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11 dezembro, 2025

𝕆ℙ𝕀ℕ𝕀Ã𝕆 | Esta América? … é dos Cowboys!


Esta América? … é dos Cowboys!

Num artigo de Opinião que escrevi aqui, no Penacova Online, publicado no dia 19 de Julho de 2024, eu afirmei:


Só que, na minha modesta opinião, as coisas (em política pura) só se conseguem mudar através das pessoas (geração) que sejam portadoras de mensagens e de conhecimentos e de práticas e de tempo para que as mudanças possam operar com a necessária rapidez e consolidação. Esses atributos não reciclados, só nas gerações mais jovens (e preparadas) podem surgir. 

E isso não está a acontecer na América do mundo novo; na América estão 2 velhos a tentar manter linhas de governação esgotadas: um com quase 82 anos e outro com 78... 

Naturalmente que eu fico estupefacto com esta falta de capacidade regenerativa. Serei só eu? 


Passou mais do que um ano; foi eleito presidente um dos velhos e (logo para azar da Europa e do mundo) um homem ligado ao que de pior tem a sociedade: narcisista; voyeurista; incompetente; com ligações obscuras aos “piores mundos que existem”; fanfarrão; racista; aldrabão; e outras coisas mais… como charlatão.

Homem cuja principal acção tem sido espezinhar as pessoas, independentemente da fragilidade em que estas se encontrem.

É Donald Trump de seu nome!

E, efectivamente, passado quase um ano sobre o início de um “reinado” tão conturbado, vamos ficando com a ideia de que está ali um velho amigo de Putin (um oligarca triste, com muitos anos de “carreira”) quiçá com amizade alicerçada com serviços de colaboração ou mesmo espionagem, prestados em traição aos próprios EUA e ao Ocidente…para salvar as insolvências próprias.

…Se calhar, até, umbilicalmente ligado a “coisas muito pouco recomendáveis”!

Primeiro quis definhar o mundo todo (Organizações Internacionais insuspeitas incluídas); depois quis subjugá-lo, pondo em causa todas as “parcerias” e acordos existentes; também com a colocação em vigor de taxas comerciais disruptivas e arrogantes que constituíram, por si só, uma inequívoca punhalada nas costas dos “aliados da América”; e, finalmente, tentou abocanhar inclusive “terra de outras civilizações”, com imposição de “contratos leoninos”!

Entretanto,

Montou a farsa do seu pseudo interesse pela Paz, oferecendo-se mesmo para Prémio Nobel, como se o mundo civilizado fosse só isso: uma organização mafiosa, com a corrupção como lei de base, onde se exige isto e aquilo e se faz birrinha quando não se alcança.

Apesar de dizer uma coisa e o seu contrário sistematicamente, a verdade é que “a sua matilha” age em ataque conjunto, como se fossem cães raivosos a tentar subjugar as presas…

Trump não está sozinho na visão de um mundo unipolar, onde o mais forte (que, por norma, faz cultivar a sua personalidade) e dita a lei, roubando o mais fraco utilizando a força; segue Stalin e ressuscita o método dos Cowboys na sua famigerada guerra contra os Povos indígenas.

É a sua família e os seus “sócios de negociatas” que comandam as relações internacionais, para vergonha de uma das mais aptas organizações de política externa, construída por gerações e gerações de Políticos sérios.

Triste cena esta, convenhamos, em que os velhos se empoderam com pessoas pouco qualificadas, vindas não se sabe bem donde, que abominam o(a)s Imigrantes embora as exibam na cama e nos Eventos, como de troféus se tratassem.

Estamos todos em choque, penso eu, indiscutivelmente!

- Se tem feito mal de propósito a quem não tem capacidade para lhe fazer frente, é verdade?

- Se tem “reduzido a escombros” o Direito Internacional, é igualmente verdade?

- Se pretende reduzir o mundo à perpetuação de meros negócios suspeitos, ainda é verdadeiro?

- Se tem como objectivo aumentar aquilo que dizem ser a sua fortuna, ou salvar as trapalhadas em que se vai metendo, verdade, verdade?

- Se tem humilhado - a mando de terceiros - quem tem demonstrado coragem e verticalidade acima do comum (como os Ucranianos), ainda verdade, também?

Agora ter a ousadia de tentar dar lições ao Mundo Livre - como ainda é a nossa Velha Europa Democrática - acerca de governança e de Liberdade, não só é verdade, como é inadmissível, pura e simplesmente!

A Europa tem estado demasiado descansada, numa ligação de dependência relativamente à América, especialmente no lado militar, sim.

A nossa Europa pode não ser exemplar, mas não será nunca o que aquele “oráculo maltrapilho” nos diz; constituímos - todos juntos - uma civilização muito, muito antiga, mas adaptada aos tempos modernos, com um razoável sentido de solidariedade e com uma vida que não passa só por “comer hambúrgueres”…

É sabido do despeito americano pelo nosso modo de viver há muito tempo; … e sobre o resto do “presságio” xenófobo, bom seria que os EUA olhassem para si próprios… para os horrores das comunidades de droga que criaram, para o desemprego como regra, para o armamento civil, com as nefastas consequências de um Farwest empolgado, que faz vítimas diariamente, que são, sobretudo, Crianças.

Por muito que nós Europeus possamos “dever à América do post guerra” - e devemos alguma coisa, certamente - certo é que não podemos andar a vida inteira a pagar isso; ou a ouvir baboseiras; ou a manter cordialidade para com “brutos normalizados”, que passam a vida a dar cabo uns dos outros a tiro.

À nossa custa muito evolui a economia americana, com níveis de consumo lucrativo em excesso para os bens e serviços dali originários, que, diga-se - destacando-se na indústria da guerra - não ultrapassam os nossos em indústria de conforto e vida digna e avanço tecnológico com investigação.

Se a NATO é a OTAN, muito se deve à dedicação e investimento de todos nós Europeus, incluindo os nossos militares que nada ficam a dever aos americanos e eles bem o sabem.

Daí eu achar que (a manter-se esta posição louca de um velho pouco recomendável) e dos seus “capangas”, o que devemos fazer é, pura e simplesmente, dar-lhes um pontapé num sítio qualquer que doa muito, como estão a fazer - com sucesso - os Canadianos.

Não nos podemos deixar enxovalhar… até porque muito pouco aprendemos, hoje em dia, com gente desta espécie, onde a doutrina é a regra da perpetuação no Poder, para disso retirar lucros equivalentes  “a roubo” aos mais desfavorecidos do mundo desgraçado que por ali anda!

Ou não será?

Luís Pais Amante


08 dezembro, 2025

A Nossa Casa [Azul]

A nossa Casa


Casa, no sentido mais latino

É o refúgio, físico e emocional

Dá-nos confiança, segurança

E tem um traço sentimental

Como tu, Casa Azul, afinal

Aqui implantada, recuperada

A olhar o Vale profundo

Colocado à nossa frente

Na perspectivação do mundo

Onde ficas deveras eloquente


Neste ângulo donde te vejo

Hoje, aqui sentado e despojado

Vê-se que estás virada a Sul

Que o tom do teu azul cobalto

Ultrapassa os limites da beleza

E traz contributos à natureza

Porque “o sonho é azul”

Azul da mente, se transparente

E “O Rio é azul”

Cor da alegria da sua corrente


O Sol que (de poente) te ilumina

[Na minha objectiva empolgada]

Está como que em exaltação

Lembra os símbolos da união

E é franqueado a todos nós

Para te podermos ter com sofreguidão

Com amor, carinho e devoção

 “Dá esperança à Vida futura”

Num tempo de ingratidão

… Onde o Céu ainda continua azul!


Luís Pais Amante

Casa Azul

01 dezembro, 2025

Crónicas do Avô Luís (6) - Natal: uma “receita” familiar!

 


Natal: uma “receita” familiar!

Estamos a chegar ao Natal.

Essa época extraordinária que vai passando de geração em geração ao longo dos anos (muitos), transformando a vida das Crianças e, igualmente, dos Adultos.

É a dinâmica familiar que nós (todos) vamos construindo em “formas consuetudinárias” de festejo.

