terça-feira, abril 30, 2013

Festival dos Pequenos Nadadores é já amanhã nas Piscinas Municipais


O município de Penacova promove mais uma edição do Festival dos Pequenos Nadadores iniciativa dirigida a todas as crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico que frequentam as aulas extracurriculares de atividade física desportiva - natação.
 

Escuteiros de Figueira de Lorvão reuniram mais de 800 pessoas à volta das sopas


 
Realizou-se no passado Sábado, dia 27, o 1º Festival das Sopas de Figueira de Lorvão, organizado pelos escuteiros do Agrupamento 1316 – Figueira de Lorvão, na Sede da Associação da localidade.
O evento reuniu mais de 800 pessoas, número que superou as expectativas da organização, que ainda assim, conseguiu corresponder às solicitações.
Foram mais de 20 as sopas a concurso, entre restaurantes, particulares e instituições, que os presentes puderam apreciar e votar de acordo com a sua preferência. Cada pessoa pôde comer de todas as sopas, estando ainda incluída na entrada, uma bebida, sobremesas, acompanhamentos e a taça da sopa.
Ao longo da noite houve animação musical constante, com a actuação dos grupos de Dança Rítmica, Ginástica Acrobática e Ballet do Centro de Bem Estar Social de Figueira de Lorvão, do Grupo Folclórico Danças e Cantares de Agrêlo e da dupla João Simões e Pedro Bem-Haja, que muito abrilhantaram a festa.
Toda a preparação foi levada a cabo pelo grupo de pais dos Escuteiros, em conjunto com os Chefes do Agrupamento, com o apoio de várias entidades, para que o Festival fosse o sucesso que foi.
Os vencedores do concurso nas várias categorias foram o Restaurante Leitão do Aires (Restaurantes), o Centro Social e Cultural Desportivo da Granja (Associações) e a sra. Rosa Carvalho (Particulares), que se apresentaram a concurso com a Sopa de Cogumelos, Sopa Hippie e Sopa da Pedra, respectivamente.
Com esta iniciativa pretendeu-se, para além da angariação de fundos para as actividades do Agrupamento, promover um momento de convívio para toda a população, onde a sopa estivesse em evidência como elemento fundamental numa alimentação saudável de miúdos e graúdos.
Rita Cruz (Chefe de Agrupamento Adjunta)

sexta-feira, abril 26, 2013

Preventório de Penacova: notas para a sua história


 
 
Por volta de 1930 a Irmandade de N. S. da Guia aprova novos estatutos que lhe conferem  a categoria de  Misericórdia. Por acção do Dr. Sales Guedes, sendo Provedor o Dr. Luís Duarte Sereno, o sonho de criar um  Hospital em Penacova começa  a ganhar forma. Conta-se que foi ele próprio que elaborou o projecto do edifício aproveitando as paredes da capela de Nª Sª da Guia, com excepção da sua frontaria.
Terá sido  quando essa construção - no local onde depois se implantou o Preventório -  já estava avançada,  que Bissaya Barreto veio a Penacova a convite do Dr. Sales Guedes.  Bissaya Barreto visitou as obras e dado  que era sua intenção construir na zona centro  um Preventório, a ideia ficou a germinar. Passado pouco tempo a Junta Geral do Distrito, da qual  era Presidente,  propôs à Misericórdia de Penacova a cedência  do edifício em construção bem como do largo adjacente. Em contrapartida,  a Junta Distrital apoiaria  a construção e o funcionamento de um novo edifício hospitalar naquelas imediações, o que veio a acontecer. Esse edifício inaugurado por volta de 1933 e foi depois remodelado em 1961.

