quarta-feira, novembro 06, 2024

𝔻𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕛𝕒𝕟𝕖𝕝𝕒: Um Mundo de pernas pró ar


Estamos a aproximarmo-nos rapidamente do Natal.

O Natal é um momento marcante em grande parte do mundo, que evoca a vida de Cristo em Fé, mas também o necessário apoio aos mais desfavorecidos.

Os mais desfavorecidos, nesta hora, crescem exponencialmente neste mundo triste cheio de ganância.

Ganância misturada com arrogância e com prepotência e todos com violência e morte…

No post Primeira Guerra, fruto do trabalho de Pessoas de bem, Humanistas e Políticos de primeira água, que conseguiram sentar-se à mesa e discutir as diferenças e o modo de se relacionarem com regras, criou-se a SDN - Sociedade das Nações (também conhecida como Liga das Nações), em 1919, como primeira organização intergovernamental, que começou a sua actividade de manter a paz e a segurança entre os países-membros.

Em 1926 a SDN tinha 58 países-membros; mas vicissitudes diversas ocorridas em 1931 (invasão da Manchúria pelo Japão) 1935 (invasão da Abissínia pela Itália e reintrodução do serviço militar na Alemanha de Hitler que (em 1936) ocupa a zona desmilitarizada do Reno), a qual a SDN não conseguiu evitar, fez com que reunisse pela última vez em Dezembro de 1939, sendo dissolvida em 1946.

Antes disso (24 de Outubro de 1945, em São Francisco, nos EUA) por outros Homens e Políticos de bem, daquela qualidade deveras superior, que já não existe, foi criada a ONU – Organização das Nações Unidas -actualmente com 193 Estados Membros- para promover a cooperação internacional.

O foco foi impedir outro conflito como a Segunda Guerra Mundial.

A ONU tem sede em Nova Iorque e extraterritorialidade com escritórios em Geneva, Nairóbi e Viena.

Os objectivos da ONU eram:

- manter a segurança e a paz mundial;
- promover os direitos humanos;
- auxiliar no desenvolvimento económico e no progresso social;
- proteger o meio ambiente;
- e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados.

A Organização evoluiu, desmesuradamente, a partir da leitura extensiva da Carta das Nações Unidas (o Tratado fundamento), tendo como Órgãos principais a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, O Conselho Económico e Social, o Conselho de Direitos Humanos, o Secretariado e o Tribunal Internacional de Justiça.

E como Agências, a OMS – Organização Mundial de Saúde, o PAM – Programa Alimentar Mundial, a Unicef, a Unesco, a OIT – Organização Internacional do Trabalho e a ACNUR.

O Secretário Geral é, desde 2017, o português António Guterres, figura democrática de Estatuto Mundial.

Aqui chegados -e conhecendo pessoalmente António Guterres, por quem tenho enorme estima pessoal- é-me muito difícil entender as suas últimas opções. Não estão lá questões de Fé, nem daquela astúcia fina que lhe reconhecia.

Efectivamente, na minha visão -exigente- não se pode conviver com as suspeitas sistemáticas de corrupção e negociatas e violações, sobre as extravagâncias existentes, sobre o aburguesamento evidenciado nas benesses, sobre o encobrimento de suspeitas relativas aos que se abrigam e trabalham por ali, sobre a estratégia que se vai seguindo e, muito principalmente, sobre a política errática nas intervenções, nas opções e nos convívios, mormente perante violações estrondosas das decisões em vigor.

Todas estas questões somadas -que confrontam os objectivos acima- não libertam fundos para a missão que, hoje, devia constituir “o foco principal” da ONU, qual seja a de “promover ajuda humanitária em casos de fome (que não pára de crescer) desastres naturais (que atingem foros de desequilíbrio absoluto) conflitos armados (que criam o caos e se multiplicam pelo mundo, sem intervenção firme da Organização) com aumento exponencial de Refugiados a morrer.

