Durante
algumas décadas caído em desuso, o termo foi agora recuperado para a promoção
turística de Penacova. O "Roteiro do Arista" selecciona oito locais
de maior expressão turística, tantos quantos as letras que formam a palavra
Penacova.
A
criação da Sociedade de Propaganda de Portugal (1906), onde militavam
destacadas personalidades, entre elas Alfredo da Cunha e Manuel Emygdio da
Silva e a criação da Repartição de Turismo, no seio do Ministério do Fomento
(1911), foram decisivas para o desenvolvimento do turismo no nosso país.
Acompanhando
o movimento europeu de valorização do turismo, e acreditando-se que o turismo
podia ajudar o país a sair da profunda crise social e económica que
atravessava, realizou-se em Lisboa, em 1911, o IV Congresso Internacional de
Turismo, de cujo secretariado fez parte Emídio da Silva. Também Alfredo da
Cunha, director do Diário de Notícias, teve um papel importantíssimo neste
processo.
A
inauguração do Mirante em 1908 que além de Emídio da Silva, que tinha conhecido
Penacova pela mão do Deão Leite, e de Alfredo da Cunha, trouxe a Penacova nomes
importantes da elite lisboeta e catapultou as belezas da vila para as páginas
dos jornais (Diário de Notícias), das revistas (Serões) e dos roteiros
turísticos que começaram a surgir.
Estamos
convencidos que Penacova, com as suas belezas naturais, com os seus “bons
ares”, com a vantagem de integrar o triângulo turístico Coimbra- Luso –
Penacova, só beneficiou deste movimento nacional e se afirmou como estância
turística porque teve a sorte de seduzir “apaixonadamente” pessoas influentes
do nosso país que se tornaram embaixadores de Penacova em todos os areópagos
que frequentavam. Recordemos alguns dos seus nomes: Emídio da Silva, Alfredo da
Cunha, Raul Lino, Simões de Castro e Oliveira Cabral (mais tarde).
Foi
assim que Penacova se tornou terra de “Aristas” e na década de quarenta
“regorgitava” já de “ilustres creaturas” que “atraídas pelos bons ares, águas e
pitorescas paisagens“ aqui vinham gozar as suas férias para “oxigenarem os seus
pulmões e tonificarem os nervos” envolvidos pelo “magnífico ambiente" de
"verdadeiro sanatório" e "carinhosa hospitalidade".
A Gazeta
de Coimbra[1] noticia em 1932: "Penacova tem
sido este ano muito concorrida por famílias que ali foram passar a época
calmosa, sendo também numerosas as excursões que têm vindo à Sintra do
Mondego". Ficamos também a saber que "a maior parte das famílias que
ali têm feito vilegiatura são de Lisboa e, em geral, divertem-se pescando no
Mondego, realizando pic-nics, passeando em barcos, reunindo-se na Pérgola e
organizando bailes no Club."
Ainda
não se tinham "descoberto" as praias, por isso de banhistas não tem
Penacova histórias para contar… mas de aristas e excursionistas muitas marcas
ficaram nesta " terra de encantamento", nesta terra que inspirou
muitos escritores e poetas:
“Eis
ao longe Penacova… / P'ra lá vai o pensamento / É formosa e sempre nova / E
terra de encantamento // D'aquele Mirante altivo / E de tamanha grandeza / Fica
nosso olhar cativo / De tanta, tanta beleza …”[2]
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