segunda-feira, novembro 12, 2012

Extinção de Freguesias:o novo mapa de Penacova

Proposta da Unidade Técnica Nacional
 
Já foi entregue na Assembleia da República, como é sabido, a proposta para a extinção de freguesias. O concelho de Penacova (clique AQUI)  também é afectado e a "régua e esquadro" está bem visível nesta proposta. É ridículo, por exemplo que um dos argumentos invocado seja  o de que as freguesias em causa partilham de um mesmo agrupamento de escolas, quando sabemos que o concelho tem apenas um Agrupamento e portanto todas estão na mesma situação. Que vão ganhar as populações locais e o país no seu todo, com todos estes remendos? Também ridícula é a designação de "União das Freguesias de ..." ( da União Nacional à União Local? ),  ridícula é ainda, a referência "à ligação directa de Travanca a Oliveira" (Vamos ter obras de alargamento e correcção de traçado na Estrada da Serra? - com as verbas que abundam...) Mas o Terreiro do Paço lá sabe.
O presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Armando Vieira, afirma que aguarda serenamente a decisão do Tribunal Constitucional sobre a extinção de freguesias. O dirigente sublinha a oposição da associação a este processo.  A Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território entregou na Assembleia da República uma proposta que prevê a extinção de 1165 freguesias, Armando Vieira critica que o governo persista “nesta atitude que viola os direitos constitucionais das autarquias de determinarem o seu futuro” O presidente da ANAFRE acredita que os problemas vão surgir quando forem postos em prática os novos limites das freguesias.

Filarmónica de S. Pedro de Alva vai celebrar 47 anos de existência

9 de DEZEMBRO DE 2012
 
9h-Arruada pelas a vila
10h-Romagem ao cemitério
11:30h-Missa por alma do Fundador, Regentes e Filarmónicos já falecidos, acompanhada pela filarmónica.
12:30h-Chegada da Orquestra de Sopros da Academia Musical da Banda de Ourém
13h-Almoço-convívio
15:30h-Concerto das bandas
16:30h-Encerramento


inscrições para o almoço 239456219/917587698


domingo, novembro 11, 2012

Vem-nos à memória uma [história] batida...


A Evolução da Albarda,
 in a Paródia, Julho de 1900
Gravura Col. Alexandre Ramires
clique na imagem para ampliar
O mote para o título deste apontamento vem de Sérgio Godinho que cantava: Vem-me  à memória uma frase batida, hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...

Rafael Bordalo Pinheiro deu o nome de Zé Povinho à figura simbólica (1875) através da qual pretendeu captar a verdade íntima dos mais numerosos, pobres e anónimos portugueses daquele seu tempo – recorda-nos Amadeu Carvalho Homem no seu recente livro, Memorial Republicano, editado pelo Município de Coimbra. Escreve também este autor: “O destino do Zé Povinho foi adivinhado por Bordalo Pinheiro desde o primeiro esboço: enquanto o mundo se transforma em mil novas mutações, o Zé, bem povinho e ignaro, ‘fica sempre na mesma’".
No entanto, recorda ainda A. C. Homem, "é capaz de arregalar um olho de alimária à beira de um coice vingador. E, sobretudo na cerâmica de Bordalo, o famoso "manguito" dar-se-á como sinónimo de uma clarividência sem teoria, sim, mas apesar de tudo, sábia, no desvendamento, mais intuído que demonstrado, de cumplicidades pulhas, de poderes apodrecidos e de bastidores corruptos".
Deixamos aqui este cartaz que tem 112 anos...palavras para quê? Cada um fará a sua leitura e reflexão.

quinta-feira, novembro 08, 2012

"Rio Mondego, da Nascente até à Foz": exposição chega a Penacova


Exposição de Pintura no Centro Cultural

 

Os alunos da APOSÉNIOR, Abel Carvalho, Gracinda Moreira e Rosa Carvalho expõem, até ao próximo dia 16 de novembro, na Galeria da Biblioteca Municipal de Penacova/Centro Cultural, as suas obras realizadas no âmbito da disciplina de Pintura. A Exposição foi organizada por Sara Pinto, licenciada em Pintura e Mestre em ensino de Artes Visuais, atual professora da disciplina de Pintura daquela instituição.