A minha idade já passou por vários momentos de Natal; o próximo será o 71 (septuagésimo primeiro)!

E, nestes anos todos [desde os tempos das carências generalizadas das Famílias] fomos adaptando a Época à realidade evolutiva dos hábitos de consumo.

Não me canso de recordar os tempos do Natal à lareira, com um “frio de rachar” e tudo à volta cheio de geada.

As expectativas das prendas que se resumiam a roupa ou calçado, agigantando-se quando surgia um chocolate ou um rebuçado.

O reboliço do dia seguinte a exibir “os despojos”!

A crença -até muito tarde- de que era o Pai Natal que tratava uns muito bem e outros muito mal.

Até que (com o nascimento dos membros do Clube da Netaria) a reunião familiar passou a ser literalmente “engolida” pelos embrulhos das prendas.

E, paulatinamente, cada um dava uma prenda a cada qual e todos davam as suas próprias prendas às Crianças.

Era um “regabofe” completamente em contra-ciclo com o recolhido que o Natal exige, pelo menos para quem foi educado na Fé Cristã.

… quase não sobrava tempo para se conversar, contar as experiências, ler contos, ouvir música natalícia, brindar e degustar o momento.

Até surgir o “cheiro bom da consoada” …

Percepcionado o desfazamento do consumo puro e duro, com o objecto do festejo (que, na minha Opinião modesta, deve ser singelo, desprendido, centrado no convívio são) evoluiu-se para uma solução drástica de “excluir prendas para adultos”…

E essa simples decisão poupou metros quadrados aos papeis de embrulho e deu mais espaço à Sala, que num certo momento era ocupada por bonecos, bonequinhos, pilhas, trotinetas, bicicletas;… eu sei lá?

As nossas Crianças - tal como as outras - adoravam as prendinhas e os papéis de embrulho enquanto foram mais pequenas (digamos até aos 3/4 anos).

Agora (5/6/7) já escolhem as prendas que querem e, por vezes, os adultos repetem as prendas ou as Crianças (pura e simplesmente) não gostam delas e fazem “birras”!

As coisas renovavam-se em caracterizações descaracterizadas.

Havia que mudar a situação.

E evoluiu-se de novo para outra solução hipotética, mais radical.

Qual, perguntarão os Leitores?

Cada Criança vai ter um envelope com o seu nome, que começará a circular em breve pelos membros da Família; cada Adulto lá colocará o que entender; os Pais adquirirão o que melhor satisfizer as necessidades do momento.

Achámos todos [Família Democrática] que, deste modo:

1. se combateria o desperdício;
2. ⁠se punha freio ao consumismo;
3. ⁠se pouparia o ambiente, tornando-o mais amigo;
4. ⁠se arranjaria mais espaço para a Festa de Natal, com convívio mais apropriado aos tempos que por aí andam;
5. ⁠tempos esses que (queiramos ou não) são tempos de carência e preocupação…

Na prática - esperamos nós - criar-se-à uma recriação mais apropriada à simplicidade do nascimento do Menino Jesus, que anda esquecido nas Celebrações.

O que me levou a escrever esta “Crónica do Avô Luís”, que até com o Natal condiz e se limita a partilhar uma experiência que pode ser aproveitada por outras Famílias (abertas às inovações, até no amor às Crianças)!

Dentro daquela lógica de que não vale a pena perder tempo com o que já está inventado ou em execução.

… Vamos esperar para ver!


Luís Pais Amante

Casa Azul, 
com desejos de Boas Festas aos seguidores do Blogue e aos Amigos!



18 novembro, 2025

𝕆ℙ𝕀ℕ𝕀Ã𝕆 | Habitação: o que saber sobre o problema?


 
Habitação: o que saber sobre o problema?

A questão da Habitação está a transformar-se num problema muito complexo, sobre o qual há que tentar informar correctamente o nosso Povo, a cada momento, sem criar falsas promessas.

Especialmente aqueles que estão por ela afectados e que não vêem como ultrapassar a situação, vivendo em condições miseráveis.

Tal como o Emprego, a Saúde, a Educação e a Justiça, a Habitação tem indicações constitucionais que os Políticos têm de ter em linha de conta quando se apresentam e concorrem - ou aceitam - este ou aquele “lugar”;


Em face do que acima se pode ler (que concentra o acervo constitucional evolutivo),

!…“Todos têm direito…a uma habitação…”!

E Todos é: ricos, pobres, remediados, jovens, de meia idade ou idosos; mulheres, homens e crianças…

O que ali se constata, não é um conjunto de palavras vãs, mas sim a interiorização de que subsiste um direito objectivo - que numa frase se reduz a uma habitação condigna, adaptada às necessidades - e ao qual se devem dedicar esforços de cumprimento diversificados, na óptica da resolução desta situação, que tem vindo a descontrolar-se…

!… Não existem desculpas de espécie alguma que justifiquem “o estado actual da arte”, a propósito …!

E, aquilo a que temos assistido [muito especialmente a seguir àquele apagão a que o nosso País foi sujeito, da terceira bancarrota, que se quer esquecer ou levar para a prescrição] é ver a política a fazer promessas sem fim (IP3 daqui a um instante?; trabalho digno?; TAP sem problemas de milhões e milhões?; SNS limpo, sem roubos permitidos por gestões incapazes?; salários que não envergonhem?) que, quando empossada, tem esquecido num instantinho…

Todos nós sabemos que o 25 de Abril (em espírito) já conseguiu quase, quase, resolver a problemática, que por essa altura era dramática.

Que Lisboa, em tempos, ultrapassou essa situação com bastante dignidade.

Mas que, entretanto, foram pensadas formas tão complexas “para desajudar”, que afastaram os senhorios dos arrendamentos; os Municípios das capacidades financeiras necessárias para poderem ser parte da solução e o Estado Central, paulatinamente, da sua obrigação de garante construtivo.

A situação resume-se assim:

As incompetências que têm passado pelas áreas de desenvolvimento e controle falam da Habitação sem verdade e sem capacidade e como se ela não fosse uma obrigação constitucional.

Os carentes dela falam como se ela fosse um direito absoluto, sem chatices ou trabalho e/ou necessidades de “cumprimentos”.

Ou seja, ninguém se entende…

… Mas o problema subsiste e faz de nós todos (novamente) como “os do País dos bidonvilles” que os nossos Emigrantes encontraram em Paris, nos anos 60!

O que me surpreende mais é que não se tenha a noção de que a falta de habitação está no cerne dos problemas da nossa Juventude…

A mim, parece-me que não importa tanto se a Pessoa carente de Habitação é nacional ou imigrante legalizado, porque acho que a Constituição se aplica à situação global da população residente, mas isso sim, que é flagrantemente necessário cumpri-la, nos termos que acima aduzimos.

Como Jurista, fico indignado com o modo como a Presidência da República se tem afastado do tema, paulatinamente e com a forma como os Políticos entendem que as suas profissões não têm de ter nenhum tipo de controle, por terem sido eleitos…

É que, penso eu, é exactamente o contrário:

- foram eleitos para darem seguimento aos seus programas eleitorais e todos os programas tiveram metas prometidas, no que à Habitação diz respeito;

- cobram a nós todos para trabalharem com afinco e honestidade e foco nos compromissos e nos juramentos;

- devem sofrer consequências quando falham;

Bastará compreender que, manter uma enormíssima parte das nossas Crianças nas tristes habitações que lhes estão destinadas, vai criando nelas uma grande revolta, cujas consequências podem vir a ser nefastas; Bastará perceber que a Habitação é uma das “pedras de toque”, essenciais à manutenção dos Jovens no País e à consideração dele (País) como do Primeiro Mundo.

Se assim não for, então é porque deixámos de ter coluna vertebral e caminhamos mais inclinados para as Áfricas - sem desprimor para ninguém - infelizmente!

Luís Pais Amante


03 novembro, 2025

Crónicas do Avô Luís (5): A igualdade de oportunidades na Educação

 


A igualdade de oportunidades na Educação

A igualdade de oportunidades, em tese geral, significa o princípio segundo o qual todas as Pessoas devem ter acesso igual a recursos e oportunidades, independentemente das suas características e/ou origens.

