terça-feira, fevereiro 15, 2011

Mosteiro de Lorvão espoliado: o que subsiste comporta um ínfimo teor do que foi roubado...


Mencionada no Paroquial Suevo, ou, Divisio Teodemiri – redigido entre 572 e 582-585 -, como uma das sete zonas pastorais da diocese de Conímbriga, Lurbine teve pujante cristandade, desde remota idade, como documentam as fontes arqueológicas e narrativas; e, do mosteiro paleocristão, em que era abade, veio o primeiro bispo conhecido, Lucêncio, que, nessa condição, assina as actas do 1º e do 2º concílio provinciais de Braga, realizados em 561 e 572, respectivamente.
Com a invasão e ocupação do território, actualmente português, pelos Muçulmanos (713-717), campeou a desorganização das estruturas sociais estabelecidas e, embora muitas comunidades eclesiais mantivessem a fé, de maneira bastante precária, o directo contacto com a civilização islâmica levou à geral arabização dos cristãos, ficando chamados Moçárabes.
Tal circunstância motivara o desaparecimento das principais autoridades civis e religiosas, porém, as campanhas militares de Afonso III, de Leão, reconquistaram Coimbra, em 878, e, fazendo repovoar as áreas anteriormente ocupadas, incrementaram o ressurgimento público da vida celebrativa, comprovada na multiplicidade de ermidas, igrejas e mosteiros entretanto fundados e constituintes de novas paróquias rurais.
Foram essas, de facto, as origens históricas desta veneranda casa monástica, desde início dedicada a São Mamede e São Pelágio, só por si afiançadores de um culto deveras antigo, a qual, nos começos do século X, em 907, é, também, um importante centro cultural, de povoamento e colonização, cujo crescente prestígio perdurara, mesmo sob domínio islâmico, pós as razias de Almançor, em 987, que o respeitou e dispensava de pagar o tributo exigido a todas as outras instituições cristãs.
Sempre habitado por monges, a regra beneditina foi ali introduzida, em 1051. Tendo vivo alento a comunidade, após a 2ª reconquista cristã de Coimbra, por Fernando Magno, em 9 de Julho de 1064, as sucessivas doações recebidas trouxeram-lhe máxima prosperidade, a ponto de Dom Henrique e Dona Teresa o terem doado, em 29 de Julho de 1109, à Sé de Coimbra, que vivia em manifesta penúria, sem ter, ao menos, as necessárias alfaias de culto.
Quando foi anulado o casamento de Dona Teresa (filha de Dom Sancho I), com Afonso IX de Leão, a infanta-rainha regressou a Portugal e procurou fazer vida claustral. A pretexto do pretenso relaxamento do mosteiro, expulsou os monges que, em parte, seguiram para Pedroso; apelando, estes, para Roma, a Santa Sé considerou o procedimento ilegal, mas, deu razão à infanta que, ali, quis ter acolhimento.
Para satisfazer o ensejo, a casa monacal foi-lhe entregue, em 24 de Dezembro de 1200, pelo rei, acompanhado pelo bispo de Coimbra, Dom Pedro, e pelo Dom Abade de Alcobaça, que lhe lançou o hábito de São Bernardo, assim como a outras senhoras, que a acompanhavam, na clausura. Dessa data até 1206, admitiu religiosas cistercenses e dedicou a instituição a Santa Maria.
Falecida em 18 de Junho de 1250, lá foi sepultada, na igreja, junto do túmulo da irmã, Dona Sancha, cuja ossada trouxera de Celas, onde esta havia fundado um mosteiro, muito semelhante.
Devido às virtudes exercidas, de maneira heróica, e pelas intervenções consideradas milagrosas, de comprovada autenticidade, foi beatificada, com as irmãs, pelo Papa Clemente XI, através da bula Sollicitudo Pastoralis Officii, de 13 de Dezembro de 1705.
