02 agosto 2022

Lugares, monumentos e sítios de Penacova (5): Reconquinho


A Praia do Reconquinho é reconhecida como uma das mais bonitas do país. 

Foi considerada até, pela National Geographic, como uma das nove praias mais bonitas de Portugal, numa lista de cem praias localizadas de norte a sul do nosso país.

Galardoada, pela primeira vez em 2013 com a Bandeira Azul, ostenta também agora a Bandeira de Praia Acessível, dispõe de bar, apoios de praia, fluvioteca e animação ao longo de toda a época balnear, proporcionando todas as condições de lazer e diversão.

O funcionamento desta praia fluvial remonta a 1964. Nesses tempos, os “aristas” iam ali dar o seu passeio, tomar o seu banho e dar uma volta de barco. 

Em 1970 nasce, ali ao lado, o Parque de Campismo, por iniciativa da Sociedade de Propaganda e Progresso de Penacova, com o apoio da Câmara Municipal. 

Surgiu também uma Escola de Natação e a praia fluvial foi requalificada, acorrendo aí, já nessa altura, “muitos milhares de pessoas de todas as classes”.

É no Reconquinho que se situa o centro de Trail Running Carlos Sá, sendo este local o ponto de partida para todos os percursos de trail existentes no concelho de Penacova. 

Também o projecto “Serranas do Mondego” passou a proporcionar, nas águas do Mondego, um passeio de Barca Serrana tendo como pano de fundo o Reconquinho, o Penedo da Carvoeira e a altiva Penacova, encimando o Olival do Mondego.

Existe uma lenda que faz parte das colectâneas de lendas de Portugal e foi magistralmente recontada por Martins da Costa. https://penacovaonline2.blogspot.com/2014/03/as-bruxas-do-reconquinho.html


POEMA de Luís Pais Amante  (in Penacova [In]temporal, 2022)

OH RECONQUINHO


Comecei a olhar para ti, cá de cima, 

pela manhã Amiguinho

Num dia em que estiveste de sol raiado

Com a luz a bater na tua curva ideal

Igual à minha


E a refletir-se no teu areal

Entranhando-se na áurea dos veraneantes

Que por cá vão ficando ainda radiantes


A tua praia aristocrática está bonita

Arejada, emproada

Parecendo-nos mais suculenta desde que falam nela por aí

Ou o Presidente Marcelo tirou um selfie para ti


Sempre serás um espaço d’encantar

Uma revista enlaçada num cenário de cobiça


A fotografia que te tiro, agora, mais pela tarde

Capta embevecidos os forasteiros d’outrora

Que pairam no teu bom ar 

como se fossem fantasmas feitos de doce de amora


Aristas d’antigamente, dizem hoje

Gente que por aí foi sendo diligente

Os miúdos a nadar

Correndo sempre em liberdade

Os biquínis a espraiar

Inquietando sempre, mas sempre, a nossa mocidade

Uns espreguiçavam-se, outras enguiçavam-se


Já é noite, entretanto e agora estou na Pérgola

Não estão cá só as caras d’antigamente

Nem só as pessoas da minha juventude

Está cá Povo inteligente

Que gosta de ouvir poesia

E que vem absorvê-la, criticá-la, senti-la


Povo 

que sabe o que é ter Penacova na sua fantasia

Que te ama, Reconquinho, 

como se fosses uma grande epifania

Que te vai vendo mudar ao sabor do tempo

Sem já seres só local mítico ao relento


Gente

Que te discute só por te querer bem

E que sonha com uma ponte

Fixa

Fixe

... Que não saia da fotografia no Inverno

... Nem se escape como a enguia quando foge do inferno!


Luís Pais Amante

17Jul19, 18h30

Preparando a Tertúlia da Poesia que hoje vai acontecer na Pérgola Raul Lino, em Penacova

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