Corresponde à visão de um tipo de Sociedade justa e meritocrática, onde o sucesso se baseia essencialmente no esforço individual e na competência.

Recentemente, a OCDE considerou que o nosso País devia dar bolsas de estudo suplementares aos Estudantes mais carenciados.

O mesmo é dizer que o Estado devia colocar todos os Estudantes com as mesmas possibilidades de aceder ao ensino, lactu sensu considerado.

Vejamos:

1. Para ser atingido um acesso justo, o Estado deve democratizar a Educação, responsabilizando-se na criação de condições para tanto;

2. ⁠Para se obter um sucesso escolar equitativo, o percurso tem de ser apoiado nas suas diferenças;

3. ⁠A educação inclusiva, que assim se obteria, seria, naturalmente, fruto da adaptação e ultrapassagem de todas as adversidades.

Entre os elementos de desigualdades identificados (60% e 75%) está a situação económica e financeira dos pais, o que salta à vista num País que tem 2 milhões de cidadãos na pobreza.

A questão da localização (local de origem dos Estudantes) também influencia a desigualdade e esse facto está, igualmente, à vista num País em que o Interior está a definhar há décadas, sem que isso constitua problema.

As zonas rurais, por si só, influenciam a desigualdade, sendo notória a dificuldade dos Jovens no alcançar de resultados académicos e, igualmente, no acesso subsequente a melhores empregos.

Uma coisa me parece certa nesta “orientação” da OCDE:

-Ou seguimos este caminho (dar bolsas suplementares a Estudantes carenciados) ou mandamos para o lixo um dos objetivos primeiros do 25 de Abril, que era, justamente, a igualdade naquele sentido dos deveres do Estado.

Temos de ter a coragem de assumir que os mais jovens, hoje, enfrentam muito mais dificuldades do que aquelas que nós (gerações anteriores) enfrentámos e que o que os espera é ainda pior.

Já nem vale a pena falar das responsabilidades inerentes a esta situação vergonhosa de que falamos hoje.

Fogem todos!

A nossa Constituição diz:

Acima verificamos como é que a Constituição da República Portuguesa trata deste assunto:

a). Na primeira parte temos a vertente positiva da proclamação do direito;

b). Na segunda parte temos a vertente negativa, que o faz impor através da proibição.

O que importa afirmar é que sustentar a recomendação da OCDE nem sequer precisa de muito esforço, num País que esbanja recursos a esmo, como todos os dias vamos sabendo.

O que é mesmo necessário é que tenhamos todos consciência de que, sem apoios, muitos dos nossos cidadãos que têm origem em famílias carenciadas, são “mentes brilhantes” que muito podem dar ao País.

E, in casu, desaproveitar estes potenciais, não se admite, pura e simplesmente; é esbanjar conhecimento.

Apelo, portanto, ao Ministro da Educação e ao Ministro das Finanças, para que acabem de vez com esta “discriminação”, real e objectiva.

E acreditem,

Eu sei bem do que falo!

Luís Pais Amante


02 outubro, 2025

Crónicas do Avô Luís (4): A primeira vez!


A primeira vez!

O uso desta expressão -como é mais generalizado entre os Jovens- está conectado, muito frequentemente, com situações que para aqui não são chamadas, dada a intimidade que comportam.

Leiam, por favor, o que reproduzo abaixo:

Apesar de a lei de 1974 apenas dizer respeito à eleição da Assembleia Constituinte, a regra do voto universal passaria a vigorar no novo regime democrático. No dia 2 de abril de 1976 foi publicada a nova Constituição da República Portuguesa,[121 cujo n.° 2 do art. 48.° prescrevia que O sufrágio é universal, igual e secreto e reconhecido a todos os cidadãos maiores de 18 anos, ressalvadas as incapacidades da lei geral, e o seu exercício é pessoal e constitui um dever cívico. Este preceito teve expressão na Lei n.° 69/78, de 3 de novembro (Lei de Recenseamento Eleitoral).[' O art. 1.° dispunha o seguinte: O recenseamento eleitoral é oficioso, obrigatório e único para todas as eleições por sufrágio directo e universal.

Com a entrada em vigor destes diplomas legais ficou, finalmente, eliminada no nosso País, toda e qualquer discriminação, já que o âmbito de aplicação englobava o sufrágio para todas as Eleições, inclusive, para os órgãos das Autarquias Locais.

E é justamente por isso que eu quero escrever hoje, dirigindo-me aos meus concidadãos Jovens.

Àqueles que podem votar e o não têm feito, por isto ou por aquilo.

Relacionado com a votação, como sabemos, está a abstenção, que em Portugal tem níveis absolutamente vergonhosos, por serem demasiado elevados e demonstrarem um alheamento anormal pela política da população em geral.

É certo que os nossos Políticos, infelizmente, nãos nos têm dado grandes demonstrações de merecimento dos nossos votos, mas é bom que se interiorize que a tal abstenção -muitas vezes- só beneficia quem não merece mesmo de todo.

É que, a aplicação em vigor do Método de Hondt: o que promove a distribuição dos lugares disponíveis para o exercício da política, beneficia mesmo alguns, em detrimento de outros, principalmente quando, ainda que pouco representativos, conseguem taxas elevadas de mobilização.

…A ideia que vai passando é a de que a nossa Juventude não quer saber dos destinos do nosso País…

Todavia,

Será exactamente a Juventude que mais sofrerá com tomadas de decisão políticas que a possa afectar, negativamente; e o que é que não afecta a vida daqueles que só agora, praticamente, a estão a iniciar?

Os interesses divergem consoante nós vamos envelhecendo, indubitavelmente.

Para os Jovens é muito mais interessante saber se o Ensino cria condições de igualdade que propicie a todos irem -em termos académicos- até onde quiserem ou, pelo menos, até onde puderem.

Se há propinas a pagar? Se há alojamento disponível? Se têm Estabelecimentos de Ensino próximos da residência habitual? Se a empregabilidade é elevada para as habilitações que preferem?

Se têm hipótese de constituir Família, com garantia de acesso a renda acessível ou aquisição possível de habitação? Se os Filhos serão aceites nas Creches e nas Escolas gratuitas ou não?

Por outro lado,

Para os mais idosos o que mais interessa, afinal, é se conseguirão garantir um mínimo de subsistência digna para si e para os seus, o que engloba: as questões de apoio social; as de reforma; as de assistência médica e medicamentosa; as dos preços em geral (alimentação, renda, transportes).

Muito grande e difícil foi o percurso dos que lutaram pela não discriminação no voto, ainda antes do 25 de Abril, como foi o caso famoso de Beatriz Ângelo, que aconselho a irem procurar, por se tratar de um exemplo enorme em significado; o Tribunal considerou (numa fragilidade da legislação então em vigor, que, na prática proibia o voto das Mulheres) que estava a ser vítima de discriminação!

Igualmente muitos foram os que, querendo, não podiam votar antes dos 21 anos.

Difícil também está a ser a extensão da elegibilidade para se poder votar aos 16 anos, como eu defendo.

Ou seja,

O Senhor Voto, como lhe costumo chamar, é a maior expressão da Liberdade e torna-se quase imperativo que a nossa Juventude vá às urnas, votar!

Que o façam já nas próximas Eleições!

Não interessa em quem; importante é a participação e o trabalho prévio da “formação cívica”.

Tendo -e exercendo com propriedade- a sua “primeira vez”…

Luís Pais Amante
Casa Azul

19 setembro, 2025

𝕆ℙ𝕀ℕ𝕀Ã𝕆 | Oh Juventude: para onde irá o Jornalismo?


Ao longo da minha vida, sempre defendi a Liberdade dos Jornalistas, a liberdade de expressão, desde que cumprida (na sua base de informação) a Liberdade de Imprensa, tout court, como se encontra plasmada legal e constitucionalmente.

Também alertei para a precariedade dos Jornalistas (principalmente dos mais Jovens) dado o facto de entidades que têm surgido sem escrúpulos, da área, os aproveitarem “até ao tutano” para produzirem um tipo de “jornalismo alarmista” e, algumas vezes, “vergonhoso”!

