08 janeiro 2016

A freguesia de Carvalho foi anexada ao concelho de Penacova em 1927. O quê ?!


Com a reforma administrativa recente, o concelho de Penacova, que tinha 11 freguesias, passou a ter apenas 8, resultado da fusão de algumas delas. Refere-se no site da Câmara Municipal que “até 1855 apenas 5 freguesias faziam parte do concelho de Penacova: Penacova, Carvalho, Figueira de Lorvão, Lorvão e Sazes do Lorvão. Como consequência das reformas administrativas do século XIX, a fisionomia do concelho alterou-se profundamente, recebendo sob a sua jurisdição as freguesias de Farinha Podre, Friúmes, Oliveira do Cunhedo e Travanca. Em 1898, passariam a integrar o Concelho as freguesias de S. Paio da Farinha Podre e Paradela da Cortiça, completando as onze freguesias, distribuídas por 220 Km2.”
No entanto, também no mesmo site (onde se apresenta uma resenha sobre cada uma das freguesias) e noutras publicações, surge a indicação de que a freguesia de Carvalho foi  “anexada ao Concelho de Penacova em 1927”.  Como assim?
Este dado tem vindo a intrigar-noshá algum tempo: quem terá lançado esta confusão? Ou terá mesmo fundamento?
Nenhum documento consultado sobre a evolução político-administrativa do nosso concelho nos leva a concluir tal facto.

Bastará conhecer um pouco da história de Penacova para achar que há aqui algo “que não bate certo”. No entanto, ainda não esgotámos as pesquisas no sentido de averiguar a sua veracidade. Num momento em que – e com isso nos congratulamos – se verifica um aumento de pessoas interessadas pelo passado penacovense, e em que, por exemplo,  nas redes sociais começa a ser moda perguntar “Quem se lembra”, “Quem isto, quem aquilo...” ficamos a aguardar que alguém nos possa confirmar ou infirmar que Carvalho passou para o concelho de Penacova em 1927.

06 janeiro 2016

Penacova 1898: um retrato (III)

Prosseguimos com a publicação do relatório que em 1898 a Câmara apresentou ao Ministro das Obras Públicas, Elvino de Brito. Na primeira parte aqui transcrita, fazia-se a caracterização geográfica e sócio - económica do concelho; no segundo texto, dava-se conta da situação da indústria, incluindo a extractiva. Concluía-se que, não fora a emigração para o Brasil, Penacova atravessaria na altura uma situação ainda mais grave. No excerto de hoje, que poderíamos intitular de "Economia do Tempo", adiantam-se algumas soluções para muitos dos "constrangimentos" existentes.

Vejamos:

“Diversas medidas legislativas podem, no nosso entender, animar esta regeneração nascente e promover neste concelho uma prosperidade de que ele nunca gozou.
Desde que só pelo trabalho inteligente do homem se aproveita e valoriza a feracidade natural do solo, a primeira coisa que se deve procurar é a economia do tempo; e a este respeito, alguma coisa há a fazer, simplificando muitos serviços.
Por exemplo: pela actual lei do recrutamento estão quase todos os mancebos , maiores de 20 anos, sujeitos ao serviço militar da 2ª reserva, e, em virtude do disposto no regulamento dos serviços de reservas, não podem os reservistas ausentar-se do seu concelho por mais de trinta dias sem participarem, na respectiva administração do concelho, aquele para onde vão residir – um dia perdido; depois, deve o reservista apresentar-se na administração do concelho para onde vai residir dentro de 30 dias – outro dia perdido.
Se novamente regressar ao seu concelho passados dois ou três meses terá de perder outros dois dias.


Mas ainda o pior é que em muitos casos (e aqui dá-se isso com os sarreiros, ceifeiros, corticeiros, negociantes de palitos, etc) os reservistas passam na época própria do ano a exercer a sua profissão por grande parte do país, não se fixando em determinado concelho; estes têm que optar pela transgressão do regulamento, suspeitando-se as consequências, ou pela miséria proveniente da falta de trabalho. Melhor seria exigir apenas a mudança de domicílio quando os reservistas fossem para outro concelho com ânimo de fixar nele a sua residência, tanto mais que podem ser prevenidos pela imprensa periódica ou pelas famílias do seu chamamento ao serviço ou à revista.
Os serviços administrativos nos concelhos e paróquias têm uma ordenação de tal forma complicada que é muitas vezes impossível encontrar pessoal com as suficientes habilitações para bem desempenhar os diversos cargos; e a iniciativa local é entorpecida e esterilizada, especialmente nas corporações de fraca receita, como são muitas câmaras municipais e quase todas as juntas de paróquia, pelas excessivas formalidades que as leis exigem sem vantagem de fiscalização que compense.
Deve dar-se mais liberdade às corporações locais e tudo o que se fizer neste sentido merecerá agradecimento dos povos.”

