Mostrar mensagens com a etiqueta centenário da república. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta centenário da república. Mostrar todas as mensagens

06 outubro 2015

Faustoso acontecimento suspende o trabalho em toda a Vila

Edição do Jornal de Penacova
de 8 de Outubro de 1910
Mais ou menos por esta hora (oito e meia da manhã) Penacova recebe a notícia: ali para os lados de Santo António ouviu-se um forte “Viva a República” que ecoou por toda a vila. Daí a pouco o largo Alberto Leitão já estava cheio de gente entusiasticamente aclamando a instauração do Regime Republicano em Portugal.
Os ecos deste dia 6 de Outubro de 1910 chegam-nos através do periódico que se publicava desde Setembro de 1901, o Jornal de Penacova. A notícia é conhecida de muitos penacovenses. Muitos deles ainda conservam um exemplar da edição de 8 de Outubro. Por altura do Centenário da República publicámos, com o apoio da Câmara Municipal, o livro Penacova e a República na Imprensa Local. Aí, procurámos ir um pouco mais além do relato que é feito naquele jornal, enquadrando os acontecimentos no clima político que antecedeu o 5 de Outubro bem como nos momentos decisivos que se seguiram.
De modo a assinalar a efeméride, deixamos alguns apontamentos baseados naquilo que escrevemos na referida obra:
“A notícia da Implantação da República em Portugal foi trazida a esta vila pelo nosso correligionário Joaquim Serra Cardoso1, na quinta -feira, pelas 8 e meia horas da manhã” – escreve o Jornal de Penacova – que explicita: “o nosso amigo tinha ido na véspera para Coimbra, e assim teve a honra de trazer em primeira mão a grata notícia. Logo ao chegar ao Ramal de Santo António, o nosso amigo soltou um estridente Viva a República que foi ouvido na vila o que fez com que o nosso director [Amândio dos Santos Cabral] corresse ao seu encontro, dirigindo-se logo ao Largo Alberto Leitão, onde imediatamente se juntavam muitos cidadãos aclamando a República.”
E prossegue o relato:  “Pouco depois, uma comissão Republicana composta dos nossos correligionários  dr. Rodolfo Pedro da Silva, dr. António Moncada, José Pedro Henriques, José Alves de Oliveira Coimbra e o nosso director percorreu a vila convidando os cidadãos para assistirem à proclamação da República nos Paços do Concelho, ao meio dia. A notícia fora anunciada por uma salva de 31 morteiros e grande número de foguetes. Imediatamente ''foi suspenso o trabalho em toda a vila, pois que todos queriam pormenores do faustoso acontecimento.''

