18 março 2011

Penacova, o Mondego e a Lampreia

Faz agora um ano que teve lugar o lançamento do livro "Penacova, o Mondego e a Lampreia", tendo como autores os biólogos Fernando Correia, e Carlos Fonseca, da Universidade de Aveiro, o primeiro natural da Pampilhosa e este último natural de S. Pedro de Alva. Na sessão de lançamento, o Prof. Pedro Raposo, da Universidade de Évora, avançou com a ideia da criação de um Centro de Interpretação Ambiental focado na Lampreia e no Rio e alertou para os obstáculos que se colocam ao natural desenvolvimento desta espécie, como sejam a construção de açudes, a exploração de areias e a poluição. Referiu a urgência das obras de construção da escada de peixe ( que finalmente estão em curso ) e apelou para a necessidade duma intervenção nos açudes existentes a montante de Coimbra.
Nem sonhava aquele investigador que, passados oito meses, além desses problemas, o Mondego - ou melhor, aqueles que o amam - foi confrontado com mais uma ameaça: a construção de uma mini-hídrica na zona da Foz do Caneiro. Ironicamente, quando depois de dez anos de luta pela construção da escada de peixe, tal se torna realidade, eis que surge no horizonte o espectro da construção duma obra em sentido contrário. Perante esse propósito Penacova já se insurgiu, antes e depois de nos virem dizer para não nos preocuparmos, porque essa obra será, afinal, uma mais-valia para o concelho, também no aspecto ambiental. Mas, como se costuma dizer, quando as promessas são muitas o povo desconfia…
Excerto de artigo nosso, escrito em 23 de Dezembro de 2010 e publicado no Frontal de Dezembro
Veja Diário de Coimbra de hoje
Protesto em canoa
para “encalhar” mini-hídrica

13 março 2011

VIII Capítulo da Confraria da Lampreia: um testemunho que nos chega da Madeira


Respondendo a um convite que formulámos, recebemos um testemunho pessoal e um álbum de fotos, que com todo o gosto publicamos:
PARTICIPAÇÃO NO VIII CAPÍTULO DA CONFRARIA DA LAMPREIA EM PENACOVA DA ACADEMIA DAS CARNES! CONFRARIA GASTRONÓMICA DA MADEIRA
OPINAO PESSOAL DA CONFRADE MERÍCIA
Sinto-me feliz por ter tido a iniciativa de ir e partilhar convosco este Evento Confrádico de imensa qualidade.
Efectivamente, adorei a forma como me receberam, bem como à minha amiga de Lisboa, Alecky, também nossa confrade bem como os nossos convidados. Foram de uma simpatia e afabilidade extraordinárias!
Gostei de assistir à Cerimónia de Entronização de Novos Confrades, da Oração de Sapiência, proferida pelo Dr Carlos Fonseca e todo o envolvimento inerente. Achei muito bonita a lenda da lampreia e Hino da vossa Confraria.
O almoço decorreu forma harmoniosa num ambiente de confraternização digno de uma Confraria muito bem estruturada e organizada.
Adorei todas as iguarias , nomeadamente o Tradicional Arroz de Lampreia, considerado por vós um dos melhores petiscos da Gastronomia Portuguesa.
Tive também o prazer de saborear os vossos deliciosos doces conventuais de Lorvão…Fantásticos!!!!
Observei o esplendor da natureza, o vale verdejante, o rio com os seus meandros. Fez lembrar a minha Terra Natal, também um vale lindo, profundo, verdejante, fantástico, a Norte da Ilha da Madeira , conhecido por todos os confrades que visitam a Madeira aquando do Capítulo da nossa Confraria, dado que tem sido o local de eleição para o almoço do primeiro dia do nosso capítulo, sendo o sábado respectivo.
Obrigada em meu nome e em nome do Sr Presidente da Academia das Carnes Confraria Gastronómica da Madeira, Sr Gregório Freitas, pela vossa maravilhosa recepção.
Bem hajam!
Cordiais Saudações
Merícia Mendes

