12 outubro, 2024

Coral Divo Canto: 18º Encontro de Coros de Penacova


O 18º Encontro de Coros de Penacova vai realizar-se hoje, 12 de outubro, a partir das 21h30, no Mosteiro de Lorvão tendo como convidados Orfeão da Santa Casa da Misericórdia de Gouveia e Coro da Cruz Vermelha de Águeda, no âmbito de protocolos de intercâmbio cultural que o DIVO CANTO vem desenvolvendo com coros de todo o país e do estrangeiro. Amanhã, dia 13 , a partir das 18h00, vai estar de novo no mesmo palco a participar no concerto conjunto das Associações que integram o Conselho Consultivo da Escola de Artes, também integrado na 2ª Bienal de Música do Mosteiro de Lorvão.

O Coral Divo Canto, com sede em Penacova, organiza anualmente dois encontros de coros no concelho (um internacional e um concerto de Natal). Para além destes, desloca-se regularmente pelo país para participar em concertos para o qual é convidado no âmbito desses intercâmbios culturais, participando ainda em diversas iniciativas culturais promovidas por entidades oficiais e outras.

No ano de 2023, em que comemorou o seu 20º aniversário, participou em duas sessões do programa Praça da Alegria, da RTP, nos Duelos da Páscoa, participou ainda num espetáculo do cantor Paco Bandeira e no evento “Sabores de Penacova”, no Casino da Figueira da Foz, onde partilhou o palco com o cantor e humorista Fernando Pereira. Neste ano é de referir igualmente a organização de um ciclo de 6 concertos de música sacra e uma digressão a França.

No corrente ano já se deslocou ao Reino Unido, onde ofereceu um concerto à comunidade portuguesa em Londres dedicado aos 500 anos do nascimento de Luís de Camões e participou nas comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com a presença do Senhor Embaixador de Portugal naquele país. 

No conjunto das suas actividades, para além de participações em diversos concertos no país, organizou o 8º Ciclo de Concertos Divo Canto, em Penacova e Lorvão, recebendo o Coral das Caldas da Rainha e o Chorale Crèche n’Dó, de França, .

10 outubro, 2024

𝔻𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕛𝕒𝕟𝕖𝕝𝕒: Remoçar na praia

 

Remoçar na Praia


Uma pedra -se calhar de xisto - a desfazer-se

Rebolou

E amorteceu a sua viagem na acalmia

Do nosso Rio

Junto à “maternidade” no pedrario

Fazendo fugir os peixinhos em “pousio”

Nos círculos da água franca que abriu

Vieram-me rostos amigos que de lá viu

Antigamente em convívio são e Amizade

Um passarinho de bico esguio

Assobiou

E o som propagou-se como se fosse

Um arrepio

Também a rã quis coaxar

E a cigarra iniciou um concerto estridente

De rock da pesada em acasalamento tardio

Mais pra noite o pirilampo iluminará o breu

E as libelinhas adornarão o céu

Projectado na água



Neste vai e vem de tarde tardia

À cacofonia da bicharada (que rasga o silêncio)

Sobrepõe-se a faina poliglota dos veraneantes

Algumas crianças correm na ponte

De madeira tosca, resistente

Outras sorriem alegres

Mas com pés dormentes

Das pedrinhas que se lhes picam

Nos hábitos que não têm

Da Liberdade descalça

A que se contrapõe a do telemóvel na alça

- não saltes bebé que daí é perigoso!

- o limo é viscoso!

Diz uma Avó amorosa, ao meu lado

Por baixo do chapéu de sol de colmo

Africano

A que falta o côco para ser paisano



Está lá a areia, embora importada

Está lá a curva da barriga zangada

O Penedo da Viúva já é uma estrada

O tempo passou muito e depressa

Mas as coisas simples desta Praia do Reconquinho

[E as que deviam ser deste nosso fado mansinho]

Dão-lhe um ar que parece que ainda agora começa

A brisa do ar vindo dos salgueiros anda em circuito

A vista de cima faz-se num quadro a óleo bem culto

E o sol?

… Esse continua forte e ainda é gratuito!


Luís Pais Amante

Casa Azul

Após uma tarde boa, passada na Praia Fluvial do Reconquinho, 
com o Clube da Netaria e rememorando as traquinices 
que eu próprio -e as minhas amigas e amigos 
dos anos 60/70- por ali alimentávamos …

05 outubro, 2024

No 5 de Outubro evocar António José de Almeida

A 31 de Outubro de 1937 era inaugurado em Lisboa o monumento a António José de Almeida, oito anos após a sua morte. Um projeto do arquiteto Porfírio Pardal Monteiro e do escultor Leopoldo de Almeida. 

A revista "Ilustração" publicou uma reportagem destacada sobre esta prestigiosa homenagem.

Durante o Estado Novo (1933-1974), o monumento acabaria por se transformar num local de "romaria" da oposição ao regime, em datas simbólicas como o 5 de outubro. Nessas ocasiões, a homenagem seguia muitas vezes para junto do jazigo de António José de Almeida no Cemitério do Alto de S. João.

Revista "Ilustração" nº 286, 16 de Novembro de 1937




𝓐𝓷𝓽ó𝓷𝓲𝓸 𝓙𝓸𝓼é 𝓭𝓮 𝓐𝓵𝓶𝓮𝓲𝓭𝓪
António José de Almeida nasceu em Vale da Vinha a 17.07.1866 e faleceu em Lisboa a 31.10.1929.

Formado em Medicina pela Universidade de Coimbra (1895) aderiu logo nessa época ao Partido Republicano e em 23 de Março de 1890 publicou na folha académica Ultimatum o artigo «Bragança, o último», que lhe custou a pena de três meses de prisão.

Exerceu medicina em Angola e depois, em São Tomé e Príncipe até 1903, após o que estagiou em Paris e regressou a Lisboa onde abriu o seu primeiro consultório, na Baixa, primeiro na Rua Áurea, que depois transferiu para Largo do Camões nº 6 – 1º (hoje, Praça Dom João da Câmara), onde ganhou fama de médico dos pobres.

A sua carreira política foi intensa. Começou por ser eleito deputado pelo círculo oriental de Lisboa (1906) e integrou a Maçonaria (1907) ainda antes da proclamação da República. 

Exerceu depois as funções de Ministro do Interior do Governo Provisório (1910-1911). Em 1912 fundou o Partido Republicano Evolucionista. Foi Chefe do Governo da chamada «União Sagrada» e Ministro das Colónias (1916-1917) e ainda Presidente da República (1919-1923).

É de destacar o seu papel na reforma do Ensino Superior, sobretudo no estudo da medicina e na criação das Universidades de Lisboa e do Porto, bem como a sua visita ao Brasil em Setembro de 1922 por ocasião do Centenário da  Independência daquele país, de que Luís Derouet fez reportagem: Duas Pátrias – O que foi a visita do Sr. Dr. António José de Almeida ao Brasil.

António José de Almeida colaborou em vários periódicos e fundou a revista Alma Nacional (1909) e o jornal República (1911). Em 1934, foram coligidos os seus principais artigos e discursos e publicados em 3 volumes sob o título Quarenta anos de vida literária e política