Conta-se, de seguida, o episódio da subida ao telhado da Câmara para desfraldar a bandeira verde rubra: “Como as repartições da Câmara Municipal estivessem fechadas, o nosso director subiu por uma escada ao telhado do edifício dos paços do concelho e ali, no meio de aclamações entusiásticas do povo, que se achava no largo, hasteou a bandeira vermelha e verde, augusto símbolo da pátria redimida, a qual foi saudada com entusiásticos vivas e por nova salva de 31 morteiros e inúmeros foguetes.”
“Ao meio dia da tarde [assim se dizia] apareceu nesta vila o nosso correligionário sr. Leonel Serra [de Miro], a cavalo, e empunhando uma bandeira branca onde se lia – PAZ – acompanhado de muitos populares, que saudavam a República.”
Só no dia 7 (porque no dia 6 haviam fechado todas as repartições públicas) foi exarado no livro de actas da Câmara o Auto de Aclamação.  
“Ontem, cerca das duas horas da tarde, na sala das sessões da Câmara, no meio do maior entusiasmo, foi lavrado o auto que noutro lugar publicamos, da aclamação da República, sendo logo assinado por todos os cidadãos presentes, levantando-se muitos vivas à República, à Pátria portuguesa, etc. “
Também, de acordo com os relatos do jornal, apareceu pouco depois, no largo Alberto Leitão um ''numeroso grupo de correligionários da freguesia de S. Pedro de Alva que foi recebido no meio do maior entusiasmo, indo logo todos assinar o auto”.
Em seguida, ''todos os cidadãos que estavam no Largo Alberto Leitão se dirigiram para a nossa redacção – conclui o Jornal de Penacova – fazendo-nos uma calorosa e penhorante manifestação, sendo-lhes aqui oferecida uma taça de champanhe, trocando-se numerosos brindes, sempre no meio do maior entusiasmo.  Este periódico  transcreve na íntegra o texto exarado no livro de Actas das Sessões da Câmara:
“Aos seis dias do mês de Outubro do ano de 1910 pelas 12 horas do dia, nesta vila de Penacova e no Largo Alberto Leitão, fronteiro aos Paços do Concelho, foi entusiasticamente aclamada a República Portuguesa, proclamada em Lisboa no dia cinco do corrente, e hasteada abandeira republicana no edifício acima referido. E não podendo este auto ser lavrado logo após a aclamação, em virtude de estarem ausentes as autoridades administrativas deste concelho e fechadas as portas da câmara municipal sendo impossível, por isso, sem violência haver-se o competente livro das actas das sessões da mesma câmara, se lavra hoje,7 do corrente, o presente Auto de Aclamação da República Portuguesa, que vai ser assinado pela Comissão Republicana Local, pelas pessoas que tomaram parte naquela manifestação e ainda pelas demais presentes a este acto que espontaneamente o queiram fazer. Depois de lido por mim, Alípio de Sousa Correia Leitão, secretário da Câmara que o escrevi. “
Penacova por volta de 1910

O documento é assinado por cerca de sessenta pessoas. A ordem aqui apresentada não corresponde ao original. Optámos pela ordem alfabética:

Abílio Augusto Fernandes, Alberto Cabral de Nascimento Palma, Alípio Serra Cardoso, Amândio dos Santos Cabral, Américo Pinto Guedes, Aníbal Duarte de Vasconcelos, António Carlos Pereira Montenegro, António Casimiro Guedes Pessoa, António Correia da Silva, António Gomes Freire de Almeida e Silva, António Henriques Fonseca Júnior, António Joaquim Dias, António Lopes da Costa Carvalho, António Seiça Ferrer de Saldanha Moncada, Armando Alberto Pimentel, Athalyba Duarte Sousa, Augusto Ribeiro de Almeida, Carlos Mendes, Constantino António Carvalho, Daniel da Silva, Eduardo Pedro da Silva, Eduardo Silva, Fernando Miguel, Francisco Augusto Guedes, Francisco de Almeida Ventura, Francisco da Costa Gonçalves, Francisco Sousa Júnior, Heitor Ribeiro de Almeida, Henrique de Assumpção, Henrique Freire Garcez, Henrique Silva, João Augusto Simões Barreto, João Casimiro Guedes Pessoa, Joaquim Augusto de Carvalho, Joaquim Cabral Júnior, Joaquim Madeira Marques, Joaquim Pereira Castanheira, Joaquim Pita d’Eça Aguiar, Joaquim Serra Cardoso, José Alves de Oliveira Coimbra, José António de Almeida Júnior, José Augusto Monteiro Júnior, José Augusto Ribeiro, José de Almeida Coimbra, José de Matos Vieira, José dos Santos Silva, José Maria Marques, José Maria Pereira Pimentel, José Pedro Henriques, José Ventura de Almeida, Leonel Lopes Serra, Luís Pereira de Paiva Pita, Manuel Maria Ralha, Manuel Correia da Silva, Manuel Maria Ferreira, Manuel Silva, Rodolfo Pedro da Silva, Rodolfo  Silva, Silvério de Amaral Guedes e Urbano Ferreira da Natividade.