Há, ainda, duas outras famosas personagens acolhidas a esta casa monástica: a infanta Dona Branca, filha de Dom Afonso III e heroína do poema homónimo, de Almeida Garrett, e Dona Maria Brandão, inspiradora de Crisfal.
Graças aos plúrimos benefícios e privilégios acumulados, o mosteiro mantinha o padroado, com direitos reais, sobre Botão e Esgueira, e fazia a apresentação dos vigários para as igrejas de Abiul, Almoster, Boidobra, Botão, Brasfemes, Cacia, Couto de Cima, Esgueira, Foz de Arouce, Salreu, Santiago da Guarda, São Martinho de Árvore, Sazes de Lorvão, Serpins, Souselas, Torre de Vilela, Treixedo e Lorvão.
Por decreto de 1834, foi proibido de receber noviças e, por força da morte lenta, desse modo preparada para extinguir as ordens religiosas femininas, ficou privado de meios de subsistência – denunciados por Alexandre Herculano –, sofreu extrema miséria e teve o falecimento da última freira em 8 de Julho de 1887.
Maioritariamente, os bens patrimoniais, acabados de registar, pertencem às antigas dependências monásticas, entregues à paróquia, e constituem uma ténue amostragem do muito que havia, pois, a dispersão de altares de talha e de imagens, pelos lugares vizinhos e pontos distantes da diocese, manifestam o desmantelamento sofrido, enquanto algumas boas esculturas calcárias, quatrocentistas e quinhentistas, terracotas seiscentistas e estofadas setecentistas atestam o poderio económico das encomendantes e os óptimos critérios estéticos seguidos, igualmente testemunhados na variada paramentaria deixada, nos poucos objectos de metal, nas pinturas, executadas sobre madeira e tela, e nos restantes objectos, incluindo painéis azulejares, das últimas centúrias indicadas.
Realmente, o que subsiste comporta um ínfimo teor do que foi roubado: os inestimáveis pergaminhos, manuscritos e códices membranáceos medievais, como o Liber Testamentorum e o comentário ao Apocalipse, levados para a Torre do Tombo; os incunábulos da Vision Delectable, de 1480, e da Vita Christi, impressos em Lisboa, em 1498, encaminhados para a Universidade; as alfaias, lambris, pratas e paramentos incorporados nos museus estatais; e o mobiliário abacial, também integrado num específico, lisboeta.
Bastantes outros tiveram a rapina de conceituados gatunos, como sucedeu aos riquíssimos valores levados para exposições nacionais, na capital, que jamais voltaram, e às centenas de quilos, em prata, dos objectos fundidos na Casa da Moeda e pilhados do santuário, que continha muitos bens alcobacenses e incluía espécimes em ouro, medievais, ocorridos na segunda metade do século XIX.
Já, por diferentes meios, intelectuais de Coimbra e magnates citadinos recorreram a carros de bois para fazerem transportar, quanto puderam carregar, para as próprias casas, num autêntico fartar de vilania liberal e maçónica: esta caterva de gente reles teve o desplante de deitar, ao riacho contíguo ao mosteiro, a biblioteca e o recheio do velho cartório, deixado das escolhas efectuadas sob ordens dos mesmos criminosos de lesa-cultura nacional, evocando defendê-la.
Visto bem, o sucedido, a destruição da memória, a traição cometida e a desfaçatez dos estatizantes hodiernos, em persistirem na posse ilegítima destes pertences da(s) igreja(s) espoliada(s) é a demonstração mais perfeita de todos eles permanecerem vinculados na mesma irmandade e na igual tacanhez mental, geradora de feudos nefandos, porque rogadas na ostentação indevida do quanto preconizam, contraditoriamente: a separação da Igreja do Estado, mas, dizendo seu o que é dos fiéis cristãos e das suas comunidades paroquiais.
José Eduardo R. Coutinho
29 de Outubro de 2008
Fonte :   correio de coimbra
NB: Título da nossa responsabilidade

