Mostrar mensagens com a etiqueta inquisição. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta inquisição. Mostrar todas as mensagens

15 dezembro 2017

Cartas brasileiras: Uma Coisa Leva a Outra


Estando um dia a pesquisar sobre Gondelim encontrei “Portugal Antigo e Moderno”,  livro publicado em 1886, tendo como autor Augusto Soares de Azevedo Barbosa Pinho Leal.

Curioso, deixando de lado o que me levara até ele, passei a folheá-lo ao acaso, quando me deparei com a Rebelião no Convento de Santa Clara, tema da minha última Carta Brasileira.

Fazendo as folhas correrem encontrei o grande incêndio de Lisboa, as penúrias vividas pela corte, o atentado contra o Rei D. José I, em 1758, e por consequência a desgraça dos Távoras; uma família de nobres executada em praça pública, no mesmo dia, por terem, supostamente, participado do atentado. A Marquesa de Távora, D. Leonor, que foi decapitada, teria dado um pito em seu algoz, reclamou, quando ele tentou afastar o colar que ela trazia no pescoço.

Para saber um pouco mais sobre o rei, um link me levou ao Museu da Torre do Tombo, e após a leitura do que me interessava, vi em uma das abas do site uma chamada sobre a Inquisição em Portugal. Na sequência encontrei o processo contra Hyppólito José da Costa; pela minha ignorância, até então, um ilustre desconhecido.

Logo fiquei sabendo, o brasileiro tinha ido para o cárcere por ser “pedreiro livre”, como se intitulam os maçons. A curiosidade ficou mais aguçada porque um grande amigo pertence a essa confraria. Fui então saber que o “réu” vem a ser o patrono da imprensa brasileira.

Para mostrar por completo o achado ao amigo, me meti a transcrever os 156 arquivos digitalizados do processo, e nisso estou até agora metido.

O português utilizado em 1811, ano em que acontece o julgamento, bem como as caligrafias dos escrivães são dificuldades que enfrenta quem se mete a buscar encrenca, na base de uma coisa leva a outra. E, muitas vezes, nem quebrando a cabeça consegui decifrar o que escreveram.

P.T.Juvenal Santos

Notas:
1)    O arquivo do processo contra Hyppólito José da Costa pode ser visto através do link: http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=4522454
2)      Por exigência da fonte, o desenho da execução, de autor desconhecido, foi obtido em