São os célebres “recibos verdes” como base contratual toscamente ilegal;

São as condições gerais de trabalho sem horários, sem direitos, até sem Seguro;

São os “arautos da riqueza a qualquer preço” sem história na comunicação a apoderarem-se dos meios da comunicação social, para dela servirem os seus “instintos”;

É a comunicação social a servir interesses duvidosos, até do ponto de vista político…através dos seus comentadores, na tentativa de manterem nos círculos do poder determinadas personalidades …

Tudo isto junto, provoca a estupefação quase geral, mas silenciosa, num cenário de crescimento absurdo da “noticia agressiva”, da “notícia repetitiva” até da “notícia paga”, por interesses objectivamente obscuros.

Em tal traçado contexto, temos todos de, naturalmente, trazer à luz do dia os casos em que este jornalismo anormal se vê e, principalmente, ajudar a cuidar do percurso são da tal “Liberdade de Imprensa”!

As televisões, muito particularmente, usam e abusam destas “técnicas mais perniciosas” de marketing de comunicação, afinal correspondente a “propaganda”, pura e simplesmente, como é o caso dos anúncios de jogos de azar dos casinos.

Há casos recentes que evidenciam os tópicos que acabámos de referir:

- Os fogos, com horas e horas de programação, na procura da desgraça, acerca do que se pode questionar se isso não incentiva os incendiários, nãos lhes dá “combustível”?

- O Acidente do Elevador da Glória, que alimenta todos os horários das televisões, acerca do que se pode questionar se trás algum benefício objetivo para o nosso país;

- A questão da “Imigração” onde se vergam e alimentam  poderes muito questionáveis, que promovem o apagão pretendido pelas castas das opções políticas que nos trouxeram até aqui;

- Os julgamentos mediáticos que se transformaram em fonte de propaganda da “criminologia encartada” e da advocacia de televisão, que confronta o EOA;

- As fugas das prisões que norteiam aprendizagens criminógenas absolutamente inadmissíveis;

E há casos mais antigos em que se verificou um tipo de jornalismo (com “j”pequeno) que alarmou, muito para além da normalidade, o nosso tecido social, sobre a questão da “Praxe Académica”, genericamente empolada aquando da Tragédia do Meco!

Ora bem,

Neste concreto caso, está provado [vd Proc.  365/18.8T8CSC] que tivemos acções perniciosas, abusivas e irregulares de uma televisão em concreto: A TVI!

Através de uma jornalista (com “j” pequeno), de seu nome, Ana Leal.

Com a cumplicidade de outro jornalista, José Alberto Carvalho.

Acabaram de ser todos condenados em primeira instância por uso abusivo da imagem de um cidadão português, com uma criança ao colo, que disso proibiu aquele órgão de comunicação, a sua administração e direcção, num contexto da criação de uma confabulação e da manutenção (para majorar os lucros) de uma “historieta falsa”, nos meios que explora!

Dando mão a uma factualidade voluntária, abusiva, ilícita e culposa.

O que determinou a condenação dos três, no pagamento de indemnizações solidárias por danos patrimoniais e por danos não patrimoniais, com obrigação de tornarem impossível a identificação futura da Pessoa em causa, sob pena do pagamento de uma sanção pecuniária compulsória diária, no caso de desobediência aos termos da condenação!

O que me leva a divulgar esta concreta situação, não é vangloriar-me pelo facto de ter sido o meu escritório e a minha Equipa, com dedicação e paciência e saber, a obterem esta decisão corajosa, histórica e meritória de uma Juíza digna de registo da primeira instância do Tribunal de Cascais.

Ela (decisão) pode vir a ser alterada, ainda…

Meios não faltam a esta organização!

É, sim, o facto de estes tais jornalistas terem atingido uma projecção tal no nosso país, que se julgam vedetas quase imaculadas e são, hoje, professores dos Jornalistas do futuro!

E é a esses “Jornalistas do Futuro” (que vemos hoje de microfones na mão à espera da sua oportunidade de vida) que a Sociedade aconselha muita atenção; principalmente que não colidam com as normas da Liberdade e que não coloquem as pessoas anónimas em situações desconfortáveis, que criam situações traumáticas por vezes muito nefastas.

O resto será avocado pelos Organismos de tutela da Liberdade de Imprensa, sã!

Luís Pais Amante


03 setembro, 2025

Crónicas do Avô Luís (3): Tutto passa...





O meu neto mais velho [o André, de 19 anos, estudante de Informática na Universidade Nova de Lisboa] foi fazer um interrail que terminou há pouco tempo.

E apareceu com uma tatuagem no braço direito. A tatuagem tem escrito: “TUTTO PASSA”.

Em italiano significa “a impermanência da vida e a ideia que tanto os momentos bons quanto os ruins são passageiros”.

Verifiquei, entretanto, que subsiste uma história à volta de um homem idoso napolitano que foi conhecido por ter essa mesma frase tatuado no tórax.

Essa fotografia corre mundo e glorifica o fotógrafo Ciro Pipoli.

Eu não sou fã de tatuagens, mas não tenho nada contra elas, desde que discretas e significativas.

Mas fiquei, sinceramente, orgulhoso da iniciativa que o André decidiu ter.

Aos 19 anos, eu tinha sobre os meus ombros a necessidade de começar a constituir uma vida, a 200 quilómetros dos meus pais (à altura, 5 horas de viagem) trabalhando na HPE e estudando já no segundo ano da FDL.

O André não tem problemas com a vida dele, felizmente, e os que possa ter tido - que dão endurance - já passaram, pelos vistos.

E isso é muito bom!

A pergunta que eu faço a mim próprio [que bem podia ter esta frase numa qualquer parte do meu corpo] é a de saber se as coisas serão mesmo assim?

E a minha abordagem, sempre exigente, sempre prudente, conclui que não!

As coisas (boas, más, assim assim) até podem passar, mas não vão, pura e simplesmente para o “cano de esgoto da vida”.

Ai não vão não!

Se tudo passa (agora em português) porque será que sinto tanto, ainda, as coisas que aconteceram há 60, 50, 40, 30, 20, 10, 5 anos, ou há poucos dias, até?

Poderá ser por que não tem comparação a vida que eu tive de ter e a que o André tem?

Ou por que a idade do André ainda não permite a distância que este tipo de análises precisa?

Para um desportista (como o André é, praticante de futsal) a lesão do dedo grande do pé direito está ultrapassada e, portanto, passou…

Para o Fisioterapeuta do André, passou, mas deixou mazelas que não se podem descurar…

Para o Treinador, passou, deixou mazelas e merece desconfiança: afinal posso contar contigo a 100%, 90%, 80% ou só 50%?

Para uma qualquer das muitas Psicólogas ou Psicanalistas que conhecem o meu neto, desde muito pequenino, o assunto é outro: o que se deve fazer para que o André esteja em condições (apto) para assumir tão firmemente que, no alto dos seus 19 anos, tudo passou e que, ao longo da vida venha a ser um jovem/homem trabalhador, responsável e solidário.

Eu quero acreditar que a ousadia é uma característica importante do ser humano; que deve ser acompanhada da ambição saudável, rumo a uma vida em que nós próprios pensemos que uma boa parte de nós se pode entregar aos outros que precisam de ajuda; e que não é mau que coisas menos boas deixem alguns resquícios que, de vez em quando, nos permitam pensar melhor (nelas) e nas suas razões profundas !

E assim, pensando no TUTTO PASSA, já deixei passar uma boa tarde de praia.

Mas, estou certo, irei pôr os nossos Andrés, todos, a reflectirem bem sobre os factores de sorte que a vida lhes deu e, sobretudo, que os seus próprios Andrés, num futuro próximo, também precisarão dela.

Ao mesmo tempo, sem dar por isso, coloquei os avós da minha idade a ir um pouco ao fundo das vidas que tiveram.

E bem assim das que estão a ter, num contexto em que a reforma contratada diminui sistematicamente pela via do aumento da tributação e, também, pela ocorrência do aumento do custo de vida.

Sem contar com as situações em que são o suporte de vida a um agregado familiar que aumenta pela ocorrência de situações de desemprego e outras!

