sábado, março 15, 2025

Hotel Vila Galé em Penacova começa a ganhar forma




A apresentação do novo hotel Vila Galé Penacova foi um dos destaques da programação do espaço da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra na Feira de Turismo que está a decorrer em Lisboa.

O presidente do conselho de administração do grupo, Jorge Rebelo de Almeida, o CEO, Gonçalo Rebelo de Almeida, o diretor de operações, Carlos Alves e o humorista e radialista, Fernando Alvim, fizeram a apresentação da futura unidade que vai contar com mais de oitenta quartos e se prevê abrir no Verão de 2026.


Leia a notícia publicada pela TURISVER:

O futuro hotel Vila Galé Collection Penacova vai nascer da recuperação do antigo Hotel Penacova que estava encerrado desde 2010, encontrando-se em avançado estado de degradação. As obras já se iniciaram e o Grupo Vila Galé espera abrir a nova unidade em 2026.

Situado em Penacova, vila de grande riqueza natural e cultural, o Vila Galé Collection Penacova vai oferecer uma experiência que conjuga história, conforto e paisagem. A temática deste hotel será a história do Humor, a desenvolver em parceria com o Fernando Alvim, autor da ideia e o Nuno Artur Silva e prestará homenagem aos criativos desta arte que faz as alegrias do mundo ao longo dos tempos.

O hotel vai contar com 84 quartos, dois restaurantes, bar, piscinas interior e exterior, biblioteca dedicada ao humor e salas de reuniões.

Durante a apresentação do projeto na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Conselho de Administração do Grupo Vila Galé, destacou a importância de investir fora dos grandes centros urbanos. “Eu gosto muito do interior, mas mais do que gostar, nós devemos apostar no interior, não só por solidariedade e responsabilidade social, mas porque o interior gera riqueza e pode ser um negócio atractivo”.

Acreditando no potencial da região, Jorge Rebelo de Almeida sublinhou ainda que o projeto será uma mais-valia para a economia e identidade do local. “Queremos que este hotel seja um polo dinamizador para Penacova. Além de atrair visitantes, vai criar empregos e valorizar um dos locais mais bonitos do país, com uma vista magnífica de 360º sobre o rio Mondego”.

As obras já começaram com a demolição de estruturas sem valor arquitetónico e a limpeza do espaço. A construção deverá avançar até ao final do primeiro semestre deste ano, prevendo-se a abertura para o próximo ano, conforme foi anunciado.

https://turisver.pt/com-abertura-prevista-para-2026-vila-gale-collection-penacova-tera-o-humor-como-tema/


sexta-feira, março 14, 2025

Novo vídeo promocional de Penacova foi lançado hoje na feira de turismo de Lisboa


CLIQUE NA IMAGEM PARA ACEDER AO VÍDEO

Este novo vídeo promocional do Município de Penacova leva-nos numa viagem pelo concelho, com a atriz Sofia Alves como cicerone deste passeio repleto de história, cultura, tradição e paisagens deslumbrantes.

Dos monumentos históricos ao património natural, dos usos e costumes às tradições, "esta é uma experiência que revela a verdadeira alma de Penacova. Deixe-se envolver pela beleza e identidade" - escreve-se nas páginas do município. 

LINK PARA O VÍDEO: https://x.gd/Tw28Q

terça-feira, março 11, 2025

Notas para a História dos Bombeiros de Penacova (V)

INAUGURAÇÃO DO NOVO QUARTEL EM 1997

Notícia do jornal NE de 30 junho 1997:

"Dezasseis anos depois de iniciada a sua construção foi inaugurado o novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Penacova.

Em Março de 1982 noticiava o nosso jornal o arranque da 2.° fase das obras; seis anos depois é ainda o N.E. que regista "QUARTEL DOS BOMBEIROS NÃO FOI APROVADO PELO S.N.B.". A "bomba" rebentou e só havia uma solução: procurar um novo terreno e aproveitar as instalações para serviços da Câmara

No entanto, as coisas tiveram outro rumo. A "página teimosa", no dizer do Comandante foi, por fim, virada. O dia 21 de Junho vestiu-se de festa para os Bombeiros, para a Vila, para o Concelho.

Apesar de não serem as instalações sonhadas e exigidas pelo crescente aumento de responsabilidades, a mudança de casa vem, sem dúvida, melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos "soldados da paz", por esses "apóstolos de coração magnânimo", como os designou o Rev. P.e Joaquim Ribeiro Jorge ao proceder à benção do edifício.

