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A Evolução
da Albarda,
in a Paródia, Julho de 1900
Gravura Col.
Alexandre Ramires
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O mote para o título deste apontamento vem de Sérgio Godinho que cantava:
Vem-me à memória uma frase batida, hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...
Rafael Bordalo
Pinheiro deu o nome de Zé Povinho à figura simbólica (1875) através da qual
pretendeu captar a verdade íntima dos mais numerosos, pobres e anónimos
portugueses daquele seu tempo – recorda-nos Amadeu Carvalho Homem no seu
recente livro, Memorial Republicano, editado
pelo Município de Coimbra. Escreve também este autor: “O destino
do Zé Povinho foi adivinhado por Bordalo Pinheiro desde o primeiro esboço:
enquanto o mundo se transforma em mil novas mutações, o Zé, bem povinho e
ignaro, ‘fica sempre na mesma’".
No entanto, recorda ainda A. C. Homem, "é capaz de arregalar um olho de alimária à beira de um coice vingador. E, sobretudo na cerâmica de Bordalo, o famoso "manguito" dar-se-á como sinónimo de uma clarividência sem teoria, sim, mas apesar de tudo, sábia, no desvendamento, mais intuído que demonstrado, de cumplicidades pulhas, de poderes apodrecidos e de bastidores corruptos".
Deixamos aqui este cartaz que tem 112 anos...palavras para quê? Cada um fará a sua leitura e reflexão.