Luís Pais Amante
Casa Azul



25 agosto, 2025

Opinião: FOGO - A DOENÇA QUE O POVO NÃO MERECE


Fogo: a doença que o Povo não merece

É com enorme tristeza que dirijo esta minha crónica a um tema sobre o qual ando a escrever há muitos anos.

Tristeza, amargura, vergonha, até!

Morreram mais Bombeiros…
…e, só por isso, já temos todos de estar angustiados.

Pior do que isso é que “os poderes” não se conseguem entender, nem têm a coragem de assumir que erraram mesmo muito durante os anos da nossa Democracia.

Não foram os políticos que fizeram e desfizeram estruturas supostamente para “prevenir” os fogos?

Não foram os Ministros da Administração Interna que derreteram rios e rios de dinheiro para, como afirmaram, “resolver o problema”?

Não foram “as guerras” que distrataram os Bombeiros e que os colocam -a centenas de quilómetros de casa- a olhar pró ar?

Sinceramente!

Continuar “o jogo político” na situação calamitosa em que o nosso País se encontra, é pura e simplesmente inadmissível!

A organização política tanto andou, tanto andou, que criou uma máquina tão penosa que até custa acreditar.

Os interesses são tantos e tão transversais que já não se sabe bem “quem são os chefes e quem são os índios”.

Não há linha de comando! Há tachos…
Essa é que é essa!

Após anos de desagregação de sistemas credíveis (talvez a necessitar de modernização) eis que transformaram o fogo numa doença que o nosso Interior não merecia e o nosso Povo (que continua a ser quem paga tudo) deve começar a repudiar; a contrariar.

Tudo nos levou a Pedrogão; tudo nos continua a levar a Pedrogão.

Não há prevenção; não há organização…e o combate é mantido à distância do fogo.

Só que o combate é conhecido localmente e o resto ninguém sabe quem são os actores de tanta asneira sucessiva.

Ofereço este Poema aos Leitores:


O  F o g o


Falar sobre o Fogo

Já não traz nada de novo

Nem ensina nada a ninguém

O Fogo é um martírio pró nosso Povo

Que vive no Interior e é tratado com o desdém

Dos “acrobatas” escondidos por aí

Nos gabinetes que bem os mantêm

É anedótico o dinheiro que se aloca

Aos comedores da “pipoca” a arder

É tortuoso ver Bombeiros a morrer

Todos os anos, em calor ou a chover

E as Famílias sem saber como comer

E é vergonhoso ver as televisões

A correr só para captar ignições

E os tempos só a vender ilusões

!… Até a Ciência não se sabe

Como consome tantos milhões …!

        *

Tudo isto já mete nojo

Já causa náuseas de dor

Tudo isto é um despojo

… Que muda o País de cor!


E chamo à atenção de todos que, se calhar, nós estamos mesmo à beira do precipício.

É que começa a discutir-se a passagem da prevenção para os Municípios.

E isso, constituindo um bom princípio descentralizador, pode tornar-se num problema que “mate” o Poder Local.

Financeiramente!

Não haja ilusão: o Poder Central só quer ter sob o seu controle o que dá prestígio sem dar chatices.

Sobre as responsabilidades maiores, é só fazer contas e contabilizar o número de anos de pertença dos tais Ministros da Administração Interna.


Luís Pais Amante

Casa Azul

08 agosto, 2025

Crónicas do Avô Luís (2): O que saber sobre as Crianças



O que saber sobre as Crianças

A nossa crónica de hoje incide sobre uma temática importante, que aqui tento desenvolver de Avô, para Avós; mas é mais abrangente do que isso.

Incide sobre a realidade do nosso País e sobre as crianças que cá estão, uma vez que entendo ser esse o nosso interesse maior.

Dos horrores que se praticam a todos os momentos no mundo, falaremos noutra ocasião, embora os abominemos.

É muito importante conhecer (e isso hoje em dia é simples, com recurso a aplicações disponíveis no telemóvel) o que diz a Constituição da República Portuguesa, no seu art. 69 e 74; A Convenção sobre os Direitos da Criança, adoptado pela ONU; A Carta dos Direitos Fundamentais da Europa, art. 24; Lei n. 147/99, sobre a Proteção de Crianças e Jovens em perigo; e os Códigos Civil, de Processo Civil, bem como Legais com efeito Penal e de Processo Penal, nas partes aplicáveis.

Antes do nascimento, o nascituro (designação legal dada ao feto antes do parto) já tem direitos.

O direito à vida que coloca em confronto a nossa sociedade, quando se discute a questão do aborto -porquê e com que limites e onde- hoje praticamente resolvida com a adopção razoável da convivência dos direitos da criança com os direitos da mulher, embora com subsistência de “guerrilhas extremistas” que são conhecidos.

Quando nascidas, integram a existência da criança os direitos civis que resolvem, através da atribuição das responsabilidades parentais, questões como: viver onde e com quem? em que condições; receber quanto a título da designada “pensão de alimentos”; estudar onde; ter acesso a que tipo de saúde.

São designados por direitos que “defendem os superiores interesses das crianças” e têm seguimento próximo - e bem - do nosso Ministério Público.

Aliás,

É importante dizer que os direitos acima subsistem até à maioridade, mas após isso, mediante a observância de sucesso escolar, eles perduram até ao fim da escolaridade superior.

O beneficiário, neste caso, tem de interpôr uma ação judicial contra os próprios pais ou o que não ajude nessa missão, que hoje é civilizacional!

Entrando nas questões da escolaridade, a criança/adolescente, está protegida, hipoteticamente, desde bebé.

Digo hipoteticamente porque todos sabemos que isso “está em equação no papel” (creches gratuitas para todos, por exemplo) mas não se constitui como realidade em muitas partes do nosso País.

Todavia,

A Constituição da República Portuguesa adoptou o direito ao ensino e à igualdade de todos às mesmas oportunidades no seu art. 74!

Beneficiar de bom tratamento (tanto do ponto de vista da alimentação, como da saúde, como da educação) - que têm correspectividade cível - abrange, ainda, a não prática de bons tratos, porque os maus tratos, têm observância punível criminalmente.

Finalmente - o que muitos de nós não saberemos - a nossa Lei da Família, digamos assim, confere direitos aos Avós, por entender que essa “Instituição” deve beneficiar do convívio com os netos e esses têm o direito de conviver com os Avós.

Direitos são Direitos!

De facto,

Esses direitos (direito de visita e comunicação e direito à manutenção da relação familiar, através do convívio) estão estabelecidos no art. 1.878, do CC!

Um parêntesis para realçar que tudo isto se eleva em proteção e em responsabilização quando tratamos de crianças e jovens com deficiências e / ou doenças incapacitantes.

Do que acima vos transmito, com muita lealdade e sem querer entrar em polémicas - que, para o caso, são desnecessárias - surge, de imediato, uma pergunta:

- Se assim é, se o nosso quadro normativo é tão completo, qual o motivo pelo qual tantas crianças e jovens não têm apoio nenhum e chegam mesmo a morrer sem ninguém ser penalizado?

A resposta é simples e está ligada ao facto de a nossa Sociedade se encontrar num estádio de degradação grande, inclusive, muito tristemente, ao nível dos poderes públicos e dos que estão ligados a esta temática, que andaram tempo de mais direcionados para “negociatas”, “discussões estéreis” e “aproveitamentos indevidos” de incompetentes …

… Mesmo muito, muito grande!

Luís Pais Amante

Casa Azul

20 julho, 2025

Crónicas do Avô Luís (1): A História e os Factos


 

Dando por concluída a excelente série de textos (crónica e poesia) com que durante algum tempo o Dr. Luís Pais Amante nos presenteou, na rubrica “Da minha janela…”, iniciamos hoje um novo espaço cujo título se inspirou no Clube da Netaria (Contos da Casa Azul). Mensalmente vamos poder continuar a ler as suas reflexões e opiniões, sempre pertinentes e actuais. Uma honra e um privilégio para o Penacova Online.

 

A História e os factos

Como toda a gente sabe, eu não sou historiador; não percebo nada das regras explícitas ou implícitas dessa realidade e, consequentemente, posso estar, nesta minha crónica, a “dizer asneiras”.