A inauguração contou com a presença do Secretário de Estado, Dr. Armando Vara e do Governador Civil do Distrito, Dr. Victor Baptista.

Presentes também outras individualidades ligadas aos Bombeiros Portugueses e aos órgãos do poder local a nível concelhio. Muitos foram também os penacovenses que se associaram ao programa oficial da inauguração. A sessão solene, presidida pelo Secretário de Estado, decorreu no salão do novo edifício depois da recepção aos convidados, atribuição de condecorações e benção duma ambulância e do edifício.

Começou por usar da palavra o Comandante dos Bombeiros, Prof. António Simões, dirigindo palavras de agradecimento à actual e às anteriores Direcções, ao executivo Camarário e a todos aqueles que se empenharam na concretização desta obra, não esquecendo o Eng. Leitão, já falecido, que doou o terreno. Em sua memória e à de todos os bombeiros que já não se contam no número dos vivos, propôs que se respeitasse um minuto de silêncio. Não deixou de elencar algumas carências corno sejam a renovação de viaturas e equipamentos, a aquisição de um auto-tanque de maior capacidade e de uma viatura de desencarceramento.

António de Miranda. Presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Penacova, ao discursar de seguida, dirigiu também palavras de gratidão e de reconhecimento pelo esforço financeiro da Câmara Municipal. No entanto, "as aspirações nunca se dão por concluídas. O novo quartel "de raiz", é, pois, uma "aspiração da Direcção a que preside" - acentuou. Coube ao Presidente da Assembleia Geral, Arsénio Costa, tornar pública uma missiva do Dr. Jorge Pimentel, Comandante do Quadro Honorário, justificando a sua ausência na cerimónia e endereçando um "louvor ao executivo camarário" em especial "na pessoa do Eng. Estácio".

Jaime Soares, Presidente da Federação Distrital de Coimbra, sublinhou o facto de os Bombeiros constituírem "a emanação directa do carácter bom do povo português, dos seus valores: solidariedade, humanismo, bem-fazer". Frisou ainda que estes não são património de ninguém, muito menos de qualquer ideologia. Acentuando o facto de ter sido exclusivamente financiada pela Câmara a presente obra, não deixou contudo de "se curvar respeitosamente perante o Dr. Armando Vara, reconhecendo que este membro do Governo tem de facto, dado o seu melhor ao serviço da causa dos Bombeiros Portugueses."

"Um autêntico milagre" — caracterizou o Vice-Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses ao usar da palavra - a circunstância de ter sido possível durante tantos anos trabalhar no antigo quartel. As condições materiais são importantes, mas não menos fulcral é a qualidade do factor humano sendo pois necessária uma aposta na formação. tónica aliás presente na maior parte das intervenções.

O Governador Civil de Coimbra, depois de enaltecer o empenhamento da Câmara Municipal, não deixou, contudo, de fazer alusão à comparticipação quer da administração central quer do próprio Governo Civil para equipamentos diversos que ascende a cerca de 17 mil contos, considerando ser a "comparticipação possível" para quem "não cometeu pecado". Recorde-se que a dado passo da sua intervenção havia citado o evangelista S. Lucas, dizendo que "só o pecado redime". 
E "o pecado não será do actual governo" — acrescentou. Em resposta a uma interpelação de Jaime Soares, reafirmou a disponibilização de dez mil contos para formação no âmbito do plano apresentado pela Federação Distrital de Coimbra.

Seguiu-se no uso da palavra o Presidente da Câmara, confessando que as antigas instalações eram motivo de vergonha para o concelho e mesmo pessoalmente e enquanto responsável autárquico. O investimento de cerca de 80 mil contos foi de facto considerável para uma Câmara que recebe do Fundo de Equilíbrio Financeiro, isto é, da administração central, verbas reduzidas —referiu a dado momento da sua alocução. Depois de sublinhar as boas relações mantidas entre a autarquia e as direcções dos bombeiros — tornando possível todo o trabalho desenvolvido — apelou às entidades presentes, designadamente ao Secretário de Estado, que procurasse desbloquear o projecto do novo quartel que vai já um ano se encontra na Comissão de Coordenação da Região Centro.
 