Novidades na blogosfera penacovense: Travanca em Movimento

VIsite AQUI

12 março 2011

Centenário da República: as Festas da Árvore...também em Penacova


Cartaz alusivo à Festa
da Árvore na Amadora

No dia 15 de Março de 1914, realizou-se em muitas escolas do nosso concelho a Festa da Árvore. Em S. Pedro de Alva terá sido no dia 8 pelo facto de nesse dia haver a repetição de  eleições locais.
Na escola do sexo feminino de Penacova, na Avenida 5 de Outubro, teve lugar uma sessão solene, presidida pelo Dr. Rodolfo Pedro da Silva. Também usou da palavra o Dr. Alberto de Castro, advogado, bem como César Queirós em nome de António Casimiro. Também o “jovem” Júlio Miguel Rodrigues, realçou a importância da árvore. Depois da cerimónia na escola, plantou-se uma árvore na Av. 5 de Outubro , outra no largo da capela de Sto António e outra junto ao Mirante, onde decorreu um lanche.
A Filarmónica Penacovense abrilhantou os festejos e constitui-se mesmo para o efeito uma Tuna formada pelos senhores António Montenegro, António Casimiro, Joaquim Cabral, António Cabral, Alves Coimbra, António Mendes Cabral, José Alberto dos Santos, António Assunção e Mário Viseu.
No jornal publicado na semana seguinte, as professoras da vila farão um agradecimento público. Eram elas: Laurinda da Glória Pinto da Cunha, Virgínia dos Santos Malva e Maria Eduarda da Encarnação.
 A República e o culto da Árvore

A implantação da República a 5 de Outubro de 1910 trouxe à sociedade portuguesa um conjunto de novos valores e símbolos.Entre estes destaca-se o culto da árvore. Por outro lado, com a introdução do ensino laico, a disciplina de religião e moral foi substituída por uma cadeira de educação cívica, em que a natureza e a floresta eram centrais.Ao culto da árvore associam-se a realização de manifestações cívico-pedagógicas designadas de Festas da Árvore. A "simbologia da árvore" tem também "muito a ver com a simbologia maçónica", segundo Maria Cândida Proença, veja-se a relação com as "árvores da liberdade", da "religiosidade cívica que acompanhou a Revolução Francesa"."É uma simbologia do renascer e do ressurgir, com um significado que vai da prosperidade, à riqueza, à justiça".

11 março 2011

Reparos dos nossos leitores: acessos a Carvalho em muito mau estado


Fotografias que nos foram enviadas por utentes desta estrada (próximo do cruzamento para Carvalho Velho, e um pouco mais à frente a caminho de Carvalho).

06 março 2011

Vítor Matias e Humberto Matias, nascidos no Porto da Raiva: embaixadores de Penacova através da Pintura

Ambos penacovenses, Humberto Matias (nome também muito conhecido no Fado e na canção de Coimbra)e Vítor Matias, irmãos, nascidos no Porto da Raiva, são hoje dois nomes da pintura que muito honram o nosso concelho. Agora que temos um Centro Cultural e condições mais condignas, deixamos a ideia de uma exposição destes e de outros pintores penacovenses, o que muito dignificaria o panorama cultural de Penacova.
Vitor Matias trabalhou com Carlos Ramos, pintor que apresentámos recentemente.


Vistas de Penacova de Humberto Matias
 
Lavadeiras, de Vitor Matias


Humberto Matias

Vitor Matias


Saiba mais sobre Vitor Matias e sobre Humberto Matias

XV Recenseamento Geral da População e V Recenseamento Geral da Habitação

Inicia-se esta segunda-feira, dia 07 de Março, a maior operação estatística realizada em Portugal. Os Censos realizam-se de 10 em 10 anos, sendo uma operação que promove um contacto de proximidade com as populações, mobilizando estimadamente cerca de 30 mil colaboradores.
Para quem não têm conhecimento, segundo os Princípios e Recomendações da ONU (2006), os Censos são entendidos como processos normalizados de recolha, tratamento, avaliação, análise e difusão de dados referenciados a um momento temporal específico e respeitantes a todas as unidades estatísticas (indivíduos, famílias, alojamentos e edifícios) de uma zona geográfica bem delimitada, normalmente o país. Assim, de um modo mais simples e simplificado podemos referir que o objectivo dos Censos 2011 é o de recensear todos os cidadãos e famílias residentes, ou apenas presentes, no território português, independentemente da sua nacionalidade, bem como todos os alojamentos e edifícios destinados à habitação. Convém frisar que a recolha de dados decorre simultaneamente em todo o território nacional, e a resposta é obrigatória por Lei. Para além de ser um direito, o recenseamento assume-se como um dever de cidadania. Ao responder aos Censos, cada cidadão está a “contar” para a “fotografia” da população e do parque habitacional. Essa fotografia só terá qualidade se reflectir a realidade de todos e de cada um. Ao não responder, estará a impedir a nitidez e o rigor desse retrato e das medidas que, a partir dele, forem tomadas.

