Remoçar na Praia
Uma pedra -se calhar de xisto - a desfazer-se
Rebolou
E amorteceu a sua viagem na acalmia
Do nosso Rio
Junto à “maternidade” no pedrario
Fazendo fugir os peixinhos em “pousio”
Nos círculos da água franca que abriu
Vieram-me rostos amigos que de lá viu
Antigamente em convívio são e Amizade
Um passarinho de bico esguio
Assobiou
E o som propagou-se como se fosse
Um arrepio
Também a rã quis coaxar
E a cigarra iniciou um concerto estridente
De rock da pesada em acasalamento tardio
Mais pra noite o pirilampo iluminará o breu
E as libelinhas adornarão o céu
Projectado na água
…
Neste vai e vem de tarde tardia
À cacofonia da bicharada (que rasga o silêncio)
Sobrepõe-se a faina poliglota dos veraneantes
Algumas crianças correm na ponte
De madeira tosca, resistente
Outras sorriem alegres
Mas com pés dormentes
Das pedrinhas que se lhes picam
Nos hábitos que não têm
Da Liberdade descalça
A que se contrapõe a do telemóvel na alça
- não saltes bebé que daí é perigoso!
- o limo é viscoso!
Diz uma Avó amorosa, ao meu lado
Por baixo do chapéu de sol de colmo
Africano
A que falta o côco para ser paisano
…
Está lá a areia, embora importada
Está lá a curva da barriga zangada
O Penedo da Viúva já é uma estrada
O tempo passou muito e depressa
Mas as coisas simples desta Praia do Reconquinho
[E as que deviam ser deste nosso fado mansinho]
Dão-lhe um ar que parece que ainda agora começa
A brisa do ar vindo dos salgueiros anda em circuito
A vista de cima faz-se num quadro a óleo bem culto
E o sol?
… Esse continua forte e ainda é gratuito!
10 outubro, 2024
𝔻𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕛𝕒𝕟𝕖𝕝𝕒: Remoçar na praia
Luís Pais Amante
Casa Azul
Após uma tarde boa, passada na Praia Fluvial do Reconquinho,
com o Clube da Netaria e rememorando as traquinices
que eu próprio -e as minhas amigas e amigos
dos anos 60/70- por ali alimentávamos …
05 outubro, 2024
No 5 de Outubro evocar António José de Almeida
A 31 de Outubro de 1937 era inaugurado em Lisboa o monumento a António José de Almeida, oito anos após a sua morte. Um projeto do arquiteto Porfírio Pardal Monteiro e do escultor Leopoldo de Almeida.
A revista "Ilustração" publicou uma reportagem destacada sobre esta prestigiosa homenagem.
Durante o Estado Novo (1933-1974), o monumento acabaria por se transformar num local de "romaria" da oposição ao regime, em datas simbólicas como o 5 de outubro. Nessas ocasiões, a homenagem seguia muitas vezes para junto do jazigo de António José de Almeida no Cemitério do Alto de S. João.
Revista "Ilustração" nº 286, 16 de Novembro de 1937
Durante o Estado Novo (1933-1974), o monumento acabaria por se transformar num local de "romaria" da oposição ao regime, em datas simbólicas como o 5 de outubro. Nessas ocasiões, a homenagem seguia muitas vezes para junto do jazigo de António José de Almeida no Cemitério do Alto de S. João.
𝓐𝓷𝓽ó𝓷𝓲𝓸 𝓙𝓸𝓼é 𝓭𝓮 𝓐𝓵𝓶𝓮𝓲𝓭𝓪
António José de Almeida nasceu em Vale da Vinha a 17.07.1866 e faleceu em Lisboa a 31.10.1929.Formado em Medicina pela Universidade de Coimbra (1895) aderiu logo nessa época ao Partido Republicano e em 23 de Março de 1890 publicou na folha académica Ultimatum o artigo «Bragança, o último», que lhe custou a pena de três meses de prisão.
Exerceu medicina em Angola e depois, em São Tomé e Príncipe até 1903, após o que estagiou em Paris e regressou a Lisboa onde abriu o seu primeiro consultório, na Baixa, primeiro na Rua Áurea, que depois transferiu para Largo do Camões nº 6 – 1º (hoje, Praça Dom João da Câmara), onde ganhou fama de médico dos pobres.
A sua carreira política foi intensa. Começou por ser eleito deputado pelo círculo oriental de Lisboa (1906) e integrou a Maçonaria (1907) ainda antes da proclamação da República.
Exerceu medicina em Angola e depois, em São Tomé e Príncipe até 1903, após o que estagiou em Paris e regressou a Lisboa onde abriu o seu primeiro consultório, na Baixa, primeiro na Rua Áurea, que depois transferiu para Largo do Camões nº 6 – 1º (hoje, Praça Dom João da Câmara), onde ganhou fama de médico dos pobres.
A sua carreira política foi intensa. Começou por ser eleito deputado pelo círculo oriental de Lisboa (1906) e integrou a Maçonaria (1907) ainda antes da proclamação da República.
Exerceu depois as funções de Ministro do Interior do Governo Provisório (1910-1911). Em 1912 fundou o Partido Republicano Evolucionista. Foi Chefe do Governo da chamada «União Sagrada» e Ministro das Colónias (1916-1917) e ainda Presidente da República (1919-1923).
É de destacar o seu papel na reforma do Ensino Superior, sobretudo no estudo da medicina e na criação das Universidades de Lisboa e do Porto, bem como a sua visita ao Brasil em Setembro de 1922 por ocasião do Centenário da Independência daquele país, de que Luís Derouet fez reportagem: Duas Pátrias – O que foi a visita do Sr. Dr. António José de Almeida ao Brasil.
António José de Almeida colaborou em vários periódicos e fundou a revista Alma Nacional (1909) e o jornal República (1911). Em 1934, foram coligidos os seus principais artigos e discursos e publicados em 3 volumes sob o título Quarenta anos de vida literária e política.
António José de Almeida colaborou em vários periódicos e fundou a revista Alma Nacional (1909) e o jornal República (1911). Em 1934, foram coligidos os seus principais artigos e discursos e publicados em 3 volumes sob o título Quarenta anos de vida literária e política.
27 setembro, 2024
A Batalha do Buçaco relatada por um ajudante de campo de Massena
Naquele dia 27 de Setembro deu-se a maior e mais sangrenta batalha travada em Portugal durante a Guerra Peninsular.
Depois de terem invadido Portugal por duas vezes, em 1807 e 1809, os exércitos napoleónicos, comandados pelo Marechal Massena, voltaram, no Verão de 1810, a atacar as nossas fronteiras.
As tropas francesas entraram em Almeida em Julho de 1810, depois de terem tomado Ciudad Rodrigo. No âmbito do plano de defesa da península, as tropas aliadas comandadas pelo General Wellesley, Duque de Wellington, e compostas por soldados ingleses e portugueses, tinham já iniciado a construção das Linhas de Torres, cujo objetivo era a defesa da cidade de Lisboa. A marcha dos franceses com destino a Coimbra, foi interceptada por Wellington no Buçaco.
Aceda AQUI ao relato de Marbot, na altura segundo ajudante de campo e mais tarde general. Pode também LER AQUI outros apontamentos que o Penacova Online tem vindo a publicar sobre a Guerra Peninsular.
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