Em resposta a este pedido, o Dr. Fernando Vara referiu, ao usar da palavra, que tudo dependia da conclusão do processo legislativo em curso relativo às Finanças Locais. Projecto de Lei que, a ser aprovado, atribui às autarquias a responsabilidade pela construção de edifícios para os bombeiros. Depois de fazer alusão a outras medidas de carácter legislativo e de política de prevenção e combate a incêndios, reconheceu a imprescindibilidade do voluntariado na sociedade portuguesa. "Portugal precisa deste voluntariado"— afirmou. Há valores que importa manter. Numa sociedade em que a ideologia do sucesso incute a competição, é necessário fazer compreender que "vale a pena ser solidário"

O programa das "festas" prosseguiu com lanche, noite popular com actuação de Jorge Rocha e baile "abrilhantado" pela Banda FM. Há noite teve ainda lugar um concerto "rock" pelos "Santos e Pecadores".

Notícia do jornal NE de 30 junho 1997:

quarta-feira, março 05, 2025

Notas para a História dos Bombeiros de Penacova (IV)

"OFERTA DE UMA CASA PARA A SUA SEDE E QUARTEL" (1967)


O jornal Notícias de Penacova, na sua edição de 2 de Dezembro de 1967, noticiava o seguinte:

Parece que o problema da Sede e Quartel da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Penacova está em vias de resolução.

Em hora afortunada foi escolhida a nova Direcção dos Bombeiros Voluntários de Penacova e seu presidente o sr. João António Gomes. Desde que assumiu as funções do seu cargo, o sr. Gomes, mesmo com prejuízo da sua saúde, não tem poupado esforços para desempenhar do mesmo modo a missão que lhe foi confiada, o fim de bem servir a causa dos Bombeiros. e o engrandecimento da linda vila de Penacova. 

Tem como seus colaboradores os srs. Júlio de Carvalho, António Martins Coimbra, Manuel Lopes Ferreira (comandante da Corporacão) e Joaquim da Costa, que igualmente se têm esforçado para bem servirem a mesma causa. 

Desde que a referida Direcção tomou posse dos seus cargos, iniciou uma actividade a favor do prestígio daquela benemérita Corporação, digna de elogio. 

Tornava-se urgente fazer obras de reparação na Sede e Quartel, adquirir móveis, utensílios e material. Mas não havia dinheiro para tal empreendimento. 

Começou a Direcção por dirigir uma carta circular às famílias do concelho, incluindo as emigradas, a solicitar-lhes uma contribuição para auxiliar os Bombeiros. O apelo teve, e continua a ter, o melhor acolhimento. Sobe já a alguns milhares de escudos o dinheiro recebido, como este semanário tem publicado.Os Bombeiros são uma necessidade premente dentro do concelho, como todos compreendem. 

Com o produto da subscrição está a ser reparado o edifício da Sede dos Bombeiros, o mobiliário e o material. Bem necessária era tal reparação. Também a Direcção dos Bombeiros está empenhada em comprar um jipão para que a acção dos abnegados soldados da paz seja mais eficiente, e possa atingir todos os povos do concelho, mesmo aqueles que ainda, infelizmente, não têm estradas por onde possa seguir o automóvel. 

Um jipão custa muito dinheiro. Os Bombeiros confiam, porém, na generosidade dos povos que virão a beneficiar da sua acção. Se outras terras de menor categoria do que Penacova puderam adquirir para os seus bombeiros um jipão. porque o não há-de ter Penacova? 

Neste trabalho porfiado pelos Bombeiros, tem a Direcção despendido trabalhos exaustivos que consomem energias e algumas vezes, trazem contratempos e acarretam desgostos e aborrecimentos. 

Também surgem, sem o esperar, compensações. No assunto que ora nos ocupa uma grande alegria e uma grande noticia tem a Direcção dos Bombeiros para dar. Ei-la: ao sr. Fernando Miguel Rodrigues, grande industrial da fábrica de malhas «Mondex» do Rio Tinto, foi dirigida uma circular, acompanhada de uma carta particular do seu parente sr. João António Gomes. 

O sr. Miguel Rodrigues é filho de Penacova. Daqui saiu, ainda pequeno, e chegou ao Porto, levando na sua bagagem uma grande vontade de vencer, de ser alguém na vida. Conseguiu o intento. Hoje é grande industrial. Na sua fábrica que começou com vinte operários, trabalham mil e duzentos. Apesar da situação, que mercê da sua inteligência e qualidades morais, alcançou, o sr. Miguel Rodrigues jamais olvidou a sua terra. Aqui vem com frequência. Nesta vila conservou a casa que herdou de seus pais e onde nasceu. E um prédio de três pisos e cave, sito na Rua Comendador Abel Rodrigues da Costa. No rés do chão está instalada uma tipografia. 