Os resultados obtidos após concluído o recenseamento são inestimáveis indicadores, preciosas ferramentas de trabalho ao dispor dos Governos e das Autarquias para delinear linhas de acção e políticas para o futuro.
Sendo um processo que tal como salientei anteriormente, privilegia o contacto directo com a população, os recenseadores desempenham um papel bastante importante, pois são eles os verdadeiros elos de ligação entre a população e o INE. Assim para evitar, ou diminuir, as tentativas de burla que pontualmente se poderão verificar, os recenseadores irão trazer um cartão de identificação com a sua fotografia, número de bilhete de identidade/cartão de cidadão, e o número de contribuinte, encontrando-se o mesmo documento identificativo carimbado pela Junta de Freguesia. Assim, os recenseadores serão facilmente identificáveis, até porque serão oriundos para zona onde estão a realizar a actividade censitária.
O INE recomenda que nunca dê dinheiro a alguém que hipoteticamente se apresente como recenseador, e caso desconfie de alguma movimentação estranha, não hesite em contactar o GNR local, pois esta força de segurança têm indicação do nome de todos os recenseadores a colaborar com o INE, e poderá proceder ao cabal esclarecimento, ou actuar em caso de burlas, ou tentativa das mesmas.
Em suma, urge mais uma vez salientar, que os recenseadores estarão visivelmente identificados e prestarão todos os esclarecimentos, e eventual apoio, necessários ao preenchimento dos questionários.

Face ao último Censos realizado em 2001, o INE no conjunto de estudos piloto, testes e outras experiências, disponibilizou, acompanhando o desenvolvimento tecnológico, a possibilidade das pessoas poderem fazer o recenseamento através da Internet. No momento da distribuição dos questionários, será entregue um envelope que contém um código de identificação e uma password, que possibilitam o recenseamento através da Internet. Quem não dispõe de computador e/ou ligação à internet poderá usufruir do balcão e-Censos em todas as Juntas de Freguesia, onde é possibilitado à população o acesso a um equipamento informático com ligação à Internet. Se optarem por fazer o recenseamento pela internet poderão verificar tratar-se de um procedimento mais cómodo e mais rápido.
Todos dados individuais recolhidos, quer através do recenseamento por papel ou internet, destinam-se apenas a fins estatísticos, são confidenciais e estão sujeitos a segredo estatístico, pelo que não podem ser divulgados. Todos os profissionais envolvidos na execução dos Censos estão obrigados, por Lei, ao dever de sigilo, podendo, em caso de infracção (nunca ocorrida) ser processados civil e criminalmente.

O processo censitário decorrerá sensivelmente ao longo de oito semanas, decorrendo no período de 7 de Março a 24 de Abril do presente ano, podendo ser alargado, caso seja necessário, para proceder ao controlo da qualidade da informação recolhida. Os trabalhos de campo encontram-se divididos em 4 fases que passo a apresentar.

Fase 1: De 7 a 20 de Março: Distribuição da documentação aos cidadãos
Fase 2: De 21 a 27 de Março: Resposta só pela Internet
Fase 3: De 28 de Março a 10 de Abril: Resposta pela Internet e em papel
Fase 4: De 10 a 24 de Abril: Resposta só em papel

É importante também referir a existência de uma linha de apoio disponibilizada aos cidadãos através do número 800 22 2011 (chamada gratuita), estando em funcionamento nos dias úteis das 9 horas às 20 horas, a partir do dia 1 de Março até ao final do processo de recolha.

