segunda-feira, dezembro 29, 2014
domingo, novembro 02, 2014
Cartas Brasileiras: Bons Dias! Bom Mês!
Bons dias!
Assim Machado
de Assis iniciou algumas de suas crônicas publicadas na Gazeta de Notícias,
entre abril de 1.888 a
agosto 1.889; isso mesmo, no plural, e por manter contado apenas semanal com os
leitores, deseja a todos “bons dias”.
Em uma delas,
justificou o cumprimento — “Hão de reconhecer que sou bem criado. Podia entrar
aqui, chapéu à banda, e ir logo dizendo o que me parecesse; depois ia-me
embora, para voltar na outra semana”.
A saudação
inicial em uma chegada ou aproximação, além de polidez, revela nossa
cordialidade e apreço. Um “bom dia” recebido de um amigo, quando sabemos das
dificuldades que teremos que enfrentar, pode ser o conforto ou força de que
tanto necessitamos; quer melhor para começar o dia!
No Vale do
Ribeira, terra do meu pai, mantendo até hoje um antigo costume, no primeiro
encontro diário com os pais, as pessoas ajuntam as mãos, como se fossem rezar,
fazem um leve aceno com a cabeça, e dizem: “bença, pai! bença mãe!” Repetem o
gesto ao final do dia antes de ir para a
cama.
De volta às
crônicas de Machados de Assis, aquelas dos “Bons Dias” ele as assinava usando o
pseudônimo Policarpo, apresentado como um relojoeiro que havia se desencantado
com a profissão.
E eu estou
aqui a falar de relógio, eu que sequer use um, não porque não me prenda ao tempo e nem dê
valor a ele; não. É que contando fazendo as contas nas pontas do dedos, vi que
minha mãe se viva fosse teria feito 101 anos, e que o tempo levou meu pai já há
sete anos, privando-nos para sempre de ouvir o som de sua clarineta.
Então busco
consolo escutando “Beguin the Beguine”com
Artie Shaw e Orquestra. Ao som da música digo: “Bença pai, bença mãe!”
E para você leitora ou leitora: “Bom mês!”
(clique na imagem)
P.T.Juvenal
Santos – ptjsantos@bol.com.br
Obs: crônica reescrita, original
publicada 03/08/2010 em O Diário de Barretos
sexta-feira, outubro 10, 2014
Município de Penacova adquiriu a casa onde nasceu António José de Almeida
O município de Penacova adquiriu
a casa onde nasceu António José de Almeida, sexto Presidente da República de
Portugal, oriundo deste concelho. "Este sonho era acalentado há várias
décadas, sem que nunca se conseguisse atingir o objetivo de o concretizar. Contudo,
havíamos feito a promessa de reerguer a casa e o nome deste Presidente, em nome
da população penacovense, e por isso a celebração desta conquista deve ser
partilhada por todos", referiu Humberto Oliveira, presidente do município.
Foi no âmbito das comemorações da
Implantação da República e do 10º aniversário do Museu da Presidência da
República, que o município de Penacova celebrou ontem, dia 05 de outubro, pelas
15H00, no Museu da Presidência, a escritura de compra da casa onde, em 17 de
julho de 1866, nasceu António José de Almeida, localizada em Vale da Vinha
(União das Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio do Mondego). António José
de Almeida foi um político republicano português, que chegou ao mais alto cargo
da nação, o de Presidente da República Portuguesa, cargo que exerceu de 5 de
Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923.
O Museu da Presidência,
representado pelo seu Diretor, Diogo Gaspar, associou-se a esta iniciativa da
autarquia, estabelecendo uma parceria dinâmica com vista à definição
estratégica da utilização da casa e da sua fruição pública. Presentes na
cerimónia estiveram, para além de representantes da Casa do Concelho de
Penacova em Lisboa, também José António de Almeida Abreu, neto de António José
de Almeida.
Após a assinatura do contrato de
compra, o Executivo Municipal que se fez acompanhar neste ato pelo Presidente
da União das Freguesias de São Pedro de Alva e São Paio do Mondego, foi
recebido pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que congratulou o
município pela iniciativa, desejando o maior sucesso ao futuro da casa.
No final da tarde, o Executivo
Municipal penacovense, acompanhado pelo Presidente da Junta de Freguesia do
Lumiar, Pedro Delgado Alves, e muitos penacovenses residentes em Lisboa,
prestaram homenagem a António José de Almeida, depositando junto à sua estátua
uma coroa de flores.
