domingo, outubro 31, 2010

31 de Outubro de 2009: membros dos actuais órgãos autárquicos tomaram posse

Do Penacova Online:
Sábado, 31 de Outubro de 2009
Novos membros da Assembleia Municipal e Câmara tomaram posse nos Paços do Concelho
A cerimónia teve início pelas 15 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.  A sessão foi presidida pelo Presidente da Assembleia Municipal cessante, Luís Morgado. Encerrada a cerimónia, e após um curto intervalo, realizou-se a 1.ª reunião de funcionamento da Assembleia Municipal em que foram eleitos o Presidente e Secretários da Mesa da Assembleia: Pedro Coimbra (PS), António Simões(PS) e Anabela Bragança(CDU) respectivamente. (...)

sábado, outubro 30, 2010

Autárquicas2009: um ano depois



Sem juízos de valor, e dado que o site de campanha já se encontra desactivado, recordamos  hoje as propostas do Partido Socialista, vencedor das Autárquicas 2009 em Penacova.

Faz amanhã um ano que o novo Executivo tomou posse. O Penacova Online, apesar de estar aberto à divulgação de textos credíveis, assinados por penacovenses, não tem por missão fazer análise de propostas eleitorais ou do grau de cumprimento das promessas feitas. Vinte e cinco por cento do mandato já está percorrido. Faltam ainda três anos para a actual equipa ser  julgada nas urnas. Aos nossos leitores, cada um com a sua sensibilidade, deixamos a tarefa de tirarem as inevitáveis conclusões confrontando de novo o referido programa.

Da nossa parte, apenas formularemos o desejo de que Penacova progrida e se desenvolva efectivamente, independentemente das forças partidárias que detenham o poder. 

(NOTA DA REDACÇÃO: o programa eleitoral aqui recordado, tem como fonte o site de campanha do PS. O conteúdo, quer textual, quer pictórico, segue o original; apenas a apresentação gráfica é da responsabilidade do Penacova Online)  
CASO NÃO CONSIGA VISUALIZAR AS IMAGENSOU VISUALIZAR PÁGINA A PÁGINA CLIQUE AQUI