Portugal conta connosco. Nós contamos consigo. Participe colaborando com os recenseadores.
Atenciosamente,

Pedro Alpoim – Delegado do INE para o Concelho de Penacova

05 março 2011

81º Aniversário dos Bombeiros: os Homens e as Mulheres que integraram os primeiros Corpos Gerentes e Administrativos


Certificado de participação dos Bombeiros de
Angra do Heroísmo no Congresso do Estoril
no ano de 1930.Data  em que nasceram os
Bombeiros Voluntários de Penacova
 O texto que se segue é já conhecido de muitos dos leitores e refere-se à criação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Penacova: “Conscientes da necessidade de se auto-protegerem um grupo de Penacovenses decidiu fundar a Associação dos Bombeiros Voluntários de Penacova. Estávamos no ano de 1930, e foi exactamente no dia 24 de Fevereiro que foi celebrada a escritura pública da constituição da Associação e assinada pelos Sócios fundadores cujos nomes se recordam e que a lápide colocada na entrada principal do actual quartel não deixa esquecer: António Esteves Amaral Viseu, Gualter Pereira Viseu, Alípio Carvalho, Alípio da Costa Miguel, Álvaro Alberto Santos, Álvaro Martins Coimbra, António Casimiro Guedes Pessoa, António da Costa, António Joaquim Pinto, Augusto Luís, Evaristo Joaquim Pinto, Joaquim Correia Almeida Leitão, Joaquim Luís, José Alberto de Almeida, José Augusto Pimentel.”
Talvez menos conhecidos serão os nomes dos penacovenses que fizeram parte dos primeiros Corpos Gerentes. Lendo uma notícia dos jornais locais datada de 1930 ficamos a saber que a 16 de Março foram eleitos os Corpos Gerentes e Administrativos da Associação: Dr. Sales Guedes, médico, D. Sara Sales Guedes, António Joaquim Pinto e Alípio da Costa Miguel, respectivamente, Presidente, Vice-Presidente, 1º Secretário e 2º Secretário. Direcção: José de Gouveia Leitão, D. Maria José Leitão, Evaristo Joaquim Pinto e Mário Lopes Barra, Álvaro Alberto dos Santos e Gualter Pereira Viseu, respectivamente, presidente, vice-presidente, tesoureiro, 1º secretário, 2º secretário e vogal. O vogal nato, conforme diz a notícia seria o “ Inspector Comandante”. Ao Conselho Fiscal ficou a presidir o Padre António Pinto, tendo como relator Filipe Mendes da Cunha e como vogal, Alípio de Carvalho.

04 março 2011

Embaixadores de Penacova: a pintura de Carlos Ramos

Rio Mondego na Região de Penacova

Carlos Ramos nasceu em Coimbra e nesta cidade residiu e desenvolveu toda a sua actividade.
De ascendência modesta, iniciou-se muito novo na profissão de pintor de construção civil. É nesta condição que se acentua o seu gosto pelo desenho e pela pintura artística. Incentivado pelos amigos e esposa, começa a produzir os seus primeiros trabalhos.
Matriculou-se na Escola Industrial e Comercial Brotero e, estudando à noite, ali concluiu o curso geral de desenho, tendo sido discípulo de Manuel Rodrigues Júnior.
Estagiário da primeira, quinta e sexta Missões Estéticas de Férias, Carlos Ramos é várias vezes contemplado com "Menções Honrosas" por diversas instituições, caso da Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa (1940-1943) e obtém outras distinções, em especial uma terceira medalha da mesma Sociedade, em 1947.
Em 1948 é galardoado com o "Prémio Malhoa", e a bolsa de estudo correspondente, que lhe permitiu uma viagem ao estrangeiro no ano seguinte. Participou em numerosas exposições na Sociedade Nacional de Belas-Artes, no Salão Silva Porto (1943-1952), na Exposição Internacional de Sevilha (1952), no Salão António Carneiro (1953), etc.
Expôs com regularidade na Delegação do Jornal «O Primeiro de Janeiro», em Coimbra.
Em Agosto/Setembro de 1989 foi evocado numa grande exposição de obras suas, organizada pela Câmara Municipal da Lousã, na Sala de Exposições do Museu Municipal Professor Álvaro Viana de Lemos, daquela localidade.
in
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Augusto_Ramos

Recorte do jornal O FAROL ( Coimbra, finais da década de 40)
Carlos Ramos (1912-1983)

02 março 2011

Frontal: Penacova na imprensa local e regional

Frontal nº 42 de 25 de Fevereiro.