Sessão de Esclarecimento sobre a Liga Portuguesa contra o Cancro em Penacova

 27 de Fevereiro

No final da sessão, actuam grupos musicais e é oferecido um lanche aos participantes

Local: Auditório da Biblioteca Municipal de Penacova, dia 27
Hora: 15:00
Organização: Liga Portuguesa Contra o Cancro


VER Fonte

Associação de Agricultores Filantrópica de Figueira de Lorvão - Notícias da Secção de Atletismo / Corta-Mato

Veja Notícia no SITE da Associação

domingo, fevereiro 13, 2011

Casa - Museu António José de Almeida poderá tornar-se realidade

" A República, António José de Almeida e a Importância de Uma Casa-Museu" foi o tema geral do colóquio que se realizou no novo Auditório da Biblioteca e Centro Cultural, inaugurado ontem pelo Secretário de Estado da Administração Local, Dr. José Junqueiro.
O colóquio teve a participação dos Prof. Doutores  Luís Reis Torgal e Norberto Cunha  e dos Dr.s  David Almeida , Diogo Gaspar e António Arnaut.
“António José de Almeida e a República”, “Penacova e a República”,  “António José de Almeida e o Museu da Presidência da República”,  “A Importância de uma Casa-Museu como Centro de Animação Cultural ”e  “A República e a Cidadania”- foram os subtemas abordados, respectivamente, pelos citados oradores,  com a moderação da Prof. Doutora  Maria Manuela Tavares Ribeiro. Presente também o Dr. António José de Almeida Abreu, neto de António José de Almeida.
Atendendo à importância daquele Estadista, por   todos reconhecida, foi opinião de todos os presentes , incluindo o Presidente da Câmara, que se torna urgente o restauro da casa onde nasceu António José de Almeida  e que se justificaria plenamente a  criação de uma Casa-Museu em Vale da Vinha, ou tal não sendo viável, num outro espaço concelhio.
Museu, Casa-Museu, Centro de Estudos, qualquer que seja a solução, será pois um projecto a avançar, contando desde já com o apoio do Museu da Presidência, da Autarquia, da Família de António José de Almeida, e cremos, nós da maioria dos penacovenses.
Projecto que se pretende venha a ser mais um espaço vivo, dinâmico, de formação para a cidadania, do que um mero espaço museológico de características tradicionais.
Lisboa 
Estátua ao Dr. António José de Almeida,
por Leopoldo de Almeida e Pardal Monteiro (1929)

32º Aniversário de " As Paliteiras de Chelo"

No próximo Sábado, em Chelo, o Rancho Folclórico vai assinalar os seus 32 anos de vida, com um programa cultural pleno de interesse.


Secretário de Estado inaugurou Biblioteca e Centro Cultural

Penacova inaugurou “maior investimento municipal de sempre”
Penacova inaugurou ontem a nova Biblioteca e o Centro Cultural. «O maior investimento municipal de sempre», sublinhou o presidente da Câmara Municipal. Juntando às duas infra-estruturas o arranjo exterior, foi investido um valor global de 1,8 milhões de euros e se a este for acrescentado o investimento do recém-criado Centro Educativo, os equipamentos daquela zona da vila atingem o valor de 5,3 milhões de euros, contabilizou Humberto Oliveira.
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texto: diário de coimbra
Imagem: penacovaonline

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Primeiro Ministro hoje em Penacova



Segundo e-mail (que transcrevemos)  remetido ao Penacova Online, por Bruno Paixão, José Sócrates estará hoje em Penacova:


" PRIMEIRO MINISTRO É AGUARDADO AMANHÃ EM PENACOVA
[redes nova geração]

José Sócrates estará amanhã, 09 de Fevereiro de 2011, em Penacova, para presidir à inauguração das Redes de Nova Geração, a ter lugar na Escola EB1 de Penacova, pelas 11:30h.
O Presidente do Município de Penacova, Humberto Oliveira, receberá um “Título de Excelência”, comemorativo da instalação da Rede Nova Geração, que decorrerá durante o ano de 2011. Para receber o mesmo título estarão presentes em Penacova um total de 42 municípios.
A Câmara Municipal de Penacova congratula-se com o facto de o Governo, na pessoa do Primeiro-Ministro, ter distinguido este concelho para receber um evento desta dimensão, acolhendo mais de quatro dezenas de municípios.

