04 dezembro, 2016

Cartas Brasileiras: almôndega na banha


Só pode, antigamente os porcos eram mais saudáveis; ainda que porcos.
Hoje parece pecado mortal saborear uma lasquinha de costela. Cuidado com o colesterol!
Eu me lembro bem, era menino. Papai comprava peças do porco, desossava, separava as partes mais gordurosas, moía, punha na panela e levava ao fogo.
Sobravam gordura derretida e torresmo. A gordura apartada e guardada virava banha. O torresmo no arroz ou os pedaços à “pururuca” era de matar, não pelo colesterol, pela delícia.
Somente uma pesquisa científica poderá demonstrar, mas acredito, os suínos de antigamente não tinham colesterol, pelo menos não tanto; meus avós e pais que o digam.
Na lata de banha, mergulhavam almôndegas fritas (bolinhos de carne, porpetas), para que, no dia a dia, pegas com a concha, fossem aquecidas na frigideira, na hora do almoço ou jantar, tudo no fogão a lenha; quem sabe o fogão a lenha eliminasse o colesterol.
Que tempos aqueles.
É, nem tudo se podia. Leite com manga era um veneno. Ou um, ou outro. E mais, fígado e moela eram a mesma coisa; todo mundo queria o fígado.
                                                                                                              Paulo Tarso J Santos
Post scriptum: Desde já quero deixar registrado meu abraço e votos de Feliz natal e ótimo 2017 ao amigo e aos leitores do blog e seguidores do Facebook.


27 novembro, 2016

Reflexo(s): título do novo livro de poesia de Luís Pais Amante

Depois de ter lançado em Março passado o livro de poesia “Conexões", Luís Pais Amante vai apresentar, já no dia 9 de Dezembro, um segundo livro de poemas, desta vez intitulado “Reflexo(s)”.
Apesar de radicado em Lisboa, Luís Amante cultiva laços viscerais com esta terra que o “viu nascer”, que o embalou nos anos da sua meninice e que o recebe também com alguma frequência. Esta ligação forte a Penacova é uma constante na sua obra poética. Podemos desde já afirmá-lo quanto ao novo livro, pois o Penacova Online tem a honra de apresentar, em primeira mão, um dos poemas que dele vão fazer parte: “O que Penacova tem”. Desde já, em nome pessoal e em nome dos leitores deste blogue, o nosso reconhecido obrigado.
Um texto que nos remete para as potencialidades que esta terra tem mas que, (in)compreensivelmente, ainda não soube ou não foi capaz de fazer valer. Estamos também  a recordar-nos da intervenção que teve no colóquio “Mondego Vivo” em 21 de Janeiro de 2012. O Penacova Online esteve lá e fez o registo. Nesse evento, o Dr. Luís Pais Amante apresentou o tema "Penacova - Quem somos e o que pretendemos". Referiu algumas das potencialidades e debilidades do concelho e indicou algumas coordenadas para o futuro de Penacova. Tópicos que designou por “Vectores” e “Âncoras” de “Desenvolvimento”.

Poema "O que Penacova tem" in Reflexo(s), livro a ser lançado no dia 9 de Dezembro

Como dizíamos, Penacova está presente na sua escrita, na sua poesia, mas também naqueles e noutros espaços de intervenção.
“Participar, tanto quanto possível, nas questões da minha terra, constitui‑se para mim como imperativo de consciência” - escreveu, por ocasião do lançamento de “Conexões.

Reflexo(s), o seu novo livro, vai ser apresentado pela Prof.ª Doutora Luísa Branco Vicente, no dia 9 de Dezembro de 2016 às 18 horas, na Associação 25 de Abril, em Lisboa.  

25 novembro, 2016

Farinha Podre e o seu progresso


O concelho de Farinha Podre fora criado havia uns 3 anos. Segundo dados de 1839, este novo agregado administrativo tinha 1357 fogos (Penacova, na altura só com 5 freguesias, teria 1920).

Legislação publicada em 22 de Novembro (fez há dias 177 anos), assinada pela rainha D. Maria II determinou que fosse instalada em Farinha Podre “huma Cadeira de Ensino Primário”. No distrito de Coimbra, na mesma data, foram também criadas, além da actual S. Pedro de Alva,  iguais estruturas em Fajão e Semide (também sedes de concelho) e em Beijós (Carregal do Sal) e Lava-Rabos (actual S. João do Campo).