17 julho, 2015

Em dia de Feriado Municipal a incontornável referência a António José de Almeida

Penacova celebra hoje o seu Feriado Municipal, evocando o nascimento de António José de Almeida que nasceu, faz hoje 149 anos, neste concelho.
Sobre esta personalidade, muito se escreveu já quer a nível nacional quer localmente. 
Aqui fica um vídeo que é um extracto da série documental  “Os Presidentes”, produzido para a RTP em 2011, tendo como autores Alexandrina Pereira e Rui Pinto de Almeida.

CLIQUE NA IMAGEM PARA VISUALIZAR VÍDEO

António José de Almeida (1866-1929) foi o sexto Presidente da República Portuguesa (1919 a 1923). É o único eleito da Primeira República que cumpre os quatro anos previstos na Constituição, sobrevivendo a várias crises sociais e económicas.
Forma-se em medicina e especializa-se em doenças tropicais, durante uma estadia em S. Tomé e Príncipe.
É um republicano empenhado e, desde o tempo de estudante, é também conhecido pela sua retórica realizando discursos que atraem multidões.
Ainda durante a monarquia é preso devido à sua acção revolucionária.
Após a implementação da República é nomeado Ministro do Interior e mais tarde, durante o Governo da "União Sagrada" assume a chefia do Governo acumulando a Pasta das Colónias. 
De 1919 a 1923 foi Presidente da República, como já se referiu.  

12 julho, 2015

Um pouco da história do quadro de N. S. da Assunção na Igreja de Penacova


Nossa Senhora da Assunção. Igreja Matriz de Penacova.
Assinado por Menah (Maria de Lurdes) e datado de 1931

Quem visitar a Igreja Matriz de Penacova vai encontrar do lado do Evangelho[1] um quadro de grandes dimensões representando Nossa Senhora da Assunção. No canto inferior direito está assinado por “Menah” e tem a data de 1931.
 
Há dias perguntámos no facebook se alguém de Penacova sabia quem foi o autor/autora desta pintura. Nenhuma resposta...
 
Ora, Menah, era o pseudónimo da filha de Constâncio Silva, Maria de Lurdes. Foi oferecido à Igreja em 15 de Fevereiro de 1931. 

E agora perguntarão: quem foi Constâncio Silva? Este artista (1881-1949), desenhador e pintor foi "arista" em Penacova , tendo exposto em 1947, no Salão Silva Porto, dois desenhos com temáticas penacovenses, "Pinheiro de Penacova" e "Pinheiro do Mondego - Penacova". Ilustrou também O Filho do Carvoeiro – Conto fantástico para Crianças (1932) de João Augusto Simões Barreto, republicano, funcionário público e jornalista radicado em Penacova. 

Constâncio Silva era amigo da família Barreto e também cunhado de António dos Santos Fonseca, outro arista, que mandou construir a conhecida vivenda em S.to António, hoje integrada no complexo do Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia.

 Maria de Lurdes aprendeu a pintar com o pai, um nome famoso do meio artístico da época. Foi graças a esta ligação do mundo artístico nacional a Penacova, nos tempos "áureos" do Turismo nesta vila, que o património penacovense pode contar hoje com esta interessante obra.
 
Em 1976, o Pintor João Martins da Costa (falecido há precisamente 10 anos) executou alguns trabalhos de restauro, retocando e envernizando este bonito quadro que representa a padroeira de Penacova, Nossa Senhora da Assunção.





[1] Na celebração de costas para o povo, o celebrante lia a epístola do lado direito do altar (o “lado da epístola”), após o que lia o evangelho, do outro lado (o “lado do evangelho”). 

07 julho, 2015

Cartas Brasileiras: Assombração


             Assombração

Barretos, minha cidade natal, está localizada ao norte do estado de São Paulo, distante 424 km da capital. É conhecida pela Festa do Peão de Boiadeiro, que lá ocorre todo ano na última semana de agosto; um quase resquício da atividade pecuária que havia na região, ou ainda um explícito interesse econômico para manter a tradição.
            De região pecuária para a citricultura, agora canavieira, seguindo a política governamental para produção de álcool combustível, é cana a perder de vista, e com ela o picumã das queimadas; ainda vamos só comer cana.
Contudo, não é esse o assunto dessa carta, quero  falar sobre uma cidade distante 51 quilômetros da minha, ou seja, Bebedouro, cujo nome se deve ao fato de ter nascido à beira de um córrego que era procurado pelos tropeiros, que lá paravam para dar de beber ao gado.
Também, não tanto sobre a cidade, e sim a respeito das estranhas aparições, uma assombração, uma mulher vestida de noiva que atormentava quem passasse à noite pelo cemitério
Foi no começo dos 90. Testemunhas assustadas diziam ter visto a noiva correndo, as vestes esvoaçantes, um fantasma ou alma do outro mundo. Rapidamente a notícia se espalhou, aparecendo logo quem a explicasse. Diziam tratar-se de uma jovem que morrera  após experimentar o vestido de noiva, e que havia sido enterrada com ele. A tenebrosa aparição ganhou a imprensa, até um boletim de ocorrência policial teria sido registrado. Nem os mais corajosos se arriscavam a passar pelo local durante a noite.    
Conta-se que um coveiro, homem acostumado, resolveu encarar a alma penada. E, na escuridão, estando diante de uma cova para um sepultamento que aconteceria na manhã  seguinte, viu a noiva dentro dela, chamando-o pelo dedo indicador. Quase morreu de susto, e deu entrada na aposentaria.
Como assombração não deve existir, a de Bebedouro tinha tudo para ser uma farsa, e era. O pior, ou o mais engraçado, a noiva fantasma não era ninguém se não o meu irmão que morava do outro lado da rua do cemitério. Brincalhão, resolveu assustar os transeuntes, correndo pelo cemitério à noite  com o vestido de noiva da mulher. Só ele mesmo!
           Acreditar em bruxas e duendes, nenhum de nós acredita, entretanto como dizem os espanhóis: “pero que hay, hay”. Há fantasma de todo tipo, como aqueles que metem no bolso o dinheiro que seria para a Educação, Saúde e Segurança. Se a população não usar nas próximas eleições o voto como Afugenta Fantasma seguiremos vivendo em um mundo mal-assombrado.

           P.T.Juvenal Santos – ptjsantos@bol.com.br