Pois, esse prédio que ocupa uma situação magnífica para o serviço dos Bombeiros, deseja o sr. Fernando Miguei Rodrigues, com o aplauso de sua Ex.ma esposa, Sr.a D. Júlia Miguel Rodrigues, oferecê-lo, doá-lo à Corporação dos Bombeiros de Penacova para a sua Sede. 

Grande notícia para Penacova, grande notícia para os Bombeiros. Para que a escritura de doação se possa fazer, deseja o sr. Fernando Miguel Rodrigues que os inquilinos que habitam o prédio procurem outro domicilio, para poder fazer a escritura de doação isenta de dificuldades para os Bombeiros.

Estamos certos - quem poderá duvidar? - que os inquilinos do prédio em referência vão colaborar com o ilustre e grande benfeitor dos Bombeiros de Penacova, de modo que o assunto se resolva rapidamente. 

O nosso jornal que sempre tem lutado pelo progresso do concelho de Penacova que desejaria ver próspero e na vanguarda do progresso, felicita os Bombeiros de Penacova por poderem dispor, dentro em breve, de Sede que seja sua propriedade, e saúda o benfeitor que dá com o seu gesto de acendrado altruísmo um nobre exemplo de amor à sua terra e aos seus semelhantes. 

Penacova, se os seus filhos se derem irmãmente as mãos, pode muito bem vir a ser uma vila próspera e feliz. 

Notas para a História dos Bombeiros de Penacova (III)

"CÂMARA HOMENAGEIA 95 ANOS DOS BVP COM MONUMENTO JUNTO AO QUARTEL

O Secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Ribeiro  presidiu às cerimónias do 95° Aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penacova (AHBVP).

A Câmara Municipal de Penacova associou-se à efeméride com um presente muito especial. Um monumento de autoria do escultor Pedro Figueiredo foi inaugurado na rotunda em frente ao quartel.

"É uma homenagem da mais elementar justiça. Todos sabemos os sacrifícios pessoais que os bombeiros fazem para socorrer o próximo colocando em risco, tantas vezes, a própria vida. Em linguagem simples, diria que não há monumento que pague o que estas mulheres e homens fazem pela nossa comunidade, mas é um gesto de reconhecimento que a Câmara de Penacova não podia protelar mais!", justificou o presidente da autarquia, Álvaro Coimbra.

Para além do Secretário de Estado, Paulo Ribeiro, marcaram presença Albertino Ventura, Diretor Nacional de Bombeiros, António Nunes, presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Carlos Luís Tavares, Comandante Sub-Regional, Fernando Carvalho, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra, o escultor Pedro Figueiredo, o deputado do PSD, Maurício Marques, que foram acompanhados durante as cerimónias pelo presidente da AHBVP, Ricardo Simões e pelo comandante Vasco Viseu.

O dia ficou ainda assinalado por várias condecorações  e promoções aos soldados da paz, um desfile de meios e uma sessão solene."

Fonte: Página do Município no Facebook 

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O escultor Pedro Figueiredo, autor da escultura hoje inaugurada  em Penacova, no âmbito das comemorações da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Penacova, tem no seu currículo obras como a Princesa Cindazunda ou o busto de António Arnaut, sendo uma referência no mundo da arte contemporânea. 


segunda-feira, março 03, 2025

Da minha janela: A Estátua da Liberdade chorou

A Estátua da Liberdade chorou

Na passada Sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, aconteceu o inimaginável em contexto do que se convencionou chamar de relacionamento internacional (diplomático por natureza).

Um homem grande, gordo e velho, precisou de ser ajudado por um ex-adversário político (que o apelidou de tudo e mais alguma coisa, há pouco tempo) para fazer calar e tentar enxovalhar outro Homem, pequeno e novo, através de um esquema vergonhoso de agiotagem, tanto quanto se percebe, concertado até com a comunicação social presente.

Bulling político puro e simples!

O homem velho tem um passado triste de vigarices sucessivas; atos criminosos que vão de insolvências dolosas a violações e que incitou há 4 anos e pouco um bando de rufias armados para atacarem (partindo, destruindo, matando, esventrando) outro símbolo da Democracia Americana, ali ao lado, o Capitólio, onde está alojado o Congresso. É um déspota, com ambição oligárquica.

É o símbolo da política dos gangster’s que vai engrossando nestes tempos de incerteza relativamente a tudo.

