A Associação Aposénior - Universidade Sénior encontra-se sediada em Santa Clara (Coimbra) e atua na perspetiva da aprendizagem continua, tendo como objetivo proporcionar aos seus associados um vasto leque de atividades físicas, intelectuais e de convívio.
quinta-feira, novembro 08, 2012
Exposição de Pintura no Centro Cultural
A Associação Aposénior - Universidade Sénior encontra-se sediada em Santa Clara (Coimbra) e atua na perspetiva da aprendizagem continua, tendo como objetivo proporcionar aos seus associados um vasto leque de atividades físicas, intelectuais e de convívio.
quarta-feira, novembro 07, 2012
sexta-feira, novembro 02, 2012
quinta-feira, novembro 01, 2012
domingo, outubro 28, 2012
Cartas Brasileiras IV: Amigo é pr'a essas coisas
São Paulo, 16 de outubro de 2012.
Caros penacovenses:
"Roda Vida", uma
das maravilhas compostas por Chico
Buarque de Holanda, assim começa: "tem dias que a gente se sente como quem
partiu ou morreu"; realmente, há dias que sentimos ter nosso mundo
desmoronado, o verso é muita vezes usado quase que como uma expressão
idiomática. Surge-me, uma indagação: haveria como escrever usando apenas
expressões idiomáticas?
Bem, como quem não arrisca não petisca,
sabe-se é que em dia que se acorda com os pés de fora, o melhor que se faz é
ficar à sombra da bananeira, meter a
cabeça nas nuvens pensando na morte da bezerra. Não é dia para aproveitar a
boleia para acertar agulhas, nem que se sinta água pela barba!
Calma, muita calma, afinal, o primeiro milho é
dos pardais, me dizia um amigo com
muitos anos a virar frangos; não me lembro do nome dele, sou mesmo uma cabeça
de alho chocho.
Um dia ele me viu com cara de caso,
tentou entrar em meus problemas com pés de lã, foi logo dizendo:
- Amigo, sacuda a água do capote e descalce a
bota! Como viver assim!
Mandei que fosse chatear o Camões, perdi a
cabeça, pondo os pés na poça, indo aos arames com ele, afinal ele me parecia
ter macaquinhos no sótão, sabia que estava de trombas. Do fundo do meu coração,
jamais iria pregar uma peta ao meu amigo, e também nunca fui um troca-tintas.
Ele tentou acalmar-se, por estar a fazer trinta por uma linha, que não via
motivos para eu trepar nas paredes,
sentia que eu estava confundindo alhos por bugalhos. E amigo, disse-me,
uma ajuda ou outro.
Pura verdade, isso me fez lembrar do conjunto
MPB-4 cantando uma música que fala de amizade;
bela poesia que faz uso de diversas expressões nos versos transformados
em um diálogo entre amigos.
"Amigo é pra essas
coisas" (Sílvio da Silva Junior e Aldir Blanc
Salve! / Como é que vai? / Amigo, há quanto
tempo! / Um ano ou mais…/ Posso sentar um pouco? /Faça o favor/ A vida é um
dilema/ Nem sempre vale a pena…/ Pô…/ O que é que há?/ Rosa acabou comigo/ Meu
Deus, por quê?/ Nem Deus sabe o motivo/ Deus é bom/ Mas não foi bom pra mim/
Todo amor um dia chega ao fim/ Triste/ É sempre assim/ Eu desejava um trago/
Garçom, mais dois/ Não sei quando eu lhe pago/ Se vê depois/ Estou
desempregado/ Você está mais velho/ É/ Vida ruim/ Você está bem disposto/
Também sofri/ Mas não se vê no rosto/ Pode ser…/ Você foi mais feliz/ Dei mais
sorte com a Beatriz/ Pois é/ Pra frente é que se anda/ Você se lembra dela?/
Não/ Lhe apresentei/ Minha memória é
fogo!/ E o l´argent?/ Defendo algum no jogo/ E amanhã?/ Que bom se eu
morresse!/ Prá quê, rapaz?/ Talvez Rosa sofresse/ Vá atrás!/ Na morte a gente
esquece/ Mas no amor a gente fica em paz/ Adeus/ Toma mais um/ Já amolei
bastante/ De jeito algum!/ Muito obrigado, amigo/ Não tem de que/ Por você ter
me ouvido/ Amigo é prá essas coisas/ Tá…/ Tome um cabral/ Sua amizade basta/
Pode faltar/ O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará.
