28 fevereiro 2011

Depois da luta em prol da realização de uma obra, um segundo combate se desenha agora contra a construção de uma outra que poderá inviabilizar a primeira...



São cerca de 3,5 milhões, sendo 2,5 de financiamento
comunitário e 1 milhão de comparticipação nacional,
conforme se pode ler nas placas

As obras a juzante do açude revelam uma dimensão
mais exacta da complexidade da obra

A montante da ponte açude também é visível o avanço da obra
FOTOS: PENACOVA ONLINE
São 3,5 milhões de euros por água abaixo?  A obra da escada de peixe avança ( ver fotos de hoje ) mas enquanto que uns entendem que mesmo com a construção da mini-hídrica vale sempre o investimento, pois serão sempre cerca de 15 quilómetros a montante ( além de garantirem que a obra na zona do Caneiro acautelará todos os problemas levantados quanto à passagem da lampreia), outros entendem que o investimento, tão ansiado, que está a ser feito na ponte-açude de Coimbra, corre o risco de ser desperdiçado se avançar-como se crê-com a mini-hídrica. Penacova está contra e este fim de semana que passou o Capítulo da Confraria da Lampreia reforçou essa contestação.

Escreve o Diário de Coimbra:

“Mini-hídrica será fatal
para lampreia de Penacova”

Vencida a batalha da “escada de peixe”, Confraria da Lampreia lutará contra projecto da Foz do Caneiro.

Primeiro a construção de açudes e barragens, agora o anúncio de uma mini-hídrica. No VIII Capítulo da Confraria da Lampreia, voltaram a erguer-se vozes contra o projecto da Foz do Caneiro, na certeza que tal afectará negativamente a já difícil subida da lampreia até Penacova. Na cerimónia de entronização dos novos confrades, o recém-eleito presidente, Fernando Lopes, considerou mesmo que «a mini-hídrica será fatal para a lampreia de Penacova».


«A lampreia que outrora subia o rio Mondego e que aqui chegava em grande quantidade, viu a sua população reduzir-se drasticamente, por via da construção de açudes e de barragens», lamentou o confrade-mor. Prometendo uma «defesa intransigente» da gastronomia do concelho, particularmente do arroz de lampreia, Fernando Lopes referiu que, vencido que parece estar o primeiro obstáculo para o percurso natural da espécie rio acima até Penacova, a confraria centrará esforços na barreira que se adivinha com a mini-hídrica.

A obra da escada de peixe na Ponte-Açude está a decorrer e terá um custo global de aproximadamente quatro milhões de euros, permitindo que lampreias e outras espécies piscícolas migratórias subam o rio. No entender do presidente da Confraria da Lampreia, é no mínimo contraditório que apenas 10 quilómetros a montante se anule o efeito da obra com a construção da mini-hídrica.

Admitindo a necessidade de criar energias alternativas, Fernando Lopes recomendou a «ponderação entre custos e benefícios», colocando do lado dos custos os prejuízos ambientais e turísticos de um paredão de nove metros de altura e da criação de uma albufeira. «Estaremos na linha da frente e vamos aceitar integrar ou promover movimentos que se criarem com o intuito de impedir que seja cometido um atentado grave ao nosso património natural», sublinhou.

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