A primeira página de O Jornal de Penacova [24 de Abril de 2005] |
Foi em 13 de Abril de 2005 que o pintor João Martins da
Costa faleceu na capital da Beira Alta. Não em Penacova, onde desde os anos
setenta viveu, ali na Costa do Sol, e onde foi professor. Picasso lhe chamavam
carinhosamente os seus alunos.
Nascera em Coimbra em 28 de Junho de 1921 mas os seus pais eram penacovenses: José da Costa e
Cacilda Martins. O seu avô materno fora industrial de latoaria na vila e o
paterno, Abílio Costa, tinha sido proprietário de um veículo que servia de
diligência entre a cidade dos estudantes e Penacova.
auto-retrato |
Frequentou o curso superior de Pintura da Escola de Belas
Artes do Porto, onde foi discípulo de Dórdio Gomes e de Joaquim Lopes. Premiado
diversas vezes naquele estabelecimento artístico, concluiu o curso em 1947 com a classificação de 18
valores.
Em comentário a uma referência que o Penacova Online fez em 2012, escreveram Óscar Trindade e António Luís, respectivamente:
“O Prof. Martins da Costa,
foi meu professor de desenho. Um grande homem, algo austero mas também amigo. Sua
esposa, Prof ª. Rosa, também me deu aulas de desenho. Recordo o dia em que ela
me convidou para ir a sua casa e me mostrou as obras de arte do prof. Martins. Fiquei
encantado com as pinturas expostas numa sala, que penso ter sido o seu atelier.
Como é (ou era) habitual na nossa terra, a arte é (ou era) pouco valorizada e
nada se fez, então, para que o espólio deste professor / artista ficasse em
Penacova. Ao ler a crónica pode-se concluir que este SENHOR era um artista
multifacetado, tendo em conta a sua arte na pintura e nas letras.”
“Um dos melhores professores que tive na minha passagem
pelas escolas de Penacova... Martins da Costa não era mais um
"carneiro". Pensava com a sua cabeça e quase sempre muito bem!”
Obra dos anos 60 |
E em 2014, escrevia também Álvaro Coimbra no seu blogue
Livraria do Mondego “O artista, o pintor, deixou uma obra extraordinária. O seu
traço sensível e, ao mesmo tempo, firme e exato viajou por cidades como
Florença, Porto, Londres, mas na última etapa da sua vida escolheu este
cantinho. Pintou-o de vários ângulos, com um olhar muito próprio e deu-o a
conhecer ao mundo. Penacova está em dívida para com ele, mas esse
reconhecimento deve estar à altura da sua obra.”
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