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11 dezembro 2011

Confraria da Lampreia de Penacova inaugurou simbolicamente a Escada de Peixe em Coimbra

Imagem: INAG - Instituto Nacional da Água

clique para aceder ao JN
A Confraria da Lampreia inaugurou este sábado simbolicamente a escada de peixe no Rio Mondego, em Coimbra, e reafirmou o propósito de avançar com acções judiciais contra a construção de uma barragem na zona de Penacova, por destruir o ecossistema.

Uma acção popular e providências cautelares para travar decisões administrativas são algumas das medidas que a confraria pondera se não surtirem efeito as iniciativas que tem vindo a ser desenvolvidas autonomamente ou enquadradas na Plataforma Mondego Vivo.

Fernando Lopes, presidente daquela confraria, salientou que a construção dessa mini-hídrica anulará os efeitos da escada de peixe, que custou 3,6 milhões de euros, e era uma aspiração com três décadas, para preservar as espécies piscícolas migratórias que sobem o Rio Mondego para a desova.

"Vai destruir-se o habitat da lampreia para construir uma mini-hídrica que em termos energéticos não tem expressão", declarou o dirigente.

Salientou que a futura barragem a 10 quilómetros do Açude-Ponte de Coimbra, onde está instalada a escada de peixe, criará uma albufeira de águas paradas e alterará a fauna piscícola.

Para Fernando Lopes, se se pretendia aumentar a produção de energia eléctrica poderia ter-se instalado mais turbinas nas barragens do Coiço e Fronhas, ambas no Rio Mondego, sem este impacto no rio e nas zonas ribeirinhas que ficarão submersas.

A lampreia tem no Rio Mondego um dos seus habitats, e as especialidades gastronómicas que possibilita estimulam a economia local, mas precisa de água corrente e de baixios arenosos, condições que deixarão de existir, alerta Fernando Lopes.

A Confraria da Lampreia, em conjunto com a Plataforma Mondego Vivo tem em curso a preparação de uma petição à Assembleia da República para anular a concessão da construção da barragem feita pelo Estado a uma empresa, e agendado para 21 de janeiro próximo um encontro científico sobre o tema.


A ESCADA DE PEIXE



As obras hidráulicas transversais constituem barreiras físicas ao contínuo fluvial, em particular à livre circulação das espécies piscícolas. No rio Mondego existe uma relativa variedade de espécies.
A fim de mitigar o problema criado pela dificuldade de transposição de tais espécies, a opção da construção de uma passagem para peixes, surge como a solução para garantir a manutenção dos ciclos biológicos dos peixes.
O Açude de Coimbra constitui a primeira barreira intransponível para as espécies.
Apesar de dispôr de uma passagem para peixes original, dimensionada com os conhecimentos da altura, a mesma veio a revelar-se ineficaz, reduzindo o habitat disponível para estas espécies aos últimos 35 km do rio Mondego.
O Instituto da Água promoveu um estudo para a correcção desta situação, dele resultando a presente solução, de um dispositivo de transposição com cerca de 125 m de comprimento, na margem esquerda, cuja execução agora começou.
A mini-hídrica vem colocar em causa todo  este investimento de
2 888 738,39 € + IVA (dados do INAG)


28 fevereiro 2011

Depois da luta em prol da realização de uma obra, um segundo combate se desenha agora contra a construção de uma outra que poderá inviabilizar a primeira...



São cerca de 3,5 milhões, sendo 2,5 de financiamento
comunitário e 1 milhão de comparticipação nacional,
conforme se pode ler nas placas

As obras a juzante do açude revelam uma dimensão
mais exacta da complexidade da obra

A montante da ponte açude também é visível o avanço da obra
FOTOS: PENACOVA ONLINE
São 3,5 milhões de euros por água abaixo?  A obra da escada de peixe avança ( ver fotos de hoje ) mas enquanto que uns entendem que mesmo com a construção da mini-hídrica vale sempre o investimento, pois serão sempre cerca de 15 quilómetros a montante ( além de garantirem que a obra na zona do Caneiro acautelará todos os problemas levantados quanto à passagem da lampreia), outros entendem que o investimento, tão ansiado, que está a ser feito na ponte-açude de Coimbra, corre o risco de ser desperdiçado se avançar-como se crê-com a mini-hídrica. Penacova está contra e este fim de semana que passou o Capítulo da Confraria da Lampreia reforçou essa contestação.

Escreve o Diário de Coimbra:

“Mini-hídrica será fatal
para lampreia de Penacova”

Vencida a batalha da “escada de peixe”, Confraria da Lampreia lutará contra projecto da Foz do Caneiro.

Primeiro a construção de açudes e barragens, agora o anúncio de uma mini-hídrica. No VIII Capítulo da Confraria da Lampreia, voltaram a erguer-se vozes contra o projecto da Foz do Caneiro, na certeza que tal afectará negativamente a já difícil subida da lampreia até Penacova. Na cerimónia de entronização dos novos confrades, o recém-eleito presidente, Fernando Lopes, considerou mesmo que «a mini-hídrica será fatal para a lampreia de Penacova».


«A lampreia que outrora subia o rio Mondego e que aqui chegava em grande quantidade, viu a sua população reduzir-se drasticamente, por via da construção de açudes e de barragens», lamentou o confrade-mor. Prometendo uma «defesa intransigente» da gastronomia do concelho, particularmente do arroz de lampreia, Fernando Lopes referiu que, vencido que parece estar o primeiro obstáculo para o percurso natural da espécie rio acima até Penacova, a confraria centrará esforços na barreira que se adivinha com a mini-hídrica.

A obra da escada de peixe na Ponte-Açude está a decorrer e terá um custo global de aproximadamente quatro milhões de euros, permitindo que lampreias e outras espécies piscícolas migratórias subam o rio. No entender do presidente da Confraria da Lampreia, é no mínimo contraditório que apenas 10 quilómetros a montante se anule o efeito da obra com a construção da mini-hídrica.

Admitindo a necessidade de criar energias alternativas, Fernando Lopes recomendou a «ponderação entre custos e benefícios», colocando do lado dos custos os prejuízos ambientais e turísticos de um paredão de nove metros de altura e da criação de uma albufeira. «Estaremos na linha da frente e vamos aceitar integrar ou promover movimentos que se criarem com o intuito de impedir que seja cometido um atentado grave ao nosso património natural», sublinhou.