No guião, imaginamos, estava escrito: vamos “sacar” as Terras Raras ou Negras aos Ucranianos…

Um novo, cansado, carregando o sofrimento do seu Povo [após a invasão do seu território por outro déspota, amigo daquele velho] mas estóico, não deixou que o ludibriassem e disse o que lhe ia na alma.

Tem no seu pensamento -e no seu cérebro- a representação dos seus mortos em guerra e do horror dos crimes contra civis indefesos a que tem assistido.

Não assinou nenhum documento sob pressão e quis discutir garantias de segurança, previamente, ensinando aqueles ignorantes sobre o real contexto do seu País, o que os meliantes não quiseram fazer.

À hora que escrevo, conhecem-se poucos comentários contra o que Volodymyr Zelensky, fez. Mas muitos, muitos apoios. Os Homens dignos sabem o que significou a reação de um Presidente legítimo de um País Democrático e firme (A Ucrânia) que ainda não está derrotado, nem abandonou o seu posto.

E os poucos que se ouviram, são de ditadores/oligarcas, ou aspirantes a esse indigno estatuto.

Faltam as palavras para se elogiar a valentia, a força mental, a dignidade deste Presidente (com P grande) na defesa do seu Povo e do seu agredido País.

Mas sabe-se que (após tão triste exemplo de tentativa de prepotência e de roubo) a Estátua da Liberdade, inquietou-se, e chorou.

… Porque acredita que representar a Liberdade é nunca permitir a extorsão ou a exibição da força e do poder, para atingir objectivos obscenos!

Luís Pais AmanteI

NR: arranjo gráfico do blogue Penacova Online

sábado, março 01, 2025

Notas para a história dos Bombeiros de Penacova (II)


[Muito há a fazer e que é ainda quase tudo]

Como noticiámos no nosso último número, foi no passado dia 21 posta à prova, mais uma vez, a coragem e denodo dos rapazes desta vila, que constituem a recente Corporação dos Bombeiros Voluntários. 

Por informações que colhemos após a noticia que saiu sabemos de que a eles se deve a casa incendiada não ser hoje um montão de ruínas.

Urge aproveitar a coragem e denodo já por eles exibidos em vários lances e que são duas grandes qualidades! 

Alguma coisa se fez já de importante em Penacova no assunto Bombeiros Voluntários. Foi fundar a corporação e dotá-la com um pequeno material absolutamente indispensável, corno sejam escadas, baldes e cântaros. 

Muito há, porém, a fazer e que é ainda quase tudo. 

É indispensável que se olhe a sério pela sua educação e se ajudem a arranjar meios de dotá-la com material indispensável à consecução dos fins a que a corporação se destina.  

Para isto nada mais é preciso que boa vontade. 

Torna-se urgente que os dirigentes da Corporação tratem, em primeiro lugar, de contratar alguém competente para lhes ministrar a indispensável cultura como bombeiros, visto que sem isso nada há feito. 

A seguir é indispensável que se angariem meios para adquirir uma bomba que não é preciso ser de grande potência visto que as necessidades presentes seriam preenchidas com uma bomba manual, mais barata e portanto mais própria para quem não dispõe de grandes meios. 

Sabemos que tudo isto custa dinheiro, de que a sociedade não dispõe, mas estamos convencidos de que não seria muito difícil arranjar, por subscrição, o indispensável, pelo menos para os dois fins que deixamos apontados. 

Abalançamo-nos mesmo a lembrar que seria este o momento oportuno de aproveitar os ânimos para conseguir este fim. 

À digna direcção oferecemos para tal fim as colunas do nosso pequeno semanário, que não tem outra razão de existência que não seja o pugnar pela felicidade e bem estar dos seus patrícios e assinantes, e onde cabe muito bem o assunto de que falamos. 

Artigo de Agosto de 1933
Jornal de Penacova

Notas para a história dos Bombeiros de Penacova (I)

por José Alberto Rodrigues Costa 

Artigo publicado no jornal “Nova Esperança” aquando do  cinquentenário da Corporação (1980)


Depois de haver diversos incêndios na vila de Penacova e na altura em que ardeu a casa onde morava o Sr. Padre António Pinto é que um grupo de componentes da Filarmónica aliados a outros indivíduos e às forças vivas da Vila, levaram por diante a formação da Corporação de Bombeiros Voluntários de Penacova. 

