09 setembro 2020

Poetas penacovenses (VII): Cogitando sobre as consequências deste tempo...

Nu

Poema de Luís Amante

Neste tempo de percurso cinzento, fiquei nu

Corri devagar, pensei sem saber, contive a tristeza

Não sorri, nem o exteriorizei, nem falei com o cu

Apenas dei por mim a percorrê-lo só, com leveza


A minha rua, sem gente, vai nua de despojada

E eu despido no silêncio que me afaga

De beijos francos, carinhos em laço de vaga

De abraços ternos, de ti como sorte almejada

 

Nu é o despido de tudo, até de auto-estima

Silêncio é o ponto mais assertivo da rima

Gente é vida, amizade é culto abrangente

 

A tristeza cresce nesta condição dormente

O mundo entorpece até para lá do pungente

A crença desvanece, passando a saber a lima

 

Luís Pais Amante
Telheiras Residence
9Set20; 17h45
Cogitando sobre as consequências deste tempo

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