 
Em 25 Agosto de 1930 Bissaya escreveu  no Diário de Coimbra que a Junta Geral resolvera fundar um Preventório em Penacova “local que, pela sua situação e exposição, não tem igual em Portugal." O Diário de Notícias de 26 de Maio de 1932 publicou um artigo onde se podia  ler que “A Junta Geral do Distrito de Coimbra não podia ter encontrado, em termos da sua feitoria, para construir essa casa airosa, um sítio melhor, mais formoso e mais saudável.”
O Preventório de Penacova, o primeiro no nosso país, foi considerado como instituição modelar no combate à tuberculose, recebendo os filhos dos doentes -  dos 3 aos 12 anos - para evitar o contágio.  Poucos anos mais tarde, escreveu o Dr. José Albino Ferreira: “O Castelo que fora de grande poder defensivo contra os Mouros e a capela de N. S. da Guia bom farol para os navegantes, deram lugar a novas fortalezas contra as doenças, especialmente a tuberculose”.

 
Equipamento de Saúde mas também  de Educação: no Congresso Internacional de Protecção a Infância (Lisboa, 25 a 29 de Outubro de 1931) o Dr. Luiz Raposo referiu-se ao Preventório dizendo que se tratava de “um magnífico edifício”, estando  apetrechado com “os melhores requisitos” e podia receber uma média de 150 crianças, acrescentando : ” É dum encanto indescritível a paisagem que o cerca como outra mais bela não sei que exista em Portugal”.

 
Texto: David Almeida
Imagens: Acção Regional, 1932 [recolha de David Almeida]

Cartas Brasileiras: Expressões Populares

 
Em Cartas Brasileiras I, publicada neste blog em 3 de setembro de 2012, que abriu o espaço para este brasileiro tão distante, falei da ousadia em escrever as cartas, sabendo da existência de peculiaridade entre “as nossas línguas”; tão iguais e tão distintas.

Dificuldades que podem dificultar o entendimento, principalmente quando escrevemos utilizando expressões populares. Pouco sei das expressões daí, como não sei quais daqui têm ai o mesmo entendimento. Na Carta de hoje, escreverei utilizando em grande parte expressões populares daqui. Se algumas não forem entendidas, poderei explicá-las, de bom grado, caso postem comentários no blog. Vamos lá:     
Era uma tarde "com sol de rachar mamona". Sentado na arquibancada, enquanto aguardava a entrada do meu time em campo, "peguei de orelhada" um "rabo de conversa" que vinha pelas minhas costas. "Dei uma de migué", olhei para trás, eram pai e filho; "cara de um focinho do outro". Sem querer "dar com a língua nos dentes", diria que o fulano "falava pelos cotovelos", o jovem "atento como coruja". A vida, dizia o pai, não estava para "amarrar cachorro com salsicha", e "dar milho para bode".  E advertiu o filho: "vai chover sopa e estará com garfo na mão”, “pego de calças curtas”. E não me diga que estou “procurando pelo em ovo!” Parece que tem “minhoca na cabeça”, “a república” está  “uma zona”, “de pernas para o ar”! E prosseguiu na bronca: “acertei na mosca” aqui, “te peguei  no pulo”, com a “boca na botija”. Não estuda, se acha  com "memória de elefante", quando "cair na real" verá que  "a vaca já foi pro brejo", não vai conseguir "tirar leite de pedra. Para mim chega, “vou chutar o balde", prometo, vou "chegar junto", não sou de ficar "cheio de dedos" para mim foi "a gota d'água". "Vá lamber sabão" e "pentear macaco". Ou acha que vou "pagar o pato",  enquanto o "belezão" vive "galinhando" e "entortando o bico"! Se não "entrar na linha" o "pau vai quebrar". 
A gritaria dos torcedores, quase me impediu de ouvir quando disse: "ponha a barbas de molho" porque se "pisar na bola”! A vida "não é essa gelatina" que você pensa. Outra coisa, mude as companhias, deixe aquele "mala sem alça", "amigo da onça". Mande-o  "chupar prego até virar tachinha". Já fiz minha parte, "dependurei a chuteira". Não me virei mais do que "azeitona em boca de banguela" para o "folgado" ficar de "papo para o ar", "cozinhando o galo", enquanto me "enfiam a faca"na Faculdade! Puxa vida, disse o pai, bem agora, tenho que "tirar água do joelho". E foi.