segunda-feira, outubro 25, 2010

Impressões e Emoções duma Viagem a Portugal e duma Visita a Penacova

 “ No meio de toda essa beleza de Lisboa, reservamos a quarta-feira 13 de maio, dia em que se comemora a Libertação dos Escravos aqui no Brasil, para conhecer Penacova, de onde vem a origem de meu sangue português, Telhado, terra de meu avô Afonso Rodrigues da Costa. Já a conhecia por fotos e filmes enviados por um amigo querido que localizou nossa família portuguesa em Midões, favor que jamais poderá ser pago materialmente. Mas a emoção que senti ao entrar na vila, ao descer do carro no Largo Alberto Leitão, ir até a Pérgola e ver o Rio Mondego tal qual nas fotos e filmes jamais conseguirei colocar em palavras, é algo, um sentimento que jamais senti, a ponto de ao agradecer a Deus na Igreja, em oração, começar a chorar muito, lágrimas portuguesas, com certeza. Era alegria, emoção de estar pisando o solo que meu avô (que nem cheguei a conhecer) pisou, ver, sentir o perfume, o cheiro dessa Terra e flores, ver sua gente, ouví-la, minha gente.”
                                                                                                            . Heliana Rodrigues da Costa
Ontem, dia 22 de outubro, lendo um artigo assinado por  Correia Borges, sobre Lorvão,  no Blogue Penacovaonline, voltei a pensar em como gostaria de escrever sobre Portugal e até se seria capaz de fazê-lo, expressando tudo o que minha viagem causou e o que mudou em minha vida.
DIÁRIO DUMA VIAGEM...
Fiz essa viagem de 22 dias em Maio graças a uma oportunidade com a participação da COMPANHIA DA CASA AMARELA, empresa de Teatro de meu irmão,  em dois Festivais, no Porto e Arcos de Valdevez.
Não terei,  por mais que busque, palavras para descrever tudo o que vivi nessa Terra amada que hoje considero minha segunda Pátria, e a transformação que ela me causou.
Preciso primeiramente esclarecer que desde criança gostava muito de Portugal e tudo a que ele se referia, música, comida, história, sua gente, seus heróis. Dançava e cantarolava as cantigas folclóricas portuguesas.
Bem conheci algumas cidades, como se diz aqui no Brasil, poucas sei hoje, tenho consciência do quanto não conheci, e que preciso muitos meses nesse país tão pequeno geograficamente comparado ao meu Brasil, mas de tão grande riqueza histórica e cultural.
Chegamos à Lisboa às 6:45 do dia 30/04/2009, tempo nublado com garoa, as luzes da cidade ainda acesas, lindo de se ver. Senti um impulso de beijar o chão do aeroporto, afinal estava em solo português, mas freei-me, seria ridículo! Quem entenderia? Somente meu coração, pela emoção que estava sentindo, parecia que estava de volta à minha Terra.
Fomos imediatamente, ou quase, para o Porto onde seria o primeiro Festival. Ah Porto, que boa gente, que acolhedor, quanta beleza. Praça da Batalha, descer pelo Funicular, passear pela Ribeira; no elétrico pela cidade, o vinho verde, saboreado pela primeira vez em Portugal. Ganhei de uma senhora portuguesa muito simpática, enquanto descia para a Ribeira, uma flor de nome Maia e junto a explicação do porquê os estabelecimentos comerciais a mantinham às portas ou janelas; descer à Ribeira pelas escadas então noutro dia foi algo indescritível, sentindo o coração, a vida portuguesa pulsando em seus degraus, nas paredes das casas, na beleza das flores, lanternas, comer bolinho de bacalhau, em Portugal... Ver o Rio Douro, sua barca de passeio e do outro lago Gaia. Nesta noite, no quarto do hotel chorei baixinho, para ninguém escutar, enquanto agradecia a Deus por estar e sentir que pertenço a essa Terra, essa gente.
Conheci o Bacalhau à Braga olhando as gaivotas voando ao longo do Rio Douro. Mais emoção, mais uma vez, indescritível.
Do Porto seguimos para Braga, cidade lindíssima, passeávamos todos os dias pela Av. Central até a Praça maior, lindos canteiros, arquitetura moderna misturada à medieval. Deus, que loucura, acho que vou explodir de tanta felicidade!!!.
Na igreja da Sé senti como os outros, uma emoção estranha, aliada a um silêncio respeitoso, algo emudecia-nos, tanta magnitude. Conhecemos também o Museu e Jardim dos Biscainhos, neste, três espaços sublimes, de uma vegetação sóbria e acolhedora que convidava a deitar-se na relva, mas não o fiz também.
Conheci muitas capelas, igrejas, Hospital, Ruínas Romanas, meu Deus, de novo, que emoção. Também o Teatro Circo, magnífico.