04 outubro 2011

1.º Aniversário da Implantação da República celebrado em todo o concelho


PENACOVA

Bem cedo, a vila foi despertada por uma salva de 21 tiros de morteiro. Pouco depois, a Filarmónica Penacovense percorria as ruas de Penacova. Girândolas de foguetes e casas"embandeiradas" anunciavam um dia diferente. No Largo Alberto Leitão e na Avenida 5 de Outubro, a iluminação fora especialmente cuidada. À noite, percorreu a vila um "grupo de cidadãos, acompanhados pela filarmónica […] tocando a Portuguesa". No meio de "enorme entusiasmo, levantavam vivas à República e à Pátria". Conta-se que, à porta do dr. Rodolfo Silva "este proferiu um comovido discurso que foi muito aplaudido." Terminado o cortejo na Avenida 5 de Outubro "saiu a Tuna de Penacova tocando a Maria da Fonte pelas ruas da vila".
S. PEDRO DE ALVA
Em S. Pedro de Alva, o Largo José António de Almeida esteve iluminado, em especial a fachada do Centro Republicano com "iluminárias de belo efeito". À noite teve lugar uma sessão solene no Centro Republicano, aberta pelo Presidente José de Almeida Coimbra, que proferiu um breve discurso, convidando em seguida para presidir à reunião, Bernardo Jacinto Henriques, professor de Travanca, que, por sua vez, convidou para secretariar José de Matos Vieira (da Venda Nova) e Manuel Gentil da Natividade, também professor. O secretário do Centro, Eduardo Pedro da Silva também usou da palavra. Foram "levantados acalorados vivas aos velhos e prestigiados republicanos" José de Almeida Coimbra e Joaquim António Madeira. O serão esteve animado e "as meninas Olímpia Gentil da Natividade, Conceição Henriques, Aida de Almeida e Alice de Almeida recitaram algumas poesias". Além disso a "galanta Belita Madeira compareceu a este acto com seus pais, graciosamente vestida de República." A terminar, "houve um animado baile nas casas da Escola que seprolongou até às 3 horas da madrugada."

LORVÃO

Lorvão também celebrou o 1.º Aniversário da Implantação da República. Neste dia não se trabalhou e a Junta de Paróquia "inaugurou uma linda bandeira nacional na fachada da sua sala de sessões tendo discursado o digno presidente da junta sr. Joaquim Maria da Silva. Durante o dia foram queimados cerca de oitenta dúzias de foguetes."

ESTRELA D'ALVA

Na Fábrica Estrela de Alva o Dr. Alípio Barbosa Coimbra "deu, nesse dia, um bodo aos operários". Embandeirou-se e iluminou-se a fábrica e foram " queimados inúmeros foguetes''.
 
FRIUMES

De Friúmes foi, inclusivamente, enviado um telegrama ao Presidente da República:

A comissão abaixo assinada felicita Vª Ex.ª pela gloriosa data de 5 de Outubro.

Friúmes de Penacova, 6-10-911

Joaquim Domingos, Francisco Ferreira, Jerónimo dos Santos Oliveira, Alípio Serra, Alberto Bento, Joaquim Moura, Vasco da Gama, Alípio Francisco, António Flórido dos Santos, António Rodrigues Duarte.

Também em Travanca, Lorvão, Chelo, Paradela e Cácemes foi assinalada a data.

Fonte: Jornal de Penacova, 1911

30 setembro 2011

Penacova e a República na Imprensa Local

Obra de 183 páginas, 25 x 15

"Penacova e a República na Imprensa Local" será apresentado pelo Prof. Doutor Luís Reis Torgal, autor do seu prefácio. O lançamento do livro, da autoria de David Almeida,  terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal de Penacova / Centro Cultural, pelas 10H30, do dia 5 de Outubro.