Foi grande entusiasta desta iniciativa o mestre da filarmónica, à data Sr. António Casimiro Guedes Pessoa, e os músicos que se alistaram logo como Bombeiros. Na data da fundação da Corporação, 1930, já a filarmónica tinha cerca de 80 anos e foi ela a alma da Corporacão. 

Sem material, sem fardamentos, sem dinheiro e sem recursos, mas com uma forte vontade de levar para a frente uma iniciativa que serve o bem comum, os Bombeiros fundadores trabalhavam com as suas roupas usando apenas um cinturão e o capacete. Apenas havia uma bomba manual, que ainda hoje existe, que era tocada a braços por quatro bombeiros sendo o seu abastecimento feito com a água que as mulheres e o povo carregavam das fontes e poços, em cântaros ou baldes de cobre também pertença da Corporação. O alarme era dado por uma sineta que existia no improvisado Quartel, no andar da casa onde mora actualmente o Sr. Figueiredo (Guarda Fios) e ainda pelo repique dos sinos da Igreja.

Posteriormente o Quartel foi transferido para a casa do alpendre e capela de S. Francisco que ficava em frente das actuais instalações dos CTT. 

O 1º Comandante da Corporação foi o Sr. António Casimiro Guedes Pessoa assumindo o comando após a sua morte o Sr. Alípio Carvalho, sendo 2.° Comandante o Sr. António Esteves do Amaral Viseu, ainda junto de nós, bem como o Sr. Gualter Pereira Viseu. 

A primeira farda de cotim apareceu por volta de 1933, era usada com charlateiras e distintivos de Bombeiros na gola. Os capacetes tinham no emblema o distintivo B. M. (Bombeiro Músico) ou B. V. (Bombeiro Voluntário) que era aquele que não era executante da Filarmónica. 

Não havia nada para poder fazer sobreviver a Corporação. Os subsídios do Estado ou da Câmara Municipal ainda não existiam, não tinha sócios, e vivia apenas do trabalho dos Filarmónicos - que afinal era o seu Corpo Activo - que das festas que faziam deixavam 60% do que recebiam para que a Corporação pudesse ir para a frente.

Foram fundadores da Corporação os Senhores: 

António Esteves do Amaral Viseu, Gualter Pereira Viseu, Alípio Carvalho, Alípio da Costa Miguel, Álvaro Alberto dos Santos, Álvaro Martins Coimbra, António Casimiro Guedes Pessoa, António da Costa, António Joaquim Pinto, Augusto Luís, Evaristo Joaquim Pinto, Joaquim Correia de Almeida Leitão, Joaquim Luís, José Alberto de Almeida, José Augusto Pimentel, José Esteves do Amaral Viseu. José Gouveia Leitão, Manuel Ferreira Sales Guedes, Mário Lopes Barra, Mário Martins de Carvalho e Padre António Pinto. 


sexta-feira, fevereiro 28, 2025

Festival Literário em Penacova?

 


Festival Literário em Penacova?

Nas primeiras impressões, quando ouvi falar neste projeto fiquei apreensiva e ao mesmo tempo curiosa para descobrir e entender o que era um Festival Literário em Penacova. No  meu pensamento, a palavra Festival traria a este evento muito mais do  que leitura, ouvir os escritores, ou observar os livros. E foi através das redes sociais que a divulgação sobre o tal festival se expandiu com rapidez por todo país e mesmo além fronteiras.

No entanto, fui invadida por uma questão: um evento de tão alto nível cultural ser realizado durante a semana? No meu íntimo, pensei nos meus filhos e tantos outros filhos que iriam estar a trabalhar; “ graças a Deus” é legítimo e digno o trabalho, ganhar o pão nosso de cada dia! Mas,  desta forma não poderiam estar presentes, como normalmente, o fazem noutros eventos, durante o final de semana! No entanto, felizmente, no meu imaginário surgiu a profunda convicção de que se o programa estava assim definido, é porque teria a origem criativa dos pensadores do evento a enriquecer  Penacova em vertentes mais abrangentes e com outra projeção.