De Braga, fomos a Arcos de Valdevez, cada vez que passávamos por uma estrada, via Portugal em seu interior, e se via uma casinha no campo, era lá dentro dela que desejava estar, uma casa portuguesa, com certeza, como cantava desde criança com Amália ao aparelho de som.
Em Arcos de Valdevez, cidade que chamei de "MÁGICA", e não existe outra palavra para descrevê-la, já vimos de imediato a Casa de Cultura, a praça na qual a mesma se localiza, é linda, tem árvores centenárias, uma igreja, uma ponte... vimos também o largo do Mercado Municipal, o relógio d'água, uma capelinha medieval sem bancos, uma relíquia, emoção até ao tocar suas paredes.
Lá conheci o Bacalhau ao Minho, o arroz malandro. Muito bom.
Fotografei Arcos da sacada da Biblioteca, onde fiquei muito tempo olhando aquela visão mágica. No teatro ouvimos um Coral Búlgaro, e com esta experiência eu não contava, maravilhosa. Consegui tomar um café `margem do Rio que já não me lembro o nome, ouvindo suas águas, sentindo sua energia.
Partimos para Lisboa para ficarmos por uma semana e voltarmos ao Brasil.
Nesta capital que pretendo conhecer muito melhor noutros dias, conheci o Parque Eduardo VII, a Torre de Belém, o Tejo, ah o Tejo.., o Castelo de São Jorge, a Mouraria, indescritível também, o Mosteiro dos Jerônimos, o Chiado, a Ponte Vasco da Gama, o Parque das Nações com seu Oceanário, Jardim das Águas, Passeio de Ulisses, o lado moderno de toda metrópole.
No meio de toda essa beleza de Lisboa, reservamos a quarta-feira 13 de maio, dia em que se comemora a Libertação dos Escravos aqui no Brasil, para conhecer Penacova, de onde vem a origem de meu sangue português, Telhado, terra de meu avô Afonso Rodrigues da Costa. Já a conhecia por fotos e filmes enviados por um amigo querido que localizou nossa família portuguesa em Midões, favor que jamais poderá ser pago materialmente. Mas a emoção que senti ao entrar na vila, ao descer do carro no Largo Alberto Leitão, ir até a Pérgola e ver o Rio Mondego tal qual nas fotos e filmes jamais conseguirei colocar em palavras, é algo, um sentimento que jamais senti, a ponto de ao agradecer a Deus na Igreja, em oração, começar a chorar muito, lágrimas portuguesas, com certeza. Era alegria, emoção de estar pisando o solo que meu avô (que nem cheguei a conhecer) pisou, ver, sentir o perfume, o cheiro dessa Terra e flores, ver sua gente, ouví-la, minha gente.
Encontramos nosso amigo português à hora do almoço e com ele fomos conhecer Telhado,  Midões e a família, momento que também não existem palavras para relatar.
Conheci o Mosteiro do Lorvão, sua clausura calma e serena,  o Café Turismo, compramos lembranças, ganhamos uma caixa de Nevada, que claro, precisávamos experimentar.
Foi muito rápida a estada em Penacova, um dia, que valeu por uma vida, deixando marcas que ficarão para sempre em meu coração.
Partimos para Lisboa novamente com destino para o dia seguinte à Sintra com toda sua ambiguidade: a imponência do Castelo da Pena, com seus ventos, sua ostentação e por outro lado o Convento dos Capuchos com aquela simplicidade que emociona, envolve, fazendo-nos buscar intimamente o que temos de mais simples. Conhecemos também o Castelo dos Mouros e sua vista panorâmica que faz voar a imaginação e extasiar-se com toda a beleza.
Após dois dias, pegamos o avião de volta ao Brasil, meu espírito em êxtase de tanta beleza, emoção, cultura, afetos.
Quando na tela de informação do avião mostrava a distância de Portugal que já não era mais visto, lágrimas começaram a correr pela minha face e embora tivesse muitas razões e laços à minha espera, meu coração dizia: fique, fique, fique.
Difícil para alguns, talvez mais fácil para outros. Entender sentimentos, eles não precisam ser entendidos, somente sentidos e respeitados.
Sei que amo Portugal, amos sua gente, sua história e hoje ele faz parte de mim tanto quanto o Brasil, através de minhas recordações, lembranças, videos, fotos, mas principalmente pelos laços que criei e os novos que faço virtualmente, e são muitos.
Sinto que cresci, após essa viagem tornei-me mais ainda estudiosa, faço muito mais planos, pretendo voltar o mais breve possível, estou tornando-me uma Internauta aos 52 anos.
De qualquer forma orgulho-me disso e fico muito feliz quando alguém, lusitano, pela Internet pergunta-me:  Heliana  és portuguesa ou brasileira?
Aí , como se diz no Brasil: É A GLÓRIA!!!!.
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Nota: Títulos da responsabilidade da Redacção do Penacova Online