CONTINUA




02 janeiro 2016

Neste início de Ano e nos 50 anos do nicho em Travanca, invocar a protecção de N.ª Srª dos Caminhos

Recordamo-nos da sua inauguração. Tempos da escola primária. Um acto simples mas cheio de devoção e fé. Os grandes mentores desta obra foram a professora Maria da Piedade Madeira Marques (hoje a viver em Telhado) e o Pároco Padre Jorge Marques dos Santos (que dois anos depois deixaria a paróquia).
Ao longo destes 50 anos, muitas vezes ali passámos  e invocámos a sua protecção. Protectora nas viagens do dia a dia, protectora neste peregrinar que é a vida de cada um.
O pequeno nicho lá continua. O espaço adjacente mantém-se cuidado. No entanto, a imagem apresenta sinais de deterioração. O material de que é feita será um pouco frágil e também não podemos esquecer que já lá vão 50 anos.
Aqui fica um recorte do jornal que então se publicava no concelho, o Notícias de Penacova (Maio de 1966): 

“Nicho a Nossa Senhora dos Caminhos  - Através das colunas do Notícias”, tivemos conhecimento que pelo Natal, a mocidade desta terra, com o auxílio do Rev. Pároco e da Ex.ma Professora, organizaram uma pequena récita com o fim de angariar fundos para a construção de um nicho a Nossa Senhora dos Caminhos.
Como até à data nada mais tivesse sido publicado, levava-nos a crer que nada tivesse sido realizado, o que nos surpreendeu quando há dias ao visitarmos esta terra, deparamos com um pequenino nicho há pouco construído à entrada da povoação do Coval. Aproximamo-nos e verificámos pela sua imagem que se trata do falado nicho a Nossa Senhora dos Caminhos.
Dado isto, apressamo-nos a trocar impressões com alguém, para o que escolhemos o nosso amigo José O. Henriques, que nos deu algumas informações sobre a sua construção e ainda sobre a sua inauguração ocorrida em 25 de Março p. passado.
Sem dúvida alguma que o referido nicho foi erguido num óptimo local que se tornará ainda mais belo depois de crescidas as roseiras plantadas à sua volta.
Boa iniciativa a da mocidade e ainda do Rev.do Pároco e da Ex.ma Professora que não se pouparam a sacrifícios para levarem avante os seus planos. Que a todos Nossa Senhora recompense, são os nossos votos, ao mesmo tempo que os felicitamos.”



31 dezembro 2015

Apontamentos sobre o Apocalipse de Lorvão ( II)

E outro anjo saiu do templo,
clamando com grande voz
ao que estava assentado sobre a nuvem:
 Lança a tua foice, e sega;
a hora de segar te é vinda,
 porque já a seara da terra está madura.

Apocalipse 14:15
A iluminura é um modo de apreensão do conhecimento procurando atingir o invisível através daquilo que é visível.
Com o aumento da procura dos livros, os copistas começaram a requintar o seu trabalho. Aumentou-se o tamanho e deu-se cor e enfeite às letras iniciais. Posteriormente colocaram-se outros ornatos nas margens das páginas e, finalmente, introduziu-se a iluminura (ou miniatura) onde as imagens e cores tinham uma simbologia própria.
As obras eram produzidas nos Scriptorium, onde os monges se ocupavam da cópia do texto e da sua "iluminação". Quanto maiores as posses dum mosteiro, maior a possibilidade de terem uma boa biblioteca e um bom scriptorium.
As “folhas” eram feitas de pele de animais que depois de tratadas formavam os “bifólios”. Para as cores, tinham de ser preparadas as tintas a partir de pigmentos. Primeiro eram aplicadas as cores pálidas e as camadas mais vivas. Só depois as cores mais fortes; a seguir, os contornos a preto ou castanho-escuro e, no final, os detalhes nas folhagens e personagens, feitos com um pincel fino. As cores predominantes eram o vermelho, o azul e o dourado. 
Em Portugal existiram três importantes scriptoria: Santa Cruz de Coimbra, Alcobaça e S. Mamede de Lorvão. Foi neste mosteiro que foram feitos os manuscritos mais ricos e criativos em imagens sagradas deste período: o Apocalipse de Lorvão e o Livro das Aves.
Recorde-se que em Outubro a UNESCO inscreveu no Registo da Memória do Mundo o conjunto de manuscritos dos Comentários do Apocalipse de Beato de Liébana existentes na Península Ibérica: dois portugueses «Apocalipse de Alcobaça» e o «Apocalipse de Lorvão»  - único «Beato»  ilustrado existente no nosso país - e nove espanhóis, em resultado de uma candidatura conjunta de Portugal e Espanha, apresentada em 2014 e intitulada Manuscritos do Comentário do Apocalipse (Beatus de Liébana) na Tradição Ibérica.
A nível europeu chegaram até nós cerca de 34 cópias, entre as quais 27 iluminadas. Estes códices são também conhecidos como “Beatos” por conterem a cópia do «Comentário ao Apocalipse» atribuído ao monge Beato de Liébana, que viveu nas Astúrias na segunda metade do século VIII.
Uma das ilustrações mais conhecidas do Apocalipse de Lorvão é a colheita e vindima representando Cristo - o juiz - com a coroa da vitória que, de foice em punho, se prepara para ceifar a seara seca, envenenada pelo pecado, apenas prestando para alimentar o fogo.
Como sabemos, na Bíblia o Juízo Final é comparado à ceifa e à vindima. Por isso, também um anjo aparece com uma foice na mão, cortando os cachos envenenados pela rebeldia humana e lançando-os no lagar da ira de Deus, onde são pisados e espremidos”. 