" O republicanismo em Penacova não nasceu no dia 5 de Outubro, ou melhor, no dia 6, quando nesta vila foi conhecida a notícia. De facto, o ideário republicano vinha germinando há alguns anos, quer por acção de homens formados na academia coimbrã, médicos, juristas, professores, quer por influência de emigrantes regressados do Brasil e comerciantes penacovenses estabelecidos no concelho e também na cidade do Porto."
In  Introdução
VER MAIS AQUI

13 fevereiro 2011

Casa - Museu António José de Almeida poderá tornar-se realidade

" A República, António José de Almeida e a Importância de Uma Casa-Museu" foi o tema geral do colóquio que se realizou no novo Auditório da Biblioteca e Centro Cultural, inaugurado ontem pelo Secretário de Estado da Administração Local, Dr. José Junqueiro.
O colóquio teve a participação dos Prof. Doutores  Luís Reis Torgal e Norberto Cunha  e dos Dr.s  David Almeida , Diogo Gaspar e António Arnaut.
“António José de Almeida e a República”, “Penacova e a República”,  “António José de Almeida e o Museu da Presidência da República”,  “A Importância de uma Casa-Museu como Centro de Animação Cultural ”e  “A República e a Cidadania”- foram os subtemas abordados, respectivamente, pelos citados oradores,  com a moderação da Prof. Doutora  Maria Manuela Tavares Ribeiro. Presente também o Dr. António José de Almeida Abreu, neto de António José de Almeida.
Atendendo à importância daquele Estadista, por   todos reconhecida, foi opinião de todos os presentes , incluindo o Presidente da Câmara, que se torna urgente o restauro da casa onde nasceu António José de Almeida  e que se justificaria plenamente a  criação de uma Casa-Museu em Vale da Vinha, ou tal não sendo viável, num outro espaço concelhio.
Museu, Casa-Museu, Centro de Estudos, qualquer que seja a solução, será pois um projecto a avançar, contando desde já com o apoio do Museu da Presidência, da Autarquia, da Família de António José de Almeida, e cremos, nós da maioria dos penacovenses.
Projecto que se pretende venha a ser mais um espaço vivo, dinâmico, de formação para a cidadania, do que um mero espaço museológico de características tradicionais.
Lisboa 
Estátua ao Dr. António José de Almeida,
por Leopoldo de Almeida e Pardal Monteiro (1929)

03 fevereiro 2011

Conhecer a República, conhecer o Passado...para melhor compreender o Presente





A exposição multimédia itinerante vai estar em Penacova até amanhã, dia em que o público escolar continuará a marcar presença. Mas esta exposição interactiva é para todos, com entrada livre. Não deixe de visitar.

Fotos: Penacova Online (3 de Fevereiro)

25 janeiro 2011

Inauguração da Biblioteca Municipal e Centro Cultural encerra Comemorações do Centenário da República

Está anunciado oficialmente o seguinte programa:

      14 h 00   Inauguração da Biblioteca Municipal e Centro Cultural de Penacova
            15 h 15   Exposição: “António José de Almeida e a Caricatura na I República”
      Apresentação de Alexandre Ramires ( Professor da Escola Infanta D. Maria, Docente Convidado no Curso de Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Investigador do CEIS20)
           15 h 30   Sessão de Abertura do  Colóquio
                " A República, António José de Almeida e a Importância de Uma Casa-Museu"
Moderação: Maria Manuela Tavares Ribeiro ( Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Coordenadora Científica do CEIS20)
             16 h 00 – Luís Reis Torgal (Professor Catedrático Aposentado da Faculdade de Letras da   Universidade de Coimbra, Coordenador de Investigação do CEIS20):
“António José de Almeida e a República”.
          16 h 15 - David Almeida (Professor da Escola Básica de Condeixa, Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra):
“Penacova e a República”.
Intervalo de 15 minutos.
       16 h 45 – Diogo Gaspar (Director do Museu da Presidência da República):
“António José de Almeida e o Museu da Presidência da República”.
       17 h  00 – Norberto Cunha (Professor Catedrático Aposentado da Universidade do Minho, Director da Casa-Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão):
“A Importância de uma Casa-Museu como Centro de Animação Cultural ”.
         17 h  15 – António Arnaut (Advogado e Escritor):
“A República e a Cidadania”.       
        17  h   30 – Debate.
      18 h 45 – Encerramento.

