29 dezembro, 2013

Ao derradeiro dia do mês de Dezembro de mil quinhentos e treze...

Parte final do Foral Manuelino onde se pode ler a data de 31 de Dezembro de 1513.
Já nos referimos neste blogue, por diversas vezes, aos Forais de Penacova, em especial àquele com que o Rei Venturoso distinguiu estas terras "no derradeiro dia do mês de Dezembro" de 1513.
 
Transcrevemos hoje um excerto da nota introdutória à edição facsimilada, assinada pela Profª Doutora Maria Alegria Fernandes Marques:
"É notório o interesse do poder local pelos aspectos históricos das suas comunidades. E surge redobrado quando elas foram alvo da concessão de foral, em um qualquer momento.
Essa atenção pode justificar-se por muitas razões, mas há duas que convém registar, muito particularmente. Referimo-nos à consciência da sua ancestralidade e identidade e ao respeito pelos documentos da sua história.
Folhas XIII do Foral de 1513
 
Assim o caso de Penacova, vila distinguida com dois forais um do rei D. Sancho I e outro do rei D. Manuel. Se o facto de este concelho da beira do Mondego ser, sem dúvida, depositário de uma história multissecular pois que, com toda a certeza, o lugar existia em 1036, podendo, mesmo, ser herdeiro e continuador de outros, mais antigos na região, e detentor de um património histórico, artístico e cultural de um valor muito apreciável a começar pelo imponente e tão significativo mosteiro de Lorvão, justificava, já de si, uma obra de pesquisa, entendeu o poder autárquico actual fazer dedicar um estudo aos seus forais.
Assim, tem este trabalho por fim a publicação fac-similada e o estudo dos dois forais de Penacova. O primeiro, do mês de Dezembro do ano de 1192, havia de inserir-se numa política de valorização do território, tão característica do rei Povoador, o segundo, datado do último dia do ano de 1513, nasceu da grande reforma dos forais levada a cabo no reinado do rei Venturoso.
D. Manuel I, o Venturoso
No intervalo, a vila de Penacova havia de conhecer o destino de tantas outras do reino de Portugal: concedida a vários apaniguados régios, ao longo dos tempos, no governo do Mestre de Avis, futuro rei D. João I, havia de conhecer a família em cuja posse havia de persistir até ao fim do regime senhorial, em Portugal. Então, era doada a Nuno Fernandes Cordovelos, em agradecimento daquele rei pelos importantes serviços e pelo apoio que esse seu vassalo lhe tinha prestado, quando ele lutara pelo trono de Portugal, contra um partido adverso que tinha no poder castelhano a sua cabeça e coração. Na sua família se manteria até à extinção dos forais."
[SAIBA MAIS NO PENACOVA ONLINE NO DIA 31]

25 dezembro, 2013

Penacova, Lorvão, S. Pedro de Alva e Rebordosa vão reviver Cantares de Natal


 
Os Cantares do Ciclo Natalício vão estar em primeiro plano na agenda cultural dos próximos dias. São já quatro as iniciativas programadas:
DIA 28 de DEZEMBRO: na Igreja Matriz de Penacova, pelas 21 horas, vão actuar, além do grupo organizador - Rancho Folclórico de Penacova, o Rancho Folclórico e Etnográfico de Alfarelos e o Rancho Folclórico de Paranhos da Beira.
DIA 29 de DEZEMBRO: na Igreja Matriz de S. Pedro de Alva, pelas 16 horas, integrado no Concerto de Natal, o Rancho Folclórico da Casa do Povo vai interpretar também Cantares do Ciclo Natalício. Neste evento actua ainda o organista João Guerra e o Grupo Vocal Ancãble. Uma organização conjunta da Paróquia, do Grupo Onda Jovem do Alva e do Rancho local.
No mesmo dia – e à mesma hora – em Lorvão, tem lugar o XVI ENCONTRO DE CANTARES DO CICLO NATALÍCIO, na Igreja do Mosteiro. Actuam o Grupo Etnográfico de Lorvão, o Rancho Folclórico São Salvador de Grijó, o Grupo Típico de Ancã e o Rancho Folclórico de Mundão.
12 de JANEIRO: na sede do União Popular da Rebordosa, pelas 16 horas, “Cantar do Natal aos Reis”. No encontro participam o Grupo Cultural Os Medroenses (Medrão – Sta Marta de Penaguião), Grupo de Cantares do Grupo Folclórico “Cravos e Rosas” (Oliveira de Azeméis), Cantadeiras da Alma Alentejana (Almada) e, por fim, o Grupo de Cavaquinhos da Rebordosa.
Neste tipo de cantares há “uma união do espiritual e do profano, em que se testemunha uma dualidade/unidade de princípios, de valores e de receptividade geral, vincada na exaltação, no humorístico, no satírico e no agradecimento, com votos de felicidade, de bem-estar, de gratidão, de louvor ao Menino e de penhor à pessoa" - escreveu  Mário Nunes, historiador e investigador das tradições populares, (e à data Vereador da Cultura), aquando do lançamento de um CD, em 2008, pela Câmara de Coimbra.
Segundo aquele historiador, falecido no Verão passado, a distribuição cronológica da festividade principia nos cânticos de alegria e de elevação espiritual ao Menino, entoados na noite de Natal e nos dias seguintes.

No primeiro de Janeiro cantam-se nos adros e de porta em porta as "Janeiras", cantares populares, outrora preparados para os lavradores e pessoas ricas e de linhagem, tendo por motivo agradecer os benefícios recebidos ao longo do ano, desejar Ano Novo repleto de alegria e saúde aos proprietários e familiares e pedir, em recompensa, alguns bens alimentares para festejar o evento.

Nos Reis, a 6 de Janeiro, a última fase do ciclo natalício, cultivam-se os mesmos sentimentos, emprestando-se o entusiasmo e a saudação, algumas vezes personalizados, ao Senhor da Casa e pessoas queridas. "Na ausência do esperado agradecimento, isto é, não correspondido, materialmente, cantam-se quadras, previamente escolhidas, em que o humor, a sátira e até o brejeiro dirigidos aos donos, acompanham as despedidas e formalizam o desagrado do grupo aos distinguidos com a saudação".

21 dezembro, 2013

Documentário Memórias de Pedra e Cal

 

Um documentário sobre a extração, transformação e uso da cal na construção tradicional, produzido por portugueses e brasileiros, vai ser apresentado no domingo, em Penacova.
Uma primeira versão do documentário "Memórias de Pedra e Cal", cuja realização contou com a colaboração dos municípios de Coimbra, Cantanhede e Penacova, vai ser exibida no auditório da Biblioteca Municipal de Penacova, às 17:00, numa sessão que inclui debate com a população.
Neste concelho, a Câmara Municipal patrocinou a recriação da produção da cal parda, com a participação dos moradores do Casal de Santo Amaro, onde esta atividade envolveu sucessivas gerações ao longo dos séculos.