26 abril, 2013

Preventório de Penacova: notas para a sua história


 
 
Por volta de 1930 a Irmandade de N. S. da Guia aprova novos estatutos que lhe conferem  a categoria de  Misericórdia. Por acção do Dr. Sales Guedes, sendo Provedor o Dr. Luís Duarte Sereno, o sonho de criar um  Hospital em Penacova começa  a ganhar forma. Conta-se que foi ele próprio que elaborou o projecto do edifício aproveitando as paredes da capela de Nª Sª da Guia, com excepção da sua frontaria.
Terá sido  quando essa construção - no local onde depois se implantou o Preventório -  já estava avançada,  que Bissaya Barreto veio a Penacova a convite do Dr. Sales Guedes.  Bissaya Barreto visitou as obras e dado  que era sua intenção construir na zona centro  um Preventório, a ideia ficou a germinar. Passado pouco tempo a Junta Geral do Distrito, da qual  era Presidente,  propôs à Misericórdia de Penacova a cedência  do edifício em construção bem como do largo adjacente. Em contrapartida,  a Junta Distrital apoiaria  a construção e o funcionamento de um novo edifício hospitalar naquelas imediações, o que veio a acontecer. Esse edifício inaugurado por volta de 1933 e foi depois remodelado em 1961.

 
Em 25 Agosto de 1930 Bissaya escreveu  no Diário de Coimbra que a Junta Geral resolvera fundar um Preventório em Penacova “local que, pela sua situação e exposição, não tem igual em Portugal." O Diário de Notícias de 26 de Maio de 1932 publicou um artigo onde se podia  ler que “A Junta Geral do Distrito de Coimbra não podia ter encontrado, em termos da sua feitoria, para construir essa casa airosa, um sítio melhor, mais formoso e mais saudável.”
O Preventório de Penacova, o primeiro no nosso país, foi considerado como instituição modelar no combate à tuberculose, recebendo os filhos dos doentes -  dos 3 aos 12 anos - para evitar o contágio.  Poucos anos mais tarde, escreveu o Dr. José Albino Ferreira: “O Castelo que fora de grande poder defensivo contra os Mouros e a capela de N. S. da Guia bom farol para os navegantes, deram lugar a novas fortalezas contra as doenças, especialmente a tuberculose”.

 
Equipamento de Saúde mas também  de Educação: no Congresso Internacional de Protecção a Infância (Lisboa, 25 a 29 de Outubro de 1931) o Dr. Luiz Raposo referiu-se ao Preventório dizendo que se tratava de “um magnífico edifício”, estando  apetrechado com “os melhores requisitos” e podia receber uma média de 150 crianças, acrescentando : ” É dum encanto indescritível a paisagem que o cerca como outra mais bela não sei que exista em Portugal”.

 
Texto: David Almeida
Imagens: Acção Regional, 1932 [recolha de David Almeida]

Cartas Brasileiras: Expressões Populares

 
Em Cartas Brasileiras I, publicada neste blog em 3 de setembro de 2012, que abriu o espaço para este brasileiro tão distante, falei da ousadia em escrever as cartas, sabendo da existência de peculiaridade entre “as nossas línguas”; tão iguais e tão distintas.

Dificuldades que podem dificultar o entendimento, principalmente quando escrevemos utilizando expressões populares. Pouco sei das expressões daí, como não sei quais daqui têm ai o mesmo entendimento. Na Carta de hoje, escreverei utilizando em grande parte expressões populares daqui. Se algumas não forem entendidas, poderei explicá-las, de bom grado, caso postem comentários no blog. Vamos lá:     
Era uma tarde "com sol de rachar mamona". Sentado na arquibancada, enquanto aguardava a entrada do meu time em campo, "peguei de orelhada" um "rabo de conversa" que vinha pelas minhas costas. "Dei uma de migué", olhei para trás, eram pai e filho; "cara de um focinho do outro". Sem querer "dar com a língua nos dentes", diria que o fulano "falava pelos cotovelos", o jovem "atento como coruja". A vida, dizia o pai, não estava para "amarrar cachorro com salsicha", e "dar milho para bode".  E advertiu o filho: "vai chover sopa e estará com garfo na mão”, “pego de calças curtas”. E não me diga que estou “procurando pelo em ovo!” Parece que tem “minhoca na cabeça”, “a república” está  “uma zona”, “de pernas para o ar”! E prosseguiu na bronca: “acertei na mosca” aqui, “te peguei  no pulo”, com a “boca na botija”. Não estuda, se acha  com "memória de elefante", quando "cair na real" verá que  "a vaca já foi pro brejo", não vai conseguir "tirar leite de pedra. Para mim chega, “vou chutar o balde", prometo, vou "chegar junto", não sou de ficar "cheio de dedos" para mim foi "a gota d'água". "Vá lamber sabão" e "pentear macaco". Ou acha que vou "pagar o pato",  enquanto o "belezão" vive "galinhando" e "entortando o bico"! Se não "entrar na linha" o "pau vai quebrar". 
A gritaria dos torcedores, quase me impediu de ouvir quando disse: "ponha a barbas de molho" porque se "pisar na bola”! A vida "não é essa gelatina" que você pensa. Outra coisa, mude as companhias, deixe aquele "mala sem alça", "amigo da onça". Mande-o  "chupar prego até virar tachinha". Já fiz minha parte, "dependurei a chuteira". Não me virei mais do que "azeitona em boca de banguela" para o "folgado" ficar de "papo para o ar", "cozinhando o galo", enquanto me "enfiam a faca"na Faculdade! Puxa vida, disse o pai, bem agora, tenho que "tirar água do joelho". E foi.

 P.T.Juvenal Santos

25 abril, 2013

Evocação do 25 de Abril

 
Hoje pelas 14.30 realiza-se no Salão Nobre dos Paços do Concelho uma Sessão Evocativa do 25 de Abril, precedida do Hastear da Bandeira Nacional. O Coro Vox et Communio interpretará o Hino Nacional. Refira-se que pelas 15:30 terá também lugar uma Sessão Ordinária da Assembleia Municipal.