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05 abril 2022

Existiu um Mosteiro na Cheira ou mesmo em Penacova?

                                                    Gravura meramente ilustrativa de um mosteiro medieval, obviamente de maiores dimensões 

Terá existido nos arredores de Penacova um mosteiro, que não o de Lorvão? 

Esta hipótese é avançada por Maria Alegria Fernandes Marques  na obra "Memória de um mosteiro: Lorvão, séculos IX-XII - História de uma comunidade masculina", editada recentemente pelo Município de Penacova.

Existem documentos de 998, relativos ao Mosteiro de Lorvão que indiciam a sua existência. Pouco se sabe desse "ignorado" mosteiro, mas sabe-se que era em "Villa Cova", não a Vila Cova doada pela condessa Onega ao mosteiro de Lorvão mas outra Vila Cova, próxima de Penacova. A primeira seria, segundo Nelson Correia Borges, na zona da Granja do Rio, a segunda localizar-se-ia na zona da actual Cheira ou perto do local onde hoje é o centro histórico da vila. Sabe-se que houve  renhidas contendas entre o Mosteiro de Lorvão e essa Vila Cova, relacionadas com a delimitação de territórios.

O possível mosteiro poderá mesmo ter surgido na sequência de alguma "cisão" entre os monges. Dissidência  motivada pelo modo de encarar as relações com os muçulmanos que à época dominavam Coimbra.

Entretanto, terá havido um  incêndio (neste e não no de Lorvão) e os monges ter-se-ão refugiado "na torre de Miranda", que seria o castelo de Penacova (de acordo com Manuel Luís Real in "O Castro de Baiões terá servido de atalaia ou castelo, na Alta Idade Média"? Manuel Real entende, no entanto, que o mosteiro queimado teria sido o de Lorvão...

Este tema do mosteiro na Cheira, ou quem sabe em Penacova, oferece muitas dúvidas aos historiadores, mas não deixa de ser um elemento curioso para a história de Penacova na Alta Idade Média.