10 abril, 2012

Pintura de Sara Pinto na Biblioteca Municipal



Na Biblioteca Municipal vai estar patente  até ao próximo dia 30 de abril uma Exposição de Pintura “Bichos” da autoria de Sara Pinto. Sara Micaela Fernandes Pinto nasceu em Cantanhede em 1981. Está desde 1983 radicada em Coimbra. Licenciada em Pintura pela ARCA-EUAC, leciona desenho e pintura e  desenvolve actividades na área da expressão plástica com pessoas portadoras de deficiência motora e cognitiva.
Sobre esta artista escreveu o pintor Carlos Daniel :
"Sara Pinto, arrebatadoramente enche toda a tela desfrutando os mínimos espaços para as suas explosões criadoras. É como uma magia. Daí essa dádiva de cor, essa maravilhosa transparência de luz, essa organização de elementos construtivos da obra. Sara Pinto parece construir a sua obra pictórica com esplendores, com vibrações, com fábulas e mistérios."

Alguns dos quadros expostos em Penacova até 30 de abril

Abril em Penacova: programação cultural da autarquia

03 abril, 2012

Páscoa em Penacova: recordações de infância e juventude

Maria Eduarda Silva - 1946

A PROCISSÃO DE SEXTA-FEIRA SANTA
"Há muitos, muitos anos, era eu uma criança"  e vivia numa vila que era a minha terra natal.
Ali, a primavera era especialmente bonita, com céu azul, mil andorinhas esvoaçando, flores e verdura por todos os cantos, um rio sereno que deslizava, um ar limpo e temperatura amena.

Profª Eduarda Silva
penacovense radicada
no Sátão-Viseu
A criançada, à tardinha, brincava no largo do Terreiro, corria pela Pérgola às escondidas e em segurança. Havia pessoas adultas que vigiavam e se compraziam com os seus folguedos…
Pela Páscoa, as amêndoas, os folares, o repicar dos sinos em Aleluias pela Ressurreição do Senhor, enchiam as nossas almas de criança de uma alegria indescritível.
Porém, mais do que tudo isso, a procissão do enterro na 6ª feira Santa era para nós um momento de grande ansiedade.
Eu e mais três primas, víamos passar aquele cortejo seguido da banda filarmónica que tocava uma marcha fúnebre, não recordo já de que autor, que nos comovia profundamente.
A Verónica que todos os anos era escolhida para entoar aqueles cânticos mágicos, parava sempre nos mesmos lugares e era escutada em profundo silêncio. Depois…
Ficávamos à varanda da casa da avó Ernestina a ver passar aquela devota gente, até se extinguirem ao longe os últimos acordes musicais da Banda.
Meu Deus, como recordo!
Como tenho saudades!"
Mª Eduarda