27 dezembro, 2024

Empresas de Penacova: lista das 50 maiores do concelho

Lista elaborada por Blogue PenacovaOnline

O jornal "Diário de Coimbra" do passado dia 12 de Dezembro publicou o ranking das 1500 maiores empresas do distrito de Coimbra, considerando o volume de negócios relativo a 2023.

De acordo com a análise deste periódico, "as 50 maiores empresas do concelho de Penacova fecharam o ano com um volume de negócios global de 225,6 milhões de euros, traduzindo um crescimento de 10% face aos 204 milhões de euros faturados em 2023, mesmo mantendo o número de empresas neste ranking das 1.500 maiores. 

Igualmente conclui que " a principal novidade na análise às maiores empresas do concelho de Penacova reside na sua “liderança”. 

A empresa GS Fuel, criada em 2020, está agora no primeiro lugar após um crescimento na sua faturação de 476%. Passou de 7,7 milhões de euros faturados em 2022 para os 44,5 ME faturados em 2023. 

Assim, a Água das Caldas de Penacova foi “destronada” para o segundo lugar mesmo tendo fechado o ano em crescimento. Passou de uma faturação de 27,8 ME para os 30,7ME. 

Quem também desceu uma posição no ranking foi a Transportes Marginal do Mondego com um volume de negócios de 18,9 ME. 

Infografia: Diário de Coimbra
Seguem-se, ainda no “top 5” a JTSL - Soluções Técnicas Manutenção Metalomecânica (17,4 ME) e logo a seguir a Eólica da Linha com 17,2 ME faturados em 2023. 

A sexta posição neste ranking de Penacova é ocupada pela Fozvias (com um volume de negócios de 10,2 ME), seguida pela R2P Reciclagens e Peças (4,7 ME), pela TransTransportes Rodoviários de Mercadorias de Aguieira (3,88ME) e pela Placolas - Comércio de Pladur e Gesso (3,83 ME).

"Na análise aos resultados líquidos- sublinha o Diário de Coimbra constatamos que estas mesmas 50 empresas fecharam o ano com lucros de 13,5 milhões de euros, cabendo o primeiro lugar à Águas das Caldas de Penacova com lucros de 6,6 milhões de euros. A principal empregadora (com 235 trabalhadores) é a JTSL, sendo
que as 50 empresas representam 1.192 postos de trabalho.

DISTRITO DE COIMBRA
(fonte Diário de Coimbra)

O total das 1.500 maiores empresas do distrito fechou o ano de 2023 com um volume de negócios de 11,9 mil milhões de euros, valor esse que representa um ligeiro crescimento face ao valor do ano anterior. Os concelhos de Coimbra e da Figueira da Foz são os principais “motores” deste distrito. 

Se na revista do ano passado se assinalava o facto das 1.500 maiores empresas do distrito terem ultrapassado (em 2022) a barreira dos 10 mil milhões de euros faturados este excelente resultado é agora consolidado, apesar de todas as dificuldades que a economia atravessa. 

Comparativamente com o exercício anterior, Coimbra mantém-se como o concelho mais representado neste ranking (525 empresas), seguido pela Figueira da Foz (225) e por Cantanhede (142).

Já a Figueira da Foz lidera quando a análise é feita somando a coluna do volume de negócios (um total de 3,655 mil milhões de euros).

Coimbra segue bem perto com 3.649 milhões de euros faturado e Cantanhede mantém o terceiro lugar com um volume de negócios de 966 milhões de euros.

Esta ordem repete-se nos resultados líquidos por concelho. Figueira da Foz fechou o ano com lucros de 205 milhões de euros, seguida por Coimbra (46 milhões de euros) e por Cantanhede (41 milhões de euros).



Post scriptum:
Entretanto verificámos que o jornal  O Despertar também havia noticiado: 





19 dezembro, 2024

Da minha janela: Natal em desassossego



Natal em desassossego


Estamos cá a preparar a época do Natal

Sei que os nossos netos estão esfuziantes

Amantes da noite em si, passada por aqui

Na casa dos Avós

Há qualquer coisa em mim, que me desassossega

Que me aborrece

Que me entristece


Como o destino do mundo quase fatal

Com os adolescentes em transtornos delirantes

Resfriados nas sombras das guerras por ali

Nas tendas improvisadas

Onde há revolta, ao perceber que a vida está cega

O que me sabe a briga

O que me trás fadiga


Porque pudemos nós com génese igual

Produzir esta composição do ser militante

Em que a injustiça se regenera a si própria

Numa vingança cruel?

Desprotegendo o sol do amanhecer sem refrega

O que altera o Natal

O que só nos faz mal


São grandes áreas de desigualdade letal

Nesta actualidade cheia de guerras errantes

Em que o “ser criança” não tem mais valor

Nem o mínimo de prazer

Acabar a vivência infantil, por certo, já descarrega

Nas mentes mal amadas

Nas consciências pesadas


                 *


Tão bom que seria ter só crianças iguais

Em direitos

Ter pilares de sorte em todos os natais

Com igualdade

Ter vidas parecidas, sem “armas” fatais

Na comunidade

Ter as oferendas e as prendas “a mais”

Repartidas com amizade!