A História é, ou devia ser, seca, despregada de “encomendas”, mas sujeita ao realismo dos “factos”!

Nesta concreta questão eu estou um pouco mais à vontade, porque no exercício da minha profissão (há já 47 anos) são os ditos “factos” que mais interessam na busca da “verdade material”.

A motivação deste pequeno enquadramento está ligada ao Lançamento recente do Livro 125 NOMES da HISTÓRIA de PENACOVA, da Autoria do Prof. David Almeida.

Livro esse que foi editado pelo Município da nossa Terra, que aí viu, certamente, uma forma correcta de não deixar morrer, no esquecimento das memórias selectivas, alguns dos nomes que por cá se foram destacando.

Uns para o bem; outros para o mal; outros para o assim, assim.

Confesso que ainda não li, em pormenor, o que uma das Figuras mais brilhantes e humildes que por cá nasceram - o David Almeida - escreveu sobre aqueles nomes. Irei fazê-lo com o tempo que o meu pouco tempo me dá: atentamente, criticamente, mas construtivamente.

Digamos que a minha idade “já sabe” quem são muitas destas pessoas… Conheceu muito “de ginjeira”, com soi dizer-se.

Felizmente a Democracia sem aproveitamentos ou obtenção de benefícios indevidos, por vezes escancaradamente dados a quem não os merece, mesmo do ponto de vista cívico, faz/obriga os verdadeiros democratas, nos quais me ouso incluir, a estarem acima desses pormenores, muitas vezes pormaiores.

E, por isso mesmo,

Regressando aos tais “factos”, muita gente ainda se lembra de quem fez mal a Penacova (através de actuações tristes) e quem lhe fez bem (através de ações meritórias).

Só que nunca podemos esquecer que, ainda hoje, na véspera de eleições autárquicas, o que para uns é péssimo, para outros é excelente.

A análise subjacente a este modo um pouco enviesado de buscar, verificar e interpretar os “factos” ganhou - neste nosso caso - mesmo muito pela Pessoa que decidiu avançar para o projecto.

Sobretudo sem pedir apoios financeiros a ninguém; sem esperar que “os tostões” lhe chegassem ao bolso.

Se eu pudesse classificar este tipo de dedicação, integrá-la-ia, sem margem para dúvidas na História que o David, por mera humildade, integrou na Memória!

Não, Senhor Professor, os seus trabalhos não têm comparação noutro qualquer concelho deste País.

Os meus Parabéns muito sinceros.

Luís Pais Amante

Casa Azul

03 julho, 2025

𝐋𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐟é𝐫𝐢𝐚𝐬: 𝐎𝐬 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐂𝐚𝐬𝐚 𝐀𝐳𝐮𝐥 - 𝐎 𝐂𝐥𝐮𝐛𝐞 𝐝𝐚 𝐍𝐞𝐭𝐚𝐫𝐢𝐚



“A Casa Azul em Penacova, na Costa do Sol e com uma vista deslumbrante sobre a Praia do Reconquinho, no Rio Mondego, estende-se até á Casa Branca, que dá para a Travessa do Paraíso. 

É um lar, um espaço e um lugar maravilhoso. Um sitio de acolhimento e de projeção de futuro(s). 

Um lugar da insofismável segurança e fantasia em que a infância e o amparo contextualizam o status nascendi dos sentimentos de afeto e liberdade.” 

(in Contracapa)

Foi neste “reino maravilhoso” que germinou a ideia de publicar um livro de feição infantil dedicado aos netos dos autores e a todos os meninos do “Fundo da Vila”, alguns deles agora pais e mesmo avós, veiculando mensagens ricas de valores como a Harmonia com a Natureza, a Ecologia, a Diversidade natural e cultural, a Humanidade, a Justiça, a Liberdade, a Amizade, a Família…

“O Clube das Crianças da Casa Azul nasceu no grande sonho mágico e divertido dos avós Anita e Liró”, que um dia   “pensaram tornar o espaço da quintã da Casa Azul, um lugar especial de encontro, de escuta e de cultura, como de aprendizagem com experiências familiares, destinadas não só às suas famílias, como aos amigos e meninos do Fundo da Vila de Penacova.” – assim podemos ler no texto introdutório.

A história, as histórias que se seguem, apesar de não apresentarem de modo explícito o habitual esquema de princípio, meio e fim, não deixam de se iniciar pela fórmula mágica “Era uma vez, os avós Anita e Liró... “ 

As muitas aventuras e experiências passam-se no jardim (onde há uma figueira,estrelícias e hortenses) e na horta “com os legumes para as saladas e sopas como também as outras árvores de fruto - laranjeira, pessegueiro, tangerineira, macieira, nogueira, figueira, limoeiro, ameixieira e maracujazeiro, que fazem sobremesas saudáveis.”

Na “Quintã”, não falta a capoeira “com uma vista maravilhosa para o Mondego” onde há uma “grande família: o galo brincalhão, as galinhas e os pintainhos.”

Numa palavra, um “espaço aberto para brincadeiras, jogos com imaginação na areia e em teatros, muita canção e poesia também”.


Um dia, todos os animais do jardim foram convidados para uma actividade especial: “fazer um pão-de-ló com sabor de limão, sumo de laranja e até doce de maracujá para barrar as panquecas”.  Convidaram-se, igualmente, todos os meninos incluindo os amiguinhos do Fundo da Vila que desejassem divertir-se.” E aquele “foi um dia inesquecível!”

Com estas e outras experiências, “os avós e o Clube da Netaria decidiram cumprir o sonho azul, transformaram a quintã numa sala-atelier de experiências culturais acolhedoras e diferentes. Os meninos da vila trouxeram ideias novas que os meninos da cidade não conheciam bem, como não ter medo dos gafanhotos nem das galinhas…”..

Por outra vez “a preparação do teatro no palco da quintã durou o fim de semana e, o que resultou no final, foi a bicharada ficar ainda mais feliz e brincalhona num Planeta Azul amigo com a humanidade mais contente e saudável.”

E com isto uma lição ficou aprendida: 

“Como cada um se empenhou com entusiasmo a brincar-jogar e trabalhar como uma equipa, todos puderam contribuir para um dia especial na quintã; nunca mais se irão esquecer do que foi construído e vivido juntos e é assim que fazemos amigos e crescemos com memórias fantásticas.”

“Viva a festa da pequenada e dos graúdos…acreditamos que muito será verdade e realidade, se sonharmos e viajarmos à desgarrada… em sonhos combinados e partilhados ! – foram cantarolando durante “o lanche guloso”. 

Uma palavra sobre os autores (extraída do livro):

“Ana Amante é psicóloga clínica e psicanalista, enquanto Luís Amante advogado e poeta, juntos, vivem e trabalham em Lisboa.  Recentemente, concluíram a reconstrução da Casa Azul, situada no coração de Penacova, numa área Iivre do núcleo urbano mais antigo da Vila. Neste espaço, estão a criar um ambiente familiar e acolhedor, que se Integra harmoniosamente com o meio e as tradições locais. Mara Silva é uma artista, autora e ilustradora infantil premiada. Quando não está a ilustrar, a Mara está no seu pequeno monte a fazer ioga, a tratar dos galinhas e da horta, ou a dar longos passeios pelo campo.” 

Depois de ter sido apresentado à família e aos amigos no almoço de aniversário da autora foi divulgado junto dos penacovenses em geral no dia 31 de Maio durante a 2ª edição do Festival Artes de Rua & Wine Fest. O livro foi oferecido a todas as crianças presentes e o produto da venda dos restantes, reverteu para o Agrupamento 1079 dos Escuteiros de Penacova, o que já se tinha igualmente verificado no referido almoço.

 
















26 junho, 2025

Da minha janela: Com o Mundo no Horizonte





… Os Açores estão à vista


Tudo por lá gira no movimento

Inter Ilhas

E nos cumes dos Vulcões


Com São Miguel a nascer pro Sol

E o Faial de costas pro Pico

Só há água de permeio

E queijo de atum rico


A Terceira apela à Comunidade

O Corvo mais à Liberdade

Talvez um pouco de “razão”

Trouxesse mais Felicidade


Baleeiros na tradição

Com São Jorge em ação

É nas boas ondas que cheira

A Graciosa ali à mão


Santa Maria virada pró mundo

Com certo ar mais profundo

Olha pra longe e releva

As Flores que não enxerga


Tudo treme em tormento

Até o ar tem ciúmes

Dos caminhos da Saudade


… Que cá chega em câmara lenta!
 