24 janeiro 2011

Em Penacova, a República em destaque, a 12 de Fevereiro

Centro de Estudos Interdisciplinares Séc.XX promove Exposição e Colóquio


Ainda no âmbito das comemorações do centenário da República, o CEIS20, em colaboração com o Município local, vai realizar em Penacova, no próximo dia 12 de Fevereiro, a partir das 14 h., no edifício da nova biblioteca municipal de Penacova a inaugurar então, uma exposição, a que se deu o título de «António José de Almeida e a Caricatura na I República», seguida de um colóquio subordinado ao tema António José de Almeida, Penacova e a República

01 dezembro 2010

"Com vagar embora, o Progresso vai penetrando na nossa Terra! "

INAUGURAÇÃO DA LUZ ACETYLENE EM PENACOVA ( 1 de Dezembro de 1910 )



Imagens ilustrativas dos tempos da iluminação
pública a gás, em Lisboa (século XIX) 
  Nas primeiras décadas do século vinte, nas zonas rurais, o petróleo sofre a concorrência da iluminação a acetileno. Este também teve um surto de difusão onde até aí não existia qualquer tipo de iluminação pública. Na cidade de Lisboa o acetileno só tem relevância em 1910 ( a par do gás, do petróleo e da electricidade ). Aqui perto, no Luso,a sua aparição foi em 1912.

Ora, também Penacova assistiu à inauguração da luz "acetylene" há precisamente 100 anos: foi no dia 1 de Dezembro de 1910. No entanto, " como a instalação não estava completa e chovesse torrencialmente, a experiência deu fraco resultado". Só no dia seguinte, o " resultado foi magnífico" - escreve o Jornal de Penacova, que sublinha: "Com vagar embora, o Progresso vai penetrando na nossa terra! "
---------------
O gás acetileno: o “carbureto” ( carboneto de cálcio) quando em contacto com  a água liberta um gás, o acetileno, cuja combustão gera uma chama muito forte. As suasvantagens eram a grande intensidade de luz produzida através de um processo fácil. As desvantagens eram o seu elevado perigo de explosão. O seu uso na iluminação provocou  grandes entusiasmos, mas devido aos acidentes causados, os ânimos ter-se- iam resfriado. (Sobre a história das técnicas de iluminação pública em Portugal, ver AQUI)

16 novembro 2010

Contas das Festas do Municipio foram apresentadas na Reunião da Câmara de 15 de Outubro.

Festas do Município e Comemorações
 do Centenário da República dominaram
reunião da Câmara de 15/10
Na reunião da Câmara Municipal ,de 15 de Outubro, a Vereadora Maria Fernanda Veiga apresentou as contas das Festas do Município, do Festitradições e ainda as transferências para as Associações e Grupos Etnográficos do concelho.

Outro assunto abordado, foi a Comemoração do 5 de Outubro. O Vereador Luís Morgado citou  excertos  de Ramalho Ortigão e Fernando Pessoa, onde aqueles escritores criticam duramente o regime republicano.

A agenda da reunião incluiu outros assuntos de gestão corrente. Leia AQUI a Acta publicada no site da Câmara

06 novembro 2010

Recortes de publicidade na imprensa local na primeira metade do século XX



Quem se recorda da Loja do Pitrolino na Rebordosa? ou da " Vagarosa Ligeira" do Heliodoro? E do Hotel-Penacova, na Avenida 5 de Outubro? Memórias que neste ano centenário da república somos convidados a revisitar...Aqui fica uma pequena recolha do Penacova Online.