30 dezembro 2015

Penacova 1898: um retrato (II)

Em finais do século XIX o governo solicitou às “camaras municipaes do paiz” um relatório sobre as condições de vida dos “povos”, suas necessidades e aspirações, conforme se referiu anteriormente.
Continuamos a publicar o documento que a Câmara de Penacova remeteu ao Governo chefiado por Luciano de Castro em 1898:

“No reino mineral são dignas de menção as pedreiras de mármore de Sazes e de calcário das freguesias de Sazes e Penacova de que se extrai cal preta de primeira qualidade, e as de granito, para cantaria e mós, das freguesias de Penacova e Friúmes.

Não há neste concelho minas em exploração, não obstante ser carbonífero o terreno ao sul da serra do Bussaco. Estão registadas nesta comarca, no corrente ano, em favor de Carlos Leuschner e outros, dez minas de metais preciosos, carvão, ferro, chumbo e outros metais.

Não há indústrias dignas de serem especialmente mencionadas a não ser as de madeira, lenha, cal e palitos.

Dadas as condições naturais do solo a persistente actividade da população deste concelho, devia a sua riqueza ser muito maior e o bem estar mais geral. 
Este facto é devido a causas várias, que vamos apontar, algumas das quais são gerais e outras privativas deste concelho.

Começou a crise neste concelho com a abertura da linha férrea da Beira Alta, afectando toda a população das margens do Mondego pela supressão, quase completa, da indústria de barcagem que se fazia entre a Figueira e a Foz do Dão.

Logo a seguir a filoxera devastou as vinhas e outras moléstias secaram grande parte dos olivedos e castanhais, ficando, por estes motivos, muitos braços sem trabalho e muitas famílias sem suficientes meios de subsistência. 

Mas nem se organizaram bandos precatórios [ peditórios na via pública] nem a propriedade foi menos respeitada; desenvolveu-se a emigração extraordinariamente, o que determinou a afluência de capitais, vindos principalmente do Brasil, com que se sustentam muitas famílias e se procura restaurar a cultura da vinha e melhorar todas as outras.”


