02 novembro, 2014

Cartas Brasileiras: Bons Dias! Bom Mês!

Bons dias!

Assim Machado de Assis iniciou algumas de suas crônicas publicadas na Gazeta de Notícias, entre abril de 1.888 a agosto 1.889; isso mesmo, no plural, e por manter contado apenas semanal com os leitores, deseja a todos “bons dias”.
Em uma delas, justificou o cumprimento — “Hão de reconhecer que sou bem criado. Podia entrar aqui, chapéu à banda, e ir logo dizendo o que me parecesse; depois ia-me embora, para voltar na outra semana”.
A saudação inicial em uma chegada ou aproximação, além de polidez, revela nossa cordialidade e apreço. Um “bom dia” recebido de um amigo, quando sabemos das dificuldades que teremos que enfrentar, pode ser o conforto ou força de que tanto necessitamos; quer melhor para começar o dia!
No Vale do Ribeira, terra do meu pai, mantendo até hoje um antigo costume, no primeiro encontro diário com os pais, as pessoas ajuntam as mãos, como se fossem rezar, fazem um leve aceno com a cabeça, e dizem: “bença, pai! bença mãe!” Repetem o gesto ao  final do dia antes de ir para a cama. 
De volta às crônicas de Machados de Assis, aquelas dos “Bons Dias” ele as assinava usando o pseudônimo Policarpo, apresentado como um relojoeiro que havia se desencantado com a profissão.
E eu estou aqui a falar de relógio, eu que sequer use um,  não porque não me prenda ao tempo e nem dê valor a ele; não. É que contando fazendo as contas nas pontas do dedos, vi que minha mãe se viva fosse teria feito 101 anos, e que o tempo levou meu pai já há sete anos, privando-nos para sempre de ouvir o som de sua clarineta.
Então busco consolo escutando “Beguin the Beguine”com Artie Shaw e Orquestra. Ao som da música digo: “Bença pai, bença mãe!”
E  para você leitora ou leitora: “Bom mês!”



 (clique na imagem)

P.T.Juvenal Santosptjsantos@bol.com.br


Obs: crônica reescrita, original publicada 03/08/2010 em O Diário de Barretos

10 outubro, 2014

Município de Penacova adquiriu a casa onde nasceu António José de Almeida


O município de Penacova adquiriu a casa onde nasceu António José de Almeida, sexto Presidente da República de Portugal, oriundo deste concelho. "Este sonho era acalentado há várias décadas, sem que nunca se conseguisse atingir o objetivo de o concretizar. Contudo, havíamos feito a promessa de reerguer a casa e o nome deste Presidente, em nome da população penacovense, e por isso a celebração desta conquista deve ser partilhada por todos", referiu Humberto Oliveira, presidente do município.
Foi no âmbito das comemorações da Implantação da República e do 10º aniversário do Museu da Presidência da República, que o município de Penacova celebrou ontem, dia 05 de outubro, pelas 15H00, no Museu da Presidência, a escritura de compra da casa onde, em 17 de julho de 1866, nasceu António José de Almeida, localizada em Vale da Vinha (União das Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio do Mondego). António José de Almeida foi um político republicano português, que chegou ao mais alto cargo da nação, o de Presidente da República Portuguesa, cargo que exerceu de 5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923.


O Museu da Presidência, representado pelo seu Diretor, Diogo Gaspar, associou-se a esta iniciativa da autarquia, estabelecendo uma parceria dinâmica com vista à definição estratégica da utilização da casa e da sua fruição pública. Presentes na cerimónia estiveram, para além de representantes da Casa do Concelho de Penacova em Lisboa, também José António de Almeida Abreu, neto de António José de Almeida.
Após a assinatura do contrato de compra, o Executivo Municipal que se fez acompanhar neste ato pelo Presidente da União das Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio do Mondego, foi recebido pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que congratulou o município pela iniciativa, desejando o maior sucesso ao futuro da casa.
No final da tarde, o Executivo Municipal penacovense, acompanhado pelo Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Delgado Alves, e muitos penacovenses residentes em Lisboa, prestaram homenagem a António José de Almeida, depositando junto à sua estátua uma coroa de flores.

Conforme realçou Humberto Oliveira, "este era o passo imprescindível para que se intervenha na requalificação da casa e se faça viver nela todo o simbolismo histórico e político que representa António José de Almeida. A população de Penacova vê assim assegurada, com o esforço do seu município, a preservação da sua história e a vontade de perpetuar os seus símbolos, que orgulham a nossa gente".

TEXTO E FOTO 1: SITE da Câmara Municipal de Penacova. 

Nota: Congratulamo-nos vivamente com este facto. Veja texto publicado no Penacova Online de 5 de Outubro de 2023

23 setembro, 2014

Cartas Brasileiras: garrafa com mensagem



Não sei como o leitor ou leitora  chegou aqui; tampouco sei quem é e de onde vem.  Nem mesmo sei por qual caminho,  sei somente que caminhando pela margem do rio acabou por encontrar a garrafa, e que ao abri-la leu a mensagem que nela havia:




Como tudo agora é tão moderno, verá que a mensagem está escrita em azul, a indicar que "clicando" no texto será direcionado a um vídeo.
Se vendo o vídeo achar que ele nada signifique para você ou que o/a comova, por favor, coloque novamente a garrafa no rio, talvez logo mais à frente um outro caminhante possa encontrá-la, quem sabe dela necessite. Boa viagem!


(clique na imagem para ver o vídeo)
P.T.Juvenal Santos