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Recorte de notícia de "A Comarca de Arganil" (7/9/2017)
cujo texto se transcreve a seguir: |
Em
14 de Setembro de 1976 abriu em Travanca do Mondego o primeiro Jardim de
Infância do concelho de Penacova. Numa época em que a educação pré-escolar era
uma novidade nos meios rurais, o Padre António Oliveira Veiga e Costa, atento
aos problemas sociais das paróquias que há pouco lhe haviam sido confiadas,
tomou em mãos uma obra pioneira e que acabaria por revolucionar a freguesia de
Travanca e principalmente o Alto Concelho de Penacova. As dificuldades iniciais foram vencidas. O
Jardim de Infância, que abriu com 25 crianças, passados 5 anos contava já com
40. Entretanto o Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Travanca do Mondego ia
alargando a sua acção a outras vertentes educativas e culturais: colónias
balneares, escola de música, grupo etnográfico, biblioteca, escutismo, grupo
coral… Também a criação da Telescola, nos anos 70, por iniciativa daquele
sacerdote, completava a dinâmica cultural e educativa que a freguesia estava a
viver. Um vasto conjunto de iniciativas que marcaram indelevelmente não apenas
Travanca do Mondego mas todo o concelho de Penacova.
Ao
terminar o ano lectivo 2016/2017 o Jardim de Infância promoveu, como vinha
sendo habitual, a sua Festa de Encerramento. Dado que se assinalavam 40 anos de
funcionamento, o Centro Paroquial decidiu alargar o convite a todas as
famílias, bem como à Câmara Municipal, Junta de Freguesia e Associação
Recreativa e Cultural.
O
Encontro-Convívio teve lugar na tarde do dia 16 de Julho. A festa iniciou-se
com a actuação das crianças do Jardim de Infância e entrega de diplomas aos
“finalistas”. De seguida, o Dr. David Almeida dirigiu-se, em nome da Direcção, a
todos os presentes, começando por cumprimentar, de um modo especial, o Dr. João
Azadinho, vice-presidente da Câmara e o Sr. Luís Pechim, Presidente da União de
Freguesias de Oliveira e Travanca. Saudou ainda todos os elementos do Grupo
“Cantar Travanca do Mondego” e do Grupo “Trigo Maduro”, de Figueira de Lorvão,
que generosa e simpaticamente se disponibilizaram para dar ainda mais brilho ao
programa, que desde a primeira hora se pretendeu que fosse muito simples.
Numa
breve alocução, aquele membro da Direcção evocou três palavras, que no seu
entender, deveriam ser sublinhadas: Encontro, Memória e Gratidão. Encontro de gerações, encontro de atuais e
antigos “alunos”. Encontro de pessoas, de instituições, de famílias, que ao
longo de quatro décadas acarinharam este projecto. Memória de acontecimentos e de
pessoas, recordações emotivas de muitos e bons momentos que aqui se viveram. Gratidão, em primeiro lugar, “para com o grande
obreiro do Jardim de Infância, o Senhor Padre Veiga” não esquecendo as pessoas já
falecidas que com ele colaboraram de perto no arranque do Jardim: os senhores Eduardo
Videira, José Martins dos Santos, Joaquim Fernandes, António Alves Rodrigues e
José Duarte Ramos. Foi também recordado o Dr. Eurico Almiro Menezes e Castro,
recentemente falecido, e que foi sempre um grande amigo e admirador desta obra
e dos seus promotores.
De
registar ainda uma palavra de agradecimento às entidades que ao longo destes
anos apoiaram o Centro e de um modo especial o Jardim de Infância “reconhecendo
sempre o alcance social desta obra e depositando total confiança nos seus
responsáveis.” Gratidão também “para com
todas as pessoas que trabalham e trabalharam no Jardim de Infância, quer a
título voluntário, quer com vínculo laboral.” Nesse sentido foi, de seguida,
prestada uma singela, mas sentida homenagem à actual Educadora de Infância, Celeste
Costa, e às suas colaboradoras, Ismália Ferreira, Luísa Duarte e Isabel Santos,
“reconhecendo a sua dedicação, o seu empenho e o seu profissionalismo”,
conforme ficou gravado nas placas de homenagem que lhes foram oferecidas. Não
tendo sido possível reunir todas as pessoas que passaram pelo Jardim de
Infância, para elas foi um sentido bem-haja. O reconhecimento e a homenagem estendeu-se
também a um travanquense radicado em França, “ao distinto Benemérito, Sr. Júlio
Gonçalves Viseu, um Português no Mundo, um Amigo da sua terra” que ao longo dos
anos sempre, com a sua inexcedível generosidade, se disponibilizou para apoiar o
Jardim de Infância. E, falando de gratidão, é de referir que fica em falta uma
justa homenagem à pessoa que durante 40 anos dedicou a sua vida ao bem-estar
das centenas de crianças que frequentaram o Jardim de Infância. Falamos da D.
Palmira Gonçalves Viseu. Apesar de já ter sido, oportunamente, homenageada pelo
Município de Penacova e pela Junta de Freguesia, a paróquia fica-lhe ainda a
dever esse gesto.
O
encontro prosseguiu com um lanche partilhado no Adro da Igreja, onde não faltou
o porco no espeto e o refrescante fino e contou com a presença de muitas
famílias e também do Sr. Presidente da Câmara. Apesar de se perspetivar a curto
prazo o encerramento do Jardim, por falta de inscrições, o são convívio, a boa
disposição e a amizade, não deixaram de estar presentes.