Anúncio de 1902


19 outubro 2010

Recordando as Primeiras Damas da República: Maria Joana Morais Perdigão Queiroga de Almeida


Maria Joana, mulher de
António José de Almeida
Maria Joana Morais Perdigão Queiroga de Almeida, nasceu a 9 de Março de 1885, em Redondo,  e faleceu a  27 de Junho de 1965 em Lisboa.

Conheceu António José de Almeida  por volta de 1902, que era mais velho   19 anos.Casam a 14 de Dezembro de 1910 na Administração  do 1º Bairro de Lisboa, tendo como testemunhas, o irmão de António José de Almeida, Francisco António de Almeida, Juiz da Relação de Lisboa e Manuel de Arriaga, então,  Procurador Geral da República. Ficam a morar  na rua  de S.  Gens,  na  pequena casa onde António José de Almeida  vivia enquanto solteiro .
Espingarda usada como defesa na
noite de 19 de Outubro de 1921

Hoje, passados precisamente 89 anos, na noite de 19 de Outubro de 1921, dá-se  a “ Noite Sangrenta” em que são assassinadas várias personalidades entre elas o Chefe do Governo, António Granjo. Nessa tenebrosa noite, António José de Almeida, estava a convalescer, em casa,  da doença crónica  que o acometia. São avisados telefonicamente do perigo daquele momento e,  enquanto não chega a GNR , Maria Joana pega na caçadeira que guardava desde os tempos em que participava no Alentejo nas caçadas à raposa e coloca-se no 1º andar do palacete onde residiam, na Rua António Augusto de Aguiar, fazendo pontaria para a rua.
Este episódio passou-se há 89 anos exactos.

Em 1923 preside à Comissão Organizadora da Festa da Flor para angariação de fundos para a Cruz Vermelha. É  agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
António José de Almeida  morre em 1929, ficando viúva com 44 anos. Tem uma filha, Teresa. Passa os seus dias dedicando-se à família, em especial aos netos, António, que nasce em 1943, Maria Manuel (1944) e Maria Teresa (1946).
Morre na rua Ressano Garcia com um acidente vascular cerebral, em  1965.
Neste Centenário da República uma homenagem respeitosa àquela que acompanhou António José de Almeida, como sua mulher.
Fonte: As primeiras Damas da República,  Museu da Presidência, 2006

08 outubro 2010

Exposição " Viva a República" vai passar por Penacova no início de Fevereiro


Cartaz adaptado por Penacova Online
As Comemorações do Centenário da Implantação da República ainda não terminaram. Elas vão até Agosto, mês em que se assinalam os cem anos da Constituição de 1911.
A exposição Viva a República!... em digressão , que está a percorrer  cerca de 100 concelhos de todo o país, vai estar em Penacova de 2 a 4 de Fevereiro.
Segundo nos informa o sítio “ Viva a República!... em digressão, a exposição " é dedicada à história da I República, um dos períodos mais marcantes da história recente de Portugal:
o percurso de evolução do ideário republicano, o processo de implantação da República, os principais contextos e transformações a que esteve associada."
 Viva a República!... é acompanhada por uma equipa de mediação, sendo também disponibilizados materiais e suportes pedagógicos e de divulgação.

05 outubro 2010

António José de Almeida - figura incontornável da História da I República

Penacova sempre reconheceu o seu valor e se orgulhou deste seu filho ilustre. Ao findar o dia 5 de Outubro de 2010, aqui fica mais um recorte da imprensa local (Jornal de Penacova e Voz de S. Pedro de Alva ) em memória desta figura proeminente da revolução republicana. Marco que mudou indiscutivelmente a História de Portugal.