Em agosto desse ano, com 68 anos faleceu
um dos integrantes do conjunto, António José Waghabi Filho, mais conhecido por Magro,
compositor e arranjador, foi o criador do arranjo de vozes que unia a voz de
Chico Buarque às dos quatro jovens do MPB4 (Magro, Ruy, Aquiles e Miltinho) em
"Roda Viva", canção defendida por eles defendida no III Festival de Música Popular Brasileira,
da TV Record. Também é dele o arranjo vocal da gravação original de
"Cálice" (Gilberto Gil/ Chico Buarque), cantado por Chico e Milton
Nascimento.
http://www.youtube.com/watch? v=xZmBIDM_4Wg (Show recente do MPB-4)
http://www.youtube.com/watch? v=HRFw5u5wR4c (Gravação original de Roda Viva no festival)
segunda-feira, outubro 22, 2012
Nos 125 anos do padre Américo: as Colónias de Campo em S. Pedro de Alva e a origem das Casas do Gaiato
Existe
ainda hoje em S. Pedro de Alva, a velha "Casa da Colónia", na rua da
Palmeira. Uma lápide na parede recorda que por ali passou o padre Américo e que
também nessa casa funcionou a escola primária. De facto, de 1935 a 1939, ali
funcionou uma Colónia de Férias de Campo promovida pelo fundador da Obra da
Rua.
Américo Monteiro de Aguiar (nascido a 23 de Outubro de
1887) foi ordenado padre em 1929. Em 1932 o Bispo de Coimbra pede-lhe para
orientar a "Sopa dos Pobres", acabada de criar. Desde logo começou a tomar
contacto com a miséria que se vivia naquela cidade.
Certo dia, em 1935, foi convidado para vir a S. Pedro de
Alva pregar(1). E foi aí que tudo começou. São palavras suas que a Revista Os Nossos Filhos publicou em 1944:
"Calhou ir a
São-Pedro-de-Alva por aquele tempo pregar na igreja do povo ao povo. O Prior da
Freguesia quer que eu vá mais ele visitar o edifício onde instalara uma escola
nocturna. Era uma sala rasgada, com dependências anexas. Das amplas salas
via-se pousar o céu na Serra do Caramulo e na Estrela gigante. Olhei as
quebradas dos montes, mai-los campos em redor. Indaguei distâncias de água,
índole do povo, facilidades de pão; e debrucei-me no peitoril da janela, a
olhar...Vi o Beco do Moreno,
a cama do artista doente, os quatro filhos sem pão. Não sei que me deu no
peito, que o prior quis saber o que eu tinha! Uma paixão, exclamei:
e falei à moda dos apaixonados que procuram o triunfo nos sacrifícioas e o
êxito na verdade. Fiz uma descoberta no Beco-do-Moreno, disse: quero realizar
aqui o meu pensamento, revelei. Ele disse-me que sim."
Passou-se isto em Maio de 1935 e logo em Agosto, 30 crianças pobres de Coimbra tiveram as suas primeiras férias no campo. As
gentes de S. Pedro de Alva tiveram receio daqueles garotos da rua e temeram
pelos seus bens.
No seu estilo simples e muito próprio, conta-nos o Padre Américo:
"Falava-se em S. Pedro de Alva na colónia
aventura. O dedicado prior da freguesia preparou as coisas. O Dr. Coimbra, mandou
fazer catres, mesas e mochos na fábrica da Estrela de Alva. O farmacêutico [que
seria o Dr. Eduardo Pedro da Silva, velho republicano] dizia aos amigos da botica: que pena ser isto obra de um padre! À chegada, entrei na farmácia como
quem vai indagar preços. Daí a nada, sabia-se no lugar do seu enorme espanto: ele
não é como os outros padres! Ai! que se todos os padres fossem loucos, muita
gente teria juizo! Seduzido pela verdade, ele forma na lista dos donativos e
mais do que uma vez, durante a temporada das colónias, oferece o melhor da sua
casa, ao garoto do tugúrio."