Principais títulos relacionados com Penacova:

Cinco milhões de euros para recuperar três pontes
Centro Cultural foi inaugurado
Nemátodo tem os dias contados?
Professores contra Avaliação
Parque empresarial da Alagoa a dois meses de estar pronto
PCP considera: o rio e o concelho de Penacova estão ameaçados pelo Governo
Convívio dos Zés do concelho de Penacova
Bombeiros -Campanha: uma árvore por cada novo sócio
Festa do Dia da Mulher na Atalhada
Católicos celebram a " Festa da Amizade"
Um sentido diferente para o dia da Árvore
Baile de Carnaval na Casa do Concelho de Penacova
Ameaçou mãe com faca, ateou fogo à casa e pôs-se em fuga
Cavaquinhos da Rebordosa na BTL
Festival da Lampreia

No espaço de Opinião:
Editorial - "Que mundo tão parvo / Onde para ser escravo é preciso estudar", por Nuno Castela Canilho
Janela do Direito - O novo reegime jurídico do inventário, por Lara Duarte Ramos
Perspectivas - O Ruído Bom e o Ruido Mau. por Mauro Tomás
Guerra Colonial: viver para contá-la, por David Almeida

28 fevereiro 2011

Depois da luta em prol da realização de uma obra, um segundo combate se desenha agora contra a construção de uma outra que poderá inviabilizar a primeira...



São cerca de 3,5 milhões, sendo 2,5 de financiamento
comunitário e 1 milhão de comparticipação nacional,
conforme se pode ler nas placas

As obras a juzante do açude revelam uma dimensão
mais exacta da complexidade da obra

A montante da ponte açude também é visível o avanço da obra
FOTOS: PENACOVA ONLINE
São 3,5 milhões de euros por água abaixo?  A obra da escada de peixe avança ( ver fotos de hoje ) mas enquanto que uns entendem que mesmo com a construção da mini-hídrica vale sempre o investimento, pois serão sempre cerca de 15 quilómetros a montante ( além de garantirem que a obra na zona do Caneiro acautelará todos os problemas levantados quanto à passagem da lampreia), outros entendem que o investimento, tão ansiado, que está a ser feito na ponte-açude de Coimbra, corre o risco de ser desperdiçado se avançar-como se crê-com a mini-hídrica. Penacova está contra e este fim de semana que passou o Capítulo da Confraria da Lampreia reforçou essa contestação.

Escreve o Diário de Coimbra:

“Mini-hídrica será fatal
para lampreia de Penacova”

Vencida a batalha da “escada de peixe”, Confraria da Lampreia lutará contra projecto da Foz do Caneiro.

Primeiro a construção de açudes e barragens, agora o anúncio de uma mini-hídrica. No VIII Capítulo da Confraria da Lampreia, voltaram a erguer-se vozes contra o projecto da Foz do Caneiro, na certeza que tal afectará negativamente a já difícil subida da lampreia até Penacova. Na cerimónia de entronização dos novos confrades, o recém-eleito presidente, Fernando Lopes, considerou mesmo que «a mini-hídrica será fatal para a lampreia de Penacova».


«A lampreia que outrora subia o rio Mondego e que aqui chegava em grande quantidade, viu a sua população reduzir-se drasticamente, por via da construção de açudes e de barragens», lamentou o confrade-mor. Prometendo uma «defesa intransigente» da gastronomia do concelho, particularmente do arroz de lampreia, Fernando Lopes referiu que, vencido que parece estar o primeiro obstáculo para o percurso natural da espécie rio acima até Penacova, a confraria centrará esforços na barreira que se adivinha com a mini-hídrica.