A Associação Aposénior - Universidade Sénior encontra-se sediada em Santa Clara (Coimbra) e atua na perspetiva da aprendizagem continua, tendo como objetivo proporcionar aos seus associados um vasto leque de atividades físicas, intelectuais e de convívio.

domingo, outubro 28, 2012

Cartas Brasileiras IV: Amigo é pr'a essas coisas

 
São Paulo, 16 de outubro de 2012.
Caros penacovenses:

"Roda Vida", uma das  maravilhas compostas por Chico Buarque de Holanda, assim começa: "tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu"; realmente, há dias que sentimos ter nosso mundo desmoronado, o verso é muita vezes usado quase que como uma expressão idiomática. Surge-me, uma indagação: haveria como escrever usando apenas expressões idiomáticas?
 Bem, como quem não arrisca não petisca, sabe-se é que em dia que se acorda com os pés de fora, o melhor que se faz é ficar à  sombra da bananeira, meter a cabeça nas nuvens pensando na morte da bezerra. Não é dia para aproveitar a boleia para acertar agulhas, nem que se sinta água pela barba!

 Calma, muita calma, afinal, o primeiro milho é dos pardais,  me dizia um amigo com muitos anos a virar frangos; não me lembro do nome dele, sou mesmo uma cabeça de alho chocho.
 Um dia  ele me viu com cara de caso, tentou entrar em meus problemas com pés de lã, foi logo dizendo:

 - Amigo, sacuda a água do capote e descalce a bota! Como viver assim!
 Mandei que fosse chatear o Camões, perdi a cabeça, pondo os pés na poça, indo aos arames com ele, afinal ele me parecia ter macaquinhos no sótão, sabia que estava de trombas. Do fundo do meu coração, jamais iria pregar uma peta ao meu amigo, e também nunca fui um troca-tintas. Ele tentou acalmar-se, por estar a fazer trinta por uma linha, que não via motivos para eu trepar nas paredes,  sentia que eu estava confundindo alhos por bugalhos. E amigo, disse-me, uma ajuda ou outro.

 Pura verdade, isso me fez lembrar do conjunto MPB-4 cantando uma música que fala de amizade;  bela poesia que faz uso de diversas expressões nos versos transformados em um diálogo entre amigos. 
"Amigo é pra essas coisas" (Sílvio da Silva Junior e Aldir Blanc

                 Salve! / Como é que vai? / Amigo, há quanto tempo! / Um ano ou mais…/ Posso sentar um pouco? /Faça o favor/ A vida é um dilema/ Nem sempre vale a pena…/ Pô…/ O que é que há?/ Rosa acabou comigo/ Meu Deus, por quê?/ Nem Deus sabe o motivo/ Deus é bom/ Mas não foi bom pra mim/ Todo amor um dia chega ao fim/ Triste/ É sempre assim/ Eu desejava um trago/ Garçom, mais dois/ Não sei quando eu lhe pago/ Se vê depois/ Estou desempregado/ Você está mais velho/ É/ Vida ruim/ Você está bem disposto/ Também sofri/ Mas não se vê no rosto/ Pode ser…/ Você foi mais feliz/ Dei mais sorte com a Beatriz/ Pois é/ Pra frente é que se anda/ Você se lembra dela?/ Não/  Lhe apresentei/ Minha memória é fogo!/ E o l´argent?/ Defendo algum no jogo/ E amanhã?/ Que bom se eu morresse!/ Prá quê, rapaz?/ Talvez Rosa sofresse/ Vá atrás!/ Na morte a gente esquece/ Mas no amor a gente fica em paz/ Adeus/ Toma mais um/ Já amolei bastante/ De jeito algum!/ Muito obrigado, amigo/ Não tem de que/ Por você ter me ouvido/ Amigo é prá essas coisas/ Tá…/ Tome um cabral/ Sua amizade basta/ Pode faltar/ O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará.
Em agosto desse ano, com 68 anos faleceu um dos integrantes do conjunto,  António  José Waghabi Filho, mais conhecido por Magro, compositor e arranjador, foi o criador do arranjo de vozes que unia a voz de Chico Buarque às dos quatro jovens do MPB4 (Magro, Ruy, Aquiles e Miltinho) em "Roda Viva", canção defendida por eles defendida  no III Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record. Também é dele o arranjo vocal da gravação original de "Cálice" (Gilberto Gil/ Chico Buarque), cantado por Chico e Milton Nascimento.
 
http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c (Gravação original de Roda Viva no festival)