No
entanto, quer de S. Pedro de Alva, quer das terras limítrofes (Paradela, Penacova,
S. Martinho da Cortiça, Poiares) começam a chegar géneros e algum dinheiro.No
segundo ano da Colónia a recepção foi ainda melhor:
"A plateia, que
duvidava do sucesso do ano anterior, começa agora a dar palmas e a dizer que sim;
e já não tem medo que os garotos da rua assaltem as quintas (…) Aparecem
donativos e palavras de encorajamento. Viu-se que a loucura do padre era
simplesmente o arrojo de ter feito o que antes ninguém fizera."
Escreveu ainda Américo Monteiro de Aguiar, o
"Pai Américo":
"Não cai um
passarinho do céu sem que o pai celeste o saiba - verdade eterna. Parece que
fora pregar a S. Pedro de Alva, mas não: fui cimentar as bases do que depois se
chamou e hoje é, Colónias de Campo do Garoto da Baixa."
"A ideia já não
cabe na estreita casa de S. Pedro de Alva (…) Nem a ideia nem os rapazes cabiam
na casa primitiva, onde nasceram os dentes da obra."
E
foi assim que em 1940 abriu a primeira Casa do Gaiato em Miranda do Corvo e a
partir daí estendeu a sua missão social e caritativa a outros pontos do país.
David
Almeida
(1) Era Pároco de S. Pedro de Alva, o Pe José Augusto Ferreira Simões e Sousa.
sábado, outubro 20, 2012
Lorvão celebra as Santas Rainhas Teresa e Sancha
Em 2007 foi publicada uma brochura de 32 páginas, tendo por base uma Conferência proferida em Lorvão em Outubro de 2005. |
Celebram-se amanhã em Lorvão as Festas das Santas
Rainhas, Teresa e Sancha. Há cerca de oito séculos viveu-se grande alvoroço em
Lorvão.
Depois de grande celeuma e discórdia, os monges da
regra de S. Bento, que ali habitavam há séculos, foram "desalojados"
para dar lugar às monjas da mesma congregação, sendo depois o mosteiro entregue
a D. Teresa, filha de D. Sancho I.
Por sua vez, o nome de D. Sancha ficou ligado à
fundação do Mosteiro de Celas, em Coimbra. Em 1705 foram beatificadas pelo Papa
Clemente XI.
O programa de amanhã inclui, pelas 11.30, a
tradicional Missa seguida de Procissão, com a presença da Real Irmandade de
Santa Mafalda de Arouca. Às 15 horas realiza-se o espectáculo "Memórias da
Nossa Terra" pelo Grupo Etnográfico local.
quinta-feira, outubro 18, 2012
segunda-feira, outubro 15, 2012
Livro de António Catela "Tudo Num Momento" foi apresentado em Penacova
Foi apresentado no
dia 13 de Outubro, no auditório do Centro Cultural de Penacova o livro de
António Catela Tudo num Momento. Contou
com a presença do Presidente da Câmara, Humberto Oliveira e a Vereadora da
Cultura, Fernanda Veiga, bem os ex-presidentes do Município, Estácio Flórido e
Maurício Marques. Presentes também muitos
amigos e familiares do autor. A cerimónia iniciou-se com um espaço musical e
com a projecção de uma montagem em vídeo com fotografias biográficas do autor. Uma selecção das suas filhas, oferecida no dia em que, há um ano atrás, completou cinquenta anos de vida.
Como o subtítulo do
livro sugere, Tudo num Momento-do blog ao livro, engloba
uma selecção de textos que desde 2007 foram sendo publicados no blogue com o
mesmo nome. De acordo com o
autor, esta obra vem "concretizar um sonho de menino nunca cumprido". A escrita, e em
especial a escrita romântica, sempre foi a sua paixão. Conforme se pode ler no
Prefácio e numa das Notas Introdutórias "recorrendo a pinceladas de cores
fortes e expressivas, fala do Amor, da amizade, das relações, dos valores, de si
próprio, da família e das (des)ilusões". Por outras palavras, o livro
remete para "o melhor e o pior do quotidiano; os valores éticos, morais ou
a falta deles; os sentimentos nobres, puros e belos que habitam o ser humano e,
acima de tudo, a beleza de uma alma sonhadora" levando-nos a "questionar
os nossos próprios sentimentos e a nossa forma de ser e de estar neste
mundo."