Luís Pais Amante  

Casa Azul

Em homenagem às Crianças vítimas das guerras, obrigadas a carregar o Mundo.


17 dezembro, 2024

Casal de Santo Amaro: a Lenda da Imagem do Santo Padroeiro

Imagem de Santo Amaro que se venera no Casal

Texto de Alípio Barra 
in Jornal Nova Esperança 
31 de Março de 1999

Amaro ou “Mauro”, segundo o livro Santos de Cada Dia, nasceu em Roma de família senatorial e foi entregue aos cuidados de S. Bento, quando tinha apenas 12 anos. Correspondeu tão bem à afeição e solicitude do Mestre que foi proposto como modelo aos outros religiosos. S. Gregário exaltou-o por se ter distinguido no amor da oração e do silêncio e conta que a exemplo de S. Pedro foi recompensado da sua obediência caminhando sobre as águas. Foi o caso de um jovem chamado Plácido que caiu no açude de Subiaco. S. Bento soube-o por revelação e chamando Amaro disse-lhe: Irmão Amaro vai depressa procurar Plácido que está prestes a afogar-se. Munido com a benção do Mestre, Amaro correu sobre a água a socorrer Plácido a quem agarrou pelos cabelos e trouxe para a margem não se apercebendo sequer que tinha saído de terra firme. Quando deu pelo milagre atribuiu-o aos méritos de S. Bento. Cumpria tão bem o ideal monástico que todos passaram a considerar nele o perfeito herdeiro espiritual de S. Bento, o sucessor eventual dele. Segundo a tradição foi Amaro quem ficou a substituir S. Bento, quando este se transferiu para Monte Cassino. É-lhe atribuída ainda a implantação do Instituto Beneditino nas Gáleas. Julga-se que veio a falecer em 584.


 Do aparecimento da sua imagem nesta terra, cerca de mil anos depois da sua morte, diz-nos a lenda, contada de pais para filhos, que um dia, há umas centenas de anos, quando uma barreira de terra e pedregulhos caída sobre parte da estrada foi limpa, encontraram uma imagem de Santo Amaro que depois de limpa foi levada para casa de um morador no Casal, mas todos os dias que era levada, no dia seguinte de manhã estava novamente na pedreira.

Por detrás da barreira que foi limpa estava a pedreira na vertical que tinha a meio um cubículo cavado, tipo prateleira, onde teria estado colocado Santo Amaro. Era nesse cubículo que aparecia o Santo, sempre que na véspera era levado dali.

O povo construiu-lhe uma capela a meio do lugar e concerteza depois de festa condigna, foi ali colocado e considerado padroeiro desta terra.

Não se sabe quem teria trazido o Santo Amaro para colocar no cubículo da Pedreira. Teoricamente supõe-se que fazia parte das alminhas que teriam existido naquele lugar e que era ponto de paragem obrigatória dos funerais vindos da povoação de Ribela, pela estrada antiga que fazia ligação na Ribela de Gavinhos, passavam no Casal e seguiam em direcção a Penacova. O cemitério, ao tempo, era junto à Igreja de Nossa Senhora da Guia, que nos anos 30, foi absorvida pelas construções do Preventório.

Quando no início do século foi rasgada a estrada que liga Penacova - Luso, que em princípio só chegava às Contenças, os funerais de Ribela passaram a utilizar esta estrada mas paravam sempre na direcção do local onde havia aparecido Santo Amaro, para rezar os respectivos responsos. Essa paragem era referenciada por uma cruz de madeira que estava pregada numa oliveira.

Diz mais a lenda, que a pedreira onde teria estado o Santo Amaro, foi rebentada já no século XIX e a pedra, foi metida no forno, onde esteve a arder cerca de 72 horas (o normal seriam 36 horas) mas não se transformou em cal.

Quanto aos cabouqueiros que tiveram a coragem de rebentar a pedra, ou foram mandados fazer isso, teriam entrado em doença contínua e morreram com o corpo cheio de mazelas.

O Santo Amaro por ser de pedra, é muito pesado e por isso foi feita uma imagem à semelhança, de madeira, que é a que vai no andor da procissão nos domingos de Festa.

No século XX o Santo Amaro de pedra só saiu duas vezes da Capela: - Uma no início do século. no dia da Festa, que chovia torrencialmente, e não podia sair a procissão e os mordomos colocaram o Santo fora da Capela, à chuva, mas milagrosamente a chuva parou de imediato. A procissão foi feita, mas logo que recolheu e o Santo também, a chuva voltou a cair; - a outra há mais de vinte anos, por promessa, de um conterrâneo nosso, o Armando Xavier, imigrado no Brasil, que ofereceu o relógio existente na Capela e fez a Festa dedicada a Santo Amaro. A juventude desta terra conseguiu com muito esforço adaptar o andor e transportá-lo no longo do percurso percorrido pela procissão, ajudando assim, o nosso amigo Armando Xavier a cumprir a sua promessa.







Fotos:
 página da Comissão de Festas no Facebook (2024)