dinâmico (recorda-nos Guilherme d’Oliveira Martins no recente livro Património Cultural: Realidade viva) na medida em que é formado por duas palavras latinas, patres e múnus, que significam “pais” e “serviço” apontando assim para uma “acção posta ao serviço do que recebemos dos nossos pais.” 

Um interessante modo - que nos responsabiliza ainda mais - de encarar as questões do património, seja ele natural ou cultural. 

Travanca do Mondego, 7/7/2020 
David Gonçalves de Almeida»

Capa da 1ª edição (2012)


27 setembro 2012

Colóquio "Mosteiro de Lorvão: o Futuro da Memória"

Adaptação de cartaz do evento
No âmbito das Jornadas Europeias do Património e do Dia Mundial do Turismo, o Município de Penacova promoveu hoje no Mosteiro de Lorvão o Colóquio "Mosteiro de Lorvão - O Futuro da Memória".
A iniciativa teve o apoio da Junta de Freguesia de Lorvão, da Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão e da Filarmónica Boa Vontade Lorvanense.
O Colóquio, que contou com a presença do Prof. Doutor Nelson Correia Borges, da Prof. Doutora Fernanda Cravidão, do Arquitecto Fábio Nogueira e, em representação, da Direcção Regional da Cultura, do Dr. Artur Côrte-Real, tinha como objectivo lançar o debate sobre a futura utilização das instalações (Grande Dormitório do séc. VII) que durante cinquenta anos albergaram o Hospital Psiquiátrico.
A intervenção do Prof. Doutor Nelson Correia Borges teve como tema "A memória do património edificado". Aquele historiador traçou as linhas gerais da história mais longínqua de Lorvão, recordando que nesta localidade foi encontrado um machado neolítico, bem como uma inscrição atestando a existência de uma villa romana. Outro achado que se poderá entender como "a certidão de nascimento" do mosteiro foi uma pedra tumular visigótica. Referiu ainda as diversas fases da arquitectura do conjunto monástico até ao séc. XVIII. Um dos muitos aspectos que referiu foi o facto de, no caso de Lorvão, existir uma "harmonia perfeita entre o conjunto de construções e a natureza envolvente". Defendeu a recuperação do scriptorium que teve um papel importantíssimo na vida do mosteiro e de que são exemplo as célebres iluminuras lorvanenses.
A Prof. Doutora Fernanda Cravidão, catedrática de geografia, acentuou a ideia de que a valorização do património só faz sentido se este for colocado ao dispor das populações. Apontou como hipótese de aproveitamento do edifício, a instalação de uma Companhia Residente, no domínios das artes (Teatro, Música ou outras) bem como a instalação de um museu local, ou ainda como espaço de Forum Cívico.
O Dr. Artur Côrte-Real, arqueólogo,  apresentou a experiência muito positiva da recuperação do Mosteiro de Santa Clara a Velha e das dinâmicas desenvolvidas no sentido da criação de públicos, já que Património e Turismo são dois aspectos que cada vez mais são indissociáveis de projectos bem sucedidos.
Por sua vez, o Arquitecto Fábio Nogueira, penacovense, apresentou o tema "Lorvão: um Olhar do Mosteiro para a Vila" salientando a "decadência" do Centro Histórico e apontando aspectos de completo desordenamento quer nos espaços públicos (ribeira, arruamentos, mobiliário urbano, placas toponímicas...), quer nas edificações privadas (caixilharias, rebocos, coberturas, degradação...). Em síntese, demonstrou que a qualificação do Mosteiro implica necessariamente a qualificação da Vila e considerou urgente a elaboração de um Plano de Salvaguarda.

No contexto destas comemorações, actua amanhã no auditório da Biblioteca Municipal de pelas 21H30, o Ensemble de Saxofones de Coimbra.

David Almeida