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02 junho 2022

Lugares, monumentos e sítios de Penacova (1): Livraria do Mondego

 


O local “Livraria do Mondego” deve o seu nome ao facto da formação rochosa existente se assemelhar à disposição dos livros nas estantes de uma biblioteca. Este "geomonumento", para usar a designação proposta por Galopim de Carvalho,  é constituído por quartzito ordovícico (Arenigiano, com 480 a 490 milhões de anos) e faz parte da grande falha tardi-hercínia que se estende ao longo de cerca de 250 km desde a povoação de Verín, em Espanha, até à zona de Penacova (Falha Verin-Régua-Penacova).


Neste local de manifesto interesse geológico foi encontrada em 1915, quando decorriam obras na estrada de Entre Penedos, uma formação rochosa que o “Jornal de Penacova” designou, em título, por “Pedra Curiosa”.[1]

O director do então Museu Geológico da Universidade de Coimbra, Anselmo Ferraz de Carvalho, depois de vir ao local, decidiu salvaguardar aquele achado, enviando-o para o museu que dirigia.




Esta laje quartzítica, com uma superfície de cerca de 3m2 constitui o maior exemplar de “Cruziana” em museus portugueses. Encontra-se em Coimbra, emparedado no átrio da galeria de Mineralogia do Museu da Ciência, com a indicação de proveniência “Vila Nova – Penacova”.

Sabe-se que, nas recuadas eras da vida da Terra, esta região esteve coberta pela água de um mar pouco profundo que cobria grande parte da Península Ibérica, um mar de areias e lamas, entretanto desaparecido. Nesse habitat viviam as Trilobites. Os rastos de locomoção destes artrópodes são designados por bilobites ou cruzianas. Só a partir do século XX começou a haver algum consenso entre paleontólogos quanto à interpretação destes registos enquanto marcas da locomoção (icnofósseis) daqueles animais marinhos.

A designação “Livraria do Mondego” é muito antiga, não se sabendo se tem origem popular ou erudita. Já no séc. XIX foi referenciada por António Feliciano de Castilho, no prefácio “Conversação Preambular” ao livro de Tomás Ribeiro, “D. Jayme ou a dominação de Castela.” Castilho nasceu em 1800. Sendo assim, aquela viagem de Santa Comba Dão a Coimbra terá acontecido há sensivelmente 200 anos, quando estudava Direito na Lusa Atenas.

Uma observação: não será viável dispormos, “in situ”, de uma réplica da “Bilobite de Vila Nova”, num futuro Centro de Interpretação localizado na zona?

____________

[1] "BILOBITES DA LIVRARIA DO MONDEGO - Designados popularmente por Bilobites, os icnofósseis de Cruziana são testemunhos de atividade de artrópodes marinhos há muito extintos, as Trilobites.

Os icnofósseis permitem interpretar o comportamento dos organismos do passado. Em muitos casos sendo enigmática a relação entre espécie produtora e as marcas deixadas. Da locomoção na procura de alimento das Trilobites nos fundos marinhos resultaram sulcos onde se observam padrões de marcas de arranhamento produzidas pelos apêndices. As estruturas preenchidas em dois lóbulos resultaram em moldes naturais que permitem observar detalhes da atividade e até indicar o sentido do deslocamento.

Este espécime [ver foto] forma parte de um conjunto de registos trazidos da Livraria do Mondego (Penacova), um local de interesse geológico onde o rio Mondego corta os estratos verticais de quartzito formados no Ordovícico (há 475 milhões de anos).

In Museu da Ciência, Universidade de Coimbra.









09 abril 2022

Olhares: "O temeroso sítio de Entre-Penedos"


"Acima da vila de Penacova, a mais de três léguas de Coimbra, alevantam-se quase
a prumo dois grandíssimos penedos, que deram nome àquele passo do Mondego.
A face da pedra, denegrida pelos sois de muitos séculos, é lisa e nua. Apenas
dalguma estreita fenda brota enfezado arbusto ou solitária planta ressequida
pelos ardores do estio.