Luís Pais Amante
Casa Azul
Dedicado às minhas amizades açorianas e aos momentos felizes que por lá passei.







04 junho, 2025

Da minha janela: 𝑪𝒊𝒓𝒖𝒓𝒈𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂 𝒆 𝑴𝒆𝒅𝒊𝒄𝒊𝒏𝒂 𝑯𝒖𝒎𝒂𝒏𝒊𝒕á𝒓𝒊𝒂

 

Expressão pública de referência ao Livro
 “Cirurgia de Guerra e Medicina Humanitária”,
do meu Amigo Carlos Ferreira


Oh meu Cirurgião



Hoje a sorte me deu
Para ver um Cirurgião de Guerra
Ir-se abaixo ao atingir uma meta
Como acontece ao Poeta
Quando escreve sentimento
E lhe sobra o lamento
No coração


Escreveu um Livro antes disto
E apresentou-o agora
Soltando os pesadelos fora
Quiçá os medos
Que nos silêncios conquista
Com lágrimas em câmara lenta
Saindo do Foco


Aquela nobreza de ser normal
Deixou-me orgulhoso muito
Enalteceuo Ser e a Obra
Que conta muita Medicina
Por vezes só feita com Aspirina
Mas sobretudo tem o tom
Da Humanidade


E o som frio das explosões
A morte como destino
De Pessoas (adultas ou crianças)
Que têm o simples azar
De estar no sítio errado
Há hora em que alguém tresloucado
Mata por vaidade


Seja no Sudão do Sul
Na República Democrática do Congo
(Goma)
No Iraque ou no Iémen
Na Faixa de Gaza ou na Ucrânia
Onde só os fortes e despojados
Vão combater a morte


…Com carinho e devoção!



Luís Pais Amante

Casa Azul


14 maio, 2025

Da minha janela: 𝕆 𝕙𝕦𝕞𝕒𝕟𝕠 𝕢𝕦𝕒𝕤𝕖 𝕤𝕖𝕞 ℍ𝕦𝕞𝕒𝕟𝕚𝕕𝕒𝕕𝕖


O humano quase sem Humanidade

Humano é assumido, taxonomicamente, como “pessoa, gente ou homem…caracterizado por ter cérebro grande, o que permitiu o desenvolvimento de ferramentas, culturas e linguagens avançadas”.

A palavra “humano” vem do latim humanos, que é a forma adjectiva, do nome homo, que significa homem.

Os humanos tendem a viver em estruturas sociais complexas, compostas por grupos cooperantes e concorrentes, desde a Família, às redes de parentescos, até aos Estados.

As interações sociais estabeleceram uma ampla variedade de afectos, de valores, de normas e de rituais, que fortaleceram até agora a Sociedade Humana.

“A curiosidade e o desejo humano de compreender e influenciar o meio ambiente e de explicar e manipular fenómenos, motivaram o desenvolvimento da ciência, filosofia, mitologia, religião e outros campos de estudo”.

A tudo isto entrosado se pode, com propriedade, chamar Humanidade!

As Universidades têm pilares importantes ligados a estas realidades e, ultimamente, o estudo  científico desenvolveu, muito, tudo quanto gira à sua volta.

Do latim humanitas, Humanidade é um adjectivo polissémico, cujo sentido começa na designação objectiva do conjunto de todos os seres humanos que habitam a terra.

E, daqui, chegamos ao Humanismo: 

- postura ética e democrática que valoriza o ser humano e a sua capacidade de transformar o mundo.

… Transformar, pensava eu, no sentido positivo.

Ora, 

Aqui chegados, sabendo nós que a parte significativa das normas que tratam destes assuntos estão integradas em Tratados da ONU (de que falei há pouco tempo), entre os Estados (ou aglomerados de Estados), nas Constituições, nos Códigos e, até, nas Leis da Guerra, dos Direitos Humanos, etc, não é difícil concluir que, pé ante pé, se vai desmoronando todo este Edifício que parecia passível de ser/estar cada vez mais consolidado.

- O modo como se têm colocado os Países Africanos em fome quase total, roubando-lhes as riquezas naturais, é paradoxal; 

- O modo como se matam crianças indefesas, por razões diversas, é inexplicável;

- O modo como se desprezam os direitos das Mulheres, a sua Liberdade e a sua integridade, é simplesmente vergonhoso;

- O modo como se distribui uma Saúde para os mais ricos e outra para os mais pobres, faz regredir centenários na Humanidade;

- O modo como as Guerras se sobrepõem à paz, não se pode tolerar e tem de se parar;

- O modo como se distribui a riqueza, atingiu patamares inconcebíveis;

- O modo como “os mais fortes” fazem demonstrações de força contra “os mais fracos”, são deploráveis.

Tudo avança a velocidades diferentes, com a capitulação quase total das Autoridades, lactu senso consideradas, que já nada valem, nada controlam e nada querem controlar…

Pior do que tudo isso, ainda, é o crescimento desmesurado - e sem travões aparentes - de seres autocráticos, oligárquicos, anti-democráticos, até terroristas e corruptos, que derrapam, sem oposição, para regimes onde se desenvolvem ditaduras ferozes.

Era esta -ou muito próxima- de resto, também, a visão de uma figura emblemática da Igreja Católica que desapareceu recentemente: o Papa Francisco, Jorge Bergoglio, de origem Argentina, nascido no Bairro das Flores -por onde passeei em Buenos Aires com o meu amigo Ucraniano Igor Holovko- que muita falta nos vai fazer;… a todos, todos, todos!

Cresci e fui ensinado para ter em atenção (e trabalhar) o bem-estar do próximo; Lutei muito pelo avanço de reformas sociais; Aprendi a ser um homem tolerante, amigo do compromisso.

E pergunto: - Por onde anda, afinal, a educação para o ser humanitário, que procura o bem-estar do próximo, quer através de ajuda, quer através da defesa intransigente dos chamados Direitos Humanitários?

Não anda, pura e simplesmente.

… Parou no tempo e isto está a tornar-se absolutamente dramático!

Luís Pais Amante




02 maio, 2025

Os Contos da Casa Azul – O Clube da Netaria

É já amanhã que vai ser apresentado, num encontro restrito de familiares e amigos dos autores, Ana Amante & Luís Amante, um livro infantil, ilustrado por Mara Silva, que vem, certamente, enriquecer o património cultural e literário da nossa vila, do nosso concelho.

Perspectiva-se também uma apresentação pública na vila de Penacova. Será muito em breve, em data a anunciar. Vamos ficar atentos.

Uma espreitadela à introdução permitiu-nos ler as seguintes passagens:

“𝐎𝐬 𝐚𝐯ó𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐭𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐧𝐚𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐝𝐢𝐚 𝐥𝐮𝐦𝐢𝐧𝐨𝐬𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐮𝐦 𝐚𝐨 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨 𝐨𝐬 𝐬𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐦𝐚𝐫𝐚𝐯𝐢𝐥𝐡𝐨𝐬𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐢𝐯𝐞𝐫𝐚𝐦. (…) 

𝐏𝐞𝐧𝐬𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐭𝐨𝐫𝐧𝐚𝐫 𝐨 𝐞𝐬𝐩𝐚ç𝐨 𝐝𝐚 𝐪𝐮𝐢𝐧𝐭ã 𝐝𝐚 𝐂𝐚𝐬𝐚 𝐀𝐳𝐮𝐥, 𝐮𝐦 𝐥𝐮𝐠𝐚𝐫 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨, 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐮𝐭𝐚 𝐞 𝐝𝐞 𝐜𝐮𝐥𝐭𝐮𝐫𝐚, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐩𝐫𝐞𝐧𝐝𝐢𝐳𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐦 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐦𝐢𝐥𝐢𝐚𝐫𝐞𝐬, 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐧ã𝐨 𝐬ó à𝐬 𝐬𝐮𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐦í𝐥𝐢𝐚𝐬, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚𝐨𝐬 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨𝐬 𝐞 𝐦𝐞𝐧𝐢𝐧𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐅𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐚 𝐕𝐢𝐥𝐚 𝐝𝐞 𝐏𝐞𝐧𝐚𝐜𝐨𝐯a (…) 