sexta-feira, outubro 22, 2010

A caminho de Lorvão...

Um silêncio profundo envolvia tudo em redor. Dir-se-ia que
recuáramos cem anos no tempo, acudindo-me a lembrança
triste das últimas freiras que resolviam morrer à fome para
não quebrarem a clausura, a mendigar por estes caminhos.


"Mas Lorvão esperava por nós. Por entre a ramaria dos pinhais faiscavam ao sol os azulejos do zimbório, como se fossem de prata."

Pouco passava das oito horas da manhã quando deixámos para trás a Carapinheira e o Dianteiro e, ao descermos a encosta para Vale Bom, talvez por já nos encontrarmos na freguesia de Lorvão, tudo nos parecia um pouco mais familiar.
No fundo desse vale diz a lenda que andou a Rainha D. Teresa edificando convento para se retirar da corte, mas seria Lorvão que lhe estaria destinado. É daqui, ao subir a encosta que nos levaria ao Roxo e sentando-me uns momentos junto de uma moiteira, donde uma perdiz saiu esvoaçando, daqui, deste cenário quase seu contemporâneo, que eu a revivo, lá no fundo da Idade Média, por entre matagais agrestes, vivendo o seu infortúnio, acompanhada pela dedicação das irmãs e de nobres damas que a seguiram nos votos. Imagino-a subindo a mesma encosta, com a sua mula carregando o cadáver da irmã Sancha acabada de expirar nos seus braços em Celas; velando pelas suas irmãs Branca e Berengária, a triste infanta, que foi rainha da cinzenta Dinamarca, chorando com saudades do sol e da terra perdida… “ Sinto” o seu ânimo inquebrantável, opondo-se ao irmão feroz que lhe usurpava os castelos e as terras deixados por seu pai.
A paz e a tranquilidade do verde que nos rodeava favorecia sem dúvida estas cogitações mas o grasnar longínquo de alguns corvos, sem localização no tempo e no espaço, trouxe-me à realidade da natureza circundante. A manhã cobrira de névoa os cabeços dos montes, o que não dava menor beleza ao quadro. Após alguns momentos contemplativos, prosseguimos o passeio pelo caminho acima, aberto na lapa chistosa, aqui e além entremeada de alvos rochedos de quartzo.
Já perto do Roxo um pastor, com seu rebanho de ovelhas e poucas cabras, correspondeu à nossa saudação com um sorriso etrusco. Passadas as alminhas e o pequeno chafariz, eis-nos finalmente no Roxo, a mais soberba varanda do distrito de Coimbra onde o panorama é emoldurado pelas serranias do Buçaco, estrela, Lousã e pelas distantes areias doiradas do atlântico. Porém, nem lobrigámos o pico do Caramulinho, nem a cidade dos doutores, ou Santa Clara com o venerando convento da Rainha Santa, nem enxergámos as povoações alapadas nas lezírias do Mondego, ou o velho castelo de Montemor, baluarte do abade João contra os moiros e das Infantas contra o Gordo, nem tão pouco a risonha e úbere região bairradina. Denso capacete de nevoeiro envolvia o Roxo, privando-o das suas soberbas vistas. Nas ruas nem viva alma. Apenas uma mulher franzina, de xaile embiocado pela cabeça nos lançou um “ bom dia nos dê Deus!” com um olhar de curiosidade, como que duvidando que alguém pudesse ter interesse em peregrinar àquelas paragens…
Deixámos o Roxo entregue à sua névoa centenar e simbólica e descemos à Ribeira dos Arcos por escarpada vertente, quase a pique, coberta de fetos rasteiros, em busca do desconhecido. Descidos mais de 150 metros de altitude, eis-nos no fundo do vale, cheio de mimosos campos de cultivo, onde os milheirais e feijoais avultam. Não lhes ficam atrás as parreiras carregadas de belas uvas.
Existem aqui ainda – nem sei como têm resistido às transformações sociais! – algumas azenhas das que os árabes cá nos deixaram. A mesma escada de pedra, conduzindo ao andar onde uma mó gira sobre a outra fixa. Por cima da primeira, a moega, pejada do grão que desliza para a quelha , agitada pelo cadelo com a rodela que saltita nas cavidades da mó. Cá fora a água caindo sobre a roda, fonte de energia e de vida.
Mais uma encosta a subir, desta vez para S. Mamede, por caminho bastante razoável, avarandado sobre o vale poderosamente cavado, e bordejado por perfumados tufos de estevas e rosmaninhos. Extasiou-se a vista de um monte fronteiro, completamente atapetado pelo matiz doirado a flor do tojo, aqui e ali pontilhado pela flor roxa das urgueiras, e ao fundo, o admirável presépio do Caneiro, trepando a encosta recortando-se sobre o Mondego. Na verdade há tanto de belo e desconhecido neste nosso Portugal!
E assim, completamente subjugados pelo domínio do sensorial subimos a S. Mamede, ruidoso, estuante de vida, já cheio de sol, e feliz por sua estrada nova. Mas Lorvão esperava por nós. Por entre a ramaria dos pinhais faiscavam ao sol os azulejos do zimbório, como se fossem de prata.
Um silêncio profundo envolvia tudo em redor. Dir-se-ia que recuáramos cem anos no tempo, acudindo-me a lembrança triste das últimas freiras que resolviam morrer à fome para não quebrarem a clausura, a mendigar por estes caminhos. Mas não. Um carro rodando na estrada poeirenta da Rebordosa, trouxe-nos ao tempo hodierno.
Lorvão, Agosto de 1970
Correia Borges
( Notícias de Penacova de 15 de Janeiro de 1972; transcrito também no PenacovaOnline de Agosto 2008)