Em baixo, correm as águas turvas, escuras, sombrias, por sobre as quais a voz
humana e os demais sons têm aquele ressoar lúgubre e prolongado, próprio das
cavernas e dos vales estreitos e profundos, onde a proximidade das encostas se
opõe à propagação das ondulações sonoras.

O espírito confrange-se em tão medonhas solidões, e, às vezes, irresistível
fascinação prende os olhos ao abismo ...D'ambos os lados o aspecto da rocha é
muito semelhante. Às camadas e veios de uma parte, correspondem outros da parte
oposta. Parece, por esta razão, que a serra, ora fendida, foi antigamente contínua, e
que os xistos silurianos, de que a dizem formada, encheram o espaço, em que hoje
corre o ar e a água.

Um poeta, menos conhecido entre nós do que o merece, cantou numa das suas
metamorfoses o antigo cataclismo que fez lugar à ruptura do monte e à passagem
das águas, as quais, na sua opinião, formavam juntas um grande lago, limitado
pelas serras do Bussaco, Caramulo, Estrela, Góis e Lousã:

No sitio, em que o Mondego coibido
Por eternas barreiras lá da origem
Do mundo, pouco e pouco,
Séculos mil e mil acumulara,
Jove troou dos ares... e os Gigantes
De Góis, do Caramulo e do Bussaco
Do pego pelas vagas se esconderam.
Mas de Neptuno a força pelo meio,
Indignando balizas, co'as entranhas
De humedecido monte, furibundo,
A sucessão rasgou da Hermínia serra,
E o que foi mar, é solo . . .

A ideia do poeta, apesar da liberdade, a que ele tinha direitos, não é talvez tão
exagerada, como a de um célebre físico e matemático português, que, a fim de
evitar os estragos das inundações, propôs a restauração do lago primitivo por meio
de um açude agigantado, que havia de unir as duas rochas separadas. Pôde às
vezes a arte mais do que a natureza , mas neste caso, quando não resistiu o monte
endurecido e consolidado pela intensidade das causas cosmogénicas, havia de
resistir a muralha alevantada por débeis mãos de homem?


in ESCRITOS DIVERSOS DE
AUGUSTO FILIPE SIMÕES
1888
(grafia actualizada)

02 setembro 2021

Livraria do Mondego: quem se lembrou de a chamar assim?


O local “Livraria do Mondego” deve o seu nome ao facto da formação rochosa existente se assemelhar à disposição dos livros nas estantes de uma biblioteca.  Formação rochosa que é constituída por quartzitos e faz parte da grande falha tardi-hercínia  que se estende ao longo de cerca de 250 km desde a povoação de Verín, em Espanha, até à zona de Penacova (Falha Verin-Régua-Penacova). 


Sabe-se que, nas distantes eras da vida da Terra, esta região esteve coberta pelas águas de um mar não muito profundo que cobria grande parte da Península Ibérica, um oceano de areias e lamas, entretanto desaparecido. Nesse habitat vivia uma espécie de artrópodes, as trilobites, cujos rastos de locomoção formam as bilobites ou cruzianas. Um desses icnofósseis (como os de Penha Garcia) foi encontrado aqui, em 1915, aquando das obras na estrada.

A designação “Livraria do Mondego” é muito antiga, não se sabendo se tem origem  popular ou erudita. Já no séc. XIX era referenciada por António Feliciano de Castilho, na “Conversação Preambular” (uma espécie de prefácio) introdutória ao livro de Tomás Ribeiro, D. Jayme ou a dominação de Castela. 

Castilho, que estudou Direito em Coimbra e era cego desde os 6 anos (em consequência de sarampo), nasceu em 1800. Sendo assim, essa viagem de Santa Comba Dão a Coimbra terá acontecido há sensivelmente 200 anos, quando  estudava na Lusa Atenas. 