A obra da escada de peixe na Ponte-Açude está a decorrer e terá um custo global de aproximadamente quatro milhões de euros, permitindo que lampreias e outras espécies piscícolas migratórias subam o rio. No entender do presidente da Confraria da Lampreia, é no mínimo contraditório que apenas 10 quilómetros a montante se anule o efeito da obra com a construção da mini-hídrica.

Admitindo a necessidade de criar energias alternativas, Fernando Lopes recomendou a «ponderação entre custos e benefícios», colocando do lado dos custos os prejuízos ambientais e turísticos de um paredão de nove metros de altura e da criação de uma albufeira. «Estaremos na linha da frente e vamos aceitar integrar ou promover movimentos que se criarem com o intuito de impedir que seja cometido um atentado grave ao nosso património natural», sublinhou.

27 fevereiro 2011

Lampreia de Penacova vai ser candidata às 7 Maravilhas da Gastronomia

Logotipo oficial do Concurso
Segundo declarações à imprensa do Presidente da Câmara, a lampreia de Penacova vai ser uma das candidatas às 7 Maravilhas da Gastronomia, concurso que vai decorrer em todo o país e que vai eleger os sete melhores pratos da gastronomia portuguesa. Humberto Oliveira, presidente da Câmara de Penacova, já teve uma primeira reunião nesse sentido. Segundo o autarca, como a lampreia é “a rainha da gastronomia de Penacova” estará “no topo da candidatura”, apesar de esta integrar também outros pratos característicos da região, que serão posteriormente anunciados.  Humberto Oliveira entende que esta é uma “excelente oportunidade” para a promoção da gastronomia de cada região e lembra que, sejam quais forem os eleitos como as 7 Maravilhas da Gastronomia, haverá muitos outros pratos “de grande qualidade que ficarão de fora mas que também poderiam integrar a mesma lista”.
VEJA
http://www.7maravilhas.sapo.pt/

Sobre o Capítulo da Confraria da Lampreia, veja notícia no Diário de Coimbra


Foto Diário de Coimbra.
Maurício Marques foi ontem entronizado, bem como Pedro Coimbra e outros


Penacova / Guarda teus segredos / Tua história e teus amores / E não esqueças a lampreia / Rainha dos teus sabores


Hino da Confraria da Lampreia

O teu nome, é mistério
Que hoje perdura;
Teus montes são deslumbrantes,
Tua água é a mais pura

Da Senhora do Monte Alto
Tenho uma vista sem par
Na claridade do sol
Ou na calma do luar

REFRÃO 
Penacova,
Princesa do Mondego
A teus pés murmurar:
Adoro a tua beleza,
e pr'a sempre te hei-de Amar!

Penacova,
Guarda teus segredos,
Tua história e teus amores,
E não esqueças a lampreia,
Rainha dos teus sabores.
Penacova,
Penacova.

Subindo ao Penedo do Castro,
Inda posso imaginar
Formosas as lavadeiras,
Nas areias a cantar.

E a nossa Confraria
Tem uma nobre missão:
Divulgar tuas raízes,
Preservar a tradição.

REFRÃO

Penacova,
Princesa do Mondego
A teus pés murmurar:
Adoro a tua beleza,
e pr'a sempre te hei-de Amar!

Penacova,
Guarda teus segredos,
Tua história e teus amores,
E não esqueças a lampreia,
Rainha dos teus sabores.
Penacova,
Penacova.

26 fevereiro 2011

25 fevereiro 2011

Festival da Lampreia em destaque na Imprensa Regional


Diário As Beiras publicou hoje Caderno Especial
sobre Penacova e o seu Festival da Lampreia
 Imagem: montagem de Penacova Online

24 fevereiro 2011

Bombeiros celebram hoje 81º Aniversário

Recorte de 1952

Foi há 81 anos, exactamente no dia 24 de Fevereiro de 1930, que um Grupo de ilustres Penacovenses, sentiu necessidade de criar uma estrutura preparada para os proteger, e para acautelar os bens e os haveres das gentes do concelho. 
Inicialmente vocacionada apenas para o combate aos incêndios, sobretudo nas habitações, à época mais vulneráveis devido à construção em madeira, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penacova, cresceu ao ritmo da sociedade em que se insere e foi naturalmente acompanhando as novas necessidades dos cidadãos, ao nível da emergência pré-hospitalar, do transporte de doentes, dos socorros a náufragos, e nas mais diversas valências que, nas sociedades modernas, têm implicações na qualidade de vida dos cidadãos.