terça-feira, outubro 19, 2010

Recordando as Primeiras Damas da República: Maria Joana Morais Perdigão Queiroga de Almeida


Maria Joana, mulher de
António José de Almeida
Maria Joana Morais Perdigão Queiroga de Almeida, nasceu a 9 de Março de 1885, em Redondo,  e faleceu a  27 de Junho de 1965 em Lisboa.

Conheceu António José de Almeida  por volta de 1902, que era mais velho   19 anos.Casam a 14 de Dezembro de 1910 na Administração  do 1º Bairro de Lisboa, tendo como testemunhas, o irmão de António José de Almeida, Francisco António de Almeida, Juiz da Relação de Lisboa e Manuel de Arriaga, então,  Procurador Geral da República. Ficam a morar  na rua  de S.  Gens,  na  pequena casa onde António José de Almeida  vivia enquanto solteiro .
Espingarda usada como defesa na
noite de 19 de Outubro de 1921

Hoje, passados precisamente 89 anos, na noite de 19 de Outubro de 1921, dá-se  a “ Noite Sangrenta” em que são assassinadas várias personalidades entre elas o Chefe do Governo, António Granjo. Nessa tenebrosa noite, António José de Almeida, estava a convalescer, em casa,  da doença crónica  que o acometia. São avisados telefonicamente do perigo daquele momento e,  enquanto não chega a GNR , Maria Joana pega na caçadeira que guardava desde os tempos em que participava no Alentejo nas caçadas à raposa e coloca-se no 1º andar do palacete onde residiam, na Rua António Augusto de Aguiar, fazendo pontaria para a rua.
Este episódio passou-se há 89 anos exactos.

Em 1923 preside à Comissão Organizadora da Festa da Flor para angariação de fundos para a Cruz Vermelha. É  agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
António José de Almeida  morre em 1929, ficando viúva com 44 anos. Tem uma filha, Teresa. Passa os seus dias dedicando-se à família, em especial aos netos, António, que nasce em 1943, Maria Manuel (1944) e Maria Teresa (1946).
Morre na rua Ressano Garcia com um acidente vascular cerebral, em  1965.
Neste Centenário da República uma homenagem respeitosa àquela que acompanhou António José de Almeida, como sua mulher.
Fonte: As primeiras Damas da República,  Museu da Presidência, 2006

Arthur Wellesley e as Invasões Francesas foram relembradas em Lorvão

Imagens da Conferência e do
descerramento da lápide
(Fotos originais de Mauro Carpinteiro / Arranjo de Penacova Online)
A Associação Pró-Defesa do Mosteiro de Lorvão, com o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara,   associou-se  às comemorações dos 200 anos da Batalha do Bussaco.  

