24 abril, 2017

Comemorações do 25 de Abril em Penacova: homenagem aos autarcas eleitos em 1976

O Município de Penacova vai, amanhã, homenagear, na Sessão Comemorativa do 25 de Abril, os autarcas eleitos em 12 de Dezembro de 1976. Faz agora quarenta anos, estes homens e mulheres davam os primeiros passos na concretização dos Programas Eleitorais.
25 de Abril e Poder Local Democrático
[composição de capa de folheto de 76]
Consultando a imprensa local da época, é ao Notícias de Penacova, na altura tendo como director o Padre Manuel Alves Maduro, que vamos recorrer para trazer à memória dos penacovenses os nomes dos autarcas eleitos. Não dispomos de dados relativos a S. Paio do Mondego, além do nome de José Arménio Castanheira Cunha, e de Paradela da Cortiça, onde presidiu Joaquim da Fonseca Almeida. S. Paio (e cremos que também Paradela) não constarão do Notícias de Penacova por terem Plenário de Cidadãos Eleitores e não Assembleia de Freguesia. Seria necessário consultar o Arquivo Municipal, tarefa que não nos foi possível, de momento, levar a cabo. Do facto pedimos desculpa aos nossos leitores, bem como às pessoas (ou seus familiares) que naquele tempo se dedicaram à causa pública naquelas duas freguesias. Mais do que içar bandeiras e lutas partidárias (sem esquecer o importante papel dos Partidos Políticos), pretendemos com este apontamento homenagear e recordar o nome daqueles que foram eleitos, tomaram posse  e exerceram os seus mandatos, dignificando a Democracia e servindo a sua terra.

Notícias de Penacova, 7 de Janeiro de 1977

Resultados para a Assembleia Municipal e para a Câmara Municipal
Vejamos então as listas de candidatos eleitos para os órgãos do município:



Para os Órgãos da Freguesia foram eleitos:

17 abril, 2017

Apontamento bibliográfico acerca do topónimo "Penacova"

Vem este apontamento a propósito da referência que no site do Município, reformulado recentemente, é feita, no contexto da História da vila e do concelho, ao sentido e à origem do topónimo Penacova.
Perante uma referência bibliográfica demasiado vaga, [Barbosa, in Secco 1853:110] a curiosidade levou-nos a confirmar, apesar de já conhecermos a obra de Henriques Seco (ver imagem 2). De facto, na página 110, em nota de rodapé consta " J. S. Barbosa, Epítome Lusitanae Historiae, cap.1" Trata-se de uma obra publicada em Coimbra em 1805. O texto que Henriques Seco cita, encontrar-se-á, mais concretamente,  na obra existente na Biblioteca Nacional de Portugal "Epitome Universae Historiae, et Lusitanae".

Imagem 2
Fica a síntese biográfica destes dois autores:

ANTÓNIO LUÍS DE SOUSA HENRIQUES SECO nasceu em Antuzede em 1822 e morreu na cidade de Coimbra em 1892. Matriculado na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1836, aí se licenciou  e doutorou em 1843. Alcançou a Cátedra em 1861, passando a reger a cadeira de Direito Penal, da qual se ocuparia até se jubilar, em 1885. Entre outras obras publicou, em 1853,  " Memoria historico-chorographica dos diversos concelhos do districto administrativo de Coimbra" onde dedica algumas páginas ao concelho de Penacova. Nesta obra aparece ainda o concelho de Farinha Podre, que pouco tempo depois acabaria por ser extinto.

JERÓNIMO SOARES BARBOSA, nasceu em 1737, estudou no Seminário Episcopal de Coimbra, fundado pelo bispo D. Miguel da Anunciação e formou-se em Direito Canónico. Foi sócio da Academia Real de Ciências de Lisboa, catedrático de Retórica e Poética no Colégio das Artes e teve como função a inspecção das escolas de Primeiras Letras e de Língua Latina, em Coimbra. Além disso, foi deputado e dirigiu edições de clássicos para escolas. Morreu em 1815. Publicou, entre muitas outras obras, "Epitome Universae et Lusitanae".



15 abril, 2017

Memórias do Enterro do Bacalhau: o "Rabo+R+Rio" de 1911


Sobre o Enterro do Bacalhau de 1910 já escrevemos no Penacova Actual. Também de 1932 se conhecia uma fotografia, bem como algumas referências dispersas. Entretanto, ainda não há muito tempo, conseguimos ter nas mãos um exemplar do “programa” que veio a público nesse ano.

Não menos interessante e valioso é também o “jornal” que se publicou em Penacova aquando do Enterro do Bacalhau de 1911. Falamos de  “A ESPINHA”: uma preciosidade que tivemos a sorte de fotografar. Quatro páginas cheias de humor e sarcasmo, como convinha nesta manifestação popular que marcava o fim da Quaresma.

Proibida durante o regime de Salazar, a tradição foi retomada com o 25 de Abril nalguns pontos do país. Em Penacova o último cortejo terá sido mesmo o de 1932.  


Mas viajemos um pouco até 1911. O programa do “Rabo+r+rio” (em rodapé do folheto aparece a solução da charada) prevê para as oito da noite o início do “luzido” e “pyramidal” cortejo. Dois arautos anunciarão das suas “sonorosas” trombetas, o “passamento” daquele que em vida se chamou Bacalhau.

Como se consegue ainda ler no já carcomido papel, o relato do “funeral” é um texto pleno de humor e sátira. As restantes páginas traduzem também a fértil e mordaz imaginação dos seus “redactores”, num momento, não nos esqueçamos, em que estava ainda fresca a revolução do 5 de Outubro, e se vivia um misto de alguma liberdade de expressão e de luta religiosa. Confrontando o relato do Cortejo de 1910 (ainda na vigência da Monarquia) com o conteúdo deste panfleto, é notório o tom mais solto da sátira e da crítica social.

O tema merecia maior desenvolvimento. Por hoje deixamos os leitores do Penacova Online com este breve apontamento, prometendo voltar ao assunto.

Nota: Gostaríamos de deixar um agradecimento ao nosso amigo Sr. José Alberto Costa que nos facultou o acesso a estes valiosos documentos que com grande sensibilidade cultural e cívica sabe preservar 

Ler +:

CORTEJO DE 1910: http://www.penacovactual.pt/2013/03/penacova-enterrou-o-bacalhau-uma.html
CORTEJO DE 1932http://www.penacovactual.pt/2012/02/o-enterro-do-bacalhau.html