António Manuel
Teixeira Catela, nascido em Luanda em 1961, reside em S. Paio do Mondego onde preside, há 26 anos, à Junta
de Freguesia. Pessoa empenhada também na vida associativa local.
Para o autor, este
livro pretende "ser um tributo ao amor", a esse sentimento que "mais
faz sofrer e alegrar o mundo", que "enlouquece, que faz chorar, que
magoa, mas que também faz sorrir e sonhar".
sábado, outubro 13, 2012
sexta-feira, outubro 12, 2012
Memória fotográfica: o Largo do Terreiro na primeira metade do século XX
Recorte de 1958, sobre o canteiro do Brasão do Concelho que se vê numa das imagens acima |
terça-feira, outubro 09, 2012
Cartas Brasileiras III
Sei lá!
“Sei lá” é uma das maneiras que temos para responder que não sabemos
como é uma coisa qualquer. E por que é assim? Sei lá. E como começa uma carta?
Sei lá! Algumas começam onde a anterior terminou. Por exemplo, em minha última
que intitulei “Um rio para pescar” me fez desaguar em Paulinho da Viola, na
maravilhosa “Foi um rio que passou em minha vinha”.
Pois é, mas antes desse hino de louvor e exaltação à Portela, ele
havia composto “Sei lá Mangueira”, em parceira com Hermínio de Bello Carvalho.
Dizem que a música havia sido composta para um show, mas o parceiro dele
inscreveu a música em um festival; era o tempo dos festivais. A situação ficou
ruim para Paulinho da Viola na comunidade portelense, criou-lhe certo embaraço,
afinal, a Mangueira é uma das escolas de samba concorrente da Portela.
Apenas para recordar, “Um rio que passou em minha vida” começa
assim: Se um dia, meu coração for consultado, para saber se andou errado, vai
ser difícil negar.
Não tendo como negar as maravilhas por ele cantadas sobre Mangueira,
estaria se desculpando diante da comunidade da Portela? Quem sabe. Mas, por que
se desculpar tendo composto duas obras primas da música brasileira!
Estação primeira de Mangueira, esse é o nome oficial da comunidade
do morro; primeira porque é a primeira estação de trem (combóio) do subúrbio
carioca, ou seja, da cidade do Rio de Janeiro. Azul e rosa são as cores da
tradicional escola de samba.
Diz a música: “Vista assim do alto, mas parece um céu no chão, sei
lá, em Mangueira a poesia feito mar se alastrou, e a beleza do lugar, para se
entender, tem que se achar que a vida não é só isso que se vê, é um pouco mais,
que os olhos não conseguem perceber, que as mãos não ousam tocar, e os pés
recuam pisar. Sei lá não sei, sei lá não sei, sei lá se toda a beleza de que
lhes falo sai tão somente do meu coração. Em Mangueira a poesia, no sobe desce
constante, anda descalça ensinando um modo novo de a gente viver, de cantar, de
sonhar, de sofrer. Sei lá não sei, sei lá não sei não, a Mangueira é tão grande
que nem cabe explicação”.
Por que Mangueira parece o
céu no chão? As casas iluminadas no morro criam a sensação, as luzes das casas
as estrelas do céu. São casas simples, de gente humilde, daí porque a beleza do
lugar para ser entendida tem que ser vista com outros olhos. Não podem buscar a
riqueza, mas a beleza da comunidade. O desce e sobe da poesia é a vida daqueles
que vivem no morro, um sobe e desce constante, muitos sem sapatos, descalços.
Enfim, fica mesmo difícil explicar a beleza daquele lugar, afinal a
Mangueira é tão grande que nem cabe explicação; melhor mesmo é ver o vídeo.
"Segue abaixo
uma pequena mensagem com a finalidade de deixar
registrada a presença e a alegria de Cartas Brasileiras pelo lancamento do
livro.