A designação, apesar de, no texto em causa, ter saído da boca do barqueiro, poderá ter uma origem erudita. Por sua vez, “Entre Penedos” seria a designação nascida no linguajar do povo.

16 março 2015

Bizarros comportamentos com 480 milhões de anos

Ainda sobre o assunto que temos vindo a tratar relacionado com a tal "Pedra Curiosa", acrescentamos hoje mais alguma informação, especialmente dedicada àqueles que estão empenhados e estão a levar a sério a hipótese de termos na Livraria do Mondego mais um elemento que enriquecerá aquele local. Poder, aí, onde há  100 anos foi encontrado, observar aquele icnofóssil (ou uma réplica) ainda preservado e visitável no Museu Geológico da Universidade de Coimbra, seria sem dúvida mais um ponto de interesse a acrescentar àquele sítio.

O texto que se segue, referente a Penha Garcia, muito bem se poderia aplicar à Livraria do Mondego, dado que as condições materiais e temporais são as mesmas. Por isso onde se lê Penha Garcia, poderíamos ler  Livraria do Mondego, Entre Penedos...


Icnofósseis de Penha Garcia

Cruziana furcífera - Penha Garcia
Fotografia de Pedro Martins

Penha Garcia há 480 milhões de anos. Um mar negro pela noite austral é varrido por ventos ciclónicos que erguem ondas colossais. Nesta paisagem de trevas , pouco mais se vislumbra do que pequenos baixios arenosos despojados de vida, um mar gélido estende-se para além do horizonte. Terra firme existe a algumas centenas de quilómetros, uma gigantesca massa continental onde se individualizam apenas maciços rochosos, desertos pedregosos, lagos e rios cor de terra. O verde não existe.

As primeiras plantas terão um papel decisivo na formação e fixação de solos apenas 65 milhões de anos mais tarde.

Assim, pouca coisa vai sucedendo na terra, para além de uma rápida erosão causada pelos rios numa paisagem desértica.

Abaixo da superfície líquida crispada, a vida floresce  e fervilha de emocões. Colónias de vermes poliquetas e foronídeos sedentários estendem os seus apêndices plumosoas às correntes marinhas a partir das suas tocas verticais  ou em forma de U, quais redes para a pesca  de minúsculas partículas orgânicas em suspensão nas águas agitadas.

passagem de um grande artrópode  filocarídeo ( semelhante a um camarão encerrado numa concha) nadando sobre estas colónias de “pescadores” faz com  que , num piscar se olhos,  os poliquetas e foronídeos se escondam no interior dos seus tubos escavados nos fundos arenosos.

As fortes correntes de fundo que modelam a areia numa sucessão de cristas paralelas e levantam nuvens de finas partículas também são o fulcro do alimento para os braquiópodes linguliformes. No entanto estes seres vivem enterrados  na areia no interior da sua concha bivalve, mantendo uma ligacão com o exterior para respirar e obter alimento.

A maior profundidade milhares de  trilobites revolvem o fundo arenoso em busca de alimento, adoptando várias e inovadoras estratégias de comportamento que lhes permitem obter mais comida com menos esforço ( Neto de Carvalho, 2006). Basicamente as escavações que as trilobites produzem entre níveis de areia e argila, num acto continuado de assimilação dos abundantes detritos orgânicos, correspondem sulcos bilobados provocados pelo movimento síncrono de mais de 13 pares de patas. Neste colossal fast food de Penha Garcia não é raro ver o trabalho de algumas das maiores trilobites que alguma vez terão existido, com quase meio metro de comprido: verdadeiros gigantes no mundo dos invertebrados! São animais que se alimentam em grupos compostos por dezenas de indivíduos da mesma idade.

Afastados destes gigantes couraçados,  verdadeiras escolas de trilobites com pouco mais de 4mm de comprido testam as estratégias de alimentação e os modos de vida que fizeram deste, um dos mais bem sucedidos grupos de artrópodes de sempre, até desaparecerem  definitivamente  dos oceanos  230 milhões de anos mais tarde.

