04 dezembro 2016

Cartas Brasileiras: almôndega na banha


Só pode, antigamente os porcos eram mais saudáveis; ainda que porcos.
Hoje parece pecado mortal saborear uma lasquinha de costela. Cuidado com o colesterol!
Eu me lembro bem, era menino. Papai comprava peças do porco, desossava, separava as partes mais gordurosas, moía, punha na panela e levava ao fogo.
Sobravam gordura derretida e torresmo. A gordura apartada e guardada virava banha. O torresmo no arroz ou os pedaços à “pururuca” era de matar, não pelo colesterol, pela delícia.
Somente uma pesquisa científica poderá demonstrar, mas acredito, os suínos de antigamente não tinham colesterol, pelo menos não tanto; meus avós e pais que o digam.
Na lata de banha, mergulhavam almôndegas fritas (bolinhos de carne, porpetas), para que, no dia a dia, pegas com a concha, fossem aquecidas na frigideira, na hora do almoço ou jantar, tudo no fogão a lenha; quem sabe o fogão a lenha eliminasse o colesterol.
Que tempos aqueles.
É, nem tudo se podia. Leite com manga era um veneno. Ou um, ou outro. E mais, fígado e moela eram a mesma coisa; todo mundo queria o fígado.
                                                                                                              Paulo Tarso J Santos
Post scriptum: Desde já quero deixar registrado meu abraço e votos de Feliz natal e ótimo 2017 ao amigo e aos leitores do blog e seguidores do Facebook.


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