19 julho, 2015

Problemas demográficos de Penacova apresentados em livro

Foi ontem apresentado na Biblioteca Municipal o livro “Penacova visto pela demografia”. Obra que tem como autores Paulo Cunha Dinis e Filipa de Castro Henriques.



Um estudo rigoroso que analisa a evolução da população no nosso concelho entre 1970 e 2011 e faz algumas projecções para o ano 2031 quando se realizar mais um Recenseamento Geral da População.

Nos últimos quarenta anos Penacova perdeu 2024 indivíduos (12% da sua população). A situação agravou-se ultimamente dado que durante a década 2001 -2011 se perderam 1474 habitantes, isto é, 73% do total perdido desde 1970. Tudo aponta para que o concelho continue a perder população. Por exemplo, se em 2011 a população jovem representava um oitavo da população total, em 2031 esse valor representará apenas um vigésimo. Os nascimentos atingirão metade dos verificados em 2011 e a população idosa vai passar para o dobro. Já hoje, por cada 5 óbitos só nascem 2 crianças. Em 2013 estimava-se que em Portugal o índice sintético de fecundidade era de 1,21. Ora, em Penacova já só era de 0,9, situando o nosso concelho na 270ª posição.




Da esquerda para a direita:
António Catela, Humberto Oliveira, Rute Cunha, Paulo Cunha Dinis,
Eduardo Aroso, Álvaro Aroso e José Santos Paulo









No dizer do Presidente da Câmara, presente no lançamento do livro, estaremos perante um cenário “dantesco” atingível a não muito longo prazo.

Refira-se que a Câmara Municipal foi a principal patrocinadora da publicação, que também teve o apoio da União de Freguesias S. Pedro de Alva / S. Paio do Mondego, bem como da Fundação Mário da Cunha Brito.

A obra enumera, ainda, algumas das potencialidades (e fragilidades) do desenvolvimento económico-social do concelho, aspecto que, além do problema da natalidade, se cruza com a questão da fixação (ou eventual atracção) das pessoas no território concelhio. Também o fenómeno migratório (interno e externo) é tido em conta neste estudo.

A apresentação do livro esteve a cargo de Rute Cunha, penacovense, Mestranda em Política Cultural Autárquica na Faculdade de Letras de Coimbra. A iniciar a sessão, actuou um grupo de Guitarras de Coimbra interpretando temas de Carlos Paredes, de Antero da Veiga (que em 1908 esteve no Sarau que fez parte do programa de inauguração do Mirante) e ainda um tema coimbrão que tem origem numa música de José Eliseu, um nome ilustre de Penacova.

Sobre os autores:

Paulo Cunha Dinis, que fez os primeiros estudos em Penacova e pertence a uma família de S. Pedro de Alva, é Mestre em Estudos Políticos de Área – vertente Relações Internacionais no Cáucaso do Sul pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, com a dissertação “A Geórgia e a Política Externa Russa. Uma análise do Cáucaso à luz da Teoria da Regionalização”; obteve a Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa.

Filipa de Castro Henriques é licenciada em Economia, mestre em Estatística Gestão de Informação ISEGI-UNL; assistente convidada FCSH-UNL; economista GEE-MEI e doutoranda na FCT/CEPESE/FCSH-UNL. É ainda investigadora do CEPESE nas áreas de Envelhecimento, Educação e Saúde e Análise Prospectiva e Planeamento.

17 julho, 2015

Em dia de Feriado Municipal a incontornável referência a António José de Almeida

Penacova celebra hoje o seu Feriado Municipal, evocando o nascimento de António José de Almeida que nasceu, faz hoje 149 anos, neste concelho.
Sobre esta personalidade, muito se escreveu já quer a nível nacional quer localmente. 
Aqui fica um vídeo que é um extracto da série documental  “Os Presidentes”, produzido para a RTP em 2011, tendo como autores Alexandrina Pereira e Rui Pinto de Almeida.

CLIQUE NA IMAGEM PARA VISUALIZAR VÍDEO

António José de Almeida (1866-1929) foi o sexto Presidente da República Portuguesa (1919 a 1923). É o único eleito da Primeira República que cumpre os quatro anos previstos na Constituição, sobrevivendo a várias crises sociais e económicas.
Forma-se em medicina e especializa-se em doenças tropicais, durante uma estadia em S. Tomé e Príncipe.
É um republicano empenhado e, desde o tempo de estudante, é também conhecido pela sua retórica realizando discursos que atraem multidões.
Ainda durante a monarquia é preso devido à sua acção revolucionária.
Após a implementação da República é nomeado Ministro do Interior e mais tarde, durante o Governo da "União Sagrada" assume a chefia do Governo acumulando a Pasta das Colónias. 
De 1919 a 1923 foi Presidente da República, como já se referiu.  

12 julho, 2015

Um pouco da história do quadro de N. S. da Assunção na Igreja de Penacova


Nossa Senhora da Assunção. Igreja Matriz de Penacova.
Assinado por Menah (Maria de Lurdes) e datado de 1931

Quem visitar a Igreja Matriz de Penacova vai encontrar do lado do Evangelho[1] um quadro de grandes dimensões representando Nossa Senhora da Assunção. No canto inferior direito está assinado por “Menah” e tem a data de 1931.
 
Há dias perguntámos no facebook se alguém de Penacova sabia quem foi o autor/autora desta pintura. Nenhuma resposta...
 
Ora, Menah, era o pseudónimo da filha de Constâncio Silva, Maria de Lurdes. Foi oferecido à Igreja em 15 de Fevereiro de 1931. 

E agora perguntarão: quem foi Constâncio Silva? Este artista (1881-1949), desenhador e pintor foi "arista" em Penacova , tendo exposto em 1947, no Salão Silva Porto, dois desenhos com temáticas penacovenses, "Pinheiro de Penacova" e "Pinheiro do Mondego - Penacova". Ilustrou também O Filho do Carvoeiro – Conto fantástico para Crianças (1932) de João Augusto Simões Barreto, republicano, funcionário público e jornalista radicado em Penacova. 

Constâncio Silva era amigo da família Barreto e também cunhado de António dos Santos Fonseca, outro arista, que mandou construir a conhecida vivenda em S.to António, hoje integrada no complexo do Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia.

 Maria de Lurdes aprendeu a pintar com o pai, um nome famoso do meio artístico da época. Foi graças a esta ligação do mundo artístico nacional a Penacova, nos tempos "áureos" do Turismo nesta vila, que o património penacovense pode contar hoje com esta interessante obra.
 
Em 1976, o Pintor João Martins da Costa (falecido há precisamente 10 anos) executou alguns trabalhos de restauro, retocando e envernizando este bonito quadro que representa a padroeira de Penacova, Nossa Senhora da Assunção.





[1] Na celebração de costas para o povo, o celebrante lia a epístola do lado direito do altar (o “lado da epístola”), após o que lia o evangelho, do outro lado (o “lado do evangelho”).