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O Mirante Emídio da Silva,
construído no local do antigo miradouro do Monte da Senhora da Guia, também conhecido por Mirante do Castelo, foi inaugurado há 107 anos. Foi precisamente a 31 de Maio de 1908.
construído no local do antigo miradouro do Monte da Senhora da Guia, também conhecido por Mirante do Castelo, foi inaugurado há 107 anos. Foi precisamente a 31 de Maio de 1908.
Um pouco da história do mirante: certo dia, o Dr. Manoel Emigdyo da Silva, eminente figura do jornalismo, da engenharia, da cultura, visitou Penacova e ao
chegar ao Mirante do Castelo terá ficado maravilhado com a beleza da paisagem.
Com o seu apoio e do Presidente da Câmara, Dr. José
Albino Ferreira, o mirante nasceu. Foi
desenhado pelo prestigiado arquitecto italiano, radicado em Portugal, Nicola
Bigaglia, também projectista da Casa dos Cedros no Buçaco.
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A inauguração do Mirante no fim de semana de 30 e 31 de Maio
de 1908 foi um acontecimento marcado por grandes festejos, em que Emídio da
Silva – e uma comitiva da alta sociedade lisboeta – foi recebido em apoteose. Centenas de pessoas esperaram a caravana automóvel na zona da
Várzea, pelas cinco da tarde de sábado, com flores e foguetes ao som da
Filarmónica Penacovense.
À noite, junto ao mirante, a iluminação com balões
venezianos pendurados nas oliveiras, juntamente com fogueiras, deram a luz
necessária para que o arraial abrilhantado por um rancho de tricanas de
Penacova e pela veia artística da cantadeira de quadras populares Emília
Carolina fosse um êxito.
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No dia seguinte, domingo, o Dr. Alfredo da Cunha, director
do Diário de Notícias, descerrou a lápide que ainda hoje se encontra no local
com a inscrição “ Mirante Emidgyo da Silva-31-5-908”, ao que se seguiu o
discurso emocionado do homenageado, bem como outras intervenções. A festa terá
perdido algum brilho, porque um intenso aguaceiro se abateu sobre Penacova a meio das cerimónias. No entanto o entusiasmo de alguns penacovenses, entre
eles, Alves Coimbra, António Casimiro e Amândio Cabral, levou a que erguessem
aos ombros por entre a multidão o Dr. Emídio da Silva, que deixou Penacova,
segundo relatos escritos da época, consternada pela partida, acenando
simbolicamente com lenços brancos.
Este evento foi notícia destacada e muito desenvolvida no Diário de Notícias, ilustrada por fotografias, o que não era muito comum nos jornais da época.
O resgate desse acontecimento somente poderia vir de alguém com a sensibilidade do blogueiro David de Almeida. Centenas de comentários deveriam estar comemorando a data; os penacovenses estão em falta, quer por si mesmos quer por seus descendentes. Ainda que distante, emocionei-me com o relato.
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