Justamente a área “menina dos olhos” de Guterres, que foi Alto Comissário da ACNUR, Agência para os Refugiados, cuja restruturação promoveu com enorme êxito, saliento.

O Mundo está de pernas pró ar! As eleições americanas demonstram isso mesmo. A desgraça humana avança sem controle em situações de terreno pobre, de exploração sem escrúpulos do totalitarismo sangrento, de refúgio necessário e de apoio urgente à sobrevivência, com acolhimento incluído!

Os financiamentos de toda esta “máquina imensa” começaram a escassear e vão estar em causa a breve trecho, paralisando-a, como não é difícil prever!

E António Guterres [o Homem da independência de Timor que não gosta de pântanos e de que nós devemos ter muito orgulho pelo que fez de meritório durante a sua vida] já não é mais parte da solução, infelizmente para o Mundo, para ele próprio, para a sua Família e para o nosso País.

Por vezes é de bom tom saber sair de cena pela porta grande! E essa via in casu está a estreitar, dramaticamente…empurrada por Israel, que hoje obteve via verde para a “matança”!

Luís Pais Amante




8 comentários:

  1. Estive a ler um artigo didáctico que muito nos ajuda a perceber a situação do Mundo.
    Parabéns
    Omar

    ResponderEliminar
  2. Excelente análise, tristemente verdadeira.

    ResponderEliminar
  3. Partilho a sua análise feita com a cabeça bem em cima das pernas. Abraço.

    ResponderEliminar
  4. Uma ótima análise dr. Luís Amante, não sei onde o mundo vai parar, mas já é hora do sr. Guterres sair, está visto o que o velho ditado diz!! A idade não perdoa!! Obrigada caro amigo Luís por mais uma excelente reflexão!! Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Como nos tem habituado mais uma brilhante análise. E o mundo está mesmo de pernas para o ar e agora com a “via verde” para a matança, nem sei como vai ficar 🥲

    ResponderEliminar
  6. Com todo o respeito que me merece Sr. Dr. Luís, António Guterres tem uma Missão Ciclópica, de lidar, dialogar e "aturar" com governantes que se julgam "Deuses" omnipotentes pois que de omnipresentes nada têm, quando nas suas mentes conturbadas perpassam as ideias de domínio absoluto, controle de massas, aproveitamento e imposição de situações desfavoráveis, mas que depois de bem analisados não passam de marionetes ao sabor das conveniências "dos donos disto tudo" que são os Srs. das Finanças, da Guerra, Indústria Farmacêutica, Indústria Armamentista e da Droga, embora concorde consigo em parte, há que olhar mais friamente que esses tais Srs. "donos disto tudo" manobram a seu belo prazer toda uma classe de políticos de meia tigela que se pavoneiam nos corredores do planeta do "Santo Graal" do poder que é efémero ignorando que amanhã tudo pode mudar e que para eles tanto faz que morra um ou milhões, desde que as suas contas bancárias apresentem saldos de biliões.
    Para terminar Dr. Luís há 63 anos atrás ia eu nos meus 16 li um poema no saudoso Diário de Lisboa que me marcou para sempre, que rezava assim: "ás portas das igrejas existem sinais de sentido proibido em forma de moedas, a segregação não é só racial"
    Grato pela atenção.

    ResponderEliminar
  7. Divisões sem o essencial. Crises e guerras fabricadas no íntimo de quem apenas conhece o oposto do amor , deixando analisar o que tanto lhes falta no seu ser. Grata pela.análise.

    ResponderEliminar
  8. Como sempre um texto excelente(tal como o Dr Luís já nos habituou). A retrospectiva histórica deveria cimentarr a compreensão e a perspectiva evolutiva da humanidade, mas tal não acontece... Será a essência mais recondita do homem que o impede??? É hora de reflexão de todos nós e se possível de mudança de paradigma!

    ResponderEliminar