E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; a hora de segar te é vinda, porque já a seara da terra está madura. Apocalipse 14:15 |
A iluminura é um modo de apreensão do
conhecimento procurando atingir o invisível através daquilo que é visível.
Com o aumento da procura dos livros, os
copistas começaram a requintar o seu trabalho. Aumentou-se o tamanho e deu-se
cor e enfeite às letras iniciais. Posteriormente colocaram-se outros ornatos nas
margens das páginas e, finalmente, introduziu-se a iluminura (ou miniatura) onde as imagens e cores tinham uma simbologia própria.
As obras eram produzidas nos
Scriptorium, onde os monges se ocupavam da cópia do texto e da sua "iluminação". Quanto maiores as posses dum
mosteiro, maior a possibilidade de terem uma boa biblioteca e um bom
scriptorium.
As “folhas” eram feitas de pele
de animais que depois de tratadas formavam os “bifólios”. Para as cores, tinham
de ser preparadas as tintas a partir de pigmentos. Primeiro eram aplicadas as
cores pálidas e as camadas mais vivas. Só depois as cores mais fortes; a
seguir, os contornos a preto ou castanho-escuro e, no final, os detalhes nas
folhagens e personagens, feitos com um pincel fino. As cores predominantes eram
o vermelho, o azul e o dourado.
Em Portugal existiram três importantes scriptoria: Santa Cruz de Coimbra, Alcobaça
e S. Mamede de Lorvão. Foi neste mosteiro que foram feitos os manuscritos mais
ricos e criativos em imagens sagradas deste período: o Apocalipse de Lorvão e o
Livro das Aves.
Recorde-se que em Outubro a
UNESCO inscreveu no Registo da Memória do Mundo o conjunto de manuscritos dos
Comentários do Apocalipse de Beato de Liébana existentes na Península Ibérica: dois
portugueses «Apocalipse de Alcobaça» e o «Apocalipse de Lorvão» - único «Beato» ilustrado existente no nosso país - e nove espanhóis,
em resultado de uma candidatura conjunta de Portugal e Espanha, apresentada em
2014 e intitulada Manuscritos do Comentário do Apocalipse (Beatus de Liébana)
na Tradição Ibérica.
A nível europeu chegaram até nós
cerca de 34 cópias, entre as quais 27 iluminadas. Estes códices são também
conhecidos como “Beatos” por conterem a cópia do «Comentário ao Apocalipse»
atribuído ao monge Beato de Liébana, que viveu nas Astúrias na segunda metade
do século VIII.
Uma das ilustrações mais conhecidas
do Apocalipse de Lorvão é a colheita e vindima representando Cristo - o juiz - com
a coroa da vitória que, de foice em punho, se prepara para ceifar a seara seca,
envenenada pelo pecado, apenas prestando para alimentar o fogo.
Como sabemos, na Bíblia o Juízo Final é comparado à ceifa e à vindima. Por isso, também um anjo aparece com uma foice na mão, cortando os cachos envenenados pela rebeldia humana e lançando-os no lagar da ira de Deus, onde são pisados e espremidos”.
Como sabemos, na Bíblia o Juízo Final é comparado à ceifa e à vindima. Por isso, também um anjo aparece com uma foice na mão, cortando os cachos envenenados pela rebeldia humana e lançando-os no lagar da ira de Deus, onde são pisados e espremidos”.
Gostaria de adquirir em pdf, uma cópia do livro inteiro, para minha leitura e estudos..
ResponderEliminarTeria meios de baixar o arquivo do apocalipse inteiro e não apenas um comentário ?
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