Ao Joaquim
Leitão Couto e David Almeida os cumprimentos e felicitações pelo lançamento do
livro, o qual, certamente, já se converte em mais um "Património de
Penacova", referência e fonte de buscas e consultas sobre as riquezas do
lugar; a comunidade penacovense, sem dúvida, reconhecera o valor de seus
autores e a importância da obra."
P.T.Juvenal
Santos
sábado, outubro 06, 2012
Cinco de Outubro em Penacova: reflexos na comunicação social de hoje
Cartas Brasileiras [Comentários]
Do Brasil, recebemos mais uma sugestão para a rubrica:
"Esse cantinho para Cartas Brasileiras me foi aberto por David Almeida, responsável pelo blog. Através dele pretendo enviar textos na maneira de escrever de um brasileiro, falar coisas sobre o Brasil, matando um pouco a curiosidade, bem como escrevendo crónicas. No entanto, acredito que seria interessante que o espaço fosse também ocupado por outros quantos vivendo fora de Portugal, portugueses ou brasileiros, queiram contar suas experiências." P.T. Juvenal Santos
Uma óptima sugestão. Vamos a isso!
Uma óptima sugestão. Vamos a isso!
sexta-feira, outubro 05, 2012
quarta-feira, outubro 03, 2012
Assembleia Municipal: instalações do tribunal e lei dos compromissos geram troca de acusações em notas de imprensa
NOTA DE IMPRENSA DA CÂMARA MUNICIPAL:
PS colhe aprovação para as novas obras do Tribunal
de Penacova, o PSD fica dividido
Humberto Oliveira, presidente do município de Penacova viu aprovada
pela Assembleia Municipal a sua proposta de avançar com as obras para a
instalação do Tribunal de Penacova.
A bancada do PSD tentou inviabilizar a proposta que permite a
realização das obras para que o Tribunal permaneça em Penacova, contudo, os
membros da bancada laranja dividiram-se, optando ainda alguns pela abstenção, e
havendo que votasse a favor, ao lado dos socialistas.
Humberto Oliveira deixou clara a sua determinação “em não
deixar que o Tribunal saia de Penacova”, referindo que “os cidadãos sabem que
tudo farei para que tenhamos serviços no concelho que nos permitam manter um
nível de vida e de cidadania adequadas, modernas e com qualidade”. Humberto
Oliveira sublinha que “o facto de uma parte da bancada do PSD ter decidido contra
o interesse de Penacova, é uma questão que caberá depois aos cidadãos avaliar,
na altura própria”.
O
projeto defendido pelos socialistas visa requalificar e ampliar a antiga
escola Maria Máxima, no Largo Dona Amélia, aproveitando o antigo edifício municipal inativo,
dotando-o das melhores e mais adequadas condições funcionais para este serviço,
tendo um custo de cerca de 340 mil euros. Este projeto foi definido em
cooperação com o Instituto de Gestão Financeira e de Infra-estruturas da
Justiça.
Lembre-se
que, com o anúncio pela actual Ministra da Justiça da extinção do tribunal de
Penacova, e posterior recuo, o Governo deu mostras de não pretender afetar
verba para as novas instalações do tribunal, que se encontram em mau estado de
conservação. O Governo ignorou assim o seu anterior compromisso com o Penacova.
Por
outro lado, a imposição da Lei dos Compromissos inviabiliza novo investimento
por parte dos municípios, mesmo os que têm capacidade de endividamento, como é
o caso do de Penacova. O presidente do município refere que “o que está
em causa é que o atual Governo bloqueou as políticas municipais e com isso deixou
contradições que não permitem às câmaras desenvolver as estratégias sustentadas
que estavam a seguir”. Humberto
Oliveira lembra que “a responsabilidade fazer esta obra é do Governo, mas como este
não a faz, eu quero assegurar aos cidadãos que não será por causa da Lei
dos Compromissos e das embrulhadas do Governo que o Tribunal sairá de Penacova,
porque este é um serviço que tem de se manter no concelho”.