Recortes de:  JORNAL DE PENACOVA e
 VOZ DE SÂO PEDRO DE ALVA

 

Há 100 anos, Penacova aclamou entusiasticamente a República: o povo saiu à rua, foguetes, salvas de 31 morteiros, grandes manifestações

A República chegou  a Penacova, não no dia 5 de Outubro, mas só no dia 6 ,  
quando pela manhã,  se soube da notícia.
De entre os vários episódios ocorridos,
 fica para a história a lista de cerca de sessenta assinaturas de penacovenses,
alguns que já  pertenciam  à Comissão Republicana,
outros que se associaram às manifestações na ocasião e fizeram questão de subscrever
o auto de aclamação,
documento redigido pelo secretário da Câmara,
Alípio de Sousa Correia Leitão.


Fonte: Jornal de Penacova
(Grafia actualizada)
VER LISTA POR ORDEM ALFABÉTICA NA COLUNA LATERAL

28 setembro 2010

" As Mulheres na Implantação da República " - obra foi apresentada hoje em Penacova

Conforme anunciado, realizou-se esta noite em Penacova uma Tertúlia, tendo como oradora principal a Drª Fina d'Armada.

A  comunicação centrou-se no conteúdo da obra "As Mulheres na Implantação da República", que vai ser lançada oficialmente no dia 30 em Lisboa. No entanto podemos afirmar  que Penacova teve o privilégio de assistir a um pré-lançamento do livro, tendo sido possível a aquisição do mesmo no final do colóquio.

A obra,  como se refere na contra-capa " trata das mulheres de Norte a Sul do País que tiveram algum papel no processo de implantação da República. Realça as lutas femininas colectivas ou isoladas para a instauração de um novo regime, depositando nessa mudança o desejo de melhoria da sua condição".

Um trabalho de investigação histórica que, neste Centenário da República,  vem dar maior visibilidade ao papel das mulheres no movimento republicano no nosso país.

24 setembro 2010

Centenário da República: fotobiografia de António José de Almeida, quem a conhece?