 P.T.Juvenal Santos

quinta-feira, abril 25, 2013

Evocação do 25 de Abril

 
Hoje pelas 14.30 realiza-se no Salão Nobre dos Paços do Concelho uma Sessão Evocativa do 25 de Abril, precedida do Hastear da Bandeira Nacional. O Coro Vox et Communio interpretará o Hino Nacional. Refira-se que pelas 15:30 terá também lugar uma Sessão Ordinária da Assembleia Municipal.
 

domingo, abril 21, 2013

Álvaro Cunhal evocado em Penacova

Aspectos da sessão de Abertura da Exposição
Conforme noticiado, realizou-se ontem à noite, no Auditório / Biblioteca Municipal de Penacova, uma sessão cultural integrada no programa de comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal,  com a presença de Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP. Pretendeu-se homenagear o percurso político de Álvaro Cunhal, bem como a sua obra artística (letras e artes plásticas). O evento, resultante de uma parceria entre a Comissão Concelhia de Penacova do PCP, presidida por Eduardo Ferreira, e a Câmara Municipal de Penacova, integrou a abertura de uma exposição biográfica (que inclui também alguns desenhos feitos na prisão) sobre aquele político que marcou a vida portuguesa do séc. XX e a exibição do filme "Cinco Dias, Cinco Noites”,  realizado por Fonseca e Costa em 1996, seguido de debate.
Contextualizando a exibição do filme (baseado no livro com o mesmo nome escrito por A. Cunhal, com o pseudónimo de Manuel Tiago), o historiador Luís Reis Torgal,  fez uma breve intervenção. A exposição vai ficar patente ao público durante cerca de um mês.
Em 18 de Novembro de 1989 Álvaro Cunhal esteve no nosso concelho conforme nos recordamos e se pode ver num excerto da notícia publicada no Nova Esperança.

Introdução e debate sobre o filme
 
Pormenores da Exposição patente no Centro Cultural
 
 
 
DESLOCAÇÃO DE ÁLVARO CUNHAL A PENACOVA EM 1989
 
Excerto da notícia do NE (1989)
 
Imagens: Tiago Ferreira e Penacova Online

quarta-feira, abril 17, 2013

Pintura de José Fonte na Casa Museu Bissaya Barreto em Coimbra

 
Desde o dia 12 de abril que se encontra aberta ao público na Casa Museu Bissaya Barreto (Coimbra), junto aos Arcos do Jardim, uma exposição de pintura do artista plástico José Fonte. Com entrada gratuita, esta exposição estará patente até 26 de abril.
 
 


Exposição de pintura de Left Hand Georges



Encontra-se  patente na Biblioteca Municipal de Penacova, até ao dia 30 de Abril, uma exposição de Left Hand Georges, intitulada "Pinturas".
Sobre este pintor saiba mais AQUI

Centenário do nascimento de Álvaro Cunhal assinalado em Penacova

Cartaz do Evento
Terá lugar no próximo dia 20, Sábado pelas 21h00, no Auditório / Biblioteca Municipal de Penacova uma sessão integrada no programa de comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal. 
A iniciativa, uma organização conjunta da Comissão Concelhia de Penacova do PCP e da Câmara Municipal de Penacova contará com a abertura de uma exposição biográfica e com a exibição do filme "Cinco Dias, Cinco Noites", em torno do qual se realizará um pequeno debate. Participam o Doutor Luís Reis Torgal, Historiador e Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.
Eduardo Ferreira

Convite

domingo, abril 14, 2013

Primavera de 1933: abertura do Preventório levou o nome de Penacova a todo o país

A construção e abertura do Preventório (há 80 anos) foi notícia nacional e mesmo internacional. Trava-se a luta contra a tuberculose e esta obra de Bissaya Barreto e também de Sales Guedes foi considerada como modelar no panorama médico e social da época. Sobre a história do Preventório falaremos noutra ocasião. Por hoje fica a transcrição de uma crónica publicada numa revista feminina (1933),  assinada por Maria Lúcia [Vassalo Namorado Silva Rosa], que viveu em Penacova nos inícios da década de trinta. Também um apontamento sobre esta jornalista e escritora de craveira nacional, ligada por casamento a Lorvão, será publicado em breve pelo Penacova Online.