Conforme realçou Humberto
Oliveira, "este era o passo imprescindível para que se intervenha na
requalificação da casa e se faça viver nela todo o simbolismo histórico e
político que representa António José de Almeida. A população de Penacova vê
assim assegurada, com o esforço do seu município, a preservação da sua história
e a vontade de perpetuar os seus símbolos, que orgulham a nossa gente".
TEXTO E FOTO 1: SITE da Câmara Municipal de Penacova.
Nota: Congratulamo-nos vivamente com este facto. Veja texto publicado no Penacova Online de 5 de Outubro de 2023
TEXTO E FOTO 1: SITE da Câmara Municipal de Penacova.
Nota: Congratulamo-nos vivamente com este facto. Veja texto publicado no Penacova Online de 5 de Outubro de 2023
terça-feira, setembro 23, 2014
Cartas Brasileiras: garrafa com mensagem
Não sei como o leitor ou leitora chegou aqui; tampouco sei quem é e de onde
vem. Nem mesmo sei por qual
caminho, sei
somente que caminhando pela margem do rio acabou por encontrar a garrafa, e que
ao abri-la leu a mensagem que nela havia:
Como tudo agora é tão moderno, verá que a
mensagem está escrita em azul, a indicar que "clicando" no texto será
direcionado a um vídeo.
Se vendo o vídeo achar que ele nada signifique
para você ou que o/a comova, por favor, coloque novamente a garrafa no rio,
talvez logo mais à frente um outro caminhante possa encontrá-la, quem sabe dela
necessite. Boa viagem!
P.T.Juvenal Santos
quinta-feira, agosto 21, 2014
Cartas Brasileiras: amando ou brigando por cartas
Amando ou brigando por cartas
Dizer que antigamente era assim pode dar a impressão de algo muito
afastado no tempo, quando na verdade o passado está logo ali; quarenta,
cinquenta, sessenta anos! Pois é, como antigamente a paixão distante era
curtida e mantida na base das cartas, nas juras eternas de amor, o anúncio do
rompimento, as lágrimas pela separação passavam também pelo correio. Se assim
era na vida, não havia como a música popular não retratar esses momentos, daí existirem
vários registros dessa época eternizados pela música.

“Devolvi o cordão e a medalha de ouro / E
tudo que ela me presenteou /Devolvi suas cartas amorosas / E as juras
mentirosas / Com que ela me enganou. / Devolvi a aliança e também seu retrato/ Para
não ver o seu sorriso /no silêncio do meu quarto...”
“Mensagem”
de Aldo Cabral e Cícero Nunes, composta em 1946 foi
gravada inicialmente por Isaura Garcia, mais conhecida como Isaurinha Garcia (1923 -1993), uma das
maiores cantoras brasileiras, a Edith Piaf brasileira.
“Quando o carteiro chegou/ E o meu nome gritou / Com uma
carta na mão / Ante a surpresa tão rude / Nem sei como pude / Chegar ao portão
/ Vendo o envelope bonito / E no seu sobrescrito / Eu reconheci / A mesma
caligrafia / Que disse-me um dia / Estou farta de ti / Porém não tive coragem /
De abrir a mensagem...”
“Pombo Correio” composta
em 1965 por Dodô e Osmar, ao ganhar letra
de Moraes
Moreira em 1978, fez logo sucesso, dançada no ritmo frenético do frevo
pernambucano é exigida em toda apresentação do artista.
“Pombo correio / Voa depressa / E esta carta
leva / Para o meu amor. / Leva no bico / Que eu aqui / Fico esperando/ Pela resposta / Que é pra saber / Se ela ainda / Gosta de mim...”
Bem mais recente, “Devolva-me” música do
tempo da Jovem Guarda, 1966, com Leno e
Lilian foi grande sucesso entre a juventude romântica.
“Rasgue as minhas cartas / E não me procure
mais/ Assim será melhor, meu bem! / O retrato que eu te dei/ Se ainda tens, não
sei / Mas se tiver, devolva-me!...”
Como
essas coisas não acontecem somente aqui no Brasil, busquei na grande Amália Rodrigues (1920-1999) um exemplo
das choramingas nas canções portuguesas feitas através das cartas, o que
encontrei em Fado do Ciúme, música
que aparece no filme Capas Negras,
de 1947, que marca a primeira participação da artista no cinema. Há no Youtube vários trechos do filme. [clique na imagem]
“Se não esqueceste / O amor que me dedicaste, / E o que escreveste
/ Nas cartas que me mandaste, / Esquece o passado / E volta para meu lado, / Porque
já está perdoado / De tudo o que me chamaste.”
P. T. Juvenal Santos
sexta-feira, julho 25, 2014
Cartas Brasileiras
Carta apaixonada,
nem às
paredes confesso.