António José de Almeida, quer se queira, quer não, é (talvez pudesse ser mais ) um ex - libris de Penacova, se assim podemos falar , em termos da história e da cultura política do concelho. O Grande Comício de 1 de Agosto de 1909 em S. Pedro de Alva, a Inauguração dos Centros Republicanos, quer de S. Pedro de Alva, quer de Penacova, o florescimento de jornais republicanos no concelho, as suas passagens por casa de seu cunhado, no Silveirinho ( além de Vale da Vinha ) atestam, entre outros factos, a sua influência e familiaridade com as  gentes que o viram nascer. Os finais do século XIX e as primeiras décadas do Séc. XX são, deste modo,  também no nosso concelho, marcados directa e indirectamente por  esta   importante voz  da ideologia republicana e por este grande actor da Primeira República. Nascido na freguesia de S. Pedro de Alva, estudante em Coimbra foi, desde muito cedo, quer enquanto activista universitário, quer enquanto titular de cargos políticos ( deputado, ministro, “primeiro-ministro e Presidente da República”) ,  uma “ figura tutelar” do republicanismo no nosso concelho.
Penacova honrou-o com a instituição do feriado municipal, evocando o dia do seu nascimento – 17 de Julho de 1866 – e erigiu em sua memória alguma estatuária. Todos sabem que nasceu em Vale da Vinha ( poucos saberão ou sequer se confrangerão com o estado ruinoso em que se encontra a casa que lhe serviu de berço e onde viveu a sua infância). Podemos estar a ser injustos mas a nossa percepção vai no sentido de que existe por parte dos penacovenses um grande desconhecimento da vida e obra desta figura da História de Portugal. Este desconhecimento é visível, por exemplo, quando o turista que chegue a Vale da Vinha se depare com duas lápides, uma indicando o dia 17 de Julho e outra o dia 19 de Julho, como dia do seu nascimento. (1) Os próprios dados biográficos - políticos nem sempre são referidos correctamente. Por vezes se diz que foi Ministro das Colónias (o que está correcto) e esquece-se que nesse período (1916 / 17 ) mais do que ministro, foi, de facto, no chamado Governo da União Sagrada, Presidente do Ministério ( isto é, Chefe do Governo ). Que foi Presidente  da República toda a gente saberá, mas não se vai muito além disso.
Em 2004, foi publicada uma fotobiografia de António José de Almeida, resultante dum protocolo entre a Câmara Municipal de Penacova, o CEIS 20 (Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX), Familiares e o Círculo de Leitores.(2) A obra António José de Almeida e a República: discurso de uma vida ou vida de um discurso foi assinada pelo Prof. Doutor Luís Reis e  distinguida com o prémio de História Contemporânea da Academia Portuguesa de História.
No centenário da República, a obra António José de Almeida e a República: discurso de uma vida ou vida de um discurso assume uma importância ainda maior. Este livro é, pois, um óptimo meio de conhecer melhor a vida e a obra deste nosso ilustre conterrâneo.
Goste-se ou não se goste de História, valorize-se ou não a Memória Colectiva, continuamos a defender que para compreender o Presente é preciso saber alguma coisa do Passado. É assim para as nossa história e identidade pessoal, é assim também para a nossa história e identidade concelhia.
Comemorar os Cem Anos da República poderá passar também pela promoção desta obra, à venda  no Posto de Turismo ou nas grandes livrarias do nosso país.
Um livro para “ver”, uma obra para ler, um texto para reflectir.
David Almeida
___________________
(1) O dia do nascimento de António José de Almeida é apontado como tendo sido o 17 de Julho ( segundo consta da Certidão de Baptismo). No entanto, no site da Presidência da República, aparece o dia 27 de Julho. Esta data também foi divulgada aquando do concurso da RTP “ Os Grandes Portugueses”; o site actual do Centenário  da República regista o dia 18 de Julho, bem como o site da Fundação Mário Soares. Também alguns jornais penacovenses da época falam nesta data. A lápide de Vale da Vinha ( 1975) refere o dia 19 de Julho…Quase que é de colocar a questão: afinal o dia do nosso Feriado Municipal está correcto?
(2) A 2ª edição é da editora Temas e Debates

03 setembro 2010

Concurso Escolar sobre António José de Almeida e a República: visite a exposição dos trabalhos


Promovido pela Câmara Municipal, decorreu, ao longo dos 2º e 3º períodos do ano lectivo de 2009-2010, o Concurso "António José de Almeida, Penacova e o Centenário da República" dirigido a toda a população escolar do Concelho.
Os trabalhos encontram-se expostos no Átrio do Edifício dos Paços do Concelho, na Biblioteca Municipal e no Edifício das Piscinas Municipais (Recepção e Piso -1).

Premiados o Jardim de Infância de São Mamede, pelo seu trabalho subordinado à temática "A Bandeira"; o trabalho do 4ºB da Escola do 1º CEB de Penacova; o  6º A da Escola Básica Integrada de São Pedro de Alva, pelos seus trabalhos subordinados à temática "A República" e, ex aequo, as Turmas A e B do 7º Ano da Escola Básica Integrada de São Pedro de Alva, pelos seus trabalhos subordinados à temática "António José de Almeida, Penacova e os 100 Anos da República". (Fonte: website da Câmara)

Penacova Online foi visitar a exposição, recolhendo imagens da mesma. Pedimos desculpa aos visitantes do nosso blogue, por algum lapso que possa existir na identificação dos trabalhos e na sua cobertura.

Na coluna lateral pode ver (em slideshow) as fotografias dos trabalhos expostos. Pretendemos, com isso,  dar uma imagem global,  mas não há como ver e apreciar in loco. Vale a pena e será, certamente,  um estímulo para as nossas crianças e jovens que, sem dúvida, enriqueceram os seus conhecimentos e as suas competências em termos de cidadania.
Fotos: Penacova Online (recolhidas em 27 e 29 de Julho)