Por
outro lado, o plano estratégico do município prevê a conversão das atuais
instalações do Tribunal Judicial de Penacova, ao lado da câmara municipal, num
edifício multiusos. Humberto Oliveira volta a lamentar que estando o
financiamento do QREN assegurado e tendo o município desencadeado os concursos
públicos para iniciar a recuperação deste edifício, seja agora confrontado com
a hipótese de afinal os dinheiros comunitários prometidos poderem já não estar
disponíveis para Penacova.
NOTA DE IMPRENSA DO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA:
PSD Penacova votou contra a irresponsabilidade do
Executivo Camarário
Foi com estupefacção que lemos o comunicado da Câmara
Municipal de Penacova, dando conta da aprovação em Assembleia Municipal das
obras para construção de um novo Tribunal em Penacova.
Desde logo porque da ordem de trabalhos da Assembleia não
constou tal ponto nem o assunto foi objecto de discussão ou votação, enquanto
opção política.
Aliás, as obras a realizar pelo Município são apreciadas e
aprovadas aquando da votação do Orçamento e Grandes Opções do Plano do
Município.
A questão do novo Tribunal foi colocada como subponto, em
que se colocava a aprovação de compromissos plurianuais à luz da lei dos
Compromissos.
Segundo esta Lei, a Assembleia Municipal deve aprovar os
compromissos financeiros a assumir pelo Município que tenham impacto em mais do
que um ano económico, porém, tais compromissos só devem ser aprovados se for
garantida a existência de fundos disponíveis. Instado a garantir a existência
desses fundos o Sr. Presidente da Câmara, usando de uma linguagem grosseira e
pouco apropriada para uma pessoa com as suas responsabilidades, disse não
assegurar a existência de fundos disponíveis positivos.
A Lei dos Compromissos, proíbe que se assuma despesa sem que
estejam assegurados fundos disponíveis, ou seja, dinheiro para a pagar, sob
pena de responsabilidade civil, criminal, disciplinar e financeira dos
responsáveis pela decisão. Ora, perante a atitude irresponsável do Sr.
Presidente da Câmara em querer aprovar compromissos sem garantir fundos
disponíveis, o PSD não teve outra alternativa senão votar contra, uma vez que
os seus eleitos não querem pactuar com atitudes contrárias à lei. Além do mais,
que credibilidade merece um executivo que, por falta de pagamento ao empreiteiro,
mantém as obras do Centro Escolar de Lorvão paradas há mais de 4 meses?
Não estava em causa, portanto, o mérito do que era proposto,
mas o cumprimento da legalidade. Tanto mais que a questão da construção do
Tribunal já foi objecto de debate e deliberação e o próprio PSD já por várias
vezes chamou a atenção do executivo para a necessidade urgente de uma solução
para o Tribunal. Pensamos até que o executivo Municipal demorou
intoleravelmente em encontrar uma solução, tendo colocado por isso em causa a permanência
do Tribunal em Penacova. Acrescentamos mesmo que, por exemplo, se em 2011 o Sr.
Presidente da Câmara tivesse dispensado algum pessoal político dos muitos que
agora recebem salário do Município, teria sido possível criar há mais tempo um
espaço com melhores condições para a instalação do Tribunal.
Quanto à diferença de sentido de voto entre os eleitos do
PSD, ela aconteceu neste caso, simplesmente pela impossibilidade de todos
entenderem o que estava em causa em termos de implicações relativamente às
votações, naquele momento.
No próprio Partido Socialista, se verificou, nesta mesma
Assembleia, divergência de votos entre membros da bancada, com os presidentes
de Junta do PS presentes a votarem ao lado do PSD numa questão tão importante
quanto a reforma da Administração local, ou quando a bancada do PS, na mesma
assembleia votou maioritariamente contra uma proposta do presidente da câmara
Humberto Oliveira, tendo-se verificado o ridículo de o Sr. Presidente de Câmara
ver uma proposta sua viabilizada com os votos favoráveis do PSD.
É absolutamente lamentável que o executivo municipal brinque
com a comunicação política, tentando obter dividendos políticos através da
informação deturpada. Trata-se de um puro ato de “chico-espertismo”! O
executivo municipal parece justificar com a informação deturpada o fracasso da
gestão Municipal.
Comissão Política do Partido Social Democrata – Secção de
Penacova (02/10/2012)
02 de Outubro de 2012
Subscrever:
Mensagens (Atom)