E o programado foi o acontecido, diariamente, o auditório sentiu o calor humano dos alunos, professores das nossas escolas, bem como pais, avós e outras pessoas vindas de outros pontos do País.  Palestras, que serviam todas as idades, que mas na minha opinião a nova geração habituada só às novas tecnologias, naquele auditório, experenciaram emoções diferentes, bem como novas aprendizagens, do que fosse numa sala de aulas; o que ouviram e da forma como foi esclarecido, os livros vão ter outro valor e outro sabor na sua vida. Sonhos, aventuras, viagens , criatividade foram palavras descritas com sabedoria por aqueles que as escrevem, leem, cantam, declamam. Ler  um livro é tão importante para o desenvolvimento intelectual como o alimento que ingerem, e como  alguém  dizia: ler livros enriquece o ser humano culturalmente e não matam ninguém, ao contrário  das redes sociais que na maioria das vezes são armas do ódio e da raiva onde a ofensa não tem qualquer critério. Os dedos que as escrevem e publicam pertencem a mentes irracionais e vazias até de amor próprio.

O escritor João Gobern dizia-nos “que a leitura dos livros são exercícios de liberdade e de cidadania e Portugal precisa que todos se dediquem mais aos outros do que ao seu umbigo” , e eu acrescento a cultura da solidariedade deve estar presente em cada homem ou mulher, para poder aceitar e valorizar o trabalho dos outros. Temos o dever de nos instruirmos dia após dia e os livros são canais específicos para esses ensinamentos. Todos temos talentos escondidos que podemos utilizar para fazer crescer uma comunidade e não para a destruir.

Dizia-nos o escritor José Luís Peixoto "cada um de nós tem o dever de transformar um pouco do mundo, tirar um curso superior não resolve, é preciso saber estar e saber aprender”

Tenho também de fazer um aparte, sobre as críticas e os mal dizeres sobre os cartazes publicitários deste Festival, só "preenchidos com escritores Homens", e a falta da presença feminina neles. Numa altura em que se apregoa e apela, por todo o mundo, para que haja paz, ainda há tanta língua afiada e tanto dedo a teclar criando polémicas inúteis e fúteis.

Pois e então? Grandes SENHORAS escritoras, médicas, jornalistas, professoras, coralistas,e tantas outras se fizeram presentes com ou sem cartaz e foram motivo de muito orgulho neste evento, demonstraram e vincaram bem a sua dignidade de mulheres.

Em Penacova, a relevância e a emancipação das mulheres já é um processo muito antigo, e  a D. Maria da Luz com oito décadas de vida, representou todas as mulheres neste festival, porque bem cedo teve de ser autónoma.  Na dureza da vida, a comer as côdeas da broa, aprendeu que só a dedicação ao trabalho lhe permitia ter uma vida digna, assim como a sua família. Uma mulher que não teve oportunidade de ir à escola para ler e escrever , mas aproveitou o seu tempo e o seu mundo para “cultivar”, a sua dignidade, fidelidade e respeito à família que constam numa outra escola que é a das virtudes.

Esta MULHER, FILHA, MÃE, SOGRA, AVÓ, VIZINHA, DONA de CASA, VENDEDORA de TREMOÇOS, ah e cantadeira enquanto trabalha ou nas horas vagas, ah e intitulada como tão velha para ir cantar, mas cantou e desassossegou um auditório cheio de gente que procurou um serão diferente. O título da raiz do povo enquadrou-se como se fosse um puzzle, e o tal festival onde toda a literatura se conjugou na diversidade e em equilíbrio.

A D. Maria da Luz além de tudo o que está escrito, ainda posso acrescentar que ela é o rosto turístico de Penacova, quase um posto de informação para os visitantes e para todos os que se aproximam.

E ainda mais! Segue em apontamento que as mulheres colaboradoras deste evento representaram muito bem a classe feminina, sempre em ação e prontidão tanto nas mudanças de equipamentos para as novas tertúlias como na subida dos escadotes para comporem os sistemas de luzes.

Um Festival tão acarinhado e tão agradecido pelos participantes, a contribuírem e a darem sugestões para que haja continuação dum 2° Festival Literário, um dos caminhos reais para o respeito entre partes e sem divisões, onde prospere cada vez mais a cultura do povo de Penacova, bem como a PAZ.

Saudade Lopes

terça-feira, fevereiro 25, 2025

Da minha janela: 𝙸𝚖𝚒𝚐𝚛𝚊çã𝚘

Imigração 

O termo “Imigração” - que aqui tratamos - significa o processo de chegada de pessoas a países que não sejam os seus. Como é o nosso caso, mais recentemente.

Está na chamada “ordem do dia” quase em todo o mundo, sendo diversificadas as suas origens.

Nalguns casos mais parecem “movimentos de êxodo” com toda a carga que daí advém.

Não podemos esquecer, nunca - nós portugueses - que, paralelamente se verifica um movimento substancial de “Emigração” de compatriotas nossos para esse mundo fora, principalmente Jovens que, tristemente, ainda não aprendemos a “reter no nosso País”!