CONTINUA

28 dezembro 2015

Martins da Costa: 10 anos depois da sua morte

AUTO-RETRATO
Foi em 13 de Abril de 2005 que o pintor João Martins da Costa faleceu na capital da Beira Alta. Não em Penacova, onde desde os anos setenta viveu, ali na Costa do Sol, e onde foi professor. Picasso lhe chamavam carinhosamente os seus alunos.
Nascera em Coimbra em 28 de Junho de 1921 mas os seus  pais eram penacovenses: José da Costa e Cacilda Martins. O seu avô materno fora industrial de latoaria na vila e o paterno, Abílio Costa, tinha sido proprietário de um veículo que servia de diligência entre a cidade dos estudantes e Penacova.
Frequentou o curso superior de Pintura da Escola de Belas Artes do Porto, onde foi discípulo de Dordio Gomes e de Joaquim Lopes. Premiado diversas vezes na escola, concluiu o curso em 1947 com a classificação de 18 valores.
Em comentário a uma referência que o Penacova Online fez em 2012, escreveram Óscar Trindade e António Luís, respectivamente:
 “O Prof. Martins da Costa, foi meu professor de desenho. Um grande homem, algo austero mas também amigo. Sua esposa, Profª. Rosa, também me deu aulas de desenho. Recordo o dia em que ela me convidou para ir a sua casa e me mostrou as obras de arte do prof. Martins. Fiquei encantado com as pinturas expostas numa sala, que penso ter sido o seu atelier. Como é (ou era) habitual na nossa terra, a arte é (ou era) pouco valorizada e nada se fez, então, para que o espólio deste professor / artista ficasse em Penacova. Ao ler a crónica pode-se concluir que este SENHOR era um artista multifacetado, tendo em conta a sua arte na pintura e nas letras.”
Capa do Jornal de Penacova
24 de Abril de 2005
“Um dos melhores professores que tive na minha passagem pelas escolas de Penacova... Martins da Costa não era mais um "carneiro". Pensava com a sua cabeça e quase sempre muito bem!”
E em 2014, escrevia também Álvaro Coimbra no seu blogue Livraria do Mondego “O artista, o pintor, deixou uma obra extraordinária. O seu traço sensível e, ao mesmo tempo, firme e exato viajou por cidades como Florença, Porto, Londres, mas na última etapa da sua vida escolheu este cantinho. Pintou-o de vários ângulos, com um olhar muito próprio e deu-o a conhecer ao mundo. Penacova está em dívida para com ele, mas esse reconhecimento deve estar à altura da sua obra.” 

26 dezembro 2015

Apontamentos sobre o APOCALIPSE DE LORVÃO (I)


Em meados de Outubro passado, o Apocalipse de Lorvão, famoso pelas suas iluminuras, foi inscrito como registo da Memória do Mundo pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).  
No século VIII, Beato de Liébana, clérigo asturiano,  escreveu o Comentário ao Apocalipse.
Mais tarde, no século XII (c. 1189), o monge Egas (ou Egeas) fez, no Mosteiro do Lorvão, uma cópia dessa obra, acrescentando comentários pessoais e ilustrando-a,  ficando assim conhecida como Apocalipse de Lorvão.
“A iluminura tem no período românico um lugar de destaque, pois o homem sentia  necessidade de explicar os textos através da imagem, A imagem serve de intermediário visível para atingir o invisível, é uma técnica diferente de apreensão do conhecimento.” – escreve  F. Brand, autor que iremos seguir de perto nestes apontamentos. 
Refira-se que outros documentos relativos a Portugal foram também já declarados Memória do Mundo: a Carta de Pêro Vaz de Caminha (1500), a versão castelhana do Tratado de Tordesilhas (1494) e o Diário da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia (1477-1499).
O Apocalipse de Lorvão, em conjunto com O Livro das Aves (datado de 1184 e do mesmo autor) são considerados como os manuscritos mais ricos e criativos em imagens sagradas, considerando o período em que foram feitos. O Comentário ao Apocalipse foi copiado por Egeas em 1198, o que é atestado pela presença do seu nome e data no cólofon  (a nota final de um manuscrito ou de um livro impresso): “Iam liber est scriptus / qui scripsit sit benedictus / qua … / ERA MCCXIIa [1189] / Ego egeas qui hunc librum scribsi si in aliquibus / a recto tramite exivi, delinquenti indulgeat / karitas que omnia superant.”
Este manuscrito é formado por 223 fólios com cerca de 340 x 247 mm e é constituído por 70 histórias, cada uma com uma ilustração. Constitui o único exemplar em que sistematicamente a imagem comenta o texto. É considerado como apresentando as melhores iluminuras, mas também aqui não existe consenso entre os estudiosos. Wilhelm Neuss chega mesmo a considerar as ilustrações extremamente primitivas e infantis.
Pensa-se que terá havido, além do copista (Egeas) mais dois iluminadores. Têm essa opinião, por exemplo, Peter Klein e Adelaide Miranda. No entanto alguns afirmam serem um só, o monge copista e o iluminador.

