A primeira vez!
O uso desta expressão -como é mais generalizado entre os Jovens- está
conectado, muito frequentemente, com situações que para aqui não são chamadas,
dada a intimidade que comportam.
Leiam, por favor, o que reproduzo abaixo:
Apesar de a lei de 1974 apenas dizer respeito à eleição da Assembleia Constituinte, a regra do voto universal passaria a vigorar no novo regime democrático. No dia 2 de abril de 1976 foi publicada a nova Constituição da República Portuguesa,[121 cujo n.° 2 do art. 48.° prescrevia que O sufrágio é universal, igual e secreto e reconhecido a todos os cidadãos maiores de 18 anos, ressalvadas as incapacidades da lei geral, e o seu exercício é pessoal e constitui um dever cívico. Este preceito teve expressão na Lei n.° 69/78, de 3 de novembro (Lei de Recenseamento Eleitoral).[' O art. 1.° dispunha o seguinte: O recenseamento eleitoral é oficioso, obrigatório e único para todas as eleições por sufrágio directo e universal.
Com a entrada em vigor destes diplomas legais ficou, finalmente, eliminada no nosso País, toda e qualquer discriminação, já que o âmbito de aplicação englobava o sufrágio para todas as Eleições, inclusive, para os órgãos das Autarquias Locais.
E é justamente por isso que eu quero escrever hoje, dirigindo-me aos meus
concidadãos Jovens.
Àqueles que podem votar e o não têm feito, por isto ou por aquilo.
Relacionado com a votação, como sabemos, está a abstenção, que em Portugal tem
níveis absolutamente vergonhosos, por serem demasiado elevados e demonstrarem
um alheamento anormal pela política da população em geral.
É certo que os nossos Políticos, infelizmente, nãos nos têm dado grandes
demonstrações de merecimento dos nossos votos, mas é bom que se interiorize que
a tal abstenção -muitas vezes- só beneficia quem não merece mesmo de todo.
É que, a aplicação em vigor do Método de Hondt: o que promove a distribuição
dos lugares disponíveis para o exercício da política, beneficia mesmo alguns,
em detrimento de outros, principalmente quando, ainda que pouco
representativos, conseguem taxas elevadas de mobilização.
…A ideia que vai passando é a de que a nossa Juventude não quer saber dos
destinos do nosso País…
Todavia,
Será exactamente a Juventude que mais sofrerá com tomadas de decisão políticas que a possa afectar, negativamente; e o que é que não afecta a vida daqueles que só agora, praticamente, a estão a iniciar?
Os interesses divergem consoante nós vamos envelhecendo, indubitavelmente.
Para os Jovens é muito mais interessante saber se o Ensino cria condições de
igualdade que propicie a todos irem -em termos académicos- até onde quiserem
ou, pelo menos, até onde puderem.
Se há propinas a pagar? Se há alojamento disponível? Se têm Estabelecimentos de
Ensino próximos da residência habitual? Se a empregabilidade é elevada para as
habilitações que preferem?
Se têm hipótese de constituir Família, com garantia de acesso a renda acessível
ou aquisição possível de habitação? Se os Filhos serão aceites nas Creches e
nas Escolas gratuitas ou não?
Por outro lado,
Para os mais idosos o que mais interessa, afinal, é se conseguirão garantir um
mínimo de subsistência digna para si e para os seus, o que engloba: as questões
de apoio social; as de reforma; as de assistência médica e medicamentosa; as
dos preços em geral (alimentação, renda, transportes).
Muito grande e difícil foi o percurso dos que lutaram pela não discriminação no
voto, ainda antes do 25 de Abril, como foi o caso famoso de Beatriz Ângelo, que
aconselho a irem procurar, por se tratar de um exemplo enorme em significado; o
Tribunal considerou (numa fragilidade da legislação então em vigor, que, na
prática proibia o voto das Mulheres) que estava a ser vítima de discriminação!
Igualmente muitos foram os que, querendo, não podiam votar antes dos 21 anos.
Difícil também está a ser a extensão da elegibilidade para se poder votar aos
16 anos, como eu defendo.
Ou seja,
O Senhor Voto, como lhe costumo chamar, é a maior expressão da Liberdade e
torna-se quase imperativo que a nossa Juventude vá às urnas, votar!
Que o façam já nas próximas Eleições!
Não interessa em quem;
importante é a participação e o trabalho prévio da “formação cívica”.
Tendo -e exercendo com propriedade- a sua “primeira vez”…