Bruno Paixão

NR: imagens da responsabilidade do Penacovaonline

terça-feira, fevereiro 08, 2011

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Novo concurso ‘7 Maravilhas da Gastronomia’ vai ser apresentado em Santarém

A empresa New 7 Wonders Portugal vai apresentar, no dia 7 de Fevereiro, em Santarém, o concurso “7 Maravilhas da Gastronomia”.
Na apresentação, estarão presentes António Serrano, ministro da Agricultura, Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo, Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém, Joaquim Rosa do Céu, presidente do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, José Marquitos, José Fragoso, Catarina Furtado e José Carlos Malato, da RTP e Luís Segadães, presidente das 7 Maravilhas.
 

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Conhecer a República, conhecer o Passado...para melhor compreender o Presente





A exposição multimédia itinerante vai estar em Penacova até amanhã, dia em que o público escolar continuará a marcar presença. Mas esta exposição interactiva é para todos, com entrada livre. Não deixe de visitar.

Fotos: Penacova Online (3 de Fevereiro)

segunda-feira, janeiro 31, 2011

O 31 de Janeiro e António José de Almeida: 120 anos depois

“ Recordar o 31 de Janeiro de 1891 – a Data – é cobrir de glória António José d'Almeida  – o Homem “
(Rocha Junior, Diário de Notícias de 1932)


Gravura publicada na revista Illustração onde se documenta a proclamação do novo regime feita a partir da varanda da Câmara Municipal do Porto, bem como o modo como então se saudou e festejou aquela vitória da liberdade -- ainda que efémera, como dolorosamente se viu logo depois...!

Gravura de 1890 publicada aquando
 da sua saída da prisão
 António José de Almeida fez parte do grupo que em Coimbra, aguardava que a revolução no Porto vingasse, para aqui, avançar também, logo que chegasse um telegrama de Alves da Veiga, com a fórmula combinada. Entretanto foram contactando militares nos quartéis da cidade. No dia 31 à tarde foram esperar o comboio do Norte para saberem notícias e logo se convenceram que a revolução tinha falhado. A confirmação chegou depois no comboio da noite, quando Basílio Teles chega a Coimbra. Fazer depender de um telegrama a saída à rua dos revoltosos terá sido um erro, no entender dos estudantes de Coimbra. António José de Almeida irá, no entanto, continuar a sua luta.

Meio ano antes, António José de Almeida fora processado e condenado por ter escrito um duro artigo no folheto "Ultimatum" contra a monarquia dos Bragança, com o célebre título "Bragança, o último". Foi julgado em 25 de Junho de 1890 e esteve preso três meses.

Sobre o 31 de Janeiro ver

domingo, janeiro 30, 2011

Penacova – Zona de Turismo : um pouco da história deste conhecido cartaz…


Quem não conhece este cartaz de Penacova? Mas quem conhece, hoje, algo sobre o seu percurso? E mais uma vez nos surge o nome de Oliveira Cabral. Este escritor, jornalista e pedagogo ( 1890-1974) foi, como sabemos, um “ Amigo de Penacova” que, não sendo penacovense, nesta vila passou algumas das suas férias. A ele se deve a criação nos anos 40/50 do grupo “ Amigos de Penacova”  que daria origem à Sociedade de Propaganda e Progresso de Penacova. Ora, por essa altura, Oliveira Cabral publicou um pequeno caderno de promoção turística intitulado “ Algumas Palavras sobre Penacova”, onde precisamente aparece este curioso cartaz, reproduzido em miniatura, a par duma gravura feita sobre o quadro de Eugénio Moreira “ A Ferreirinha ou a Gioconda de Penacova”, cujo original se encontra no Museu Soares dos Reis.  Ainda sobre o cartaz, o livro de Varela Pécurto “ Penacova” também o reproduz. Resta-nos saber quem foi realmente o seu autor, dado que a assinatura não é legivel. Alguém, desse lado, sabe algo sobre isso? Por Penacova, e só por Penacova, achamos que seria interessante obter essa informação...