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| João Paulo Avelãs Nunes, do CEIS20, apresentando as linhas embrionárias do projecto | 
No contexto da celebração do feriado municipal – 17 de Julho –
foi apresentado, ainda em fase muito embrionária, na presença do Presidente da República,
o projecto de criação de um Centro de Interpretação da I República e Núcleo Museológico
em torno da figura de António José de Almeida.
De acordo com as palavras de  João Paulo Avelãs Nunes, do Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc. XX (CEIS20),
a quem coube a apresentação do projecto, o mesmo terá um carácter “transversal
a diversas áreas” e pretende-se que seja “não instrumento de conflito mas, pelo
contrário,  de consensualização de
valores.” Terá uma vertente de formação cívica, “sem um discurso, uma mensagem
ou moral pré-definida, mas com carácter aberto, facilitador do debate de
ideias.” 
O futuro Centro de Interpretação e Núcleo Museológico, a
instalar em Vale da Vinha,  constará de
um piso térreo, reservado para a instalação de valências técnicas e de um 2º
piso, correspondendo ao espaço nobre da
antiga casa. No entanto, não  teremos propriamente
a reconstituição do espaço familiar, já que ele foi desaparecendo com a
degradação do edifício. 
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| Edifício que vai ser recuperado para instalação do Centro Interpretativo / Casa Museu | 
Um dos primeiros núcleos de caracterização será a origem de António
José de Almeida, a história familiar e local, a ligação à comunidade de origem.
Contará  a história  de  António
José de Almeida e de Portugal, desde o final do séc. XIX até aos anos trinta do
século XX. 
Um segundo espaço versará sobre  o início da actividade profissional de António José
de Almeida que, neste caso, permitirá  uma ligação ao Império Colonial da época, com
uma outra parcela da realidade portuguesa (S. Tomé).
Seguir-se-á  o período
em que António José de Almeida foi um dos principais dirigentes do partido republicano, quer na fase de
propaganda, quer na conquista do poder politico. A implantação da República, a
fase de governação e o papel de António José de Almeida,  a desagregação da Primeira República, a sua
substituição por outro tipo de serão outros aspectos a contemplar.
O investigador do CEIS 20 referiu que o Centro de Estudos fora
também  convidado para, além deste
projeto,  colaborar  noutros mais a criar na região: “uma espécie
de rota de museologia em torno das questões políticas em Portugal  desde finais os séc. XIX até ao final do Estado
Novo.” 
Mais concretamente, núcleos museológicos ligados a
personalidades marcantes: “em primeiro lugar, obviamente António José de Almeida, em
Penacova;  em segundo lugar,  “não propriamente António de Oliveira Salazar,
 mas um Centro de Interpretação  sobre o Estado Novo”, em Santa Comba Dão. Também
no concelho de  Carregal do Sal, um Centro
de Interpretação sobre o holocausto e Casa Museu Aristides de Sousa Mendes. Numa
fase mais atrasada de negociação, Afonso Costa em Seia, irmãos Lacerda, no Caramulo
e eventualmente um novo projeto em torno de escritores, incluindo Mortágua e
outros locais.  
“Isto permite criar uma rede que pode ter várias entradas. Uma
delas e a mais óbvia seria Coimbra não só por ser Património Mundial da UNESCO,
mas também através do Portugal dos Pequenitos, um ícone da memória do Estado Novo.” – adiantou
João Paulo Avelãs Nunes.
Este conjunto de projectos  envolve não  apenas as câmaras municipais mas também as
comunidades intermunicipais. Além disso, “procurar-se-á  criar um Conselho Consultivo que representará  várias entidades, entre elas o Museu da Presidência, e será o garante da qualidade científica, e do rigor intelectual e ético.”
Projectos que implicam recuperação de património, atividade museológica, formação cívica, educação e turismo: “Teremos não apenas a divulgação cultural e científica, mas também a turística. Em territórios de chamada baixa densidade podem ser uma estrutura muito positiva e significativa.” - afirmou Avelãs Nunes.


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