No sábado, realizou-se naquela Vila uma conferência sobre “As invasões francesas e o Mosteiro de Lorvão”, presidida por Regina Anacleto, professora jubilada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Além disso, teve lugar o descerramento de uma lápide comemorativa no edifício onde o general  Wellesley e o seu Estado Maior estiveram alojados.

De referir que também no nosso concelho, se   localizou o Posto de Comando do Duque de Wellington, na parte mais alta da serra do Bussaco, tendo sido daqui que o Comandante do Exército Luso-Britânico observou o combate de Santo António do Cântaro.

QUEM FOI ARTHUR WELLESLEY, DUQUE DE WELLINGTON?
Podemos ler no site da Câmara Municipal o seguinte:
"Arthur Wellesley, Duque de Wellington foi um célebre general e político inglês com um papel determinante na Guerra Peninsular. Nasceu em Dublin a 30 de Abril de 1764 e viria a falecer em Walmer Castle a 14 de Setembro de 1852.
Em 01 de Agosto de 1808, o exército britânico por si comandado desembarcou em Lavos (Figueira da Foz) e, ao longo das duas primeiras invasões, desempenhou uma acção decisiva para a vitória das tropas anglo-lusas. Na Primavera de 1810, Napoleão ordena nova invasão, a terceira, que se inicia por Almeida. André Massena, avança com os seus 65 000 homens até ao Bussaco, em cujas proximidades se encontrava o exército anglo-luso.
A 20 de Setembro, Wellesley envia, a partir do Mosteiro de Lorvão, onde havia passado a noite, diversas missivas. No dia 21, as forças do General Hill atingem o Rio Alva, tendo sido chamadas, juntamente com a divisão portuguesa do General Leith para o Bussaco. As forças anglo-lusas ocuparam a Serra do Buçaco da seguinte forma: em Nossa Senhora do Mont'alto encontravam-se cinco companhias da Leal Legião Lusitana; o corpo do General Hill, compreendido por uma divisão inglesa e uma divisão portuguesa, ocupava todo o Alto da Chã, compreendido entre as estrades Gondelim - Casal e Gondelim - Palmazes, passando, esta última na Portela de Oliveira; a divisão de Leith estava dividida em duas facções: ala direita junto à Portela de Oliveira, sobre o caminho que liga Alcordal a Midões e, a ala esquerda, mais afastada, nas proximidades de Santo António do Cântaro. A sul da povoação de Cerquedo, colocavam-se a divisão Picton e a divisão Spencer. Foi à sua direita que Wellington se instalou, no dia 27 de Setembro, durante a Batalha do Bussaco, que as tropas anglo-lusas viriam a vencer exemplarmente."

domingo, outubro 17, 2010

Reflectir é preciso…

O Poder Local em Penacova … Cartão Amarelo!

 Carlos Mendes *
Já lá vai um ano em que participei na blogosfera de Penacova com um texto que começava …

É POR SI…QUE GANHAMOS!... terminando… É CONSIGO QUE CONTAMOS!

Tratava-se dum texto alusivo às eleições autárquicas em Penacova. Há um ano, este concelho virou uma página política que se encontrava em branco.

Passado um ano … O que mudou em Penacova?

Ainda é cedo, é um facto, também, é preciso dar tempo aos intervenientes políticos para que se possam adaptar e actuar no processo de desenvolvimento do concelho.

No entanto, passou um ano, e … Qual é a estratégia que este Executivo tem para Penacova?
Quais as são as opções e as prioridades de intervenção no concelho? Já era tempo de ser implementado um plano estratégico de desenvolvimento para Penacova…

Reflectir é preciso…

Segundo o que tem vindo a público no âmbito do ocorrido na última Assembleia Municipal, traduz-se numa imagem triste, lamentável e negativa quer para os seus intervenientes quer para o concelho de Penacova. Trata-se dum espaço e dum “fórum” que pressupõe discutir com elevação e sapiência … PENACOVA!

