28 julho, 2024

𝔻𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕛𝕒𝕟𝕖𝕝𝕒: A tapar o Sol...


A tapar o Sol …


Foi dia 10 de Junho
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
A “Festa” desenvolveu-se num local de muito azar
!… Em Pedrógão Grande …!
Por onde passou o fogo a matar
As Pessoas nunca irão esquecer
Como as deixaram ali à sua sorte
Prontas pra morrer
Lembrar-se-ão, sempre, dessa malapata sem nome
Deste tipo de gerir territórios sem noção ou coração
Como se fez -e faz- neste Interior amado e beirão
Passaram anos (sete)
As estradas continuam más
Os órfãos não tiveram paz
O emprego fugiu de lá, sagaz
A emigração continuou audaz
… mas julgaram-se Bombeiros que combateram o fogo!
E, por isso mesmo, não existem voluntários, agora
Nem lá, nem por este País fora
Como poder pensar-se cativar assim, no logro?
Neste dia absolutamente triste
Esteve a desenrolar-se um desfile
Da Política que por cá existe
Que não foi para lá definir-se
Dar nada do que é preciso ao Povo
Nem do que lhes foi prometido
Só rememorar o traumatismo
Só discutir balelas na televisão
Demonstrando-lhes má afinação
E nenhuma consternação
Não vale a pena dizer “coesão”
Jurar amor em tropeção
Falar em empenho, em trazer riqueza
Quando pela frente só se tem pobreza
Aqueles milhares de militares
Desfilando e entoando os ares
Foram em armas, sim
Mas em boa verdade
Para ajudar, em sentido, Rui Rosinha pra ele ser ouvido
Não para fazer festa em local de saudade, onde o fole
Da gaita
Leva muita gente a querer tapar o Sol
Com a peneira
Desta vida, que, afinal, continua traiçoeira

Luís Pais Amante
Casa Azul

Vergado ante o grito do Bombeiro Rui Rosinha, na sua condição de sobrevivente, grito esse que tem razões para ser repercutido nas Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários.

23 julho, 2024

Centro Interpretativo do Palito foi inaugurado em Lorvão


Desde 2016 que os “Conhecimentos Tradicionais utilizados no processo de Produção de Palitos” se encontram inscritos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Agora, um novo passo é dado com a inauguração do Centro Interpretativo do Palito de Lorvão.

A sessão que se realizou no Dia do Município, 17 de Julho, contou com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.

Depois de dar as boas vindas aos presentes na inauguração deste Centro Interpretativo do Palito de Lorvão, Álvaro Coimbra, Presidente da Câmara, recordou que a Casa do Monte é um edifício emblemático para Lorvão dado que foi hospedaria quando decorreram as cerimónias de trasladação das Santas Rainhas, tendo nos anos oitenta, sido adquirido pelo município e ter sofrido obras de intervenção e reabilitação ao longo dos anos.

“A ideia do Centro Interpretativo do Palito, ou seja, de um espaço que mostrasse um pouco da história do percurso da manufactura do palito até à era industrial, era um desejo de muitos de nós, dos lorvanenses e de todos aqueles que gostam das tradições, das artes tradicionais” – salientou.

Referiu igualmente que a abertura deste Centro Interpretativo foi possível com a ajuda e financiamento da AD ELO - Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego.

“Não tem grandes dimensões, mas está feito à medida, com tudo o que é preciso para saber a origem do palito, no mosteiro, passando pela fase industrial até à fase de grande expansão e exportação para os quatro continentes” – sublinhou, concluindo - “ Temos agora aqui um equipamento fantástico que está aberto à comunidade e também a piscar o olho ao turismo e aos visitantes que cada vez mais visitam Penacova.”

O Arquitecto Fábio Nogueira, responsável pelo Projecto de Conteúdos, fez uma breve apresentação do espaço referindo que tal se deve também a uma parceria entre várias instituições, como o Grupo Etnográfico de Lorvão, o Rancho “ As Paliteiras de Chelo” e a Universidade de Coimbra através do Departamento de Antropologia que tinha algumas peças, principalmente uma coleção de paliteiros. Destacou também o precioso contributo do sr. Luís Carvalho.

No piso de entrada temos o “ciclo da madeira”, “desde ela ser colhida até poder ser manufacturada em palitos, o choupo, o salgueiro, todos os passos e tudo o que era necessário: coiras, masculinas e femininas e para crianças, num tempo em que as crianças realmente trabalhavam nos palitos.” Referiu que um inquérito de 1979 feito pelo Departamento de Antropologia dava conta de que ainda havia 75 pessoas que viviam exclusivamente de fazer palitos.

Destacou ainda as “oito espécies de palitos também aqui expostas”, a parte do artesanato, os aspectos ligados à etnografia da venda do palito, a indústria, as “caixas fabulosas” com um design gráfico muito interessante e finalmente um vídeo que irá passar imagens e depoimentos de pessoas da localidade.

Por sua vez, o Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, salientou a importância deste espaço “onde é possível conhecer a história dos palitos”, fazendo esse facto para muitos mercados, principalmente os internacionais, “toda a diferença”, que é a possibilidade de num território, numa comunidade, poder conhecer aquilo que são ainda hoje um conjunto de actividades (…) que muito poucos países têm”, ficando “deslumbrados quando conhecem a nossa realidade”.

Frisou “a riqueza que fica a partir de hoje associada à oferta de Penacova (…) casada com o futuro hotel”. Hotel que, segundo disse, “apenas está a espera da confirmação do processo de financiamento do REVIVE”, estando já os projectos na Câmara Municipal”.

“Quem vier a este hotel - e o segmento que nós queremos captar seguramente ficará mais tempo - , ficará com a sua visita mais enriquecida se puder conhecer um bocadinho da nossa história.”