O grupo de fundadores da Corporação


As obras do quartel, há uns bons anos atrás. Actualmente, necessita urgentemente de ampliação.
A campanha já está em curso.


20 fevereiro 2011

As bilobites de Penacova

Já lá vão uns bons anos, enquanto estudante de Coimbra, que em visita ao Museu Mineralógico e Geológico da Universidade, fomos surpreendidos por uma lage-painel (com cerca de 2x3 m, se bem nos recordamos) de bilobites com a indicação de origem de Penacova. Por diversas vezes nos vinha à memória aquela estranha amostra geológica e o desejo de voltar àquele museu.  Hoje, por mero acaso, é com satisfação que, nas nossas pesquisas na internet, nos aparece uma fotografia da mesma e que partilhamos com os nossos leitores.

Grande lage com Cruziana colectada em Penacova patente numa parede do Museu Mineralógico e Geológico de Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra.

Aqui fica também parte de um texto publicado pela Câmara Municipal, aquando da Candidatura da Livraria do Mondego a Maravilha Natural e que nos ajuda a perceber como pode aparecer em Penacova este vestígio de fundos marinhos.

Há 500 milhões de anos a região do Buçaco, bem como toda a Beira Baixa, Beira Alta e região duriense, esteve coberta pela água de um mar que já desapareceu há muito e a que os geólogos chamam de Rheique. Na verdade cobria quase toda a Península Ibérica e era um mar raso de areias brancas, camada sobre camada, em águas transparentes com algumas zonas um pouco mais profundas e algumas ilhas não muito elevadas. Os areais extensos e os fundões mais lamacentos ou pedregosos perdiam-se de vista. Nestas areias e lamas viviam uns artrópodes marinhos, as Trilobites, que eram os seus principais habitantes. E foi nestas areias, tal como se interpreta hoje, que deixaram longos rastos das suas caminhadas, as bilobites.
Quando estes fundos foram apertados pela colisão de dois grandes continentes então existentes, começaram a ficar arqueados até serem completamente enrugados como as dobras de uma concertina. Contudo os fechos dessas dobras eram mais redondos tal como grandes caleiras ou como se estivéssemos a ver o ondulado de um velho telhado feito com telha lusitana.
Uma dessas grandes caleiras, a que os geólogos chamam sinclinais, constitui a Serra do Buçaco. Os dois bordos do sinclinal, por serem constituídos por aquelas areias endurecidas (quartzitos) ficam salientes no relevo, resistindo ao desgaste da chuva e do vento (erosão) e preservando o perfil da Serra, desde há muitos anos. O lado poente do sinclinal está mais partido e retalhado do que o lado nascente. No lado poente, desde o Penedo do Castro até aos Moinhos de Gavinhas e daí até Ponte da Mata, o alcantilado está muito segmentado. No lado nascente, desde o Luso, Cruz Alta, Moinhos da Portela da Oliveira até ao Mondego e daí até muito mais a sudeste, os quartzitos resistem e fazem um caminho quase contínuo. No fundo do sinclinal que se percorre por estrada antiga, pode descer-se desde Sazes passando pela Espinheira, Galiano até Penacova. Tudo isto foi detalhadamente estudado por Nery Delgado no séc. XIX e no princípio do séc. XX, tendo deixado como resultado desses trabalhos alguns mapas de grande beleza e rigor.
Nas fragas que o Mondego atravessa, os quartzitos estão cortados e mostram em qualquer das suas margens, mas especialmente na margem norte, as camadas de quartzitos verticais, como fiadas de prateleiras de livros da velha biblioteca da Universidade de Coimbra. Aqui, o espectáculo das antigas areias postas ao alto, hoje quartzitos, mereceram a designação de Livrarias do Mondego, pela sua beleza e pela posição particular em que se encontram, constituindo um património geológico e turístico que deve ser divulgado e preservado e não deve deixar de ser visitado.


Município de Penacova - Nota de Imprensa Janeiro de 2010