CONTINUA

23 dezembro 2015

Cartas Brasileiras: OPERAÇÃO LAVA-JATO


No Brasil, “lava-jato” é um serviço, geralmente, prestado em postos de combustíveis, ou em áreas próprias, destinado à lavagem rápida de veículos, muitas vezes utilizando máquinas automatizadas e pouca mão de obra.
O termo “lavar dinheiro” é oriundo da máfia que se utilizava de lavanderias de roupas para “limpar”, “esquentar” o dinheiro sujo do jogo, da prostituição, da droga, da venda ilegal de bebidas (lei seca nos Estados Unidos) e da corrupção.
Com a junção dos dois conceitos, no Brasil, a Operação Lava-Jato foi desencadeada, em março de 2014, com o cumprimento de mais de uma centena de mandados de busca e apreensão, prisões temporárias, preventivas e conduções coercitivas, inicialmente com foco na Petrobras.
Descobriu-se um esquema escandaloso de obras superfaturadas, pagamentos de subornos e propinas a diretores da empresa, a partidos políticos (PT, PMDB e PP), a políticos e diretores de partidos. 
A Petrobras, uma das maiores empresas do mundo, enfrenta hoje dificuldades, enquanto o esquema de assalto à empresa teria surrupiado cerca de R$10 bilhões, como inicialmente previsto, algo como US$2 bilhões de dólares, mas que hoje estima-se ter sido superior a US$10 bilhões. O escândalo no Governo Dilma (PT) ganhou a alcunha de Petrolão, em uma referência ao Mensalão ocorrido durante o Governo Lula (PT).  Hoje já se sabe que os dois esquemas de corrupção são bem semelhantes, parecem interligados, sendo o segundo continuação do primeiro. 
O processo Lava-Jato conduzido pelo Juiz Sergio Moro já condenou diversos empresários, donos das maiores empreiteiras brasileiras, estão presos. Outros com prisão cautelar aguardam o final do processo. Muitos aderiram à “delação premiada”, pela qual, mediante o fornecimento de informações sobre o esquema conseguem reduzir suas penas.
As prisões, delações de pessoas próximas ao ex-presidente Lula, bem como denúncias, convocações para prestar esclarecimento na Polícia Federal, têm agitado ainda mais o meio político.
A cenário é preocupante. O presidente da Câmara que vai enfrentar processo de afastamento por quebra do decoro parlamentar, teve a residência oficial invadida pela polícia federal, em busca de provas contra denúncias que pesam sobre ele; no mesmo dia, dois ministros do atual governo sofreram o mesmo tipo de ação.
            Na Câmara Federal, a Presidente da República enfrentará processo de Crime de Responsabilidade por descumprimento do orçamento e utilização de verbas suplementares sem autorização do Senado, que poderá redundar em “impeachment”.
            Por tudo, está difícil receber de amigos e conhecidos votos de Boas Festas. 
           Porém, deixando de lado o egoísmo, desejo a todos os leitores do blog FELIZ NATAL e ótimo 2016. 

P.T.Juvenal Santos – ptjsantos@bol.com.br

Cartão de Boas Festas de Paulo Santos
 [na imagem, seus netos Thiago e Kamila]



20 dezembro 2015

Apresentado em Coimbra o livro infanto-juvenil “Teresa de Portugal”

As autoras aquando do lançamento em Lorvão
"Teresa de Portugal" é um livro infanto-juvenil editado pelo Município de Penacova com autoria de Paula Silva e ilustrações de Cristina Carvalho e da autora. Lançado em Lorvão no passado dia 16 de Outubro, aquando das Comemorações dos 300 anos da Trasladação das Santas Rainhas, foi apresentado hoje na FNAC do Forum Coimbra, procurando assim, chegar a um maior número de leitores. Deste modo, o mesmo pode agora ser adquirido também naquele espaço comercial, além da Biblioteca Municipal de Penacova.



Pretende-se a divulgação de uma figura da nossa História e particularmente da história do Mosteiro de Lorvão e do nosso concelho. Esta iniciativa releva de inegável valor na medida em que através da imagem e do texto acessível, desperta no público infanto-juvenil um maior interesse pela história local.

Trata-se de um trabalho, muito bem conseguido, especialmente dirigido ao público escolar. Escreve o Prof. Dr. Nelson Correia Borges no Prefácio: “De uma forma simples e atractiva poderão assim conhecer, entender e até venerar esta Santa Teresa de Lorvão, Santa Teresa de Portugal, rainha, mulher,mãe, monja de grandes virtudes”

Na apresentação de hoje, Maria Alegria Fernandes Marques, professora da Universidade de Coimbra (que tem um estudo publicado sobre a temática) traçou uma esclarecedora síntese sobre a vida de D. Teresa.

No site da Câmara Municipal podemos ler:

Teresa, a Inquebrantável (1178 - 1250):

Filha legítima de D. Sancho I e D. Dulce, foi esposa de Afonso IX de Leão, de quem teve três filhos. Declarada nula a união - os noivos eram primos - regressou a Coimbra onde recebeu por doação de seu pai, o Mosteiro de Lorvão,que haveria de reformar, em 1206, para a Ordem de Cister. Sob o hábito cisterciense e, apesar de Senhora do Castelo de Montemor-o-Velho, do termo da vila e de todos os seus rendimentos, haveria de viver em Lorvão até à sua morte, em 18 de Junho de 1250.