O Secretário de Estado sublinhou que hoje em dia “quem tem muito dinheiro viaja pelo mundo inteiro” – acentuando que “neste mês de Junho, o mercado dos Estados Unidos praticamente ultrapassou a Espanha e a França, como mercados que procuram Portugal.”

“Associados a esses novos turistas está muitas vezes um poder económico mais elevado”, e nesse sentido, “essas pessoas podem visitar qualquer parte do mundo” ao mesmo tempo que “não procuram o que encontram na China, no Dubai e em tantos outros destinos de luxo, iguais a qualquer dos sítios que já visitaram. O que eles procuram é exactamente o que nós temos aqui.

Este é que é o novo luxo: as pessoas poderem experimentar e poderem estar com algo que só existe num sítio”. E os palitos de Penacova só existem em Penacova, enquanto que cadeias hoteleiras e produtos de grandes marcas os podemos encontrar em qualquer parte do mundo.

“Aquilo que hoje faz a diferença e traz valor é a dimensão das pessoas poderem vir e conhecer, é falar com a D. Fátima Lopes e com as outras senhoras que fazem ainda palitos”, no fundo “as pessoas que verdadeiramente hoje são de referência. “ - relevou.

Outra ideia importante foi referida: “aquilo que nós procuramos hoje é que haja actividade económica - o turismo é actividade económica”. Na verdade, “o turismo tende a ser captação de receita, tem de ser vantagem para aqueles que recebem turistas.” Caso contrário “não serve para nada”.

A concluir, Pedro Machado congratulou-se com esta inauguração “em nome de Portugal” e em nome da Pasta que tutela, o Turismo, vincando que quantos mais bons exemplos como este houver, mais a vida terá facilitada enquanto governante, e mais argumentos terá para “ampliar a nossa narrativa sobre aquilo que é a diferença de Portugal”.

















Medalhas de Mérito 2024: Mensageiros da Alegria, José Jorge Marques e Saudade Lopes


Os apontamentos biográficos que se seguem foram transcritos dos vídeos apresentados na Sessão Solene do Dia do Município. 

Grupo de Jovens "Mensageiros da Alegria"

Fundado em Maio de 1974 teve como primeira sede o antigo asilo onde hoje funciona o Centro de Bem Estar Social de Figueira de Lorvão. Actualmente, a sede está situada na Casa Paroquial de Figueira de Lorvão.

Neste meio século de actividade tem centrado a sua actuação na educação e formação de jovens dinamizando actividades tão diversas como peças de teatro, publicação do jornal Mensageiro, recriação de tradições locais como o Presépio Vivo ou o Cantar dos Reis, recolha de donativos e participação em eventos da freguesia. Enquanto grupo cristão ligado à Igreja participa frequentemente nas actividades da paróquia.

Ao longo de meio século de existência vários coordenadores passaram pelo grupo: Maria Helena, Tonico, Manuel Costa, Victor Carlos, Carlos Sousa, Pedro Marques, André Barbosa, Carina Gonçalves, Andreia Fernandes, João Antunes, Alexandre Fernandes e, actualmente, Tomás Fernandes. A equipa coordenadora em funções é composta por Bruno Batista, César Santos, Heliana Cunha, Manuel Santos e Sílvia Santos.

O segredo para meio século de existência está no ambiente familiar criado entre todos os elementos, na partilha de experiências e espírito de entreajuda.

José Jorge Rodrigues Marques

Nasceu a 22 de maio de 1956. Foi padeiro em Lorvão, com o irmão António Marques. Desde cedo o espírito altruísta se revelou, ajudando a comunidade e os mais necessitados das várias aldeias da freguesia com tarefas tão simples como pequenos recados, entrega de medicamentos, boleias para quem não tinha transporte, sempre pensando no seu semelhante.

Durante quase quatro décadas, tem sido presença constante nas actividades da igreja e do mosteiro de Lorvão. Sempre disponível para ajudar nas celebrações, nos eventos e em tarefas mais especificas como tocar o sino ou dar corda ao relógio. Tem sido um exemplo de dedicação ao próximo e à comunidade colocando tantas vezes o interesse colectivo acima do seu. Tem sido ao longo dos anos um dos guardiões do mosteiro, um elo importante para a preservação do património, tradições e costumes de Lorvão.

Maria da Saudade Silva Fernandes Lopes

Nasceu a 22 de Abril de 1968.

Em 1984 iniciou a actividade profissional como monitora de ATL. Durante 20 anos foi impulsionadora do Centro de Acolhimento de Penacova. Entre 1989 e 2004 fez parte da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Ensino Preparatório e Secundário de Penacova.

Colabora com a Liga Portuguesa contra o Cancro, tendo sido, durante onze anos, responsável pelas actividades no concelho. Com forte ligação à igreja, foi catequista e integrou a equipa do Curso de Preparação para o Matrimónio.

Entre 2008 e 2013 exerceu funções de governanta da Casa de Repouso de Penacova a convite da diocese de Coimbra. Com forte actividade na vida da comunidade, pertenceu ao Coro Polifónico de Penacova, pertence ao Coro Divo Canto, desde 2016, e ao Grupo de Teatro e Variedades da Casa do Povo de Penacova desde 2023. Colaborou com artigos de opinião no Penacova Actual.

Mulher, mãe e avó, sempre pronta a receber com amor e dedicação com o lema “onde comem seis, comem dez”, na sua casa de família acolheu crianças e jovens durante o período escolar e colónias de férias. Acolheu jovens franceses no âmbito das Jornadas Mundiais da Juventude, acolheu uma família ucraniana e acolheu elementos de grupos corais de outros países.

Acolhe amigos e conhecidos e conhecidos dos conhecidos, sempre dedicada ao próximo e ao seu amado concelho de Penacova.