domingo, julho 28, 2024

𝕯𝖆 𝖒𝖎𝖓𝖍𝖆 𝖏𝖆𝖓𝖊𝖑𝖆: A tapar o Sol...


A tapar o Sol …


Foi dia 10 de Junho
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
A “Festa” desenvolveu-se num local de muito azar
!… Em Pedrógão Grande …!
Por onde passou o fogo a matar
As Pessoas nunca irão esquecer
Como as deixaram ali à sua sorte
Prontas pra morrer
Lembrar-se-ão, sempre, dessa malapata sem nome
Deste tipo de gerir territórios sem noção ou coração
Como se fez -e faz- neste Interior amado e beirão
Passaram anos (sete)
As estradas continuam más
Os órfãos não tiveram paz
O emprego fugiu de lá, sagaz
A emigração continuou audaz
… mas julgaram-se Bombeiros que combateram o fogo!
E, por isso mesmo, não existem voluntários, agora
Nem lá, nem por este País fora
Como poder pensar-se cativar assim, no logro?
Neste dia absolutamente triste
Esteve a desenrolar-se um desfile
Da Política que por cá existe
Que não foi para lá definir-se
Dar nada do que é preciso ao Povo
Nem do que lhes foi prometido
Só rememorar o traumatismo
Só discutir balelas na televisão
Demonstrando-lhes má afinação
E nenhuma consternação
Não vale a pena dizer “coesão”
Jurar amor em tropeção
Falar em empenho, em trazer riqueza
Quando pela frente só se tem pobreza
Aqueles milhares de militares
Desfilando e entoando os ares
Foram em armas, sim
Mas em boa verdade
Para ajudar, em sentido, Rui Rosinha pra ele ser ouvido
Não para fazer festa em local de saudade, onde o fole
Da gaita
Leva muita gente a querer tapar o Sol
Com a peneira
Desta vida, que, afinal, continua traiçoeira

Luís Pais Amante
Casa Azul

Vergado ante o grito do Bombeiro Rui Rosinha, na sua condição de sobrevivente, grito esse que tem razões para ser repercutido nas Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários.

1 comentário:

  1. Completamente de acordo, " muita gente a querer tapar o sol com a peneira"! Excelente!!!

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