 
Uma bela obra
O Preventório de Penacova
A criança portuguesa, tanto tempo esquecida e abandonada ao acaso da sorte, sofrendo o contágio de todas as doenças físicas e morais na vagabundagem das ruas e na penúria dos lares infelizes e miseráveis – começa, finalmente, a ser olhada com o amor que merece a sua medição de ser adorável e indefeso, com o interesse que o futuro da Raça e o engrandecimento da Pátria reclamam. Com efeito, é já apreciável o número de particulares e colectividades que se dedica a este assunto, ocupando lugar de destaque a Junta Geral do Distrito de Coimbra, cuja Obra de Protecção à grávida, defesa da Criança e Profilaxia da Tuberculose, é verdadeiramente notável.
O Hospitais - Sanatórios de Celas e de Covões, esplendidamente instalados, o primeiro para mulheres e crianças, com 100 leitos; o Dispensário de protecção a grávidas e crianças; o Ninho dos Pequenitos, onde estão internados pequerruchos até 3 anos de idade, filhos de tuberculosos pobres, em perigo de contágio; Escola Agrícola de Semide, com 100 alunos internos de 12 a 19 anos; a colocação de crianças abandonadas em Famílias que lhes garantam bem-estar e sã educação moral – são já esplêndidas realidades que anunciam outras, e pelas quais a Junta Geral do Distrito de Coimbra merece a simpatia e a gratidão do País.
Ao esforço e ao coração do Professor Bissaia Barreto, incansável Presidente da Junta, se deve, principalmente, tamanha e tão linda empresa; seria, porém, injustiça não reconhecer as grandes e sinceras dedicações que o têm acompanhado, auxiliando-o preciosamente.
Vem isto a propósito de Preventório de Penacova que, se figura como obra da Junta, verdadeiramente se deve em grande ao Dr. Sales Guedes, que dia a dia lhe tem dado o melhor da sua inteligência, da sua actividade e do seu carinho: falando no Preventório de Penacova justo é que se faça referência a este médico distinto que tão bem sabe amar a sua nobre profissão e se preste homenagem ao seu espírito empreendedor e generoso.
Destina-se o Preventório a cerca de 100 crianças dos 3 aos 12 anos, que receberão, a par do tratamento necessário, as primeiras luzes da instrução;  deve abrir daqui a poucos meses; acabado há pouco, é um edifício moderno, elegante, onde se não cuidou unicamente da higiene e do conforto dos seus futuros moradores: rodeia-o e invade-o uma visão constante de alegria e beleza, que por força há - de beneficiar as almas que lá vão desabrochar. As salas são amplas e o Sol entra por elas dentro a jorros, brincando com as cores suaves das paredes, dos biombos, do mobiliário pequenino. Nas janelas e nas varandas há canteiros floridos de gerânios vermelhos e cor de rosa. O Parque, depois de concluído, deve ficar um verdadeiro mimo, com as suas árvores baixinhas e ramalhudas. Debruçado sobre o maravilhoso vale do Mondego, rodeado de colinas cobertas de pinhais salpicados de povoações, o Preventório goza uma das mais serenas e belas paisagens da terra portuguesa; postado onde outrora se elevou o Castelo de Penacova surge como uma nova sentinela, não com o sobrecenho de quem vai arremeter contra o irmão que as convenções e a ambição tornaram inimigo, mas com o ar tranquilo e risonho de quem se sente feliz ao fazer o carinhoso apelo: deixe vir a mim os pequeninos!
Penacova, Primavera de 1933
Maria Lúcia