Não se deveria utilizar um acto com aquela dignidade para arrogâncias e afirmações de baixo nível. A coisa pública deve ser para ser servida e não para se servirem dela, assim de como, também, não mereceria ser para aqueles que intitulam e são apelidados de chicos espertos nem para aqueles que ameaçam irem-se embora.

Em linguagem futebolística … O poder político Local em Penacova acabou de ver um cartão amarelo!

*Arquitecto, autor da Proposta ELEVAR PENACOVA / Agenda 21 Local, referida no nosso artigo recentemente publicado no Penacova Actual,  sobre a A21L. O Penacova Online recebeu agora o  texto que  acabamos de publicar e que abre o debate sobre aquela e outras questões. (Nota da Redacção)

Um tributo a Travanca, à Etnografia e ao Folclore


Capa do desdobrável
de apoio e divulgação do
 espectáculo
Não é fechado numa arca que queremos o passado. Este, queremo-lo vivo, para o podermos reconstruir e transformar…Pois é cientes daquilo que fomos, que podemos seguir em frente e progredir sem temer a separação desse passado que é o nosso, sem medo de perder as referências que a ele nos prendem…

Assim se escrevia, vão quase vinte anos, num  Guião  distribuído aquando da apresentação do espectáculo “As Quatro Estações do Linho”, pelo Rancho Etnográfico e Folclórico de Travanca do Mondego. Uma produção que integrava, para além da música, apontamentos de dança e teatro, partindo do princípio de que a representação das tradições, enquanto  encenação que  é, se pode assumir como um verdadeiro espectáculo.

Assim aconteceu em 1989, quando um grupo de jovens e adultos, cheios de entusiasmo, deram vida a este renascer de tradições. Eram eles: Adelaide Sousa, Albertina Cordeiro, Alice Alves, Alice Rodrigues, Álvaro Ferreira, Amadeu de Matos, António C. Henriques, António Pais, António Rodrigues, Carlos M. Martins, Cecília Henriques, Cecília Sousa, Conceição Geraldes, Daniel Henriques, David Henriques, Graça Alves, Isabel Ferreira, João Azadinho, José A. Joaquim, José Fernandes, José Joaquim, Lúcia Matos, Nuno Azadinho, Nuno O. Santos, Palmira Viseu, Paula Alexandra Pereira, Pedro Fernandes, Raquel Figueiredo, Reinaldo Dinis e Tomé Teixeira.

O Centro Paroquial de Bem-Estar Social, com o empenhamento do Sr. Padre Veiga, lançou em 1986 a ideia de recuperar usos e tradições da freguesia, organizando uma recolha de “ antiguidades” e posterior exposição de objectos e utensílios tradicionais, bem como o levantamento de danças e cantares locais. Em 1987, é apresentado o espectáculo de etnografia e folclore intitulado “Desfolhada” e, passados dois anos, as “Quatro Estações do Linho “. Esta recriação de tradições e de vivências de outrora tinha como responsável a Dr. Maria da Conceição Moura. Outros colaboradores deste projecto foram, como muitas pessoas se recordam, os professores António Bessa e Celestino Ortet, na parte musical.

Um projecto que, devido a vicissitudes várias, não ganhou as raízes necessárias a uma desejável continuidade. De qualquer modo, durante o seu período de existência foi acarinhado pela população da freguesia e levou a vários locais, incluindo Coimbra, um conjunto de espectáculos de grande valor cultural.

O concelho de Penacova, à semelhança do que se vai fazendo um pouco por todo o país, vai tendo bons grupos etnográficos e folclóricos que, apesar das dificuldades, vão transmitindo a riqueza cultural dum tempo que já não volta mas que faz ainda parte dum presente que, cada vez mais, se quer com significado e com identidade própria. A etnografia e o folclore, que para alguns pode significar um parar no tempo, não é mais do que um ponto de partida para novas experiências.

É que, como se escreveu acima, o passado tem que se manter vivo, se o queremos reconstruir e recriar.

 David Almeida

( originalmente publicado no jornal Nova Esperança (2008)