São janelas temporais deste mundo perdido há muito que poderá encontrar ao longo da Rota dos Fósseis, em Penha Garcia.

Cada camada de quartzito, hoje verticalizada, conta um instante passado no fundo marinho de há 480 milhões de anos. Aprender a ler este livro sobre a História da Terra é despertar para a solução de múltiplos enigmas  que constituem a evolução da Vida.


capa do livro em referência
Carlos Neto de Carvalho (texto) e Pedro Martins (Imagens) Geopark Naturtejo da Meseta Meridional - 600 milhões de anos em imagens. Edição: Naturtejo, E.I.M. – Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, 2007



in Carlos Neto de Carvalho e Pedro Martins ,op. cit.


 Se não conhece Penha Garcia, deixamos a sugestão de uma visita!

12 março 2015

A "Pedra Curiosa": leia a notícia que o Jornal de Penacova publicou em 1915

Já em 20 de Fevereiro de 2011 havíamos escrito neste blogue um texto intitulado As Bilobites de Penacova onde dávamos conta dos longínquos anos em que pela primeira vez tivemos a oportunidade de ver esta “pedra” no Museu Geológico da Universidade de Coimbra.
No livro Penacova e a República na Imprensa Local (2011) também fizemos referência 
à “pedra curiosa” a propósito da crítica desferida às crenças religiosas do “povo ignorante” por parte dos republicanos, detentores do Jornal de Penacova.
Em 2012 quando se preparava a obra Patrimónios de Penacova, de novo procurámos mais informação sobre o assunto. A referência a “este património” ficou a constar do livro. Já antes, na obra de Carlos Fonseca e Fernando Correia, Penacova,o Mondego e a Lampreia havia sido dado grande relevo a estes aspectos, inclusivamente com fotografias excelentes de fósseis recolhidos na região de Penacova e também dos icnofósseis (vestígios da actividade biológica) encontrados na zona de “Entre Penedos”.
Há dias, a propósito da intervenção que a Câmara Municipal está a levar a cabo na Livraria do Mondego voltámos ao assunto. Quando hoje publicámos imagens da “lage de grandes dimensões” prometemos trazer aos leitores do Penacova Online a notícia publicada em 1915 no Jornal de Penacova nº 709 de 22 de Maio de 1915.

Aqui vai:

PEDRA CURIOSA

Em Entre Penedos, nas obras da estrada 48 (...) foi encontrada uma pedra curiosíssima, com desenhos em alto relevo, que não obstante serem irregulares, são de traço uniforme, de largura aproximada de seis centímetros, em forma de cordão, com umas reentrâncias ao meio. Os desenhos ou antes cordões entrecruzam-se, sobrepondo-se no ponto de contacto.
A pedra que conseguiu arrancar-se , mas fragmentada , mede cerca de 3 metros de comprimento por um a um e meio de largo e de 20 a 30 centímetros de espessura.
O bloco, que foi encontrado em posição vertical (...) não foi completamente arrancado devido à grande dificuldade que há em o fazer.
O lente de geologia da Universidade, dr. Anselmo Ferraz, veio ver a referida pedra e mandou removê-la para o museu daquela cidade. O exemplar realmente curioso não é uma novidade para os geólogos (...) uns atribuem à incrustação de raízes e fetos minerais (...) outros atribuem ao rasto de um bicharoco de nome muito arrevesado que agora não nos lembra, que passeava muito tranquilamente por sobre esses referidos minerais, que depois se petrificaram.
Como é natural, em volta da referida pedra já o nosso povinho na sua ignorância, criou uma lenda - ou mais do que uma - crendo uns que aquilo é obra dos moiros e outros que é coisa de milagre porque no emaranhado dos desenhos e ao meio de um círculo, com um pouco de boa vontade, se pode ver desenhada uma cruz!
Mas não temos que nos admirar do desacordo em que o povo ignorante está sobre a origem da curiosa pedra, porque os próprios sábios geólogos também o estão!
.
Jornal de Penacova, nº 709 de 22 de Maio de 1915

