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13 setembro 2020

À SOMBRA AMENA DA PÉRGOLA (III) - O Castelo de Penacova e o florescimento da Vila


A importância notável do Castelo de Penacova, no largo período da reconquista cristã, não podia deixar de determinar que, junto dele construíssem suas moradias os guerreiros mais afortunados.

Assim nasceu a vila de Penacova.

Perdida a importância militar do Castelo, com a completa reconquista cristã do território português, e firmada a independência do reino de Portugal contra a pretensão dos Reis de Castela, podia ter acontecido que a vila se desmoronasse como o Castelo. Não aconteceu, porém, assim.

(…) Para fazer a sua história, era preciso que algum investigador competente rebuscasse nos arquivos da Torre do Tombo, da Casa Cadaval e outras, a documentação que por lá, sem dúvida, existe.

Não resta , porém, dúvida alguma de que foi muito florescente a vida de Penacova nos séculos XV, XVI e XVII.

Atestam-no exuberantemente, a arquitectura e a escultura de muitos edifícios que, felizmente, em Penacova têm resistido aos malefícios do tempo e dos homens. São notáveis a Igreja de Penacova, com as suas capelas laterais, a Capela de S. João, a Capela de Santo António, a Capela do Monte Alto, bem como alguns edifícios particulares que a Carochinha irá mencionando.(…)

 >Texto de José Albino Ferreira, publicado no "Notícias de Penacova" em finais da década de trinta.

 

15 julho 2016

Foi há oitenta anos: a 15 de Julho morreu em Lisboa Manuel Emídio da Silva

Retrato de Manuel Emídio da Silva (1904)
Columbano Bordalo Pinheiro

 [Amigo de infância de Columbano, Manuel
Emídio da Silva,
deputado e crítico de arte, sob o
pseudónimo de El Mano,
escreveu artigos elogiosos das obras do artista]
Manuel Emídio da Silva faleceu em Lisboa há oitenta anos, em 15 de Julho de 1936.
Por vontade expressa, só no dia do funeral (que se realizou às 11 horas do dia seguinte), os jornais da manhã tornaram pública a sua morte. A Emissora Nacional apenas deu a notícia às 12.30. O Presidente da Câmara, (e director do Notícias de Penacova) José de Gouveia Leitão, mandou içar a bandeira em sinal de luto nos Paços do Concelho.
Sobre a relação de Emídio da Silva com Penacova, o Diário de Notícias escreveu o seguinte:
“Em matéria de turismo deve-lhe ainda, por exemplo, a vila de Penacova, uma das mais pitorescas do país, larga campanha em seu favor. Em troca, a um mirante que ali se erigiu e de onde se descortina sobre o Mondego uma paisagem deliciosa, deu a vila o nome de Manuel Emídio da Silva. Dos "Emídios" se chama também a estrada que liga os vértices Luso-Penacova-Coimbra, do chamado triângulo turístico do centro do país, em louvor popular do seu nome e de Emídio Navarro, o primeiro que deu fundos para a sua construção."
"Manuel Emídio da Silva - regista o jornal Notícias de Penacova, de 25 de Julho, nº 210- era inteiramente desconhecido em Penacova há pouco mais de trinta anos. Vindo a esta vila de passagem para visitar o Convento de Lorvão ficou de tal maneira extasiado com as paisagens de Penacova que poucos dias depois iniciava no Diário de Notícias uma intensíssima propaganda em favor delas. Por influência sua, incluiu a Sociedade de Propaganda de Portugal a vila de Penacova no número das terras do país que mereciam ser visitadas."
Adianta ainda este periódico: "Promoveu ele a abertura de uma subscrição entre os Penacovenses para a construção do Mirante que projectara. Foi o principal subscritor e ofereceu ainda a planta para a construção que foi elaborada a seu pedido pelo notável arquitecto Nicola Bigaglia."
Mais tarde, em 1916 veio do Luso a Penacova acompanhado do engº Vasconcelos Correia, então director da Sociedade de Propaganda de Portugal. Esta visita estará relacionada com o facto de, algum tempo depois, vir a Penacova o grande arquitecto Raul Lino escolher o local para a construção da Pergola "que a expensas daquela benemérita sociedade foi construída no largo Alberto Leitão e inaugurada em 1918."
Sobre a influência de Emídio da Silva, recorda o Notícias de Penacova, no Governo Provisório (1910), sendo Brito Camacho Ministro das Obras Públicas, foi dotada com verba de 3 000 escudos a estrada de Penacova para Corta Montes. "Sempre a instâncias de Emídio da Silva esta obra foi sendo dotada e quando se deu o golpe de 1926 faltavam apenas construir cerca de dois quilómetros. A parte do concelho da Mealhada já estava construída a instâncias de Emídio Navarro." A título de curiosidade acrescente-se que a Câmara Municipal "em testemunho do reconhecimento resolveu colocar na sala nobre dos Paços do Concelho os retratos daqueles dois beneméritos" - Emídio da Silva e Emídio Navarro.