O termo “Emigração” significa o ato de sair de um país para viver noutro.

Ora bem,

Tentemos explicar, resumidamente o que se passa, começando pelos pressupostos a reter em qualquer tipo de análise imparcial sobre o tema:

    1. A Imigração, na maior parte dos casos, é provocada:
       
    a) Pelo estado de guerra em que os locais de origem se encontram, um pouco (muito) pelo mundo inteiro;

    b) Pelo estado ruinoso a que as economias chegaram, sobretudo consequência do aparecimento cada vez mais significativo de Estados falhados, governos corruptos, clivagens tribais e fome generalizada;

    c) Pela invasão com extorsão pura e simples das riquezas públicas de Estados soberanos, que acarretam pobreza fuga e desemprego assustador.

    d) Pela subsistência cada vez mais aguerrida dos “inimigos/destruidores da Vida”, que parecem ganhar cada vez mais adeptos, recriando memórias que a Humanidade não merece ter no nosso século.
       
    2. A Imigração - como tudo o que se passa num país - deve, sempre, ser controlada, regulada, nunca descontrolada.

    3. Aos imigrantes devem ser “exigidos” os mesmos deveres que são exigidos aos portugueses em geral (máxime o estabelecido no art. 15, da CRP); também lhes devem ser disponibilizados os mesmos direitos, quando legal for a sua permanência...

    4. Em princípio, a Imigração deve suprir as nossas carências de mão de obra, a qual nem sempre é perceptível ao comum dos mortais, num país de desemprego elevado.

    5. A Imigração não deve, nem pode, constituir arma de arremesso político, como tem vindo a acontecer, vergonhosamente. 

    6. É ao Estado, como um todo, que compete traçar as linhas gerais do enquadramento jurídico e social deste fenómeno, combatendo os modos e meios que se enquadrem em “permanência ilegal” ou usufruto indevido de benefícios públicos.

    7. Também é ao Estado que compete zelar pela Segurança dos Imigrantes e bem assim dos Portugueses em todo o Território, sem esquecer o Interior, quase abandonado.

    8. Interior esse onde os exemplos de exemplar integração são factuais, o que valoriza o trabalho dos Municípios e torna explícito que “a guerra política” vive em Lisboa.

    9. Aquelas “fatias” de imigração humanitária (que se impõe num Estado de Direito de cariz social, como queremos parecer) deve ser assumida com clareza absolutamente inatacável, preferencialmente acompanhada por Organismos Públicos com vocação.

Aqui chegados, evidencia-se que as discussões em curso - por vezes demais com histeria barulhenta e “profissionalização” dedicada à sobrevivência das narrativas - nos espaços mediáticos, está enviesada e parte do princípio de que a Imigração tem donos na nossa organização política. Tem protectores exclusivos. Tem Associações privilegiadas, que vivem dos apoios estatais e que, pelos vistos, se querem manter ad eternum, para empregar “militâncias”.

Pior é todos sabermos que, num conjunto tão expressivo de Pessoas - utilizando os conhecimentos de Gauss  - podemos afirmar que, em probabilidade e estatística, a distribuição normal  é uma das mais utilizadas e descreve a dispersão simétrica em torno da média.

O que obriga à conclusão de que nem todos os chegados ao nosso País são Pessoas de bem, incólumes à prática da criminalidade de todos os tipos, como já estamos a assistir no contra-ciclo das proclamações e quase “gozando” com elas (crime organizado, clandestinidade, roubo, violação, violência doméstica, homicídio, em menor ou maior percentagem, mas violentos).

E o que não é tolerado, sei eu, por muitas Pessoas que se manifestaram recentemente, em defesa destas linhas que tracei - que têm a ver com a honra de toda a pessoa humana e com a dignidade intrínseca ao estatuto humanitário - mas não com necessidades de encobrimento de ações de “capitalismo selvagem” ou de hipotéticos ganhos em corridas eleitorais.

O contrário é retórica pura, manipulação indevida, que nos leva a objectivar a retoma de um caminho controlado por quem o deve fazer (neste caso o Governo de Portugal) tendo presentes os aspectos (todos) da fragilidade com que se nos apresentam estas populações e sem esquecer o facto de devermos agir para com os outros, como gostamos que se aja para com os nossos filhos, nos Países que os acolhem.

… Haja bom senso; Acabe-se com o aproveitamento!

Luís Pais Amante