28 abril, 2017

Cartas brasileiras: Cupim subterrâneo ou o quê?

A coisa aqui para o nosso lado anda feia. As notícias ruins já devem ter batido por aí. Há um clima de vergonha nacional, de revolta mesmo, todo mundo virou suspeito, uma deslavada roubalheira envolvendo grandes empresas e nomes graúdos da política brasileira.
Recorro a um texto meu para ilustrar a situação.
Um amigo levou um susto quando viu túneis compridos na parede da dispensa do apartamento, pareciam feitos de terra. Curioso e com receio - sabe lá Deus o quê seria aquilo - derrubou um pedaço do túnel aparando com uma folha de jornal. Ao firmar bem a vista pôde ver uns bichinhos brancos, que se não fossem as perninhas, diria que seriam vermes. Sentindo-se atacado, tratou de chamar um especialista, uma caça-pragas.
O entendido explicou que os bichinhos eram cupins subterrâneos, insetos que atacam componentes de madeira e outros materiais; os túneis servem como proteção contra a luz e predadores. Os loucos por madeira, ou seja, pela celulose, montam suas colônias debaixo do solo, em base árvores, sob construções, daí a dificuldade para localizá-las. Das colônias os “operários” se dispersam pela edificação e vão de um apartamento para outro, através dos espaços vazios entre tubulações e juntas dilatação. Assim, não adianta pulverizar apenas uma área atacada, isso vai apenas espantá-los, fazendo com que se fujam para outro local. É preciso encarar o problema com um mal coletivo, exige trabalho demorado e requer constante atenção.
Por que a Presidente Dilma não combate os cupins de órgãos governamentais como se combate cupim subterrâneo? São espécies parecidas, basta que se lembre: tratamento no todo, faxina geral, não adianta tentar combater os que estão no Transporte porque eles correm para a Saúde. É preciso atenção, vigilância constante; esses insetos são ávidos pelos recursos públicos, especialistas em atacá-los sem que sejam notados, comem tudo, não deixam nada. Expertos, usam todos os meios para acessar os pontos de interesse, se valem de canais de proteção, são loucos pela celulose existente no papel moeda. Mesmo com a localização de uma colônia não se pode cantar vitória, trata-se de praga resistente e disseminada. Não fossem as gravatas diria que são vermes.

P.T.Juvenal Santos – ptjsantos@bol.com.br

24 abril, 2017

Comemorações do 25 de Abril em Penacova: homenagem aos autarcas eleitos em 1976

O Município de Penacova vai, amanhã, homenagear, na Sessão Comemorativa do 25 de Abril, os autarcas eleitos em 12 de Dezembro de 1976. Faz agora quarenta anos, estes homens e mulheres davam os primeiros passos na concretização dos Programas Eleitorais.
25 de Abril e Poder Local Democrático
[composição de capa de folheto de 76]
Consultando a imprensa local da época, é ao Notícias de Penacova, na altura tendo como director o Padre Manuel Alves Maduro, que vamos recorrer para trazer à memória dos penacovenses os nomes dos autarcas eleitos. Não dispomos de dados relativos a S. Paio do Mondego, além do nome de José Arménio Castanheira Cunha, e de Paradela da Cortiça, onde presidiu Joaquim da Fonseca Almeida. S. Paio (e cremos que também Paradela) não constarão do Notícias de Penacova por terem Plenário de Cidadãos Eleitores e não Assembleia de Freguesia. Seria necessário consultar o Arquivo Municipal, tarefa que não nos foi possível, de momento, levar a cabo. Do facto pedimos desculpa aos nossos leitores, bem como às pessoas (ou seus familiares) que naquele tempo se dedicaram à causa pública naquelas duas freguesias. Mais do que içar bandeiras e lutas partidárias (sem esquecer o importante papel dos Partidos Políticos), pretendemos com este apontamento homenagear e recordar o nome daqueles que foram eleitos, tomaram posse  e exerceram os seus mandatos, dignificando a Democracia e servindo a sua terra.

Notícias de Penacova, 7 de Janeiro de 1977

Resultados para a Assembleia Municipal e para a Câmara Municipal
Vejamos então as listas de candidatos eleitos para os órgãos do município:



Para os Órgãos da Freguesia foram eleitos:

17 abril, 2017

Apontamento bibliográfico acerca do topónimo "Penacova"

Vem este apontamento a propósito da referência que no site do Município, reformulado recentemente, é feita, no contexto da História da vila e do concelho, ao sentido e à origem do topónimo Penacova.
Perante uma referência bibliográfica demasiado vaga, [Barbosa, in Secco 1853:110] a curiosidade levou-nos a confirmar, apesar de já conhecermos a obra de Henriques Seco (ver imagem 2). De facto, na página 110, em nota de rodapé consta " J. S. Barbosa, Epítome Lusitanae Historiae, cap.1" Trata-se de uma obra publicada em Coimbra em 1805. O texto que Henriques Seco cita, encontrar-se-á, mais concretamente,  na obra existente na Biblioteca Nacional de Portugal "Epitome Universae Historiae, et Lusitanae".

Imagem 2
Fica a síntese biográfica destes dois autores:

ANTÓNIO LUÍS DE SOUSA HENRIQUES SECO nasceu em Antuzede em 1822 e morreu na cidade de Coimbra em 1892. Matriculado na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1836, aí se licenciou  e doutorou em 1843. Alcançou a Cátedra em 1861, passando a reger a cadeira de Direito Penal, da qual se ocuparia até se jubilar, em 1885. Entre outras obras publicou, em 1853,  " Memoria historico-chorographica dos diversos concelhos do districto administrativo de Coimbra" onde dedica algumas páginas ao concelho de Penacova. Nesta obra aparece ainda o concelho de Farinha Podre, que pouco tempo depois acabaria por ser extinto.

JERÓNIMO SOARES BARBOSA, nasceu em 1737, estudou no Seminário Episcopal de Coimbra, fundado pelo bispo D. Miguel da Anunciação e formou-se em Direito Canónico. Foi sócio da Academia Real de Ciências de Lisboa, catedrático de Retórica e Poética no Colégio das Artes e teve como função a inspecção das escolas de Primeiras Letras e de Língua Latina, em Coimbra. Além disso, foi deputado e dirigiu edições de clássicos para escolas. Morreu em 1815. Publicou, entre muitas outras obras, "Epitome Universae et Lusitanae".