𝐍𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐬𝐨𝐧𝐡𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐣𝐮𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐣𝐚𝐯𝐚𝐦 𝐚𝐛𝐫𝐚ç𝐚𝐫 𝐨 𝐂𝐥𝐮𝐛𝐞 𝐝𝐚 𝐍𝐞𝐭𝐚𝐫𝐢𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞, 𝐚 𝐞𝐧𝐬𝐢𝐧𝐚𝐫𝐞𝐦-𝐚𝐩𝐫𝐞𝐧𝐝𝐞𝐫𝐞𝐦 𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐝𝐚 𝐭𝐫𝐨𝐜𝐚 𝐞 𝐝𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚, 𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐚𝐜𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚, 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐞 𝐝𝐞𝐯𝐚𝐧𝐞𝐢𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚𝐬 𝐬𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐝ã𝐨 𝐟𝐨𝐫ç𝐚 𝐞 𝐞𝐧𝐞𝐫𝐠𝐢𝐚 à 𝐭𝐞𝐫𝐫𝐚-𝐦ã𝐞 𝐞, à 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐧𝐚𝐭𝐮𝐫𝐚𝐥 𝐞 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐚 𝐞𝐦 𝐞𝐪𝐮𝐢𝐥í𝐛𝐫𝐢𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐍𝐚𝐭𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚."

Entretanto, as aventuras começam...

“𝔼𝕣𝕒 𝕦𝕞𝕒 𝕧𝕖𝕫…”

24 abril, 2025

Da minha janela: E se eu quisesse ser Abril

 


E se eu quisesse ser Abril


Se eu quisesse ser Abril, em flor

Gostava de assumir

A cor do cravo vermelho, em pétalas 

Em cheiro e em toque aveludado

Sedutor


Igualmente

Gostava de florir

Ano a ano na gestação 

Da glória toda unida

Saudando a Revolução 


O certo

É que por estes dias em concreto

Se rememora Abril

Pensando no antes de então 

Nos tempos d’outro Estado

Já senil


Quem me dera

Poder pô-lo, em cada ato, bem alinhado

Gritar-lhe pra nunca se deixar ser o fado

De criar pobreza real e, em cada esquina

Um sem-abrigo 

Em vez de um leal amigo 


Abril foi e é Esperança 

É a fonte da Democracia

Inscrita na nossa Constituição


Não é um mês qualquer

De Calendário 

De “Festa” feita sem crer


Com os mais carentes

A sofrer

E os idosos “perdidos” e doentes


É Liberdade 

É Saudade

E continuará, como Força do nosso Ser


Luís Pais Amante

Casa Azul

Saudação do democrata que sou, ao 25 de Abril, saudável e puro que acompanhei, antes e depois.

Desenho 
de Tiago Ferreira, 
aluno do 6º ano da nossa antiga 
Escola EB2 António José de Almeida

05 abril, 2025

𝔻𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕛𝕒𝕟𝕖𝕝𝕒 / Digam-nos: Quanto custa uma CPI?


Digam-nos: Quanto custa uma CPI?

CPI significa “Comissão Parlamentar de Inquérito”; decorre no Parlamento Português e têm-no  transformado numa “feira” das mais tristes que se possa imaginar; advêm -nos termos do Regime Jurídico (redação actual da Lei 5/93, de 1 de Março)- de uma interpretação evolutiva do art. 178, Constituição da República (embora não seja tão tão abrangente como se tem espalhado por aí) e “gozam dos poderes de investigação próprios das autoridades judiciais”.

Hoje em dia podem ser propostas e votadas (direito subjectivo de pendor democrático) ou impostas por iniciativa de um qualquer deputado ou Partido (direito potestativo), mesmo servindo de arma de arremesso político e pretendendo entrar pela parte mais íntima e de caráter dos políticos que têm vida profissional, até familiar, o que se manifestará num erro crasso de consequências absolutamente imprevisíveis, para quem enviesa assim a Democracia e tem tanta pressa em profissionalizar, exclusivamente, a Política.

Digamos que este mecanismo anémico de “inquirição”, como se tem verificado, é levado a efeito, vezes de mais, por pessoas sem a mínima preparação, que não constituem exemplo nenhum de nada e que usam este meio para exercer “poder” sobre outrem e para se mostrarem na televisão e, sobretudo, para “achincalhar” os inquiridos, independentemente da sua condição.

Convém relembrar que a tarefa dos políticos é fazer política em seu benefício e abono, primeiro e em abono do seu Partido, logo a seguir. Infelizmente o País pouco interessa…

Motivo pelo qual as CPI’s funcionam ad hominem, preferencialmente! Contra todos e tudo que não dê benesses aos deputados e aos partidos ou lhes traga obstáculos ao imediatismo.

- Primeira conclusão: os deputados (que são imensos, bem pagos e cheios de prerrogativas anormais, como a “impunidade”) arranjaram um mecanismo que “fabrica trabalho”, na justa medida em que um País tão pequeno não necessita de todos eles…e isso não se quer discutir.

A outro passo, como é do conhecimento público, existem na AR, como deputados, muitas -mesmo muitas- pessoas que têm ou tiveram problemas, elas próprias, com a Justiça; se se incluírem familiares na equação, então o quadro aumenta exponencialmente.

Desejam, pois, por esta via inquisitória, transformar-se em “judicialistas” dos outros.

A primeira intenção desta gente é, pois, ocupar os tempos das televisões e dos media em geral,  em palcos eleitorais, que têm a vantagem de “ocultar” os seus problemas próprios, quantas vezes interferindo nas situações mais delicadas das investigações judiciais, que é o que acontece quando quebram o sigilo exigido, a que estão obrigados.

- Segunda conclusão: quando se pergunta qual será, objectivamente, a real intenção das CPI’s(?), só podemos reter que elas são um método pernicioso do exercício democrático, porquanto se encontram quase sempre “minadas” à nascença, como se tem comprovado e batem de frente com as áreas de actuação do Poder Judicial.

!… Os deputados ganham muito dinheiro (para as habilitações e experiências que lhes são conhecidas) na generalidade; sendo cada vez mais jovens e inexperientes… !

Se somarmos as “retribuições globais” de cada um(a), as multiplicarmos por catorze e as dividirmos por doze, e somarmos ao produto as regalias em espécie muito questionáveis, facilmente percebemos que o custo de cada deputado à Nação constitui uma exorbitância.

E se dividirmos esse valor individual pelo número de horas potenciais trabalhadas (52 semanas x número de horas diárias), chegaremos (com as regras da legislação laboral) ao valor/hora de cada personalidade…

Temos assim, pois, possibilidade de apurar o custo real de cada CPI!

E quantos funcionários ocupa? E quanto valem (em custo diário) as instalações utilizadas? E os seus custos de funcionamento?

-Terceira conclusão: cada Comissão de Inquérito Parlamentar custa muito -mesmo muito- dinheiro, o que não estando disponibilizado aos cidadãos torna opaco o seu exercício.

Por isso mesmo, desafio os deputados e os partidos políticos a fazerem as contas e a informarem o Povo (que tudo suporta) por exemplo dos custos totais da “CPI das Gémeas”, cuja conclusão “pífia” foi a prova provada de tudo o que eu disse acima.

E que o façam já na campanha eleitoral, que o mesmo Povo vai voltar a pagar!

A Democracia é o regime político das transparências e esta questão exige explicações…

Independentemente disso direi, já, que o Orçamento de Estado em execução (2025) tem uma dotação global de 192,08 milhões de euros, para a AR, com 44,6 milhões destinados a subvenções para campanhas eleitorais, que mais não são do que “receitas facilitadas” e apetecíveis para os Partidos puderem brincar às eleições, como têm vindo a fazer, com consequências de delapidação sucessiva do Estado e ajuda imprópria às finanças partidárias.

…Terão os candidatos a deputados coragem para tanto?

Luís Pais Amante