10 outubro, 2014

Município de Penacova adquiriu a casa onde nasceu António José de Almeida


O município de Penacova adquiriu a casa onde nasceu António José de Almeida, sexto Presidente da República de Portugal, oriundo deste concelho. "Este sonho era acalentado há várias décadas, sem que nunca se conseguisse atingir o objetivo de o concretizar. Contudo, havíamos feito a promessa de reerguer a casa e o nome deste Presidente, em nome da população penacovense, e por isso a celebração desta conquista deve ser partilhada por todos", referiu Humberto Oliveira, presidente do município.
Foi no âmbito das comemorações da Implantação da República e do 10º aniversário do Museu da Presidência da República, que o município de Penacova celebrou ontem, dia 05 de outubro, pelas 15H00, no Museu da Presidência, a escritura de compra da casa onde, em 17 de julho de 1866, nasceu António José de Almeida, localizada em Vale da Vinha (União das Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio do Mondego). António José de Almeida foi um político republicano português, que chegou ao mais alto cargo da nação, o de Presidente da República Portuguesa, cargo que exerceu de 5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923.


O Museu da Presidência, representado pelo seu Diretor, Diogo Gaspar, associou-se a esta iniciativa da autarquia, estabelecendo uma parceria dinâmica com vista à definição estratégica da utilização da casa e da sua fruição pública. Presentes na cerimónia estiveram, para além de representantes da Casa do Concelho de Penacova em Lisboa, também José António de Almeida Abreu, neto de António José de Almeida.
Após a assinatura do contrato de compra, o Executivo Municipal que se fez acompanhar neste ato pelo Presidente da União das Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio do Mondego, foi recebido pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que congratulou o município pela iniciativa, desejando o maior sucesso ao futuro da casa.
No final da tarde, o Executivo Municipal penacovense, acompanhado pelo Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Pedro Delgado Alves, e muitos penacovenses residentes em Lisboa, prestaram homenagem a António José de Almeida, depositando junto à sua estátua uma coroa de flores.

Conforme realçou Humberto Oliveira, "este era o passo imprescindível para que se intervenha na requalificação da casa e se faça viver nela todo o simbolismo histórico e político que representa António José de Almeida. A população de Penacova vê assim assegurada, com o esforço do seu município, a preservação da sua história e a vontade de perpetuar os seus símbolos, que orgulham a nossa gente".

TEXTO E FOTO 1: SITE da Câmara Municipal de Penacova. 

Nota: Congratulamo-nos vivamente com este facto. Veja texto publicado no Penacova Online de 5 de Outubro de 2023

23 setembro, 2014

Cartas Brasileiras: garrafa com mensagem



Não sei como o leitor ou leitora  chegou aqui; tampouco sei quem é e de onde vem.  Nem mesmo sei por qual caminho,  sei somente que caminhando pela margem do rio acabou por encontrar a garrafa, e que ao abri-la leu a mensagem que nela havia:




Como tudo agora é tão moderno, verá que a mensagem está escrita em azul, a indicar que "clicando" no texto será direcionado a um vídeo.
Se vendo o vídeo achar que ele nada signifique para você ou que o/a comova, por favor, coloque novamente a garrafa no rio, talvez logo mais à frente um outro caminhante possa encontrá-la, quem sabe dela necessite. Boa viagem!


(clique na imagem para ver o vídeo)
P.T.Juvenal Santos


21 agosto, 2014

Cartas Brasileiras: amando ou brigando por cartas

Amando ou brigando por cartas
Dizer que antigamente era assim pode dar a impressão de algo muito afastado no tempo, quando na verdade o passado está logo ali; quarenta, cinquenta, sessenta anos! Pois é, como antigamente a paixão distante era curtida e mantida na base das cartas, nas juras eternas de amor, o anúncio do rompimento, as lágrimas pela separação passavam também pelo correio. Se assim era na vida, não havia como a música popular não retratar esses momentos, daí existirem vários registros dessa época eternizados pela música.
“Devolvi” é uma dessas preciosidades, gravada primeiramente por  Nelson Gonçalves (1919-1998), cantor de muito sucesso nas décadas de 40, 50 e 60, sendo ainda apreciado pelos mais velhos. O autor português, Adelino Moreira de Castro (1918-2002) nasceu em Covêlo e faleceu no Rio de Janeiro. 
“Devolvi o cordão e a medalha de ouro / E tudo que ela me presenteou /Devolvi suas cartas amorosas / E as juras mentirosas / Com que ela me enganou. / Devolvi a aliança e também seu retrato/ Para não ver o seu sorriso /no silêncio do meu quarto...”
Mensagem” de Aldo Cabral e Cícero Nunes, composta em 1946 foi gravada inicialmente por Isaura Garcia, mais conhecida como Isaurinha Garcia (1923 -1993), uma das maiores cantoras brasileiras, a Edith Piaf brasileira.
“Quando o carteiro chegou/ E o meu nome gritou / Com uma carta na mão / Ante a surpresa tão rude / Nem sei como pude / Chegar ao portão / Vendo o envelope bonito / E no seu sobrescrito / Eu reconheci / A mesma caligrafia / Que disse-me um dia / Estou farta de ti / Porém não tive coragem / De abrir a mensagem...”
Pombo Correio composta em 1965 por Dodô e Osmar, ao ganhar letra  de Moraes Moreira em 1978, fez logo sucesso, dançada no ritmo frenético do frevo pernambucano é exigida em toda apresentação do artista.   
“Pombo correio / Voa depressa / E esta carta leva / Para o meu amor. / Leva no bico / Que eu aqui /  Fico esperando/  Pela resposta / Que é pra saber /  Se ela ainda / Gosta de mim...”
Bem mais recente, Devolva-me” música do tempo da Jovem Guarda, 1966, com Leno e Lilian foi grande sucesso entre a juventude romântica.  
“Rasgue as minhas cartas / E não me procure mais/ Assim será melhor, meu bem! / O retrato que eu te dei/ Se ainda tens, não sei / Mas se tiver, devolva-me!...”
Como essas coisas não acontecem somente aqui no Brasil, busquei na grande Amália Rodrigues (1920-1999) um exemplo das choramingas nas canções portuguesas feitas através das cartas, o que encontrei em Fado do Ciúme, música que aparece no filme Capas Negras, de 1947, que marca a primeira participação da artista no cinema.  Há no Youtube vários trechos do filme. [clique na imagem]

“Se não esqueceste /  O amor que me dedicaste, / E o que escreveste / Nas cartas que me mandaste, / Esquece o passado / E volta para meu lado, / Porque já está perdoado / De tudo o que me chamaste.”


P. T. Juvenal Santos