Alguns dos cabeçalhos que o Jornal de Penacova (1901-1937)
foi apresentando

20 fevereiro 2011

As bilobites de Penacova

Já lá vão uns bons anos, enquanto estudante de Coimbra, que em visita ao Museu Mineralógico e Geológico da Universidade, fomos surpreendidos por uma lage-painel (com cerca de 2x3 m, se bem nos recordamos) de bilobites com a indicação de origem de Penacova. Por diversas vezes nos vinha à memória aquela estranha amostra geológica e o desejo de voltar àquele museu.  Hoje, por mero acaso, é com satisfação que, nas nossas pesquisas na internet, nos aparece uma fotografia da mesma e que partilhamos com os nossos leitores.

Grande lage com Cruziana colectada em Penacova patente numa parede do Museu Mineralógico e Geológico de Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra.

Aqui fica também parte de um texto publicado pela Câmara Municipal, aquando da Candidatura da Livraria do Mondego a Maravilha Natural e que nos ajuda a perceber como pode aparecer em Penacova este vestígio de fundos marinhos.

Há 500 milhões de anos a região do Buçaco, bem como toda a Beira Baixa, Beira Alta e região duriense, esteve coberta pela água de um mar que já desapareceu há muito e a que os geólogos chamam de Rheique. Na verdade cobria quase toda a Península Ibérica e era um mar raso de areias brancas, camada sobre camada, em águas transparentes com algumas zonas um pouco mais profundas e algumas ilhas não muito elevadas. Os areais extensos e os fundões mais lamacentos ou pedregosos perdiam-se de vista. Nestas areias e lamas viviam uns artrópodes marinhos, as Trilobites, que eram os seus principais habitantes. E foi nestas areias, tal como se interpreta hoje, que deixaram longos rastos das suas caminhadas, as bilobites.
Quando estes fundos foram apertados pela colisão de dois grandes continentes então existentes, começaram a ficar arqueados até serem completamente enrugados como as dobras de uma concertina. Contudo os fechos dessas dobras eram mais redondos tal como grandes caleiras ou como se estivéssemos a ver o ondulado de um velho telhado feito com telha lusitana.
Uma dessas grandes caleiras, a que os geólogos chamam sinclinais, constitui a Serra do Buçaco. Os dois bordos do sinclinal, por serem constituídos por aquelas areias endurecidas (quartzitos) ficam salientes no relevo, resistindo ao desgaste da chuva e do vento (erosão) e preservando o perfil da Serra, desde há muitos anos. O lado poente do sinclinal está mais partido e retalhado do que o lado nascente. No lado poente, desde o Penedo do Castro até aos Moinhos de Gavinhas e daí até Ponte da Mata, o alcantilado está muito segmentado. No lado nascente, desde o Luso, Cruz Alta, Moinhos da Portela da Oliveira até ao Mondego e daí até muito mais a sudeste, os quartzitos resistem e fazem um caminho quase contínuo. No fundo do sinclinal que se percorre por estrada antiga, pode descer-se desde Sazes passando pela Espinheira, Galiano até Penacova. Tudo isto foi detalhadamente estudado por Nery Delgado no séc. XIX e no princípio do séc. XX, tendo deixado como resultado desses trabalhos alguns mapas de grande beleza e rigor.
Nas fragas que o Mondego atravessa, os quartzitos estão cortados e mostram em qualquer das suas margens, mas especialmente na margem norte, as camadas de quartzitos verticais, como fiadas de prateleiras de livros da velha biblioteca da Universidade de Coimbra. Aqui, o espectáculo das antigas areias postas ao alto, hoje quartzitos, mereceram a designação de Livrarias do Mondego, pela sua beleza e pela posição particular em que se encontram, constituindo um património geológico e turístico que deve ser divulgado e preservado e não deve deixar de ser visitado.


Município de Penacova - Nota de Imprensa Janeiro de 2010