01 junho 2024

Poetas penacovenses [15]: De olhar entristecido


De olhar entristecido


De sobrolho olho

O quintal do fundo

Com nozes, cebolas e couves tronchudas


Um pouco além

A quinta do mundo

Com ínsulas, videiras e abóboras carnudas


Bem a direito

O Rio sempre belo

Com moçoilas novas a dar ao marmelo


Mais pra lá

O oceano imundo

Com plástico apodrecido e peixes a boiar


Dizem mas eu não vejo

Que junto aos desertos das Áfricas

Há gente a correr no sonho de algo querer ter


Que se afunda

Assim que vê terra

E que luta com a água -e treme- antes de morrer


Luís Pais Amante

Casa Azul



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