Nu
Poema de Luís Amante
Neste tempo de percurso cinzento,
fiquei nu
Corri devagar, pensei sem saber,
contive a tristeza
Não sorri, nem o exteriorizei,
nem falei com o cu
Apenas dei por mim a percorrê-lo só, com leveza
A minha rua, sem gente, vai nua
de despojada
E eu despido no silêncio que me
afaga
De beijos francos, carinhos em
laço de vaga
De abraços ternos, de ti como
sorte almejada
Nu é o despido de tudo, até de
auto-estima
Silêncio é o ponto mais assertivo
da rima
Gente é vida, amizade é culto abrangente
A tristeza cresce nesta condição
dormente
O mundo entorpece até para lá do
pungente
A crença desvanece, passando a
saber a lima
Telheiras Residence
9Set20; 17h45
Cogitando sobre as consequências deste tempo
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