Hoje acordei diferente.
Depois da higiene matinal corri até a cozinha onde minha mulher já
tinha preparado meu pedaço de mão com manteiga, o leite pronto para ser
aquecido, me aguardando; ela sempre faz isso, como porque ela faz, não que tenha
fome pela manhã.
Dei-lhe um beijo de bom dia. Nossa, exclamou ela surpresa.
Pudera, foi um beijo diferente, um desses como não a beijava há
muito tempo ao cair da cama. De troca recebi um suspiro como há muito não
recebia.
Após o café fui para a varanda. Abri o jornal, folheei-o
desinteressadamente, nada nele me despertava; também, naquela manhã! Fechei-o.
Fui para o computador. Não quis saber de emails, de mensagens pelo Twitter
ou de notificações do Facebook. Busquei com certa ansiedade minha pasta com
músicas; preciosidades!
E, naquela manhã em que me acordei diferente, senti uma vontade louca
de ouvir Amália Rodrigues. Pus-me a escutar “Nem
às paredes confesso”.
Repeti a música sei lá quantas vezes, até que resolvi buscá-la em
vídeos na Internet, quem sabe alguém
tivesse postado uma interpretação. Infelizmente não tive sorte, encontrei
apenas alguns slide show.
Enfim, valeu.
Minha mulher chegou e me perguntou o
que se passava comigo, dei com os ombros. Ela comentou dizendo que eu acordara
apaixonado. Apenas ri comigo mesmo, o coração apertado ao ver somente ela e eu
em nossa casa, da mesma forma como chegamos após nos casarmos; somente nós e
muitos sonhos.
Os filhos! Bem, os filhos cresceram e se foram. Vieram os netos, mas
que também cresceram, que com seus afazeres, escola e atividades rarearam suas
visitas.
Agora, novamente, nós. Por isso devo ter acordado diferente, acredito
por ter, finalmente, me dado conta de
que, definitivamente, restamos ela e eu.
Por isso apenas para ela voltaram os meus beijos. Sem que tenha que
dizer para mais ninguém de quem eu gosto, digo só para ela; mas não contem para
ninguém!
quarta-feira, julho 16, 2014
terça-feira, julho 15, 2014
sexta-feira, julho 04, 2014
Órgão de Lorvão vai fazer-se ouvir de novo: hoje, com o organista João Vaz e a participação do Coro Mediae Vox Ensemble
Organista : Prof.JOÃO VAZ
Coro : MEDIAE VOX ENSEMBLE
Promovido pelo Centro Cirúrgico de Coimbra www.ccci.pt
Aberto ao público em geral
Colaboração:
-Paróquia de Lorvão.
-Junta de Freguesia de Lorvão
Trata-se do 3º Concerto do Órgão Histórico do Mosteiro de Lorvão, após o restauro e concerto inaugural de 3 de Maio de 2014.
Fonte: Rui Batista
Coro : MEDIAE VOX ENSEMBLE
Promovido pelo Centro Cirúrgico de Coimbra www.ccci.pt
Aberto ao público em geral
Colaboração:
-Paróquia de Lorvão.
-Junta de Freguesia de Lorvão
Trata-se do 3º Concerto do Órgão Histórico do Mosteiro de Lorvão, após o restauro e concerto inaugural de 3 de Maio de 2014.
Fonte: Rui Batista
segunda-feira, junho 30, 2014
Coral Divo Canto vai apresentar espectáculo inédito em Penacova
No próximo Sábado à noite
(dia 5 de Julho - 21 horas) em frente à Câmara de Penacova vai acontecer
um espetáculo inédito por estes lados, que ninguém deve perder!
Graças
à coragem, à paciência e sobretudo à competência do Maestro Pedro André Rodrigues e às
excelentes vozes das solistas que interpretam Orfeu, Eurídice e Amor (Ana
Carolina Rodrigues, Carolina Simões e Joana Carvalho, respetivamente), os
Penacovenses e todos aqueles que ali se desloquem podem assistir à ópera Orfeu & Eurídice, uma imortal
história de amor, composta
por Christoph W. Gluck, aqui apresentada pelo Grupo Coral Divo Canto, de
Penacova, com as participações dos professores Júlio Dias ao Piano e
Gonçalo Rocha na flauta transversal e da Escola de Ballet de Penacova e
Silveirinho.
É assim um excelente pretexto para ir até Penacova, onde para além do espetáculo, dá ainda para nos deliciarmos com uma saborosa nevada e com a deslumbrante paisagem.
Lá nos encontraremos!
Eduardo Ferreira
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